| 10 de mARÇO de 2020
Terça-feira
- Contratação de mulheres cresce 38,33% no Paraná
- Motivadas e produtivas: iniciativa simples muda a vida das mulheres de uma indústria
- Paraná tem 33 casos de coronavírus em investigação
- Empresas têm 30 dias para pagar diferença de imposto de produtos comprados em SC
- Indústria do Brasil tem melhor janeiro em 3 anos, mas não indica mudança de tendência
- Após duas quedas seguidas, produção industrial cresce 0,9% em janeiro
- Caixa e Banco do Brasil planejam socorro a empresas afetadas por coronavírus
- Caixa Seguridade avalia suspender IPO
- O que mudou no programa de emprego de Bolsonaro; relatório será votado nesta terça
- Ministro de Minas e Energia diz que não há medida emergencial para crise e nega aumento da Cide
- Economistas esperam crescimento de 1,99% para o PIB e taxa básica em 3,5% ao ano
- Estratégia de Guedes de restringir gasto público divide economistas
- Comissão do Senado aprova projeto que permite a consumidor comprar energia direto de usina
- Dólar opera em queda, abaixo de R$ 4,70, após as turbulências da véspera
- Petróleo sobe 6% após registrar maior queda desde 1991
- Petróleo recupera parte das perdas e fecha em alta
- Sem previsão de acordo, Supremo faz nova reunião para tentar conciliação sobre tabela de frete
- Jean Paul Prates questiona política de preços para a Petrobras e se manifesta contra privatização da empresa
- Artigo: Baixa do petróleo vai tirar ainda mais dinheiro do governo
- Queda no preço do petróleo deve reduzir competitividade do etanol no Brasil
- Preço da gasolina não deve cair, diz associação de postos
- Caminhoneiros veem queda do petróleo com pessimismo
- Importador de combustível vê oportunidade em queda do petróleo
- Segurança com o 5G preocupa oito em cada 10 empresas, diz estudo da Accenture
- Vendas de implementos crescem 4% no 1º bimestre
- Volkswagen Caminhões e Ônibus treinou quase 2 mil motoristas no ano passado
- Fundação Volkswagen agora se chama Fundação Grupo VW
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Câmbio
Em 10/03/2020
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Dólar
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Euro
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Fonte: BACEN
| | | | Foram 21.302 novos empregos gerados em 2019. Foi o quarto estado que mais gerou novas vagas para mulheres, segundo o Caged. Serviços, comércio e indústria de tranformação foram os principais setores.
O Paraná gerou 21.302 novos empregos para mulheres em 2019, números que representam um aumento de 38,33% em relação ao mesmo período de 2018. Foi o quarto maior em geração de empregos para mulheres, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
O Estado ficou atrás apenas de Santa Catarina (30.257), Minas Gerais (35.649) e São Paulo (94.469). “A mulher demonstra cada vez mais preparo e qualificação para se inserir no mercado de trabalho”, diz o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost. Na Secretaria, atuamos com as Agências do Trabalhador e com o Departamento de Garantias do Direito da Mulher. Cada vez mais aumentam os números de empregabilidade feminina”, afirma.
Em relação aos serviços que mais geraram emprego para a população feminina em 2019, o destaque ficou com o setor de serviços, com um saldo de 15.049 novos postos de trabalho. Em seguida vem o comércio, com saldo de 5.542 vagas, e indústria de transformação, com saldo de 688 novos empregos para mulheres.
PRIMEIRO - Na atividade de serviços combinados de escritórios e apoio administrativo o Paraná ocupa a primeira posição do ranking dos estados de 2019. “Esse destaque contribuiu com um saldo de 3.027 empregos criados para mulheres, o que coloca o Paraná como o primeiro do País nessa atividade, sendo o estado que mais contrata mulheres neste setor”, explica a economista da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, Suelen Glinski.
CAPITAL - Curitiba foi o município paranaense que mais gerou empregos para mulheres no ano passado: 8.218 novas vagas. A capital do Paraná se apresenta como o terceiro maior município do Brasil em relação a empregos formais gerados no mercado de trabalho feminino, atrás apenas de Brasília (8.254) e São Paulo (43.057).
EXPECTATIVA - A curitibana Michele Demiciano, 30 anos, estava desempregada, conseguiu uma vaga por meio da Agência do Trabalhador da capital e agora atua em uma empresa de cobrança. “Já tinha encaminhado currículo para diversos lugares e nada. Então resolvi agendar um horário pela internet na Agência do Trabalhador, recebi o encaminhamento, fiz entrevista de emprego e consegui essa vaga que estou hoje”, explicou Michele.
“Por ser mulher e ter filhos fica mais difícil conseguir um emprego, pelo fato de ter que conciliar os horários com a escola, casa e tudo mais. Então valeu muito conquistar esta vaga e poder ter essa independência. Nós, mulheres temos capacidade e direito como todos os homens e podemos e devemos trabalhar da mesma maneira”, concluiu.
A operadora de caixa no Hiper Condor do Pinheirinho, em Curitiba, Mikaela Taborda de Deus, 21 anos, conseguiu seu primeiro emprego há três anos. “Sou muito grata por essa oportunidade de trabalho, já estou na empresa há três anos e poder mostrar o meu valor como mulher e o meu potencial não tem preço, pois é trabalhando aqui que consigo tirar o sustento para minha casa, para minha família e minha vida”.
A Rede Condor é uma das principais parceiras da Agência do Trabalhador de Curitiba. “Temos uma parceria muito fortalecida com a Agência do Trabalhador de Curitiba e aqui temos muitas mulheres empregadas em diversas áreas, o que ajuda a ampliar essa força feminina no mercado de trabalho, cada vez mais mostrando sua independência”, disse a gerente de Recursos Humanos Charmoniks Heuer.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Programa de saúde da mulher da Saviplast, fabricante de embalagens plásticas, contribui para elevar autoestima, inserir hábitos saudáveis e aumentar a produtividade
Trabalhadoras da Saviplast participam de conversas em que compartilham experiências e desafios
Até três anos atrás Kelen Rodrigues, 26 anos, assistente de estoque da Saviplast, fabricante e distribuidora de embalagens plásticas para a indústria, sentia-se desanimada para tudo, inclusive para ir ao trabalho. A situação começou a mudar quando decidiu frequentar oficinas com atividades práticas e vivenciais criadas especificamente para as mulheres da empresa.
Nesses momentos, ao compartilhar seus problemas, Kelen percebeu que tinha muito mais em comum com as colegas do que imaginava. “Vimos que todas temos desafios e que poderíamos nos apoiar mutuamente e isso renovou minhas esperanças”, declara. O processo tanto contribuiu para a aumentar a autoestima, que Kelen voltou a estudar e concluiu o ensino médio.
A ideia do programa Mais Saúde surgiu depois que os gestores da Saviplast perceberam que era preciso fazer mais pelas colaboradoras da empresa. Dos 103 funcionários da sede, em Caxias do Sul (RS), 80% são mulheres. Muitas convivem com problemas semelhantes, como depressão, violência doméstica e gravidez precoce.
“Percebi que não estávamos fazendo nosso papel social, que não bastava pagar salário e benefícios. Temos funcionárias de diferentes faixas etárias (23 a 65 anos), inclusive em situação de vulnerabilidade social, e nos demos conta de que, para algumas, talvez fosse preciso, por exemplo, um horário diferenciado”, conta o analista de recursos humanos e técnico em segurança Ricardo de Leon, da Saviplast.
A assistente Kelen Rodrigues superou a depressão ao começar a participar do programa Mais Saúde Saviplast
A iniciativa de apoio às mulheres contou com a expertise do SESI
Para construir a inciativa, a empresa contou com apoio do Serviço Social da Indústria (SESI), que disponibilizou uma psicóloga que ajudou a identificar o que poderia ser feito. Leon lembra que a empresa queria um projeto com muita vivência, que envolvesse dança, música, oficinas, atividades visuais, abrindo diversas possibilidades para que as mulheres aproveitasse as experiências e os aprendizados. Foi então que, em 2017, a equipe do SESI elaborou o Mais Saúde Saviplast, um programa motivacional customizado, com duração de seis meses.
No começo, a ideia foi recebida com resistência. Apenas 20 das 60 colaboradoras convidadas apareceram. “Elas achavam que seria uma palestra, algo tedioso”, lembra Leon. No entanto, quem participou se surpreendeu e a notícia correu a empresa. As duas reuniões por mês estavam sempre lotadas. Hoje, mais de 90% das trabalhadoras participam do programa. Kelen recorda como a iniciativa foi importante para superar traumas do passado.
“Tive depressão por questões que enfrentei na minha família, mas fui bem acolhida pelo grupo. Consegui renovar minhas forças e seguir em frente. Ao aprender a escutar a experiência das outras, melhorei o diálogo com meus filhos e percebi a importância de programar mais atividades com a minha família”, conta Kelen.
O segredo do sucesso de um programa como este é a costumização. Para o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, ambientes de trabalho saudáveis devem considerar não só à saúde física, mas emocional das pessoas e dos relacionamentos e da adequação do espaço e organização do próprio trabalho.
“Os programas de saúde corporativos devem ser construídos com base nas necessidades específicas de cada perfil de trabalhador. No caso das mulheres, é importante levar em consideração outros aspectos sociais, como o fato de que são mais demandadas no cuidado com a família. Isso somado às demais obrigações do dia a dia pode, por exemplo, deixa-las mais propensas a desenvolver estresse”, destaca.
O analista de recursos humanos Ricardo de Leon comemora a iniciativa: "Encontros mensais são muito aguardados"
Os benefícios também chegaram ao chão de fábrica
Quando o projeto chegou ao fim, os resultados eram visíveis, tanto na qualidade de vida das funcionárias quanto no desempenho da indústria.
