| 09 de DEZEMbro de 2019
Segunda-feira
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Em 09/12/2019
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| | | | | Estado não teria participação na relação empregado-patrão, que seria fiscalizada pelos associados
O governo Jair Bolsonaro prepara uma reforma para que os sindicatos passem a funcionar com a lógica de livre mercado. Pela proposta, o Estado deixaria de ter participação na relação entre empregados e empregadores.
A atuação das entidades passaria a ser fiscalizada pelos próprios associados.
Embora a Constituição garanta a liberdade sindical e a livre associação, há uma série de entraves e um trâmite burocrático junto ao Executivo para que uma entidade saia, de fato, do papel.
Hoje, é possível que alguns sindicatos atuem informalmente. Entretanto, somente com o registro dado pelo governo o sindicato pode exercer todas as suas funções, como ter o poder de acionar a Justiça, como uma entidade, contra uma empresa ou para defender uma categoria.
Membro da Comissão de Direitos Sociais do Conselho Federal da OAB, o advogado trabalhista Mauro Menezes explicou que o registro é também uma forma de garantir o cumprimento da regra de unicidade sindical.
Esse sistema em vigor atualmente veda a existência de mais de uma organização sindical por categoria profissional em uma localidade —seja município ou municípios, seja estado ou estados, seja em todo o território nacional.
“O fato de ter sido eliminado o financiamento obrigatório não elimina a representação única”, afirmou Menezes.
O departamento responsável pelo registro sindical chegou a ser abrigado no Ministério da Justiça, de Sergio Moro, mas voltou para o comando do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Não tem sentido o governo tutelar a relação entre quem trabalha e quem emprega nas questões específicas, que são absolutamente distintas em milhares de empresas no Brasil”, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.
Ao contrário do anunciado no início deste ano, o projeto de reforma sindical do governo deve ser apresentado somente após março de 2020.
As mudanças têm de ser feitas por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que, para ser aprovada, precisa dos votos favoráveis de dois terços dos congressistas em duas votações na Câmara e mais duas no Senado.
O envio do projeto do governo ao Congresso estava previsto para este ano, mas o plano foi adiado. “Pela complexidade do tema”, disse Marinho.
Os detalhes estão em discussão entre técnicos da equipe econômica e um grupo de especialistas e juristas.
“Quem quiser fazer um sindicato no futuro não precisará recorrer ao governo. Por outro lado, o sindicato deverá necessariamente ter representatividade e pertinência para existir”, disse o secretário.
Sindicalistas afirmam que não estão participando do debate com o ministério. Por isso, articularam em paralelo o avanço de outra PEC sobre o tema no Congresso.
“Nosso objetivo é dar maior liberdade para a organização sindical, retirar o Estado da relação entre empregado e empregador e permitir uma relação mais leve entre trabalhadores e sindicatos”, afirmou o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), autor da proposta.
A ideia é acelerar a tramitação da proposta, enquanto o time de Bolsonaro ainda finaliza o projeto do Executivo.
“Nossa PEC está para votação na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça da Câmara] na terça [10]. Nossa prioridade é fazê-la avançar. A proposta do governo pode ser juntada depois”, disse o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Nos bastidores, a preocupação dos sindicalistas é que a proposta do governo seja apresentada com amarras que, na prática, acabariam com as entidades. O Brasil tem, hoje, mais de 16 mil sindicatos.
“O que o governo quer é exterminar o movimento sindical. Essa é a vocação dele”, afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Embora sindicalistas e governo tenham afinidade em alguns pontos —como o fim da tutela do Estado na relação entre sindicatos e trabalhadores e entre as entidades e as empresas—, os dirigentes das principais centrais do país dizem que há um temor em relação à proposta do Executivo para acabar com a limitação para criação de sindicatos.
A ideia é acabar com a unicidade sindical. Com o objetivo de aumentar a concorrência, a equipe econômica de Bolsonaro quer permitir que mais de uma entidade possa representar uma categoria em uma mesma região específica do país.
“É uma liberdade que precisa de um mínimo de regulação. Não pode ser um libera geral”, afirma Clemente Ganz, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Técnicos também discutem que seja liberada a criação de sindicatos por empresa. A ideia, porém, ainda terá de passar pelo aval de integrantes da cúpula do Ministério da Economia.
Juristas argumentam que a medida elevaria a resolução de conflitos e reduziria o número de processos judiciais. Para os sindicalistas, contudo, a possibilidade de cada empresa ter sua própria entidade de representação enfraqueceria o movimento sindical no país.
No entanto, entidades dizem acreditar que a pulverização da organização, com o fim da unicidade sindical, pode enfraquecer o movimento em prol dos empregados. Algumas centrais defendem uma transição para isso.
“Hoje, os sindicatos negociam para todos os trabalhadores. Se não tiver um mínimo de organização, pelo menos por categoria, não haverá mais segurança jurídica”, afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
O projeto em elaboração pelo governo também deve permitir que cada sindicato tenha uma estratégia própria para a filiação do trabalhador e contribuição para a atividade sindical, desde que não seja obrigatória.
“Ela [a contribuição] vai acontecer naturalmente em função da qualidade dos serviços prestados por cada entidade, associação, e principalmente pela ocasião da celebração de acordos e convenções coletivas”, afirmou Marinho.
Sem a restrição para criação de sindicatos, o trabalhador poderia escolher qual organização pretende financiar, defende o governo.
Ex-deputado federal, Marinho foi o relator da reforma trabalhista durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), que tornou opcional a contribuição sindical.
Depois que o projeto foi aprovado pelo Congresso, parte das novas regras trabalhistas foi questionada no STF (Supremo Tribunal Federal).
Quando os ministros declararam constitucional o fim da contribuição sindical obrigatória, o ministro Luís Roberto Barroso defendeu que o Congresso desse continuidade à reforma trabalhista e, assim, acabasse com a regra que limita a criação de organizações para representar os trabalhadores.
| Folha de S. Paulo (publicado em 07-12-2019) | | | COAD Urgente: CGSN altera norma do Simples Nacional e exclui atividades do MEI
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| CGSN altera norma do Simples Nacional e exclui atividades do MEI
O Comitê Gestor do Simples Nacional publicou no Diário Oficial da União de hoje, 6-12, a Resolução 150/2019, que altera a Resolução 140 CGSN/2018, a qual disciplina o regime tributário do Simples Nacional.
Entre as principais alterações, destacamos:
– a ME ou a EPP com data de abertura constante do CNPJ a partir de 1-1-2020, depois de efetuado este Cadastro, deverá formalizar a opção pelo Simples Nacional no prazo de até 30 dias, contado do último deferimento de inscrição, seja ela a municipal ou, caso exigível, a estadual, desde que não ultrapasse 60 dias da data de abertura constante do CNPJ. Anteriormente este último prazo era de 180 dias;
– as declarações retificadoras transmitidas pelo PGDAS-D poderão ser retidas para análise com base na aplicação de parâmetros internos estabelecidos pela RFB, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. A ME ou EPP responsável pelo envio da declaração será comunicada da retenção e, se necessário, poderá ser intimada a prestar esclarecimentos ou apresentar documentos sobre as possíveis inconsistências ou indícios de irregularidade detectados durante a análise.
A Resolução 150 também altera os Anexos VII e XI da Resolução 140 CGSN/2018, como segue:
– Anexo VII – Atividades ambíguas
Ficam excluídas as seguintes subclasses do Anexo VII da Resolução 140, que relaciona códigos da CNAE que abrangem concomitantemente atividade impeditiva e permitida ao ingresso no Simples Nacional:
| COAD | | | | País ocupa o 79º lugar entre 189 na lista, atrás de Argentina, Uruguai e Sri Lanka
O Brasil caiu uma posição no ranking global do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em 2018. Agora, o país ocupa o 79º lugar em um grupo de 189 países e territórios —no ano anterior, avaliação corrigida o colocou em 78º.
Na prática, o Brasil ficou empatado com a Colômbia e atrás de países como Chile, Argentina, Uruguai e Sri Lanka, por exemplo. O ranking é liderado pela Noruega.
O índice é divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com base em dados de expectativa de vida ao nascer, escolaridade e renda per capita. Quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento.
Em 2018, o índice do Brasil foi 0,761, um crescimento de 0,001 em relação ao ano anterior (ou 0,13%). Embora aponte avanço, o valor foi insuficiente para evitar que o país perdesse uma posição em relação aos demais.
Em 2017, além da Colômbia, o Brasil dividia a 78ª posição com Granada, que teve melhora superior do IDH no período —daí a perda de posição.
“O que acontece no Brasil é que, nos últimos anos, tem havido uma estagnação econômica. E isso se reflete em um crescimento menos acentuado”, diz o diretor do escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud, Pedro Conceição.
Ele nega, porém, que o cenário possa ser classificado como estagnação. Para Conceição, o ideal é que os indicadores sejam avaliados a longo prazo.
O diretor avalia que o Brasil vem apresentando um “crescimento sustentado” do IDH nos últimos 30 anos, quando conseguiu passar à categoria de alto IDH, a terceira entre quatro possíveis. “Se olharmos para tendências, elas ainda vão na direção certa.”
Em comparação aos últimos quatro anos, porém, os dados apontam um ritmo mais lento para esse avanço. De 2017 para 2018, o aumento foi de 0,13%, ante 0,4% de 2016 para 2017 e 0,3% de 2015 para 2016 —já a média anual de crescimento desde 1990 é de 0,78%.
Quando observados os componentes, o Brasil teve no último ano um leve crescimento na taxa de esperança de vida ao nascer e estabilidade em índices de escolaridade, enquanto a renda ainda não recuperou a queda ocorrida após 2015.
“Tem havido uma desaceleração na taxa de crescimento, mas essa não é uma situação exclusiva do Brasil. Desde 2010, se olharmos para as médias globais, o crescimento do desenvolvimento humano tem sido mais lento”, diz.
“Isso em parte pode ser explicado pela desaceleração das economias em todo o mundo, mas também está relacionado a uma diferenciação das capacidades básicas do índice e de nova geração de desigualdades.”
A alta desigualdade existente no país é outro ponto que chama atenção no relatório.
Nesse quesito, o relatório traz um indicador que “desconta” um valor de cada dimensão que compõe o IDH de acordo com seu nível de desigualdade (seja na esperança de vida ao nascer, seja na escolaridade, seja na renda). Essa métrica é chamada de IDHAD (IDH ajustado à desigualdade) e é calculada para 150 países.
De 0,761, o IDH passa a 0,574 quando ajustado à desigualdade —uma perda de 24,5%. Entre os países, o Brasil é o que mais perde posições no ranking de IDH por este motivo, seguido pelo Camarões. Essa perda é de 23 posições. A lista final ainda não foi divulgada.
Já quando comparado em números absolutos, e não pelo ranking, o Brasil é o segundo país da América Latina com maior queda no IDH em razão do ajuste por desigualdade, atrás apenas do Paraguai. Em relação aos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), é o terceiro que mais perde, depois de África do Sul e Índia.
Entre os indicadores observados estão a desigualdade na esperança de vida ao nascer, além de educação e renda.
Para chefe da Unidade de Desenvolvimento do Pnud no Brasil, Betina Barbosa, a situação preocupa. “O Brasil não está melhorando nem piorando, e isso é muito ruim, porque a posição já é ruim no quesito desigualdade.”
Na renda, as diferenças ficam ainda mais visíveis —sobretudo quando observados os níveis de concentração entre os mais ricos e os mais pobres. Atualmente, o Brasil tem ainda a segunda maior concentração de renda no 1% mais rico da população: 28,3%. Fica pouco atrás apenas do Qatar (29%).
Se observada a parcela dos 10% mais ricos, a concentração chega a 41,9% da renda total do país.
O Pnud também avalia as diferenças no IDH para homens e para mulheres. Em 2018, para eles, esse índice de desenvolvimento foi de 0,761. Já para elas, de 0,757. Isso ocorre porque, apesar de as mulheres terem indicadores melhores de educação e longevidade em relação aos homens, a renda delas no Brasil é 41,5% menor.
Para verificar mais a fundo essa disparidade, o relatório também calcula o GII (índice de desigualdade de gênero, na sigla em inglês) com base em indicadores de saúde reprodutiva, empoderamento feminino e atividade econômica.
Entram nessas categorias dados de mortalidade materna, gravidez na adolescência, percentual de assentos ocupados por mulheres no Parlamento e participação na força de trabalho. Neste caso, quanto mais perto o GII estiver de zero, melhor é o indicador.
Em 2018, o GII foi de 0,386, o que coloca o Brasil na 89ª posição entre 162 países em termos de desigualdade de gênero —assim como no IDH, a lista deixa os melhores indicadores no topo e os piores ao final.
O Brasil tem índice de desigualdade mais alto do que a média da América Latina (0,383)
e de outros países com IDH alto (0,331). Também fica atrás da China, Rússia, Uruguai, Chile e Argentina, por exemplo.
O relatório chama a atenção para o indicador que mostra que o país com menor IDH do mundo, o Níger, tem mais mulheres no Parlamento do que o Brasil. Lá, esse percentual é de 17%. Aqui, de apenas 15%.
Se os problemas atuais já apontam desafios, o Pnud também faz um alerta aos países para o que define como risco de emergência de novas desigualdades, ligadas às mudanças climáticas e a novas tecnologias.
“Não basta não estar em pobreza. Precisamos ver desigualdades que emergem em outras áreas”, diz Conceição.
| Folha de S. Paulo | | | | Quando a preocupação global com os incêndios que devastaram partes da floresta amazônica atingiu o auge, em agosto, um dos maiores investidores da Escandinávia lançou uma bomba.
A Nordea Asset Management, que controla mais de 200 bilhões de euros em fundos, anunciou que estava pondo em quarentena a dívida do governo brasileiro devido a riscos políticos e ambientais. O fundo interrompeu as compras de dívida soberana emitida pela nona maior economia do mundo e pôs em revisão suas participações existentes.
"Como a Nordea Asset Management investe dinheiro em prol de seus clientes, devemos sempre avaliar as incertezas políticas e ambientais para administrar riscos financeiros", disse a investidora norueguesa ao ser questionada sobre a medida.
A decisão fez parte de uma onda de movimentos de gestores de capitais e empresas multinacionais para limitar o risco de fazer negócios com empresas ou entidades brasileiras expostas ao desmatamento.
Essa preocupação foi intensificada pelas notícias do mês passado de que o índice de perda da cobertura florestal na Amazônia brasileira aumentou 30% nos 12 meses até o final de julho --o nível mais alto desde 2008, segundo estimativas do Inpe, a agência espacial brasileira.
A preocupação das empresas com o destino do maior sumidouro de carbono do mundo não se limita aos administradores de ativos. A varejista de moda H&M anunciou neste verão que deixaria de comprar couro brasileiro até que não haja qualquer risco de ela contribuir para os danos ambientais na Amazônia.