Leon, um dos líderes da iniciativa, diz que houve diminuição no número de faltas e na rotatividade do quadro de trabalhadores. Um efeito secundário do programa foram os ganhos no relacionamento entre as funcionárias. "As relações sociais melhoraram muito entre as equipes de turnos diferentes, que sempre alimentaram certa rivalidade", diz. Além disso, a Saviplast observou redução de desperdícios. "Nosso processo industrial melhorou", sintetiza Leon.
| CNI | | | | Desde o informe divulgado na sexta-feira (06), sete casos foram descartados nas cidades de Curitiba (2), Foz do Iguaçu (2), Maringá (2) e Londrina (1) e outros 15 suspeitos foram registrados. Desde o início do monitoramento, em janeiro, são 50 casos investigados no Paraná e 20 descartados.
De acordo com boletim divulgado nesta segunda-feira (09) pela Secretaria de Estado da Saúde, há 33 casos suspeitos de coronavírus no Paraná. Desde o informe divulgado na sexta-feira (06), sete foram descartados nas cidades de Curitiba (2), Foz do Iguaçu (2), Maringá (2) e Londrina (1) e outros 15 suspeitos foram registrados. Desde o início do monitoramento, em janeiro, são 53 casos investigados no Paraná e 20 descartados. Nenhum caso foi confirmado.
Os novos casos suspeitos estão em Curitiba (8), Foz do Iguaçu (1), Londrina (2) e Ponta Grossa (4).
A secretaria estadual informa que, a partir de agora, o método de divulgação de casos em investigação terá somente a Regional de Saúde, o município e o número de casos descartados e/ou suspeitos em análise, não mais dados adicionais, como datas, históricos de viagens e coleta de amostra, entre outros. A mesma metodologia já é utilizada em boletins semanais como o da febre amarela.
A mudança é necessária devido ao alto número de notificações enviadas via sistema para a Secretaria de Estado da Saúde, o que inviabiliza a compilação diária.
As informações oficiais podem ser acessadas no boletim diário divulgado no site da secretaria ou diretamente AQUI . Os dados são compilados todos os dias até as 12 horas. Após este horário, qualquer nova informação será inserida no próximo boletim.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Devem regularizar a situação as empresas que compram no estado de Santa Catarina produtos de segmentos excluídos do regime de substituição tributária no estado vizinho, e que não recolhem a diferença de ICMS ao Paraná. A não regularização gera multa e denúncia ao Ministério Público.
As empresas que compram no estado de Santa Catarina produtos de segmentos excluídos do regime de substituição tributária no estado vizinho, e que não recolhem a diferença de ICMS ao Paraná, dispõem de 30 dias para regularizar os pagamentos.
O secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, alerta que as empresas que não pagarem de forma espontânea estão sujeiras à multa e a serem autuadas e denunciadas ao Ministério Público. De acordo com ele, o Paraná deixou de arrecadar cerca de R$ 14 milhões no ano passado em função do não recolhimento da diferença do tributo ao Paraná.
Garcia Junior explica que o governo catarinense retirou uma série de produtos do regime de substituição tributária, em que o ICMS de toda a cadeia produtiva é recolhido na indústria. Com isso, empresas compram em Santa Catarina pagando um imposto bem menor e não recolhem a diferença quando ingressam no Paraná.
“Trata-se de um mecanismo de sonegação”, afirma o secretário. “Estamos tomando as medidas necessárias não só para a regularização dos pagamentos, mas também para identificar a natureza dessas operações”.
São sete os grandes segmentos em que a Receita Estadual do Paraná identificou a sonegação: materiais de construção, elétricos, ferramentas, papelaria, celulares, tintas e lâmpadas e reatores.
“Ao não recolher parte do imposto, a empresa sonegadora pode vender mais barato e fazer um certo capital de giro nesse período, criando competição predatória”, destacou o secretário. Ele ressalta que ao identificar a prática, será feita denúncia ao Ministério Público e à Polícia Civil para abertura de inquérito.
AUDITORIA – O diretor-geral da Receita Estadual, Roberto Tizon, ressalta que o Estado vizinho fez as mudanças sem coordenação com as demais unidades da federação, nem mesmo no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendário (Confaz). “Agora, as empresas têm a oportunidade de regularização, pagando apenas atualização monetária. Se não o fizer, já identificamos aquelas mais relevantes em cada ramo, e aí a cobrança terá multa e juros”, informa.
Ele alerta que serão feitas, também, operações amplas de fiscalização em todas as rodovias entre os dois Estados, além de auditorias nas empresas.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 09-03-2020) | | | | O Brasil iniciou 2020 com aumento na produção industrial e o melhor resultado para janeiro em três anos, interrompendo dois meses de taxas negativas diante de um salto nos investimentos, mas ainda sem apontar mudança de tendência.
A produção industrial brasileira teve em janeiro alta de 0,9% na comparação com o mês anterior, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Esse foi o resultado mais alto desde outubro, quando também cresceu 0,9%, e a melhor leitura para o mês de janeiro desde 2017, quando aumentou 1,1%.
O resultado de janeiro ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,6%, mas não foi suficiente para recuperar a perda acumulada de 2,4% em novembro e dezembro.
Em relação a janeiro de 2019, a indústria teve recuo de 0,9% na produção, terceira queda seguida, contra projeção de perda de 1,0%.
"O resultado positivo de agora deriva mais de uma base fraca, em cima de dois meses seguidos de quedas, do que uma melhora de cenário ou ambiente", avaliou o gerente da pesquisa, André Macedo.
"No fim do ano passado, houve período de férias coletivas em setores como automóveis e metalurgia, e é natural que com a volta ao trabalho haja aumento de produção", completou.
O IBGE apontou que, entre as categorias econômicas, o destaque ficou para Bens de Capital, uma medida de investimento, com um salto de 12,6% sobre dezembro, interrompendo o comportamento negativo visto desde maio de 2019, período em que acumulou redução de 14,8%.
A fabricação de Bens Intermediários aumentou 0,8%, enquanto a de Bens de Consumo cresceu 0,4%. De acordo com o IBGE, a retomada da produção nas indústrias de veículos depois do período de férias coletivas ajudou nos resultados positivos.
Entre os ramos pesquisados, 17 de 26 avançaram. As influências positivas mais importantes foram de máquinas e equipamentos (11,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%), metalurgia (6,1%), produtos alimentícios (1,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%).
"Apesar da alta, a indústria ainda está muito distante do pico de produção (17,1% em maio de 2014), operando no nível do começo de 2019", disse Macedo, que alertou ainda para o provável impacto do coronavírus no setor.
"O coronavírus é uma realidade e ainda não há efeitos em janeiro, mas ele deve ter impacto na indústria. Não sabemos se já em fevereiro ou em março, e em que intensidade isso vai aparecer."
Em 2019, a indústria brasileira teve crescimento de apenas 0,5%, igualando o desempenho de 2018, de acordo com os dados do PIB.
Para este ano, a expectativa de economistas é de um crescimento de 2% da indústria, segundo a pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central.
| UOL | | | | Foi o melhor janeiro desde 2017, mas setor ainda acumula queda de 1% em 12 meses.
A produção industrial brasileira cresceu 0,9% em janeiro, na comparação com dezembro, segundo divulgou nesta terça-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe dois meses de queda do setor, período em que a perda acumulada chegou a 2,4%.
Foi o melhor janeiro desde 2017, quando ficou em 1,1%, e o avanço mensal mais forte desde outubro de 2019, quando também houve alta de 0,9%. Foi também a primeira alta em janeiro, na comparação com dezembro, desde 2017.
O resultado veio melhor do que a mediana das projeções de analistas ouvidos pelo Valor Data, que previam alta de 0,7% no primeiro mês do ano.
Na comparação com janeiro do ano passado, porém, houve queda de 0,9%, com recuo também no acumulado dos últimos 12 meses (-1%).
O resultado é o primeiro indicador do ano da atividade do setor, que registrou queda de 1,1% em 2019 após dois anos seguidos de altas.
Mesmo com o bom desempenho em janeiro, o setor industrial ainda se encontra 17,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, quando o setor atingiu seu maior pico de produção na série histórica da pesquisa.
"É como se estivéssemos operando no mesmo patamar em que estávamos entre janeiro e fevereiro de 2009", destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Produção industrial cresce em janeiro após duas quedas seguidas, aponta IBGE
O pesquisador reiterou diversas vezes que o crescimento de janeiro precisa ser relativizado e que o resultado não indica uma mudança na trajetória do setor.
"A gente permanece com uma leitura de predominância em termos negativos embora o setor tenha mostrado um avanço para este mês frente ao patamar que havia finalizado no ano passado", destacou.
Resultado por atividades
Segundo o IBGE, a produção avançou em janeiro em 17 dos 26 ramos pesquisados, com destaque para máquinas e equipamentos (11,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%), metalurgia (6,1%), produtos alimentícios (1,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%).
"É o perfil mais disseminado de resultados positivos desde abril do ano passado", afirmou o gerente da pesquisa, destacando 4 dos 5 principais ramos que impulsionam o crescimento da indústria em janeiro viera de resultados negativos nos meses anteriores.
"Em novembro e dezembro houve uma perda acumulada de 2,4% e é sobre esse resultado que a indústria está crescendo", explicou o pesquisador.
Já as quedas mais relevantes em janeiro foram registradas nos ramos de impressão e reprodução de gravações (-54,7%) e indústrias extrativas (-3,1%), com o primeiro eliminando o crescimento de 92,2% assinalado nos três últimos meses de 2019 e o segundo completando o quinto mês consecutivo de queda, acumulando perda de 8,9% no período.
Já entre as grandes categorias econômicas, bens de capital registraram alta de 12,6% e bens de consumo duráveis, de 3,7%.
Macedo destacou, porém, que o crescimento nestes grupos aconteceu sobre uma base fraca. "Bens de capital cresceu 12,6% em janeiro, lembrando que somente em dezembro havia recuado 12,3%, o que dá a dimensão do tamanho da perda", observou.
Já a produção de bens intermediários avançou 0,8%. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis foi o único com variação negativa (-0,1%) em janeiro, e marcou o terceiro mês seguido de queda.
Impactos do coronavírus e perspectivas
Questionado se a indústria brasileira foi impactada pelo coronavírus, Macedo disse que ainda é cedo para fazer essa análise. "A principio os resultados não parecem ter algum tipo de efeito [do coronavírus]. Mas, a gente sabe que pode trazer algum impacto na parte de insumos pra abastecer o mercado doméstico, mas a gente não sabe quando vai aparecer e com qual peso", disse.