Grande parte da queima ilegal de floresta virgem ocorre para limpar terras para a criação de gado, cujo couro pode entrar na cadeia de suprimentos de empresas que vendem para varejistas no exterior. Os movimentos dos investidores mostram como as questões ambientais, sociais e de governança (ASG) estão subindo na agenda corporativa no Brasil.
"A consciência sobre as questões ambientais aumentou bastante", diz Marcelo Seraphim, chefe no Brasil dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI na sigla em inglês), rede internacional de investidores apoiada pela ONU que se descreve como o principal proponente do investimento responsável.
"Tornou-se uma questão de sobrevivência no mercado global. É difícil sobreviver se você não estiver considerando questões ASG." O PRI conta com quase 60 empresas brasileiras entre seus signatários. Os princípios comprometem as empresas a adotar um código de práticas e apresentar um relatório anual sobre suas iniciativas para cumprir os princípios ASG.
Peter Taylor, diretor de ações brasileiras na Aberdeen Standard Investments, sediada em São Paulo, com US$ 6 bilhões em fundos administrados no país, diz que os investidores locais historicamente se importaram mais com governança do que com questões ambientais e sociais, mas isso está começando a mudar.
"A retórica sobre ASG cresceu mais rápido que a realidade", diz ele. "Mas a realidade também cresceu, e há muito mais trabalho sendo feito do que antes sobre questões ambientais e sociais."
Como outros investidores no Brasil, Taylor salienta que as questões ambientais em torno das ações são específicas de setores e empresas.
"Você está falando de empresas de proteínas, empresas de carne, principalmente gado e carne", diz ele.
"Não existe um viés forte na Amazônia para frangos e porcos [criação], mas existe para gado."
No entanto, há limites para o que o investimento ético pode realizar na região amazônica. Um grande problema é que a maior parte do desmatamento é obra de grupos criminosos, alguns ligados a madeireiros ilegais ou traficantes de drogas. A terra limpa é usada por pecuaristas ou mineradores ilegais, todos operando abaixo do radar dos investidores internacionais.
"O que está acontecendo na Amazônia não é, segundo nosso conhecimento, causado diretamente por empresas responsáveis ou mesmo empresas listadas em Bolsa", diz Jeanett Bergan, chefe de investimentos responsáveis do fundo de pensão KLP, o maior provedor de pensões da Noruega.
"[Conversamos com] as internacionais em que investimos, que estão principalmente expostas a comércio, uso ou financiamento de gado e soja na Amazônia. Eles estão tentando se engajar e agir para não contribuir para o desmatamento. O que está acontecendo na Amazônia é principalmente atividade ilegal."
Isso cria um problema para as empresas que tentam seguir os princípios éticos. O risco de que o couro de gado criado ilegalmente acabe na cadeia de suprimentos de um varejista, talvez vendido por comerciantes inescrupulosos, foi o que levou a proibições preventivas de empresas como H&M e o grupo de vestuário VF Corporation, sediado nos Estados Unidos, dono de marcas como North Face, Vans e Timberland.
Bergan diz que o fundo de pensão norueguês de US$ 80 bilhões, que põe na lista negra as empresas que violam suas diretrizes éticas, fala com muitas companhias em que investe sobre a gestão da cadeia de suprimentos: "Nós fazemos perguntas e as responsabilizamos".
O grupo brasileiro de frigoríficos JBS está na lista negra, embora Bergan diga que a principal razão disso é o risco de corrupção (um executivo da JBS testemunhou que a empresa subornou mais de 1.800 políticos ao longo de vários anos).
A mineradora Vale também é evitada depois de uma série de acidentes, incluindo o colapso da barragem de Brumadinho, no qual quase 300 pessoas morreram.
Apesar da pressão internacional para que as empresas brasileiras se tornem mais compatíveis com os padrões ambientais reconhecidos globalmente, nem todos os grupos empresariais do país ouviram a mensagem.
Um importante lobista empresarial brasileiro ainda insistia, em particular, que as campanhas ambientalistas contra o desmatamento na Amazônia constituem um "ato de maldade contra o Brasil" perpetrado por estrangeiros. "É tudo mentira", disse ele, furioso.
| Folha de S. Paulo | | | | Após o resultado acima do previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, o governo espera que a economia continue crescendo de forma consistente.
A previsão é de que o Natal de 2019 será o melhor dos últimos anos, reforçando a retomada da economia. Para 2020, a estimativa é que o crescimento econômico será "substancialmente” superior ao observado nos últimos anos, puxado, principalmente, pelo setor privado.
Oficialmente, o Ministério da Economia estima que o PIB do próximo ano vai crescer 2,32%, dado que consta na mensagem modificativa do Orçamento de 2020 encaminhada ao Congresso Nacional no fim de novembro. Mas técnicos da equipe econômica já confirmam a tendência de alta para o resultado.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, declarou que o avanço do PIB do ano que vem tem viés de alta, ou seja, deve ficar acima dos 2,32% da atual projeção oficial. Ele lembrou que o mercado financeiro já está revisando as suas estimativas e projetando uma alta de 2,5% a 2,8%. As declarações foram dadas na quinta-feira (4), durante seminário sobre o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), em Brasília.
Responsável pela área do governo que estima o PIB, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, acredita, na sua visão pessoal, que o crescimento do próximo ano ficará entre 2,5% a 3%. Mas ele lembra que o governo precisa ser conservador nas suas estimativas e, por isso, a sua secretaria – de Política Econômica (SPE) – projeta, no momento, um crescimento de 2,32% para 2020. O número, contudo, deve ser revisto ao longo do ano que vem, a partir do momento que as políticas econômicas forem se materializando.
O otimismo em relação ao próximo ano é motivado por vários fatores, explicou Sachsida em entrevista à Gazeta do Povo. Em especial, segundo ele, ao ganho de credibilidade do governo fruto da manutenção da política de ajuste fiscal, que se reflete na melhora das expectativas dos consumidores e empresários, e em razão também das medidas que corrigem a má alocação dos recursos, como o novo FGTS.
"Eu acho que nós vamos ter surpresas muito positivas no ano que vem. Parte do efeito do FGTS vai ser sentida no ano que vem, parte das medidas microeconômicas que o governo vem adotando vai ter efeito no ano que vem. Teremos o efeito da queda de juros se materializando a partir de março. Essa credibilidade fiscal, fruto do ajuste fiscal e da manutenção do teto de gastos, contrariando muitos analistas que queriam mudanças [no teto], se consolidando a partir do próximo ano. Governo saindo da economia e setor privado puxando o crescimento. Choque de gás barato. Novas concessões e privatizações. Investimentos do pré-sal. Eu acho que teremos um ano excelente", disse Sachsida.
Nota técnica elaborada pela SPE também diz que o efeito das medidas na área econômica que estão sendo adotadas pelo governo "se propagarão para 2020 e o PIB do setor privado continuará acelerando, confirmando um crescimento substancialmente superior ao observado nos últimos anos”.
A secretaria também afirma, por meio de nota, que a desaceleração da atividade econômica ficou para trás e que, desde setembro, a economia está crescendo com maior vigor. “A partir de setembro/2019, a economia brasileira passou a apresentar indicadores consistentes de retomada do crescimento. (...) [O PIB do terceiro trimestre] mostra o aquecimento da economia, que deverá ser reforçado no final deste ano. Desse modo, o Natal de 2019 deverá ser o melhor dos últimos anos”, diz a nota da SPE.
PIB do 3º trimestre veio acima do esperado
Segundo dados divulgados pelo IBGE na terça-feira (2), a economia brasileira cresceu 0,6% no terceiro trimestre de 2019. O resultado veio acima do esperado pelo mercado e pelo próprio governo, que estimavam alta de 0,4%.
O governo atribuiu o bom resultado do PIB a alguns fatores. “A implementação de medidas de ajuste fiscal, o encaminhamento de reformas estruturais, em especial com a aprovação da Nova Previdência, e as propostas legislativas que apresentam formas adicionais de correção da má alocação dos recursos da economia foram preponderantes para que as expectativas e os indicadores econômicos superassem o pior momento em agosto/2019”, diz a nota técnica da SPE.
A secretaria afirma, ainda, que economia brasileira saiu do "fundo do poço", com inflação sob controle e juros baixos.
Motores: investimento privado e consumo das famílias
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, destacou o crescimento robusto do investimento e a retomada do consumo das famílias como os principais responsáveis pelo resultado positivo do terceiro trimestre.
“O resultado do PIB veio muito bom. Nós tivemos um crescimento de 0,6% em relação ao trimestre anterior e de 1,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Quando olhamos a decomposição do PIB, nós tivemos uma reação positiva do consumo, mas em particular uma reação do investimento”, afirmou na terça-feira (3) a jornalistas, no Ministério da Economia.
O componente do PIB que mede o investimento privado é a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Ele computa investimentos feitos pelas empresas em máquinas e equipamentos. Segundo o IBGE, esse indicador subiu 2% na comparação ao trimestre anterior e 2,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Para o governo, isso demonstra que o setor privado está puxando a retomada da economia.
Outro indicador que reforça a tese é o consumo do governo, que também compõe o PIB. Esse tipo de gasto caiu 0,4% em relação ao trimestre anterior e 1,4% na comparação com o mesmo período de 2018. A equipe econômica vem adotando uma série de medidas de ajuste fiscal para controle dos gastos do governo. O objetivo é que o setor privado puxe mesmo o crescimento, pois a capacidade de investir do setor público se esgotou.
O consumo das famílias, que responde por cerca de dois terços do PIB, também começa a dar sinais de retomada: cresceu 0,8% em relação ao segundo trimestre de 2019 e 1% na comparação com julho a setembro de 2018.
Waldery completou ainda que os números positivos são reflexo da política de austeridade fiscal deste governo. “São números que mostram que zelar pela política fiscal tem um alto retorno para a sociedade. A economia crescendo responde naquilo que mais interessa: emprego e renda.”
Expectativas para o 4º trimestre de 2019
Para os últimos três meses deste ano, o governo espera que o consumo das famílias cresça ainda mais, com o saque dos R$ 500 do FGTS e o pagamento do décimo terceiro, cuja primeira parcela coincidiu com a Black Friday.
"Parte expressiva do saque do FGTS entra [na economia] em outubro, novembro e dezembro. Então vai ter ter um efeito muito grande do FGTS no quatro trimestre. Além disso, você já vinha com uma recuperação forte da economia decorrente da credibilidade que o governo ganhou, fruto do ajuste fiscal. Esse ganho de credibilidade está se pagando agora", disse à Gazeta do Povo o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.
O saque do dinheiro parado no Fundo de Garantia começou em setembro, mas a maior parte dos saques ficou para o período de outubro a dezembro. A expectativa é injetar R$ 40 bilhões na economia até o fim deste mês. As vendas na Black Friday, por sua vez, cresceram 6,4% neste ano, segundo projeção do Boa Vista.
| Gazeta do Povo (publicado em 08-12-2019) | | | | O governo federal excluiu 17 ocupações do sistema de Microempreendedor Individual (MEI), a partir de 1º de janeiro. A lista inclui professores particulares independentes, astrólogos, esteticistas e programadores. Também ocupações ligadas ao setor cultural (DJs, VJs, humoristas ou contadores de histórias, instrutores de artes cênicas, instrutores de arte e cultura, instrutores de música e proprietários de bar).
A exclusão está numa resolução assinada por José Barroso Tostes Neto, secretário especial da Receita Federal, publicada na sexta-feira, 6, no Diário Oficial da União (DOU). A mesma resolução incluiu outras cinco categorias no MEI, como motorista de aplicativo, serralheiro e quitandeiro.
O MEI permite ao pequeno empresário com faturamento anual de até R$ 81 mil o pagamento de valores menores para tributos como INSS (federal), ICMS (estadual) e ISS (municipal). Entre as vantagens está a emissão de nota por custo fixo no IR de R$ 55,90 mensais.
Com a formalização, o MEI pode emitir nota fiscal e ter benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade, licença maternidade e auxílio-doença. A contribuição ao INSS é reajustada sempre que há o aumento do salário mínimo. O benefício previdenciário também é aumentado nesse caso.
O programa de Microempreendedor Individual completou 10 anos em 2019. Segundo dados divulgados pelo Sebrae, o MEI é a única fonte de renda de 1,7 milhão de famílias no Brasil e foi responsável por tirar mais de 2 milhões de empreendedores da informalidade.
| Tribuna PR ( publicado em 07-12-2019) | | | | Com a aprovação da reforma da Previdência, 33% dos brasileiros com acesso à internet afirmam ter mudado seus hábitos de poupança, de olho no capital que terão quando chegar a hora da aposentadoria. É o que diz uma pesquisa encomendada pelo C6 Bank ao Ibope Inteligência. Foram entrevistadas 2 mil pessoas com acesso à web, e a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Os jovens até 34 anos são maioria entre os que já mudaram de comportamento e passaram a poupar mais. Desse universo, 39% têm entre de 16 a 24 anos e 37%, de 25 a 34 anos. A classe social também é um recorte importante: 41% dos que mudaram seus hábitos são da classe A, de maior poder aquisitivo.
Já entre os que ainda não tomaram decisão alguma – e eles representam 31% do resultado da pesquisa -, 41% têm mais de 55 anos. Neste caso, as classes sociais estão mais bem distribuídas, mas a maioria (34%) é da classe C, a mais pobre incluída na sondagem. “O grupo de mais de 55 anos é o mais resistente a mudanças em qualquer levantamento. São os que têm mais medo e duvidam de muitas coisas”, diz Tony Perrela, analista do Ibope responsável pela pesquisa.
Mudanças
A reforma foi promulgada em 12 de novembro e estabelece mudanças como aumento da idade mínima para pedir aposentadoria e do tempo de contribuição dos trabalhores da ativa, além de alterar o cálculo do valor do benefício que será pago no final pela Previdência. Por enquanto, o texto engloba os empregados de empresas da iniciativa privada e do setor público federal. Ainda está em discussão no Congresso Nacional a inclusão também de servidores dos Estados e municípios.
Angela Nunes, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), afirma que, independentemente da faixa etária do contribuinte, o INSS não pode sair dos planos. “Tivemos mudanças importantes. Mesmo assim, a Previdência oficial conta com benefício vitalício, algo difícil de se encontrar em produtos privados”, diz. Ela explica que os planos de previdência privada nem sempre garantem renda enquanto a pessoa viver, por isso, é preciso prestar atenção aos contratos para não errar no planejamento de longo prazo.
Opções
Quando perguntados sobre como pretendem garantir a renda na aposentadoria, os participantes da pesquisa selecionaram, em média, mais de uma opção. Os que disseram contar com recursos do INSS foram 49%; 38% com o dinheiro que já investem; 26% com a aposentadoria privada; e 5% com ajuda de familiares. Outros 21% disseram não saber, enquanto 4% afirmaram não pretender se aposentar.