Segundo divulgou o IBGE na semana passa, o PIB da indústria cresceu 0,5% em 2019, mantendo o mesmo ritmo registrado em 2018, afetada pelo recuo da indústria extrativa e queda das exportações.
Em meio ao abalo provocado pelo coronavírus na economia global, os economistas avaliam que a economia brasileira deve crescer menos que o inicialmente esperado em 2020.
De acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, o mercado financeiro baixou a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2020, de 2,17% para 1,99%. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.
Já a previsão dos analistas para a alta da produção industrial em 2020 foi reduzida de 2,41% para 2%.
| G1 | | | |
Bancos veem oportunidade de novos negócios com linhas de crédito específicas para aquelas que sofrerem com a crise
A crise nos mercados deflagrada pela onda do coronavírus e pela queda do petróleo levou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a planejarem a ampliação de suas linhas de crédito para empresas que entrarem em dificuldades financeiras.
A estratégia comercial dos bancos públicos preenche um espaço deixado pelo governo, resistente a medidas de socorro à economia por considerar, entre outros motivos, que não há espaço orçamentário para pacotes dessa natureza.
O ministro Paulo Guedes (Economia) tem repetido que o caminho para conter a crise é aprofundar as reformas propostas.
Nos bastidores, técnicos do governo afirmam que não ter um plano de estímulo de curto prazo é uma estratégia para aumentar a pressão no Congresso pelas reformas, particularmente a administrativa e a tributária.
Mas com a Bolsa em queda e o dólar se aproximando de R$ 5, o governo começou a ser cobrado por medidas que vão além das reformas planejadas.
“Estamos prontos para ajudar, como colaboramos no ano passado com toda agenda de reformas. Acho que elas ajudam, mas certamente não são o único ponto para solucionar os danos da crise”, disse nesta segunda-feira (9) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Analistas de mercado consideravam a possibilidade de que a equipe de Guedes pudesse copiar o exemplo dos EUA e propor cortes de impostos ou a postergação do pagamento de tributos como alternativa às empresas que sofrem com a alta do dólar.
Como o país não tem condições fiscais de propor algo nesse sentido, Caixa e Banco do Brasil identificaram uma oportunidade de fazerem novos negócios com linhas de crédito específicas para empresas que sofrerem com a crise.
“Não é uma ordem do meu chefe [Paulo Guedes]”, disse à Folha Pedro Guimarães, presidente da Caixa. “Vamos oferecer mais linhas de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas que tiverem problemas de caixa.”
Guimarães disse que a Caixa vai ampliar as ofertas dessas linhas para esse tipo de empresa, mais “suscetível à retração econômica provocada pelo coronavírus”.
“Nossas taxas já são as mais baixas do mercado. Não haverá nenhuma mudança em relação a isso. A diferença é o volume. Poderemos entrar com mais força, com mais linhas, caso seja necessário.”
O surto do coronavírus tem causado temores sobre o crescimento global e o consequente impacto para a atividade no Brasil. O medo de contágio pode afastar pessoas de locais públicos, como restaurantes, lojas, shoppings, derrubando o consumo de forma geral.
Para evitar demissões de funcionários no setor de comércio e serviços diante da queda do consumo, a Caixa detectou a oportunidade de ampliar as linhas de capital de giro, uma forma de retardar esse processo.
Empresas de médio e grande portes podem ser suscetíveis tanto à queda da atividade econômica provocada pelo coronavírus como serem afetadas pelas variações cambiais.
A moeda americana disparou com a queda do preço do petróleo após as negociações entre a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a Rússia sobre um possível corte na produção de petróleo por conta do coronavírus terem sido abandonadas sem acordo na sexta-feira (6).
A Caixa não opera no câmbio, mas pretende oferecer empréstimos especialmente para companhias de grande porte que são clientes do banco e estejam expostas a variações cambiais. Construtoras e grupos que atuam em infraestrutura são alvos dessa medida.
No Banco do Brasil, o discurso é semelhante. O presidente da instituição, Rubem Novaes, afirma que ela está pronta para atender os clientes.
“O Banco do Brasil está preparado para ser a ponte necessária para os nossos clientes e empreendedores nos momentos de volatilidade e de necessidade de capital de giro”, disse, em nota.
Para ele, os ânimos estão exaltados, mas o estresse causado pelo coronavírus é pontual e temporário.
“Os mercados tendem a se acomodar após o susto do inesperado. Estamos confiantes na reaceleração da economia e do crédito”, afirmou. “É natural que os ânimos do mercado se exaltem, mas os fundamentos econômicos de longo prazo não mudaram, continuam sólidos”, disse.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | |
Motivo seria forte volatilidade do mercado ante incertezas sobre coronavírus e preços do petróleo
A Caixa Seguridade, braço de seguros e previdência da Caixa Econômica Federal, estuda suspender o processo de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A informação foi antecipada pela agência Reuters e confirmada pela Folha.
O adiamento do processo de abertura de capital da Caixa Seguridade seria devido à forte turbulência recente das Bolsas de Valores no mundo, segundo pessoas a par do assunto informaram à agência. A previsão inicial era que o IPO fosse concluído em abril.
Só nesta segunda-feira, a Bolsa de Valores brasileira encerrou com queda de 12,17%, aos 86.067 pontos, menor patamar desde 26 de dezembro de 2018. Essa foi a maior queda diária, em termos percentuais, desde setembro de 1998, quando a Bolsa caiu 15,8% em período marcado pela crise financeira russa.
Nesta sessão, o índice abriu em forte queda e, às 10h30, as negociações foram interrompidas quando a desvalorização do Ibovespa superou os 10%.
A Caixa Seguridade pretende levantar mais de R$ 10 bilhões com o IPO, na maior oferta esperada até agora para 2020. Representantes da Caixa não comentaram o assunto.
O adiamento pode prejudicar expectativas de bancos de investimentos de que 2020 seja um ano recorde de IPOs e ofertas subsequentes de ações. Construtoras, bancos, varejistas e empresas de outros setores estão entre mais de 25 pedidos de IPOs à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste ano.
Algumas empresas ainda não tomaram uma decisão final sobre prosseguir com seus planos de abertura de capital ou adiar os planos, disseram três fontes. Como as empresas já fizeram seus pedidos preliminares junto aos reguladores de valores mobiliários, ainda podem esperar cerca de duas semanas antes de uma decisão final.
É o que o BV (antigo Banco Votorantim) deve fazer, segundo apuração da Folha.
Outras companhias já estão perto do prazo para concluir seus IPOs, incluindo o Banco Daycoval, que previa captar o equivalente a US$ 1 bilhão nas próximas semanas.
O movimento vem em linha com um receio crescente em relação aos impactos econômicos do coronavírus.
Segundo especialistas, a forte desvalorização do mercado torna mais difícil o processo de “valuation” —avaliar o quanto uma empresa vale para vendê-la. Nessa estimativa, um componente importante é a comparação com pares do setor que já estão na Bolsa e, em momentos de aversão a risco, o valor de companhias pode ficar distorcido e levar a estreante a ser avaliada por muito menos que o esperado pelos acionistas.
Desde o final do carnaval, no entanto, quando a volatilidade se agravou nas Bolsas de Valores, oito empresas fizeram seus pedidos de abertura de capital junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O motivo seria o prazo final para usar os dados do último trimestre de 2019.
Caso essa janela for perdida, as companhias precisariam refazer os papéis para aprovação da CVM com os números do resultado referente ao primeiro trimestre deste ano.
Após o pedido ser aceito pela comissão, a companhia tem cerca de sete meses para, de fato, ir a mercado.
Nesta segunda-feira as Bolsas americanas também apontaram forte retração, no pior pregão desde 2008 (ano da crise financeira). S&P caiu 6,2%, enquanto Dow Jones recuou 7,8% e Nasdaq, 7,3%.
A deterioração nos mercados nesta segunda sinaliza ainda os efeitos negativos da retração no preço do petróleo, com o contrato futuro do barril do tipo Brent atingindo a menor cotação desde 2016.
O dólar, por sua vez, fechou em alta de 2%, a R$ 4,727 – avanço parcialmente contido pela venda de US$ 3 bilhões de reservas pelo Banco Central. O turismo está a R$ 4,92 na venda. Em algumas casas de câmbio, chega a ser vendido acima de R$ 5.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | | A comissão mista que analisa a medida provisória (MP) que cria o contrato de trabalho verde e amarelo vai se reunir nesta terça-feira (10), a partir das 13 horas, para votar o parecer do relator da proposta, deputado Christino Aureo (PP-RJ). Caso o parecer seja aprovado, o texto será encaminhado para votação no plenário da Câmara dos Deputados e, depois, para o plenário do Senado. A medida precisa ser aprovada pelas duas Casas do Congresso até o dia 20 de abril para não perder a validade.
O contrato verde e amarelo foi a principal medida desenhada pelo governo Bolsonaro em 2019 para tentar combater o desemprego. Trata-se de um programa de estímulo ao emprego para jovens de 18 a 29 anos. O programa foi lançado em novembro, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.
Pelo texto original do programa, as empresas que contratarem jovens nessa faixa etária para ganhar até um salário mínimo e meio por mês vão ter parte da folha desse jovem desonerada. Ou seja, a empresa vai pegar menos impostos que incidem sobre a folha de pagamento, tornando o custo de contratação mais baixo. Segundo o governo, o custo deve cair em torno de 33%. Precisa ser, ainda, o primeiro emprego formal desse jovem. O contrato terá duração máxima de 24 meses.
O texto enviado pelo governo prevê que as empresas não vão mais precisar recolher a contribuição patronal ao INSS (que é de 20% sobre a folha), nem as alíquotas do Sistema S, do salário-educação e do Incra. Já a contribuição ao FGTS será de apenas 2% (frente aos 8% habituais). Caso a empresa decida demitir esse jovem depois, terá de pagar uma multa de 20% sobre o saldo do FGTS, e não 40%.
A desoneração na folha deve custar R$ 10 bilhões aos cofres públicos, segundo a equipe econômica. Essa perda de arrecadação será compensada com a taxação do seguro-desemprego, hoje isento de imposto, segundo propôs o governo no texto da MP. Em contrapartida, o tempo de seguro-desemprego vai contar para a aposentadoria.
Além de criar o programa de emprego para os jovens, a MP do governo acabou com a multa extra de 10% do FGTS e permitiu o trabalho aos domingos e feriados a todas as categorias, entre outras medidas.
O que o relator mudou: incluiu idosos e tornou taxação opcional
O texto do governo, desde quando chegou ao Congresso, causou uma série de polêmicas, principalmente por taxar o seguro-desemprego como contrapartida ao custo da desoneração da folha. Também vieram à tona dois estudos – um do próprio Ministério da Economia – que mostram que o programa tem um custo elevado e sua efetividade pode ser baixa.
A MP recebeu quase 2 mil emendas. Ficou a cargo do deputado Christino Aureo (PP-RJ), relator da proposta, se debruçar sobre as sugestões dos seus colegas e proferir parecer sobre o texto.
Ele recomendou a aprovação da medida, mas fez uma série de modificações. O relator estendeu o programa para idosos a partir de 55 anos que estejam desempregados há mais de um ano. O governo pensou em incluir os idosos no programa, mas desistiu na última hora alegando que o custo ficaria muito elevado.
O relator também tornou opcional a taxação do seguro-desemprego. Ficará a cargo do desempregado decidir se recolherá 7,5% sobre o seguro-desemprego para contar o tempo para aposentadoria. Pelo texto do governo, essa cobrança seria obrigatória. O relator também fixou que a cobrança será de 7,5%, e não mais variável de acordo com o valor do seguro recebido pelo desempregado.
Segundo Aureo, tornar a taxação do seguro-desemprego opcional não vai afetar as contas públicas, pois existe uma reserva no Orçamento de 2020 no valor de R$ 1,5 bilhão para a execução do programa neste ano. Já para os próximos dois anos caberá ao governo e aos parlamentares encontrarem espaço no Orçamento para execução do programa. As empresas só podem contratar pelo programa verde e amarelo até 2022. Se o contrato foi celebrado em 2022, ele poderá ter validade de até 24 meses, normalmente.
O relator também aumentou o limite de trabalhadores que poderão ser contratados pela nova regra: de 20% para 25%. Ou seja, uma empresa que tem 100 funcionários poderá contratar 25 novos trabalhadores sobre a nova regra (do contrato verde e amarelo). O percentual será aplicado em cima da média de trabalhadores que a empresa tinha de 1º de janeiro e 31 de outubro de 2019.
Na última versão do seu parecer, o relator manteve a proibição de a empresa recontratar pelo contrato verde e amarelo em menos de 180 dias um trabalhador que ela tenha mandado embora. A iniciativa, que já constava na versão original do governo, visa evitar que as empresas mandem embora seus trabalhadores e os contratem pelo contrato verde e amarelo, que tem custos mais baratos.
Outras modificações no contrato verde e amarelo
Além de mexer em alguns pontos do programa de emprego em si, o relator fez outras modificações em assuntos diversos que tratam a MP. Ele definiu que o trabalhador acidentado durante o trajeto casa-trabalho será amparado pela Previdência Social. Ou seja, poderá receber auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e/ou pensão por morte, se necessário. O texto original acabava com esse benefício.
No caso dos trabalhos aos domingos e feriados, o relator manteve o que propôs o governo, com alguns pequenos ajustes. Ele deixou claro que o trabalhador pode trabalhar aos domingos e feriados, desde que tenha folga em algum outro dia. Além disso, o trabalhador do comércio terá direito a folgar um domingo a cada quatro domingos. Já o da indústria, a cada sete domingos.
No caso dos bancos, o relator autorizou o trabalho aos sábados, domingos e feriados somente para as seguintes atividades: processo de automação bancária; teleatendimento; telemarketing; SAC e ouvidoria; serviços por canais digitais, incluídos o suporte a estes canais; áreas de tecnologia, segurança e administração patrimonial; e atividades bancárias em áreas de funcionamento diferenciado, como feiras, exposições, shopping centers, aeroportos e terminais de ônibus, trem e metrô.
A MP do governo também tentava acabar com a necessidade de registros profissionais de algumas profissões, como jornalistas, radialistas, publicitários e corretores de seguro. O relator manteve a necessidade de registro, como é hoje.
Sobre participação nos lucros e resultados, o governo queria que o empregador pudesse definir os termos diretamente com seus funcionários, sem a participação do sindicato. No parecer, o relator manteve a regra atual – com o sindicato da categoria participando da negociação –, a não ser que o sindicato não apresente um representante nas negociações.
| Gazeta do Povo ( publicado em 09-03-2020) | | | |
Minutos depois de sua fala a jornalistas, presidente foi às redes sociais para também negar elevação da contribuição
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que não há "nenhum medida emergencial" a ser adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) diante do derretimento do mercado financeiro no Brasil e no mundo nesta segunda-feira (9). Ele negou ainda que haja previsão de aumento da Cide, contribuição sobre o preço dos combustíveis recolhida pelo governo federal.
Na comitiva do presidente nos EUA, o ministro disse que conversou com Bolsonaro pela manhã e que instrumentos podem ser aplicados no futuro, porém, "não no caso particular do que está ocorrendo no dia de hoje."
"No momento não há nenhuma medida emergencial que será adotada pelo Executivo. Estamos monitorando, acompanhando e, no momento oportuno, serão adotadas medidas e os instrumentos que se fizerem necessários", disse o ministro após uma palestra a investidores em Miami.
O ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e Paulo Guedes (Economia) durante evento no Palácio do Planalto - Adriano Machado - 16.abr.2019/Reuters
Albuquerque afirmou que sua pasta conduz há mais de seis meses estudos sobre medidas que podem ser adotadas em caso de variação abrupta do preço do petróleo, por exemplo.
"Isso tudo é exercício que pode ser refletido, mas não tem nenhuma ação agora que vai ser tomada pelo governo."
Após o ministro falar com jornalistas, Bolsonaro, que evita a imprensa desde que chegou a Miami, no sábado, tuitou que "não existe a possibilidade de o governo aumentar a Cide para manter os preços dos combustíveis."
"A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferências. A tendência é que os preços caiam nas refinarias", escreveu o presidente.
Minutos antes, Albuquerque tinha ido na mesma linha ao falar com jornalistas: "Não tem nada de aumento da Cide. A Cide é um dos componentes desses instrumentos que podem ser utilizados, como PIS Cofins, CPMF, etc."
O ministro foi questionado sobre a gravidade do quadro econômico no Brasil e no mundo, nesta segunda. Se com o avanço dos impactos financeiros do coronavírus e a queda de braço entre Rússia e Arábia Saudita, que já vem sendo chamada de guerra no preço do petróleo, o governo não estaria preparando medidas diferentes daquelas estudas há seis meses.
Ele insistiu que não será feita uma "ação imediata" e que tudo passa por um "espectro mais amplo das reformas."
Mais cedo, Bolsonaro fez um discurso no mesmo evento com empresários no qual afirmou ser leal às políticas de Paulo Guedes (Economia) e que tem feito tudo para implementar as medidas propostas pelo ministro.
Albuquerque disse que, em conversa com o presidente pela manhã, sentiu o presidente tranquilo. "Ele diz que quem conduz essa questão é a equipe econômica."
"Nada mudou. O país está tranquilo", afirmou o ministro.
Guedes afirmou que a equipe econômica brasileira estava "absolutamente tranquila" e que iria transformar a crise em "geração de empregos."
Investidores nos EUA estão preocupados já há algumas semanas com o fato de Guedes não ter plano B diante dos efeitos do coronavírus na economia. O epicentro do vírus é na China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil e em guerra comercial com os americanos.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | |
Projeção para o dólar continua em R$ 4,20, segundo pesquisa do Banco Central
Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus reduziram a projeção de crescimento da economia brasileira em 2020 de 2,17%, na última semana de fevereiro, para 1,99% na semana passada, de acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (9) pela instituição.
Esse é o primeiro levantamento após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) de 2019 pelo IBGE na última quarta-feira (4), que mostrou desaceleração da economia e piora no investimento no final do ano passado.
No início deste ano, a projeção de crescimento estava em 2,3%. Os cortes nas estimativas começaram em meados de fevereiro, quando a crise do coronavírus ganhou força e foram divulgados vários dados mostrando que a economia brasileira terminou 2019 com crescimento abaixo do previsto.
Essa é a maior redução nas projeções desde junho do ano passado, quando a estimativa para este ano foi reduzida de 2,50% para 2,23%
Os analistas consultados pelo BC mantiveram as projeções para o dólar (R$ 4,20) e para a taxa básica de juros (4,25% ao ano) no final de 2020. A estimativa de inflação oscilou de 3,19% para 3,20%, bem abaixo da meta de 4%.
Entre os analistas com maior percentual de acerto nas projeções, a expectativa é de um corte de juros na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC na próxima semana, para 4% ao ano. Para o final de 2020, a projeção é de juros em 3,5% ao ano.
O Copom se reúne em 18 de março para definir o patamar da taxa básica de juros brasileira. Na semana passada, o BC sinalizou que poderia fazer um novo corte de juros.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | | Enquanto Monica de Bolle defende revisão de teto de gastos contra crise, Zeina Latif diz que políticas de estímulo seriam um equívoco
A estratégia do Ministério da Economia de manter restrições a investimentos públicos e apostar nas reformas econômicas neste momento de desaceleração econômica mundial divide os economistas do setor privado.
Para a economista Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins, há chances de uma contração econômica no Brasil neste ano, e o governo precisa deixar a agenda de reformas em segundo plano e priorizar uma agenda de resposta à crise.
"A agenda de reformas continua sendo tão importante quanto antes. Ela só deixa de ser prioritária. Precisa haver agora um pensamento diferente: como evitar que a economia brasileira tenha uma recessão neste ano", afirma.