A queda acelerada dos juros neste ano tem empurrado cada vez mais os investidores para aplicações de maior risco, como a renda variável, como forma de obter rendimento superior à inflação.
Neste caso, o conselho dos especialistas é que o investidor comece aos poucos, considerando sempre que, quanto maior o tempo até a aposentadoria, mais ele pode alocar em ativos de maior risco.
Mesmo para quem optar pela previdência privada, em vez de uma carteira personalizada de longo prazo bem diversificada, a orientação é acompanhar os movimentos do fundo e avaliar sempre a opção de portar o plano para outro fundo. “Dependendo do montante alcançado, o investidor pode acessar fundos melhores, que tem mais porcentagem em renda variável ou que dão direito à renda vitalícia”, diz Angela.
| Tribuna PR | | | | A consultoria inglesa Oxford Economics melhorou as projeções de crescimento do Brasil. Para este ano, a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 0,8% para 1,1%. A de 2020 subiu de 1,7% para 2%. Os economistas da casa avaliam que as recentes tarifas sobre o aço e alumínio brasileiro anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump não devem atrapalhar a recuperação da atividade, que vem ganhando fôlego.
A decisão de Trump sobre a alta das tarifas nos produtos brasileiros, e também da Argentina, “nos lembra que o presidente americano é imprevisível e as tensões comerciais estão longe de serem resolvidas”, ressalta relatório da Oxford neste sábado. “Dito isto, nossas análises sugerem que o impacto sobre o crescimento do Brasil e da Argentina será insignificante.”
Mesmo com a alta da inflação em novembro, puxada pelos preços da carne, a Oxford Economics prevê novo corte de juros pelo Banco Central na reunião de política monetária da próxima semana, dias 10 e 11. O IPCA permanece bem abaixo da meta de inflação do BC, de 4,25% este ano, observa a consultoria.
A estimativa é que o corte será de 0,50 ponto porcentual, deixando a Selic em 4,5% ao ano. A Oxford espera novo corte de 0,50 ponto em 2020, mas reconhece que essa previsão está ficando “menos provável”, principalmente porque indicadores de atividade estão melhorando.
| Tribuna PR ( publicado em 07-12-2019) | | | | A Marfrig fará uma oferta subsequente de ações (follow on) que poderá chegar em R$ 3,3 bilhões, considerando o preço do fechamento de ontem (R$11,10), conforme antecipou a Coluna do Broadcast. A oferta será primária e inclui um lote secundário, para a venda de ações detidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que possui 33,74% da Companhia. Na oferta primária serão vendidas 90.090.091 ações e na secundária o BNDES venderá sua participação, de 209.648.427 ações.
O processo de bookbuilding e o roadshow, para apresentação aos acionistas, terão início na segunda-feira, dia 09, e terminarão no dia 17, quando o preço da ação no âmbito da oferta será fixado. Segundo fato relevante, os recursos oriundos da oferta primária serão destinados para pré-pagar certas dívidas, ” que serão selecionadas pela administração da Companhia de acordo com a estratégia e no melhor interesse da Companhia”.
Coordenam a oferta JPMorgan, Bradesco BBI, Santander e BB Investimentos. Marcos Molina, sócio-fundador e dono da maior participação na Marfrig, com 36,43% da companhia, estava interessado em comprar toda a fatia detida pelo banco de fomento e chegou a se movimentar em busca de financiamento no mercado para realizar o negócio.
A expectativa, ao menos até aqui, é de que Molina participe na oferta prioritária, para evitar ser diluído na operação. Como a fatia do BNDES será diluída a mercado, Molina seguirá no comando da empresa, mesmo que ainda com uma fatia minoritária.
| Tribuna PR ( publicado em 07-12-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,74% na primeira quadrissemana de dezembro, informou nesta segunda-feira, 9, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado mostra aceleração frente ao fechamento de novembro, quando o indicador mostrou elevação de 0,49%.
As carnes bovinas voltaram a ser o destaque da divulgação: a taxa do item passou de alta de 8,00% para 11,84%, puxando a taxa do grupo de Alimentação (0,42% para 1,34%). O setor foi o que mais contribuiu para a aceleração do IPC-S.
Outras cinco classes de despesa também mostraram aceleração em suas taxas: Despesas Diversas (3,14% para 5,11%), puxada pelo reajuste de jogo lotérico (26,16% para 35,18%); Educação, Leitura e Recreação (0,59% para 0,86%), com o aumento de preços da passagem aérea (12,35% para 18,56%); Transportes (0,33% para 0,50%), influenciado pelo comportamento da gasolina (0,99% para 1,54%); Comunicação (0,14% para 0,24%), com pacotes de telefonia fixa e internet (0,56% para 0,96%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,26% para 0,27%), puxado por aparelhos médico-odontológicos (-0,40% para 0,18%).
Na outra ponta, o grupo Habitação desacelerou de 0,50% para 0,18%, beneficiado pela tarifa de eletricidade residencial (2,52% para 0,61%). Também mostrou alívio o grupo Vestuário (0,26% para 0,09%), puxado pela deflação de calçados (0,18% para -0,27%).
Influências individuais
Além do jogo lotérico e da gasolina, pressionaram o IPC-S da primeira quadrissemana de novembro para cima passagem aérea (12,35% para 18,56%), alcatra (11,81% para 14,42%) e refeições em bares e restaurantes (0,17% para 0,55%).
Em contrapartida, contribuíram para frear a alta do indicador batata inglesa (-13,80% para -9,28%), cebola (-16,56% para -11,16%), massas preparadas e congeladas (-2,81% para -2,51%), leite tipo longa vida (-2,40% para -1,18%) e tomate (-11,74% para -3,52%).
| Tribuna PR | | | | Não há alta geral de preços ou carestia da comida; faltam emprego e salário
O preço da carne de boi dominou o carnaval de escárnio e memes das redes sociais das últimas semanas. Tomou o lugar do dólar como motivo de piada e tema da análise econômica popular, por assim dizer.
O preço do boi gordo teve aumentos exorbitantes desde novembro; o do porco subia assim desde abril.
Esses saltos mexeram apenas um pouquinho com a média da inflação recente, embora ainda assim a carestia da carne reduza o bem-estar e implique restrição do consumo de um alimento simbólico, sinal de vida remediada.
A inflação geral (IPCA) foi de 3,3% nos últimos 12 meses. O preço da comida que a gente leva para casa, “alimentação no domicílio”, no dizer do IBGE, aumentou 3,5%. A inflação vai bem, mas o povo vai mal.
A inflação do bife não é, portanto, símbolo de uma inflação da comida. Não foi o caso da inflação do tomate, que era assunto pop e sinal expressivo de grande irritação com o custo dos alimentos pouco
antes do Junho de 2013.
Naquela época, abril de 2013, o IPCA da “alimentação no domicílio” aumentava ao ritmo de 16% ao ano (ante um IPCA geral de 6,5% ano). Até abril de 2016, houve outro repique do IPCA da comida, também de 16% ao ano (o IPCA geral subia 9,3% ao ano).
Note-se de passagem que, desde o começo da recessão, o preço da eletricidade subiu quase o triplo do preço das carnes; o preço do gás, quase o dobro.