"O governo precisa ter uma agenda de resposta à crise, coisa que não tem, na qual o principal foco do gasto público é o investimento, principalmente em infraestrutura. O ministro Paulo Guedes não queria investimento em infraestrutura? É hora de fazer", Monica De Bolle, economista
De Bolle defende a revisão da regra do teto de gastos, que tem limitado principalmente os investimentos do setor público.
Diz ainda que o Brasil fez uma redução expressiva da taxa de juros, que está próxima de zero em termos reais (descontada a inflação), o que permite ao governo aumentar gastos que impulsionem o crescimento econômico. "Com a taxa de juros real baixa, a gente ganhou um espaço na dívida pública que não tinha. Em momentos de crise, esse espaço é para ser usado."
A economista Zeina Latif, por outro lado, diz que seria um equívoco adotar políticas tradicionais de estímulo econômico, o que pode piorar a confiança no país, além de ter pouco efeito na recuperação da atividade. "Digamos que a gente tenha de tomar medidas mais sérias do lado da saúde. Se você não for responsável agora, quando realmente precisar desses recursos, corre o risco de não ter", afirma.
"Significaria rasgar o esforço fiscal e ainda comprometer recursos que podem ser necessários se essa epidemia atingir uma escala que a gente não está imaginando", Zeina Latif, economista
Ela afirma, no entanto, que os ruídos na relação entre Congresso e governo e as falas do ministro Guedes têm contribuído para a piora na percepção sobre o Brasil. "É um momento de seriedade, de mostrar harmonia entre Poderes. As falas do governo estão trazendo mais incertezas."
A professora de economia do Coppead/UFRJ, Margarida Gutierrez, também avalia que o importante neste momento é ganhar a confiança dos agentes econômicos, reduzir os ruídos políticos e aprovar reformas.
"Usar política fiscal, nem pensar. Isso poderia soar como se estivesse abandonando a estratégia de redução do desequilíbrio fiscal e vai ter um aumento mínimo de demanda, porque o investimento leva tempo para maturar."
O colunista da Folha e ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa defende uma reforma do teto de gastos, o que inclui um limite diferenciado para os investimentos. Ele lembra que o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu recomendaram uso de política fiscal para combater a crise, o que inclui reforço da rede pública de proteção social e saúde.
Nesse sentido, ele afirma que a legislação permite a abertura de crédito extraordinário para reforçar o sistema público de saúde no Brasil, sem descumprir o teto de gastos.
De acordo com o ex-ministro, com os juros reais próximos de zero, o custo de financiamento do governo é baixo e um aumento no endividamento no curto prazo é compensado posteriormente pelo crescimento da economia gerado por investimentos.
Barbosa afirma que o investimento estatal hoje não é suficiente nem para manter a infraestrutura já construída. Diz ainda que é possível ter serenidade, como disse o ministro da Economia, mas ao mesmo tempo e tomar medidas para estabilizar a economia diante de um choque que pode ter efeitos próximos do verificado na crise de 2008/2009.
"Tem gente acha que porque o choque é externo, a política econômica não tem de fazer nada. Pelo contrário, a política econômica tem de compensar isso. Política econômica não é só reformas de longo prazo. É estabilização de curto prazo também", afirma.
José Ronaldo Souza Júnior, diretor do Ipea e professor do Ibmec-Rio afirma que o governo pode tentar aumentar os investimentos, mas por meio de concessões e atração de investimentos privados, sem elevar os gastos públicos.
Ele afirma não trabalhar com a possibilidade de que o coronavírus gere uma crise financeira no Brasil, com problemas para o sistema bancário ou para grandes empresas por conta de endividamento.
"Não tem nada de tão urgente para lidar. É um impacto por conta de piora de expectativas e do cenário internacional. A melhor forma de combater isso é melhorar as expectativas para o país. Essa crise aguda vai atenuar nos próximos meses", José Ronaldo Souza Júnior, diretor do Ipea e professor do Ibmec-Rio
"Se aproveitar isso para acelerar as reformas, atrair capital para infraestrutura, quando a retomada vier, ela será mais rápida. Se mudar a política fiscal, vai agravar a situação. Esse caminho não resolve."
Marcos Lisboa, presidente do Insper e colunista da Folha, afirma que é preciso adotar medidas emergenciais e estruturais. "Primeiro o país precisa se organizar e os Poderes pararem com disputas para enfrentar um problema que é grave. Na questão do Orçamento, é preciso lançar mão de recursos extraordinários para o poder público dar conta das necessidades da saúde da população", afirmou.
Ele defendeu também utilizar a Cide, que é uma contribuição que incide sobre gasolina e diesel, para estabilizar a flutuação dos preços dos combustíveis e disse que os estados podem ter problema de arrecadação. Disse ainda ser importante a aprovação da PEC Emergencial.
"No quesito estrutural, é preciso resolver os problemas que impedem o país de crescer, como a reforma tributária. Outra agenda que não foi para frente é a abertura comercial. E, por fim, a agenda de concessões e investimentos em infraestrutura."
O professor Eduardo Correia, do Insper, diz que a saída normal para uma crise como a atual é expandir o crédito com participação do Estado, como fizeram Brasil e EUA em 2008/2009, o que contraria a filosofia do governo atual.
“A resposta dele [Paulo Guedes] é que precisa de mais reformas, é apostar em uma política de austeridade. O Brasil estava fazendo uma coisa importante, que é um ajuste fiscal, mas era em outro contexto internacional. Política de austeridade em momento de crise não funciona.”
O professor Rodrigo De Losso, da FEA-USP, diz que o governo pode acelerar concessões e privatizações, mas que deve continuar reduzindo gastos para aumentar a confiança dos investidores.
“Aumentar gastos é o caminho certo para piorar a situação. Contas públicas ajustadas sinalizam coisas boas, e as pessoas ficam confiantes em manter o capital aqui e, eventualmente, trazer recursos", professor Rodrigo De Losso, da FEA-USP
| Folha de S.Paulo | | | | Atualmente, a maioria dos consumidores precisam comprar energia das distribuidoras. Proposta segue para análise da Câmara dos Deputados.
A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal finalizou nesta terça-feira (10) a análise do projeto de lei que estabelece um novo marco regulatório para o setor elétrico e permite que, em três anos e meio, todos os consumidores possam comprar energia diretamente das empresas geradoras (donas das usinas).
O projeto já havia sido aprovado pela comissão no dia 3. O que ocorreu nesta terça foi a votação no turno suplementar. Como não houve apresentação de emendas, a votação foi simbólica.
Agora a proposta segue para análise da Câmara dos Deputados.
Mudanças
O projeto permitirá que qualquer consumidor possa fazer parte do chamado mercado livre de energia (leia mais sobre o mercado livre abaixo) e comprar energia elétrica diretamente dos donos das usinas.
Atualmente, só quem consome mais de 3 mil quilowatts (kW) por mês (grandes consumidores, como indústrias) pode comprar energia diretamente de qualquer gerador.
Os pequenos consumidores, como os residenciais, têm de comprar de uma empresa distribuidora de energia elétrica, no chamado mercado regulado.
Subsídios da conta de energia
O projeto aprovado também prevê a destinação de dois terços da chamada renda hidráulica para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que paga por subsídios no setor elétrico. O dinheiro desse fundo vem de um encargo cobrado nas contas de luz de todos os brasileiros.
A renda hidráulica é composta por verba que o governo recebe de pagamentos de outorga de usinas hidrelétricas ou da renovação de outorgas já em operação.
Segundo explicou o relator da proposta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), hoje a renda hidráulica vai toda para o Tesouro Nacional. Com a mudança, essa renda será distribuída. Dois terços irão para a CDE e um terço para o Tesouro Nacional. Com isso, o relator espera redução na conta de luz.
Consumidores pagarão R$ 20 bilhões nas contas de luz em 2020 para bancar subsídios
Subsídios para fontes alternativas
O projeto também estabelece um prazo de 12 meses para o fim dos descontos concedidos para os grandes consumidores que compram energia de fontes alternativas, como eólica e solar. Atualmente esses consumidores recebem subsídios nas Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão e de Distribuição (TUST e TUSD).
Para permitir o desenvolvimento de novas fontes de energia no país, o governo vem, há mais de dez anos, concedendo benefícios a quem compra energia de usinas eólicas (vento), solares (sol) e de biomassa (queima de material como bagaço de cana para geração de energia).
Quando contratam fontes eólica ou solar, por exemplo, esses consumidores passam a ter um desconto de 50% nos encargos que cobrem custos com transporte da energia (transmissão e distribuição).
Os recursos para financiar esse desconto vêm da CDE. Só em 2020, o orçamento da CDE prevê R$ 3,6 bilhões para custear os descontos da TUST e TUSD.
Mercado livre
No chamado mercado livre, o preço, quantidade, prazo de fornecimento e até a fonte da energia são negociados e definidos em contrato.
O cliente pode comprar diretamente das geradoras ou de comercializadoras, que são uma espécie de revendedores.
Para receber a energia, porém, ele precisa estar conectado a uma rede e pagar uma fatura separada pelo serviço da distribuidora, a chamada "tarifa fio".
Uma das maiores vantagens para quem adere a essa forma de compra é a previsibilidade dos preços. Quem fecha um contrato sabe o quanto pagará pela energia que vai consumir durante toda a sua vigência.
Já quando o consumidor compra energia das distribuidoras, as tarifas são corrigidas anualmente pela Aneel. O reajuste leva em conta a inflação e os custos da distribuidora com compra de energia, além dos investimentos feitos por ela.
| G1 | | | | Na véspera, moeda avançou 2,03% e bateu novo recorde, a R$ 4,7282, em dia de tensão com o tombo nos preços do petróleo e pelo avanço do coronavírus.
O dólar opera em queda nesta terça-feira (10), dando um alívio ao câmbio após a forte turbulência dos mercados na véspera, em meio à recuperação dos preços do petróleo e à sinalização de medidas de estímulos pelo mundo para combater o impacto econômico do coronavírus.
Às 13h49, a moeda norte-americana era vendida a R$ 4,6614, em queda de 1,41%. Na mínima até o momento recuou a R$ 4,6546. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar disparou 2,03% e marcou novo recorde de fechamento nominal (sem considerar a inflação), a R$ 4,7282. Na máxima, chegou a R$ 4,7921. Foi a maior alta desde 6 de novembro do ano passado. No ano, o dólar passou a acumular alta de 17,92%.