De qualquer modo, o preço do boi gordo aumentou 45% em um ano. Jamais esteve tão alto desde pelo menos julho de 1997 (início da série do Cepea, da Escola de Agronomia da USP, ajustada pela inflação), alto além do normal, muito além da média histórica. Esteve anormalmente baixo entre o segundo trimestre de 2017 e o segundo trimestre deste 2019. Coisa parecida, em escala menor, aconteceu com o preço do porco.
Foi mais ou menos o que disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina: “A arroba [do boi] não vai baixar mais ao patamar em que estava”. Causou indignação, mas parece certa. Como o padrão das declarações do governo de Jair Bolsonaro vai do disparate ignaro à desumanidade atroz, a ministra apanhou por conta.
Claro que a fama dos seus colegas fazendeiros que querem dar cabo da floresta e dos índios não ajuda, para dizer o mínimo sarcástico.
Problemas no mercado mundial e nas mumunhas do comércio exterior levaram o preço da carne à estratosfera, o que não dá para comentar aqui e agora nestas colunas. Mas convém reafirmar que a inflação vai bem, mas o povo vai mal.
Desde fins de 2014, o salário médio subiu pouco menos do que a inflação: caiu, em termos reais. Caiu ainda mais para o povo miúdo, pois a desigualdade de rendimentos aumentou na crise.
Nesses anos, quase todos os empregos novos (o saldo) são por “conta própria” e “sem carteira”, duros, inseguros e míseros. São seis anos de desemprego, medo de desemprego, subemprego, indignidade salarial, de volta da fome, de piora e diminuição de serviços de saúde pública e desesperança na ideia de melhoria de vida, que dirá de ascensão social.
E daí? Inflação de comida costuma talhar a popularidade de governantes. Mas não há inflação de comida, apesar do bife de ouro. Não há inflação alguma, aliás. O Banco Central pode talhar os juros de novo nesta quarta-feira (11), por favor.
Há, porém, sinais de irritação (o escárnio com o bife e o dólar) e angústia estafada com emprego e salário ruins, crise que não vai passar tão cedo, apenas anos depois de o PIB começar a andar.
Vinicius Torres Freire - Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
| Folha de S. Paulo (publicado em 08-12-2019) | | | | Enquanto isso, falta espaço para talentos mais maduros nas organizações
Dos jovens aos mais maduros, o setor automotivo parece ter espaço para agregar diversidade geracional. De acordo com o estudo Diversidade no Setor Automotivo, ainda que talentos com mais de 50 anos sejam relevantes, as empresas têm buscado atrair pessoas mais jovens. Segundo a pesquisa, 25% das empresas têm programas estruturados para promover e incluir as diferentes gerações internamente.
Atualmente, a maior parcela da força de trabalho do segmento (70%) está concentrada em profissionais das gerações X e Y, pessoas que tem entre 31 e 60 anos. Os colaboradores entre 21 e 30 anos representam a segunda parte mais significativa (25%), enquanto jovens de até 20 anos, geração Z, são 4%. Talentos acima de 60 anos são os que menos têm espaço no setor, de apenas 1% - concentrados principalmente em posições de liderança e, portanto, com grande influência na tomada de decisão.
A tendência é a busca por atrair talentos mais jovens, sob influência da lei Aprendiz Legal, que determina a contratação de pessoas entre 14 e 24 anos por empresas de médio e grande. Com isso, 84% das organizações automotivas têm metas para a contratação de aprendizes, enquanto apenas 34% contam com metas para recrutar profissionais +50.
Na liderança, os jovens também se sobressaem: 9% das empresas têm metas para jovens em cargos de liderança, contra 3% para pessoas +50. Quando observada a intersecção entre gênero e geração, o estudo aponta que as mulheres saem mais cedo do setor – o que dificulta que as empresas tenham boa representatividade de profissionais mais velhas, acima de 50 anos.
| Automotive Business (publicado em 06-12-2019) | | | | País é um dos maiores fornecedores de componentes eletrônicos do mundo e quer estreitar laços com o Brasil
A inovação do setor automotivo a partir das tendências de eletrificação, carros conectados, autônomos e serviços de compartilhamento está elevando a relevância de Taiwan na indústria global. O país é um dos principais fornecedores de componentes eletrônicos para importantes mercados como Estados Unidos, Japão, China e Alemanha: do total exportado pelo segmento, 65% são destinados a estes países.
“O faturamento de eletrônicos automotivos aumentou 5,6% em 2018 com US$7,34 bilhões e a tendência só cresce”, afirmou Chiang Chih Wei, gerente da Taitra, Taiwan Trade Center, durante o Seminário de Autopeças de Taiwan, realizado esta semana em São Paulo.
O Brasil ainda não figura na lista dos mais expressivos importadores de autopeças de Taiwan, com pouco mais de 0,67% de participação de mercado. “Temos bons distribuidores no Brasil, alguns líderes em seus segmentos, mas precisamos reforçar a nossa presença aqui”, disse Rachel Lu, diretora da Taitra.
Para intensificar as relações comerciais com o setor de autopeças brasileiro, a Taitra pretende levar um grupo de empresários e sistemistas para a AMPA, feira do segmento no país e que acontecerá entre 15 a 18 de abril de 2020. “Queremos ampliar nossa participação no mercado de autopeças brasileiro. Nossos produtos têm reconhecimento internacional e atendem às diversas normas de certificação e estamos preparados para crescer também no Brasil”, complementou.
A fabricação de autopeças é um dos setores mais produtivos de Taiwan, onde existem mais de 2,5 mil fábricas em todo o país. Em 2018, o faturamento global alcançou U$6,70 bilhões, sendo que 85% das autopeças são exportadas. No geral, os produtos eletrônicos fabricados em Taiwan lideram o ranking global de roteadores (76%), cabos de conexão (77%), terminais xDSL (52%), terminais e módulos de conexão 4G (46%).
Para o setor de autopeças, as perspectivas são ainda mais positivas a partir do aumento significativo de componentes eletrônicos no carro do futuro, desde centrais multimídia até motores elétricos, além de itens de carroceria, como rodas com sensores, lâmpadas de LED, e de segurança, tais como sensores e câmaras para sistema avançado de assistência ao motorista, sensores de colisão, aviso de saída de faixa, câmera com visão de 360 graus, sensor de ponto cego e painel de realidade aumentada, entre outros.
| Automotive Business ( publicado em 06-12-2019) | | | | Empresa mantém plano de investimento e vai lançar mais sete veículos em 2020
“A boa notícia do ano é que já é dezembro.” Assim Carlos Zarlenga, presidente da General Motors América do Sul, começou uma breve conversa com jornalistas na noite da quinta-feira, 6, pouco antes de anunciar a concessionários e fornecedores, em São Paulo, os dois últimos lançamentos de 2019 (duas versões do SUV Equinox 1.5 para completar os 11 prometidos) e o plano “7 em 20”, de lançar mais sete carros no ano que vem. O alívio de Zarlenga com o fim do ano se justifica pelo período que deve novamente fechar com prejuízo, apesar dos bons resultados comerciais no Brasil.
Em volumes, o desempenho anual pode ser considerado bom: as vendas no Brasil são de 9% a 10% maiores do que em 2018, devem ficar acima de 450 mil unidades e a GM lidera o mercado brasileiro pelo quarto ano consecutivo, com ganho de participação e fatia de quase 18% das vendas nacionais de veículos. E isso aconteceu mesmo com aumentos de preços dos veículos acima da inflação, que no caso dos modelos Chevrolet, segundo Zarlenga, foram de 5,3% na média do ano, contra inflação de 3,9%.
No caixa, no entanto, a forte desvalorização cambial do real e do peso argentino afasta qualquer possibilidade de fechar o ano com resultado positivo em dólares – o que interessa à matriz nos Estados Unidos.