O Banco Central fez nesta manhã mais um leilão de dólar à vista, oferecendo US$ 2 bilhões, em mais um dia de atuação no mercado em uma tentativa de conter a disparada da moeda. Na véspera, o BC vendeu US$ 3,465 bilhões em moeda spot. Foi o maior volume a ser liquidado em um mesmo dia desde pelo menos 11 de maio de 2009.
A pressão recente e contínua sobre o real -- que caiu em 13 das últimas 14 sessões -- levou o Banco Central e o Tesouro Nacional a anunciarem medidas, o que ajudava a frear a disparada da moeda norte-americana.
Os investidores seguem monitorando as sinalizações do Banco Central sobre um eventual novo corte nas taxas de juros. A redução da Selic a mínimas históricas é, segundo analistas, um dos motivos que explicam o atual patamar do câmbio, já que diminuiu o rendimento de investimentos atrelados à taxa de juros, tornando-os menos atraentes e prejudicando a entrada de fluxo no Brasil.
Preços do petróleo
No mercado de commodities, os preços do petróleo subiam ao redor de 6% nesta terça, após a derrocada na véspera, quando os contratos recuaram 25%, na maior queda em quase 30 anos, depois que a Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores.
A recuperação se deve em parte às esperanças de estímulo monetário de grandes potências mundiais como forma de driblar os impasses econômicos do coronavírus.
O Japão divulgou nesta terça-feira um segundo pacote de medidas no valor de US$ 4 bilhões em gastos para lidar com as consequências do surto, com foco no apoio a pequenas e médias empresas.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu um passo "importante" na segunda-feira e disse que discutirá um corte nos impostos sobre os salários com os republicanos do Congresso.
| G1 | | | | Depois da maior queda no preço do petróleo desde 1991 na última segunda-feira, os contratos futuros de petróleo brent subiram 6,1% nesta terça-feira (10), ou US$ 1,41, cotado a US$ 36,48 por barril.
Os EUA West Texas Intermediate (WTI) também subiram, com alta de US$ 1,25, ou 6,8%, cotado em US$ 33,26 por barril. A queda no preço do barril chegou a 25% no dia anterior.
As bolsas europeias e asiáticas registraram alta nesta terça após queda generalizada na segunda ao serem afetadas pelo preço do petróleo.
| Gazeta do Povo | | | | Na véspera, queda foi de quase 25% e preço do barril fechou no valor mais baixo desde 12 de fevereiro de 2016.
Os preços do petróleo operam em alta perto de 6% nesta terça-feira (10), recuperando parte das perdas, após tombo de quase 25% na véspera, depois do início de uma guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, que provocou a maior queda diária desde a Guerra do Golfo de 1991.
Por volta das 13h12, os contratos futuros do barril de Brent tinham alta de 6,05%, US$ 36,44 na venda, em Londres, enquanto o barril WTI, nos EUA, tinha alta de 6,87%, a US$ 33,27, segundo dados da Bloomberg. Mais cedo, os preços chegaram a saltar 10%.
Na véspera, o barril de Brent caiu 24,13%, a US$ 34,36 na venda, enquanto o barril WTI, nos EUA, perdeu 24,6%, a US$ 31,13. O valor de fechamento foi o mais baixo desde 12 de fevereiro de 2016.
Segundo a agência Reuters, investidores miravam possíveis estímulos econômicos e sinais da Rússia de que conversas com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para evitar a guerra de preços seguem possíveis.
O presidente norte-americano Donald Trump disse na segunda-feira que tomará importantes medidas para proteger a economia dos EUA contra impactos da disseminação do coronavírus, enquanto o governo do Japão planeja gastar mais de US$ 4 bilhões em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.
Alguns bancos passaram a prever também mais cortes nas taxas de juros dos EUA nos próximos meses.
O que explica o tombo do preço do petróleo e quais os seus efeitos
Preço do petróleo despenca: veja perguntas e respostas
Guerra de preços
O tombo nos preços do petróleo veio depois que a Arábia Saudita iniciou uma guerra de preços contra a Rússia por participação no mercado, na esteira do fracasso das negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para tentar estabilizar a oferta e preços da commodity.
A Rússia, que é o 3º maior produtor mundial e se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países do grupo para estabilizar os preços do petróleo. Como resposta ao governo da Rússia, a Opep removeu todos os seus limites de extração da commodity.
Preço do barril de petróleo despenca e derruba bolsas pelo mundo
Mas o ministro russo de Energia, Alexander Novak, disse nesta terça que não descarta medidas conjuntas com Opep para estabilizar o mercado e acrescentou que o próximo encontro da aliança Opep+ está planejado para entre maio e junho.
O ministro saudita de energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, no entanto, disse à Reuters que não vê necessidade de uma reunião da Opep+ em maio ou junho se não houver um acordo sobre medidas a serem tomadas para compensar o impacto do coronavírus sobre a demanda e os preços.
O forte tombo nos preços do petróleo trouxe um ingrediente adicional de nervosismo para os mercados globais, que já vinham operando com estresse em razão do temor de uma recessão global.
| G1 | | | | Setor produtivo argumenta que tabela encarece o frete e prejudica a concorrência. Caminhoneiros reclamam do que consideram descumprimento e pouca efetividade da medida.
Ainda sem previsão de acordo entre caminhoneiros e o setor produtivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) promoverá nesta terça-feira (10) uma reunião de conciliação sobre a tabela de frete.
O encontro foi pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU) e adiou o julgamento das ações que contestam a lei que criou a tabela de frete.
A reunião será coordenada pelo ministro Luiz Fux, relator das ações que contestam a tabela.
Um ano e meio depois da criação do frete mínimo, a aplicação ainda gera insatisfação no setor produtivo. A queixa é a de que a tabela encarece o frete e prejudica a concorrência. Os caminhoneiros reclamam do que consideram descumprimento e pouca efetividade da medida.
O frete mínimo foi criado em 2018 pelo governo Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil. A tabela de frete era uma das reivindicações da categoria.
Logo que foi criada, no entanto, a tabela foi contestada pelo setor produtivo, para o qual a medida era inconstitucional e iria prejudicar a concorrência.
Um ano e meio depois da criação da tabela, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), autora de uma das ações de inconstitucionalidade, avalia que a tabela gerou prejuízos tanto para o setor produtivo, como para caminhoneiros.
A entidade relata que a criação da tabela elevou o preço do frete e acabou incentivando empresas a comprarem frota própria para o transporte, o que levou a uma redução da demanda por caminhoneiros autônomos. Segundo a CNI, em um ano de vigor da tabela, o frete rodoviário ficou 11% mais caro.
O superintendente jurídico da CNI, Cássio Borges, afirmou que, na audiência, a entidade vai apresentar as propostas que vem discutindo desde que a tabela foi instituída, mas que não prevê a manutenção de um valor mínimo para o frete.
Entre as propostas da CNI, estão a criação do MEI (Microempreendedor individual, cuja carga tributária é reduzida) do caminhoneiro, o incentivo ao cooperativismo e a isonomia tributária entre transportadoras e caminhoneiros autônomos.
Representantes dos caminhoneiros discutem impasse sobre o preço da tabela do frete
Questionada sobre a participação na audiência e sobre a apresentação de uma proposta de acordo, a AGU afirmou em nota que acredita "na efetividade da audiência no sentido de melhor esclarecer a forma como a política de preços mínimos vem sendo aplicada”.
O Ministério da Infraestrutura afirmou que a agenda será conduzida pelo STF e que acompanhará a audiência aguardando os resultados da conciliação.
Alguns integrantes do governo relatam dificuldades para criar uma pauta única de reivindicação com caminhoneiros autônomos com relação à tabela de frete.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), por exemplo, não tem mais atuado na discussão do frete mínimo e informou que decidiu negociar outros pontos com o governo.
Na semana passada, o procurador-geral Augusto Aras alterou o parecer da Procuradoria Geral da República sobre a lei que criou a tabela e afirmou que o tabelamento do frete rodoviário é inconstitucional.
Aras argumenta que a tabela deixa vulneráveis os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, "bem como os limites constitucionais da subsidiariedade da atuação estatal direta no domínio econômico”.
| G1 | | | | O senador Jean Paul Prates (PT-RN) questionou, nesta segunda-feira (9), em Plenário, a atual política para a Petrobras. Ele disse que o governo precisa assumir que, de fato, interfere na gestão da empresa e pode tomar decisões capazes de impactar o bolso dos consumidores. Jean Paul afirmou também que o Congresso Nacional deve ter prerrogativa de se manifestar sempre que o governo quiser privatizar ativos da Petrobras.
No caso do preço dos combustíveis, Jean Paul Prates afirmou que o governo não pode sacrificar os consumidores internos, deixando de refinar o petróleo bruto aqui e optando por favorecer importadores.
— A política de preços atual, de preços dolarizados, equalizados a preços internacionais, de países que têm de importar petróleo, não cabe para o Brasil, porque afeta a nossa competitividade, o produto do agro, o produto da agricultura familiar, o nosso dia a dia, o tal do uber, o transporte público. Tudo é afetado por isso — disse o senador, que mencionou o quadro de pânico nos mercados internacionais e a queda de 30% no preço do petróleo nesta segunda-feira.
Jean Paul Prates reconheceu, no entanto, ser um erro a política anterior, de manter baixos artificialmente os preços dos combustíveis. Por isso, disse ser preciso que o governo saiba usar a autossuficiência na produção de petróleo de forma adequada.
O senador também considerou um equívoco a desverticalização da Petrobras, com a venda da distribuidora BR e, possivelmente, a futura negociação de refinarias nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Se isso acontecer, a empresa deixará de ter acesso direto ao consumidor. Para ele, o Congresso tem o dever de se manifestar em caso de privatização de ativos da estatal do petróleo.
| Sendo Notícias (publicado em 09-03-2020) | | | | Gasto terá de ser suspenso, no mínimo, o que torna a economia ainda mais lerda
Afora milagres, o pandemônio mundial vai fazer com que o governo arrecade menos. Com menos receita e a perspectiva incerta do que vai ser o mundo daqui a algumas horas, que dirá meses, haverá contenção de despesas por precaução, “contingenciamento”.