O câmbio já havia contabilizado prejuízos no ano passado, o que detonou no início de 2019 a ameaça de fechamento de fábricas e redução de atividades na região, superada por duras negociações de cortes de custos com empregados, fornecedores, concessionários e governo estadual de São Paulo, que acabou concedendo incentivos fiscais de ICMS para fechar com a GM um novo plano de investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas paulistas da empresa em São Caetano do Sul e São José dos Campos, no período de 2020 a 2024. Fica a dúvida se o novo prejuízo poderá afetar esses planos.
“O problema aqui segue sendo a desvalorização cambial. Se não fosse isso teríamos fechado o ano melhor. Com o dólar nesse nível de R$ 4,20 é difícil ter rentabilidade. A melhor chance de corrigir isso seria aumentar as exportações, mas aí precisa de competitividade. Apesar disso, estamos empolgados com as mudanças que acontecem e que podem mudar esse cenário. Nesse sentido nosso plano de investimento de R$ 10 bilhões dá a oportunidade de transformar a GM Brasil em uma fabricante mais competitiva”, avalia Carlos Zarlenga.
Segundo o presidente da GM, os primeiros resultados do programa de investimento “vão começar a aparecer já em 2020, mas está mais focado na modernização de duas fábricas (São José e São Caetano) e no desenvolvimento de novos produtos”.
A GM trabalha com a expectativa de que em 2020 serão vendidos 3,05 milhões de veículos no Brasil – o que significa alta próxima a 9% sobre os 2,8 milhões esperados para 2019. Com o bem-sucedido lançamento da nova família Onix já nos últimos meses deste ano e a chegada de novos SUVs para breve – incluindo o novo Tracker nacional que começa a ser produzido em São Caetano no primeiro trimestre –, a ideia é manter o nível de participação atual da marca Chevrolet em torno de 17% a 18%.
“É preciso lembrar que no Brasil caminhamos para juros reais de menos de 2% ao ano. É a primeira vez que isso acontece e ainda não sabemos qual será o efeito real na economia. Será muito interessante ver o resultado daqui a seis meses. O crédito barato e abundante pode aquecer o mercado acima das expectativas”, pondera Zarlenga.
MAIS INTEGRAÇÃO E EXPORTAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL
Embora não exista perspectiva de crescimento relevante das exportações brasileiras de veículos em 2020 (este ano a queda é de 33%), a GM estima aumentar em 35% suas vendas externas, de 76 mil unidades embarcadas em 2019 para 103 mil no ano que vem, graças ao início das vendas dos novos Onix e Onix Plus em mais mercados da América Latina, incluindo o México.
Zarlenga revelou que faz parte dos planos uma maior integração das unidades produtivas da companhia na América do Sul, onde a GM tem fábricas na Argentina, Brasil, Colômbia e Equador. “A ideia é fazer produtos diferentes nessas plantas para aumentar as trocas comerciais entre os países da região, incluindo o México”, diz o executivo. “Na Colômbia, por exemplo, vamos fazer investimentos para produzir lá veículos que possam ser enviados ao mercado brasileiro, até para que possamos enviar mais unidades para lá dentro do acordo comercial automotivo dos dois países”, explica.
Por enquanto, Zarlenga diz que o quadro de convulsão social em diversos países sul-americanos como Chile, Peru, Equador, Bolívia e Colômbia ainda não afetou os resultados e os planos da empresa. Mesmo na Argentina, onde o mercado local amarga dois anos seguidos de crise econômica intensa, o presidente da GM prevê que o quadro pode melhorar.
“Não temos expectativa de grande crescimento na Argentina, mas pode ser um pouco melhor. Este ano esperávamos desempenho até pior e o mercado argentino vai fechar perto de 440 mil veículos, acima do previsto que não passava de 410 mil. O novo governo do país assume agora e precisamos esperar para ver como fica, mas vejo avanços nas discussões comerciais entre Argentina e Brasil”, lembra Zarlenga. “Não se pode esquecer que a Argentina tem controle cambial e isso incentiva as pessoas a investir em bens duráveis, como carros. Isso poderá surpreender em 2020”, assinala.
| Automotive Business (publicado em 06-12-2019) | | | | Mercado ainda em contração puxa desempenho do setor para baixo
A produção de veículos na Argentina no acumulado do ano até novembro despencou ao registrar volume 32,7% menor do que em igual período do ano passado. De acordo com o balanço divulgado pela Adefa, associação dos fabricantes, aponta que foram fabricadas pouco mais de 300,2 mil unidades em onze meses. Há um ano, esse total era superior a 446,1 mil. O volume considera apenas veículos leves, entre automóveis e comerciais leves.
O baixo desempenho das linhas de montagem reflete a baixa demanda do mercado: no mesmo período, as vendas no atacado (das fábricas para as redes de concessionários) diminuíram 46%, passando de 633,3 mil para 341,3 mil neste ano.
Da mesma forma, as exportações a partir da Argentina recuaram 16,7% em comparação com o mesmo acumulado de 2018, para pouco mais de 205,2 mil veículos leves. Deste total, 67% foram enviados ao Brasil – com 137,1 mil unidades, 33% menos do que há um ano.
“Nós trabalhamos intensamente para gerenciar essa situação. É essencial estabilizar as variáveis da economia e, assim, eliminar a incerteza no mercado local, para que, além de uma potencial melhora na demanda externa, permita-nos começar a registrar resultados positivos durante o próximo ano”, afirmou o novo presidente da Adefa, Gabriel López, da Ford.
| Automotive Business (publicado em 06-12-2019) | | | | Marina Willisch assume o lugar de Marcos Munhoz, que se aposenta após 48 anos na companhia
A partir de janeiro, a executiva Marina Willisch assume a vice-presidência de relações governamentais e comunicação da General Motors para a América do Sul. Ela vai ocupar o cargo de Marcos Munhoz, que está se aposentando após 48 anos de atuação na companhia.
Marina Willisch é advogada por formação e vem atuando como diretora tributária da GM para a América do Sul. Está na montadora desde 2013. Sua experiência no setor automotivo inclui também uma passagem por dez anos na Mercedes-Benz do Brasil.
Questionada sobre o recente recall que atingiu os novos Chevrolet Onix por risco de incêndio, Marina afirmou que este é um caso passado por causa da grande adesão ao chamado e em virtude da solução encontrada rapidamente pela empresa.
| Automotive Business (publicado em 06-12-2019) | | | | Projeto do caminhão elétrico Nikola TRE, primeiro fruto da joint venture com a Iveco
A Iveco e a Nikola já estão em fase de desenvolvimento do primeiro caminhão elétrico da partir da joint venture anunciada em setembro deste ano agora oficializada pelas companhias.
Baseado na nova plataforma de caminhões pesados que a Iveco utiliza no modelo europeu S-Way, o Nikola TRE integra tecnologia, controles e informações da Nikola. Os testes começam no ano que vem a partir de seu lançamento previsto para o IAA 2020, em Hannover, na Alemanha.
Pelos planos da nova joint venture, a Nikola fornecerá sua experiência em células de combustível e tecnologias avançadas, assim como seu modelo de negócio de locação com taxa única e tudo incluso, enquanto a Iveco, juntamente com a FPT Industrial, contribuirá com seu know how de engenharia e produção dos caminhões. As operações de vendas e pós-vendas do Nikola TRE serão feitas pela rede de concessionárias Iveco em toda a Europa.
“O foco crescente no reconhecimento de que são necessárias reduções fundamentais nas emissões automotivas está levando nossa empresa a buscar soluções tecnológicas avançadas”, disse Hubertus Mühlhäuser, CEO da CNH Industrial. “A joint venture com a Nikola é uma prova da competência técnica dos parceiros da marca, o que resultará em benefícios ambientais tangíveis para os transportadores da Europa.”
“Essa parceria é uma vitória para todos os envolvidos. Desde que lançamos o Nikola One, em 2016, caminhoneiros e pessoas de governos pedem para trazermos o Nikola à Europa. Por isso, precisávamos do parceiro certo para nos ajudar a entrar no mercado europeu e a CNH Industrial é o parceiro comercial ideal”, afirma o CEO da Nikola Motors, Trevor Milton.
| Automotive Business (publicado em 06-12-2019) | | | | A Schneider Electric está lançando em todo o Brasil a sua nova linha de tomadas e interruptores com nanotecnologia, que se regeneram de avarias com o calor.
No Paraná, um workshop promovido pela Reymaster Materiais Elétricos foi o ambiente escolhido para a fabricante apresentar aos profissionais da região a tecnologia inovadora da Orion Class.
“A Orion Class possui nanopartículas em sua composição que ativadas com o calor se regeneram. Ou seja, sua vida útil é incomparável”, afirmou a representante da Schneider Aline Santos.
O grande diferencial da linha fica por conta do metal Fênix, produzido na Itália com nanotecnologia que proporciona maior resistência ao produto. Este componente é anti-ranhura, garantindo que as placas não tenham marcas, manchas ou riscos. Caso o produto sofra algum atrito, basta cobrir a placa com um pano e colocar o item em contato com alta temperatura (ferro de passar, secador, etc). Dessa forma, o estado do produto volta ao original.
Segundo o participante Lucas Pariz, da construtora Opera Prima, “os clientes hoje em dia não tem tempo a perder e não querem se preocupar com futuros reparos que venham a ocorrer em seus empreendimentos e por isso este tipo de tecnologia vem ao encontro deste novo estilo de vida moderno”.
O evento, realizado no Centro de Treinamentos da Reymaster em Curitiba, reuniu cerca de 50 profissionais de elétrica que tiveram a oportunidade de conhecer também outras novidades que integrarão o dia a dia em uma obra ou em um ambiente industrial no futuro.
Os destaques ficaram para alguns dos produtos lançados em 2019, como os disjuntores MTZ e relês controlados via celular, além do botão biométrico que aumenta a segurança na operação de máquinas na indústria. Segundo o palestrante André Moreira, gerente de distribuição da Schneider, são lançados todo o ano em média 300 produtos.
| CIMM | | | | Ele é tão eficaz que pode ser usado para fornecer energia para sensores ou até para pequenos processadores de computador.
Esquema do experimento que testou o novo material, a película ilustrada em marrom.
Efeito Seebeck
Os materiais termoelétricos convertem o calor em energia elétrica devido ao chamado efeito Seebeck: Se houver uma diferença de temperatura entre as duas extremidades desse material, gera-se uma tensão elétrica e uma corrente começa a fluir dele.
A quantidade de energia que pode ser gerada é medida pelo chamado valor ZT. Os melhores materiais termoelétricos conhecidos até agora apresentavam valores de ZT em torno de 2,5 a 2,8.
Uma equipe da Áustria descobriu agora um material completamente novo com um valor de ZT entre 5 e 6.
Ele é tão eficaz que pode ser usado para fornecer energia para sensores ou até para pequenos processadores de computador. Em vez de conectar pequenos aparelhos elétricos a cabos de energia, os dispositivos podem gerar sua própria eletricidade a partir de diferenças de temperatura presentes no próprio aparelho ou no ambiente.
Eletricidade e temperatura
Além de apresentar um forte efeito Seebeck, um bom material termoelétrico deve conduzir eletricidade o melhor possível e transportar o calor o pior possível, duas exigências que são difíceis de conciliar.
Bernhard Hinterleitner e seus colegas da Universidade Técnica de Viena encontraram a combinação perfeita em uma mistura de ferro, vanádio, tungstênio e alumínio.
"Os átomos neste material são geralmente organizados em um padrão estritamente regular na chamada estrutura cúbica centrada na face," conta o professor Ernst Bauer. "A distância entre dois átomos de ferro é sempre a mesma, e o mesmo vale para os outros tipos de átomos. O cristal inteiro é, portanto, completamente regular".
Contudo, quando uma camada fina do material é aplicada sobre uma base de silício, algo surpreendente acontece: a estrutura muda radicalmente. Embora os átomos ainda formem um padrão cúbico, eles passam a se organizar em uma estrutura centrada no espaço, e a distribuição dos diferentes tipos de átomos se torna completamente aleatória.
Essa mistura de regularidade e irregularidade do arranjo atômico também altera a estrutura eletrônica, que determina como os elétrons se movem no sólido - eles passam a se movimentar por meio dos chamados férmions de Weyl, o que resulta em uma resistência elétrica muito baixa. Já as vibrações da rede cristalina, que transportam calor de locais de alta temperatura para locais de baixa temperatura, ficam inibidas pelas irregularidades na estrutura do cristal, fazendo a condutividade térmica diminuir.
"É claro que uma camada tão fina não pode gerar uma quantidade particularmente grande de energia, mas ela tem a vantagem de ser extremamente compacta e adaptável," disse Bauer. "Queremos usá-la para fornecer energia para sensores e pequenas aplicações eletrônicas".
| CIMM (publicado em 08-12-2019) | | | | Seguindo a decisão de suas concorrentes Usiminas e CSN no mercado de aços planos, a Gerdau também decidiu elevar os preços do aço em 9,5% a partir do dia 2 de janeiro, apurou o Valor com fontes do setor. A empresa não comenta reajustes de preços aos seus clientes.
A companhia fabrica dois tipos de aço plano: laminado a quente, para diversas aplicações na indústria e construção civil, e chapa grossa, que tem usos mais específicos, como a indústria naval e de implementos agrícolas.
A primeira siderúrgica a falar em aumento do aço em janeiro foi a Usiminas, na sexta-feira passada, de 5%. Antes, no fim de outubro, a empresa já tinha informado reajuste de outros 5% ao longo deste trimestre.
Na noite de terça-feira, conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informação e tempo real do Valor, a CSN decidiu elevar em 10% os preços dos aços que fabrica a partir de 1º de janeiro. A informação foi passado ao jornal pelo diretor executivo comercial e de logística da siderúrgica, Luiz Fernando Martinez.
O aumento contempla todos os tipos de aços da CSN: planos e longos. A nova tabela vai atingir os consumidores de distribuição, construção civil, fabricantes de tubos e indústria em geral.
Com as montadoras de automóveis, segundo Martinez, as negociações estão na fase final, segundo o diretor, envolvendo um reajuste de 5% a 7,5%. Os novos preços para os clientes do setor automotivo também valerão a partir do início de janeiro.
O motivo do aumento de preços em janeiro, segundo o diretor, são o câmbio — dólar na faixa de R$ 4,20 — e o prêmio negativo do produto nacional em relação ao importado internado nos portos brasileiros, que se encontra entre 4% e 6%.
Segundo uma fonte disse ao Valor, na noite desta quarta-feira, a ArcelorMittal Tubarão também deve divulgar o reajuste de seus produtos — laminados a quente, a frio e galvanizados. A tendência é que a empresa aplique percentual semelhante aos de Gerdau e CSN.
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