É razoável especular que o governo federal perca uns R$ 20 bilhões da receita esperada para este ano, o equivalente a dois terços do gasto anual em Bolsa Família, baixa devida ao crescimento menor do PIB e da receita com petróleo.
Seria um impacto extra da crise que começou com o novo coronavírus. Haverá outros.
A tormenta pode levar empresas importadoras de insumos a baixarem a produção (por falta ou encarecimento deles) e provocar retranca no crédito bancário. Pode assustar famílias que nos últimos anos fizeram aplicações financeiras mais arriscadas e muito mais, pois a alta rápida do dólar abala ânimos em geral.
Um aperto duradouro no gasto público, ainda que provisório, tende a tirar mais um tico do crescimento previsto, já baixo e caindo. A gritaria nos ministérios e nas ruas pode reprisar a de 2019 (lembre-se do protesto contra a suspensão de gastos em educação, por exemplo). Haverá mais sugestões de suspender o teto constitucional de gastos federais.
Nas estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI), a redução de 0,1 ponto percentual no crescimento tira entre R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões da receita bruta do governo federal. A IFI é um órgão de acompanhamento e avaliação das contas públicas ligado ao Senado.
Considere-se que a previsão de crescimento do PIB caia dos 2,4% (estimativa inicial do governo para o ano) para 1,6% (número para o qual convergem grandes bancos e consultorias); calcule-se tal impacto sobre a receita líquida federal. Dá uns R$ 11 bilhões.
Mas a coisa pode ser pior. Com o tombo do preço do barril de petróleo, deve cair a receita com as participações em “exploração de recursos naturais” (concessão de exploração de petróleo, por exemplo, o grosso).
Nas contas de um grande banco, apenas por causa do petróleo a redução da receita federal pode ser de R$ 10 bilhões caso o petróleo continue cotado a US$ 36 o barril e o dólar fique perto de R$ 4,80 (para o governo federal, as perdas seriam de R$ 4 bilhões. O resto do prejuízo recairia sobre estados e municípios).
Este jornalista, porém, ouviu estimativas maiores de perdas com a receita do petróleo: de R$ 20 bilhões (cálculo de outro bancão) ou mesmo R$ 30 bilhões, acredita um analista das contas públicas.
No ano passado, a média do preço do barril foi de US$ 64 (o tipo Brent); ainda em fevereiro, de US$ 55. Houve um colapso desastroso. Em 2019, a receita bruta com “exploração de recursos naturais” foi de R$ 64,7 bilhões, dos quais R$ 38,8 bilhões foram transferidos para governos regionais.
Trata-se aqui de tentativas preliminares de fazer projeções e apenas sobre as contas públicas. Há outros impactos a considerar.
O pânico no mercado mundial tende a diminuir a inclinação de investir no Brasil, em particular em novos negócios ou concessões, especificamente de petróleo, embora se trate de um investimento em que se leva em conta o prazo de uma década.
Começam a pipocar exemplos de empresas brasileiras com dificuldades de refazer estoques de matérias primas e peças importadas. De início, a desvalorização rápida do real desestimula a compra de máquinas e equipamentos importados.
Uma queda muito grande da confiança do consumidor, mesmo na ausência de limitações práticas impostas pela possível disseminação da Covid-19 no Brasil, pode prejudicar o ânimo das empresas de demandar crédito —ou dificultar a concessão de empréstimos. Segundo bancos, isso ainda não está no radar. Mas pode entrar, caso esta crise aguda dure mais um mês ou dois.
O Ibovespa, que mede a variação das principais ações brasileiras, perdeu toda a valorização que teve desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Altas de taxas de juros de longo prazo e a evaporação de parte da Bolsa tendem a baixar a confiança de famílias mais remediadas.
Enfim, trata-se de chutes informados preliminares, ressalte-se. Quase todo mundo da finança foi pego de calças curtas e sem galochas na tempestade que se seguiu à queda histórica dos preços do petróleo.
As recentes revisões para baixo do crescimento da economia, que não têm semanas, terão de ser requentadas —ou, melhor, resfriadas sob balde de gelo. Mas, apesar da pancada, sabe-se ainda muito pouco do futuro desta crise.
Vinicius Torres Freire - Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | | Intensidade da crise ditará ritmo da produção do combustível; safra de cana 2019/2020 foi 65% alcooleira
A guerra de preços do petróleo entre grandes países produtores deve reduzir a competitividade do etanol no Brasil.
A avaliação de especialistas e do mercado é a de que, dependendo da duração da disputa, poderá haver problemas para as usinas já nas primeiras semanas da próxima safra de cana-de-açúcar no país.
A safra 2019/20, que oficialmente termina neste mês, foi prioritariamente alcooleira, com 65% da cana sendo usada para produzir etanol.
A queda de braço entre a Arábia Saudita, membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), e a Rússia, que se recusou a cortar a produção para fazer frente à queda do preço da matéria-prima, está sendo chamada de guerra do preço do petróleo, provocando impactos em todo o mundo.
Os desdobramentos da crise ditarão o ritmo da produção das usinas no país. Se o preço da gasolina cair muito, usinas podem deixar de produzir o etanol hidratado (utilizado diretamente nas bombas dos postos) para priorizar o anidro (que é misturado à gasolina antes da venda). Ou, ainda, até mesmo elevar a produção de açúcar.
“O principal construtor dos possíveis cenários da crise é o tempo de duração da guerra de preços. Se for um mês, o impacto é baixo, pois há estoque e tem o tempo até chegar ao preço de bomba também, mas se durar dois ou mais meses, começa a afetar bem mais porque haverá uma redução forte no preço da gasolina”, afirmou Marcos Fava Neves, docente da USP (Universidade de São Paulo) especializado em agronegócios.
De acordo com ele, essa possível redução forçará, consequentemente, a queda no preço do etanol.
Professora da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, e pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Mirian Bacchi disse que o etanol sobreviveu a períodos conturbados como o atual e que a intensidade da crise será medida também pela forma como a Petrobras repassará as possíveis quedas no preço da gasolina.
“[O impacto] É diferente se for de forma abrupta ou se será usado um colchão, para reduzir o impacto e não haver repasse de forma tão rápida, especialmente em função do diesel. É tudo muito incerto, mas nós estamos dependentes da questão política mesmo, não é nem questão econômica”, disse.
Já Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), disse que, se de um lado o preço do petróleo cai, de outro a alta do dólar influencia também na definição do preço dos combustíveis nas bombas.
“Precisamos saber se isso [queda do petróleo] se perpetua ou não. Há questões como qual a razão efetiva desse preço, se é uma questão política, e tem a demanda do consumo de óleo também. [Outro ponto é] Como os produtores de petróleo vão aguentar muito tempo com preço nesse patamar. Qualquer cenário de curto prazo é em cima de premissas que não necessariamente devem acontecer”, disse.
ATENUANTES
Embora a perspectiva seja negativa, o mercado aponta a desvalorização do real como um fator para amenizar os impactos da queda do preço do petróleo.
“Se o dólar estivesse a R$ 4, o impacto seria muito maior para a cana, inclusive para o cenário de curto prazo, de um mês”, disse Neves.
Já o açúcar, para ele, não deve ter impacto tão forte pois a maior parte da produção das usinas para esta safra já está comercializada com preços definidos.
Há, ainda, outro ponto a ser considerado, na avaliação do especialista: o setor utiliza muito diesel, que também terá preços mais favoráveis caso haja redução do valor da gasolina nos postos.
Rodrigues aponta ainda a flexibilidade de produção de etanol nas usinas. Se a de hidratado cair, as usinas podem elevar a fabricação do anidro.
“Há dois grandes mercados para o etanol, ou como aditivo ou como concorrente [da gasolina]. Na última safra, de 590 milhões de toneladas, 35% foi para o açúcar e 65% para o etanol. Nós vamos fazer anidro, hidratado, açúcar e contar com o funcionamento do Renovabio, que pode ajudar nesse momento.”
| Folha de S.Paulo | | | |
Para Fecombustíveis, estatal deve esperar redução da volatilidade antes de repassar diminuição de custos
O mercado de postos de combustível ainda não espera um corte do preço da gasolina e do diesel no Brasil, mesmo após a forte queda na cotação internacional do petróleo deste domingo (8).
Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis, disse ser mais provável que a Petrobras siga o roteiro adotado em setembro, quando um ataque de drones afetou a produção da Arábia Saudita. Na ocasião,a estatal esperou passar o momento de maior volatilidade antes de reajustar os preços.
"Como empresário, acho que uma diminuição seria boa. Estamos em ano de perspectiva de aumento de PIB ruim e isso ajudaria a melhorar a situação. Mas acho difícil isso acontecer no curto prazo", disse.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | | Dificuldade de redução chegar às bombas e risco de crise geram desconfiança na categoria
Tanque cheio Líderes dos caminhoneiros viram com pessimismo a forte queda no preço do petróleo deste domingo (8). Quando o caos começou, parte do grupo dizia que não acreditava que a redução chegaria nas bombas. Os mais desanimados insistiam que, mesmo se houver queda no combustível, a situação econômica deve piorar.
Premonição Para Wanderlei Alves, o Dedeco, que ganhou notoriedade entre os motoristas na paralisação de 2018, seja qual for o efeito nos postos, o país corre risco de entrar em uma crise sem precedentes. Carlos Litti Damer estima que, se o custo do caminhoneiro cair muito, o preço do frete também desce, anulando os ganhos da categoria.
Ladeira Analistas estimam que a nova crise do petróleo pode ser um golpe fatal na Opep, a organização de países exportadores, que chega aos 60 anos em 2020. A entidade vem perdendo participação de mercado na produção mundial e hoje tem cerca de um terço dela. Desde 2016, depende de acordos com aliados para controlar o mercado.
| Folha de S.Paulo | | | | Para presidente da Abicom, caso Petrobras não diminua preços do diesel e gasolina, importação pode crescer no Brasil
Sérgio Araújo, presidente da Abicom (associação de importadores de combustíveis), diz que, caso a Petrobras não diminua os preços da gasolina e do disel após a forte queda do barril de petróleo deste domingo (8), haverá uma janela de oportunidade para importação.
O executivo afirma que o momento é de incerteza para todos e a estatal não deve fazer movimento imediato. Como nos últimos choques envolvendo o petróleo, tende a esperar alguns dias até os preços se estabelecerem em um novo patamar.
Araújo diz acreditar que pode haver recomposição de parte dos preços nos próximos dias, mas pondera que a opinião não é consensual entre especialistas.
Segundo o presidente da Abicom, hoje cerca de 25% do diesel e 15% da gasolina são importados no Brasil. Parte do volume é trazido pela própria Petrobras.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 09-03-2020) | | | | As empresas acreditam que o 5G será a maior revolução já feita no desenvolvimento das redes de dados, mas ainda têm preocupações com a segurança da tecnologia, de acordo com os resultados de um estudo global da Accenture (NYSE: ACN).
Com base em uma pesquisa com mais de 2.600 tomadores de decisão de negócios e tecnologia em 12 setores de mercado na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico, quatro em cada cinco entrevistados (79%) acreditam que o 5G terá um impacto significativo em sua organização - incluindo 57% que acreditam que será uma tecnologia revolucionária.
No entanto, esse otimismo não elimina as preocupações de segurança em torno do 5G, que cresceram em comparação com o ano passado. Especificamente, mais de um terço (35%) dos participantes da pesquisa recente expressou preocupações em relação à segurança do 5G, em comparação com 32% na pesquisa do ano passado.
Além disso, mais de seis em cada 10 entrevistados (62%) na pesquisa recente expressaram temores de que o 5G os torne mais vulneráveis a ataques cibernéticos, e as empresas acreditam que a maior parte do risco começará no nível do usuário, seja por meio dos dispositivos ou de pessoas.
"A ligação entre o 5G e os riscos percebidos à segurança é complexa", disse George Nazi, diretor sênior e líder do setor de comunicações e mídia da Accenture. "De acordo com nosso estudo, os executivos acreditam que o 5G pode ajudar a proteger seus negócios, mas que a arquitetura de rede do 5G também apresenta desafios inerentes em termos de privacidade do usuário, número de dispositivos e redes conectados e acesso a serviços e integridade da cadeia de suprimentos".
A pesquisa sugere que as empresas estão pensando em como lidar com esses desafios, com três quartos (74%) dos entrevistados dizendo que esperam redefinir políticas e procedimentos relacionados à segurança à medida que o 5G surge.
Custos e perspectivas do 5G
O custo de acomodar as mudanças que o 5G trará também é uma preocupação para os gestores de empresas. Em particular, o custo da operacionalização do 5G é um tópico importante, e quatro em cada cinco entrevistados (80%) acreditam que o custo do gerenciamento de sua infraestrutura e aplicativos de TI aumentará. Enquanto isso, quase um terço (31%) ainda acha que o custo inicial da implementação do 5G será muito alto.
Além disso, o estudo descobriu que as empresas estão começando a perceber que precisam de suporte externo para aproveitar todo o potencial da 5G. Por exemplo, quase três quartos (72%) dos entrevistados disseram que precisam de ajuda para imaginar as possibilidades futuras de soluções conectadas com 5G, e a porcentagem de empresas que esperam desenvolver aplicativos 5G internamente caiu no último ano, de 23 % na pesquisa do ano passado para 14% este ano.
Os resultados da pesquisa indicam que, apesar dos desafios do 5G, o futuro parece promissor para as empresas que adotam esta tecnologia, com as empresas reconhecendo globalmente seu enorme potencial. Os benefícios são numerosos e a conscientização deles está crescendo. Por exemplo, 85% dos entrevistados disseram que esperam que o 5G dê suporte ao trabalho de funcionários remotos nos próximos quatro anos, acima dos 68% que disseram o mesmo na pesquisa do ano passado.
"Com a estratégia de negócios correta e a colaboração do ecossistema, os sinais apontam para um mundo de casos de uso 5G e resultados de negócios atraentes", disse Nazi. "Os provedores de serviços de comunicação devem agir agora para garantir que eles estejam no coração do ecossistema 5G para desbloquear o potencial crescimento".
Metodologia
A Loudhouse Research, em nome da Accenture, realizou entrevistas com 2.623 tomadores de decisão de negócios e tecnologia em dezembro de 2019 em 12 setores da indústria nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Itália, Japão, Cingapura, Emirados Árabes Unidos e Austrália.
O objetivo era traçar uma imagem do entendimento da empresa sobre o 5G, como eles o adotaram até o momento e qual eles percebem seu potencial impacto. As entrevistas incluíram perguntas repetidas de pesquisa publicada em 2019 - realizada em novembro e dezembro de 2018 - sobre os mesmos tópicos, aprofundando-se em segurança, consultoria e monetização este ano.
| Ind 4.0 | | | | A indústria de implementos rodoviários registrou novo crescimento das vendas no primeiro bimestre quando comparadas com mesmo período do ano passado, ao emplacar pouco mais de 17,1 mil unidades, entre produtos leves e pesados. Os dados de mercado foram divulgados na segunda-feira, 9, pela Anfir, entidade que reúne as fabricantes do setor.
O balanço mostra que o crescimento foi de 4% sobre os 16,4 mil implementos licenciados no primeiro bimestre de 2019. Entre os segmentos, o volume de vendas mostra que eles estão em momentos distintos de desempenho.
Nos pesados, que considera reboques e semirreboques, houve alta de 1,8% nos negócios do primeiro bimestre, para pouco mais de 9 mil unidades, enquanto nos leves, que inclui carrocerias sobre chassis, a venda de 8,1 mil representou crescimento de 6,8%. Segundo a Anfir, isso mostra que a tendência de crescimento, que foi muito forte para os pesados até agora, está acontecendo para o segmento leve.
“Os negócios no âmbito das cidades deverão melhorar neste ano e ampliar o volume de emplacamentos no segmento Leve, completando sua recuperação”, explica o presidente da Anfir, Norberto Fabris.
Segundo o executivo, o setor deve continuar registrando bons números nos próximos meses, configurando um resultado positivo para o ano, mas ainda não se arrisca prever um volume de vendas para 2020.
“Ainda é cedo para uma previsão mais precisa, mas a tendência que se verifica para este ano é registrarmos um crescimento porcentual próximo aos dois dígitos”, estima o presidente da Anfir.
No ano passado, o setor fechou com 120,5 mil unidades vendidas, um crescimento de 33% sobre o 2018.
| Automotive Business ( publicado em 09-03-2020) | | | | Capacitação adequada reduz consumo de combustível e aumenta durabilidade de vários itens
A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) mais que dobrou os treinamentos realizados com motoristas do Brasil e seus mercados de exportação. Em 2019 a empresa superou as 1.880 capacitações, ante 754 motoristas treinados em 2018.
Segundo a empresa, ao longo do ano os instrutores vão às operações de clientes em todo o Brasil e também de importadores na América Latina e África. O objetivo é realizar treinamentos visando à redução de custos operacionais, um fator relacionado à maneira de dirigir em diversas operações.
A ação é realizada gratuitamente nas instalações dos clientes ou concessionárias e inclui material didático e orientação prática, quando os participantes têm a oportunidade de guiar o veículo com acompanhamento do instrutor.
Durante o treinamento em trechos escolhidos pelos clientes, os instrutores orientam como o motorista pode reduzir o consumo de combustível, o desgaste de pneus, de componentes e também como guiar de forma defensiva, o que propicia uma rodagem mais segura.
Outros benefícios também são identificados após o treinamento, como aumento na durabilidade da embreagem, da caixa de transmissão, dos freios e das suspensões.
“Com os treinamentos, promovidos em todos os nossos mercados, orientamos como tirar o máximo proveito de nossos caminhões e ônibus nas mais variadas operações”, afirma o supervisor de treinamento e desenvolvimento da rede, Eduardo Pignata.
As concessionárias também recebem treinamento contínuo. Mais de 200 vendedores em todo o Brasil passaram por capacitação sobre a linha de produtos 2020, o que incluiu análise de TCO, ou custo total da operação.
A VWCO também realiza suporte on-line para colaboradores e para a rede de revendas. Em 2019, a companhia registrou mais de 34 mil matrículas on-line para treinamentos técnicos, comerciais e administrativos. Essa é a forma de manter a atualização e a formação contínuas das equipes.
| Automotive Business ( publicado em 09-03-2020) | | | | Volkswagen Caminhões e Ônibus e Banco VW passam a fazer parte dos conselhos curador e fiscal
A Fundação Volkswagen passa a adotar o nome de Fundação Grupo Volkswagen a partir da integração com outras empresas do grupo: a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) e o Banco Volkswagen (Volkswagen Financial Services) passam a fazer parte do conselho curador e fiscal da entidade, focada em ações socioeducaionais no Brasil.
“A Fundação Grupo Volkswagen nasceu de um movimento que incluiu a revisão da nossa estratégia de investimento, o fortalecimento da nossa governança e o aprimoramento da nossa atuação. Estamos unindo a força e a solidez dessas marcas e com isso, esperamos alavancar exponencialmente nosso impacto positivo em benefício de uma coletividade mais justa e feliz", explica Daniela Demôro, diretora-superintendente da entidade.
A fundação possui 40 anos de atuação e investe em ações para impulsionar melhoras na educação e ao mesmo tempo mobilizar cidadãos para agirem como protagonistas do desenvolvimento das comunidades. A entidade contabiliza que desde o início de seus trabalhos, mais de 3 milhões de pessoas foram beneficiadas.
Atualmente, seu escopo de atuação tem como base três pilares: mobilidade urbana, mobilidade social e inclusão de pessoas com deficiência. Além disso, apoia tecnicamente algumas ações de responsabilidade social do Grupo VW no Brasil e seus recursos têm origem em rendimentos de um fundo constituído pela Volkswagen alemã em 1979.
| Automotive Business ( publicado em 09-03-2020) | | | |
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