| 27 de JUlho de 2020
Segunda-feira
- 27 DE JULHO – DIA NACIONAL DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO
- Pandemia reforça importância da saúde e da segurança no trabalho
- MEDIDAS EMERGENCIAIS ANUNCIADAS PELOS GOVERNOS – ATUALIZADO – 27/07/2020
- Tecpar cria Selo de Inovação para empresas e empreendedores
- Consumo de energia no Paraná cai 5,9% no segundo trimestre
- Paraná tem quase 40% de municípios com déficit de fornecimento de água
- Fiocruz aposta em vacinação contra covid-19 a partir de 2021
- Paraná negocia acordo com a Rússia para produzir vacina contra Covid-19
- Critérios de distribuição de verba de combate à covid é são questionados pelo TCU
- Luta contra a Covid-19: federações das indústrias arrecadam doações e investem em tecnologias
- Diversas categorias pedem a retomada das atividades em Curitiba
- Transporte muda para enfrentar a Covid
- Projeção do Focus para Selic é mantida em 2% em 2020 e 3% em 2021
- IPC-Fipe sobe 0,22% na 3ª quadrissemana de julho
- Governo pode estar "um pouco otimista" sobre PIB, diz pesquisadora do Ibre
- Especialistas veem contração menor da economia este ano pela 4ª semana seguida
- Confiança do comércio sobe 1,7 ponto em julho ante junho, a 86,1 pontos, diz FGV
- Guedes e governadores negociam fonte de recursos para fundos que ampliam reforma tributária
- Há espaço para uma reforma tributária ampla, dizem especialistas
- Acordos sobre suspensão de contrato e redução de salário são quase metade dos firmados na pandemia
- Taxa de desemprego terá repique em setembro e precisamos nos preparar, diz Sachsida
- Trabalhadores protestam contra demissões na Renault da RMC
- Trabalhadores da Renault decidem manter greve e pressionam por fim dos incentivos fiscais
- O fator humano como combustível na Mercedes-Benz
- A partir de agosto, gasolina terá novas especificações no Brasil; veja o que muda
- Volkswagen reabre segundo turno em Taubaté
- Fuchs apresenta nova linha de lubrificantes no Brasil
- Julho deve fechar com 160 mil emplacamentos
- Copel testa caminhão elétrico para transporte de materiais
- Marca FNM renasce, agora com caminhões elétricos
- Setor de equipamentos navais clama por política industrial
- Romi fecha 2º trimestre com números positivos
- Gesac, novo concorrente no mercado de metal duro
- Com agronegócio em alta, Eaton mantém previsão de crescimento para peças de reposição
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Em 27/07/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | | A saúde e a segurança do trabalho são alguns dos focos de atuação da Justiça do Trabalho, especialmente por meio do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Trabalho Seguro), e merecem destaque neste 27 de julho - Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.
O contexto da pandemia e da crise econômica e sanitária reforça a existência de diferentes realidades no ambiente de trabalho, com pessoas exercendo suas atividades em home office e outros prestando, presencialmente, serviços essenciais à população. Nos dois casos, a saúde e a segurança passaram a ganhar ainda mais importância com as ações de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus.
Com base nessa nova realidade, o Programa Trabalho Seguro definiu como tema de atuação no biênio 2020-2022 a “Construção do trabalho seguro e decente em tempos de crise: prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais”. Entenda, nesta matéria especial, o que é saúde e segurança no trabalho, quais suas implicações econômicas e sociais e quais são os direitos e os deveres relacionados ao assunto.
Impacto humanitário e econômico
De acordo com os dados da Plataforma SmartLab, iniciativa conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Brasil, que compila e organiza dados públicos, o Brasil, desde 2012, já teve mais de 5,4 milhões de notificações de acidentes de trabalhadores com carteira assinada. Isso significa uma notificação a cada 49 segundos. Mais de 19 mil desses acidentes resultaram em morte.
Além do impacto humanitário e social, os acidentes de trabalho também têm um reflexo econômico. Desde 2012, foram mais de 423 milhões de dias de trabalho perdidos e R$ 95 bilhões gastos com afastamentos acidentários pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O setor econômico com mais notificações foi o de atendimento hospitalar, com 52,1 mil notificações somente em 2018 e mais de 378 mil de 2012 a 2018. O comércio varejista de mercadorias em geral e a administração pública aparecem em seguida. A ocupação mais frequente citada em notificações é a de alimentador de linha de produção (6%), seguida de técnico de enfermagem (5%) e de faxineiro (3%).
Cortes, laceração, ferida contusa e punctura são 21% das lesões mais frequentes. As partes do corpo mais atingida são as mãos (24%), e 15% das notificações têm como agentes causadores máquinas e equipamentos, seguidos por agentes químicos (14%). Por fim, um recorte por gênero mostra que os homens são os que mais se acidentam, com mais de 3 milhões de notificações (68% dos casos).
Os números, contudo, refletem apenas os acidentes com trabalhadores que têm ou tinham vínculo de emprego. Não estão incluídos na estatística os trabalhadores informais e os servidores públicos estatutários.
Prevenção de doenças e acidentes
Os locais de trabalho, muitas vezes pelas próprias características das atividades desempenhadas – como a manipulação de produtos químicos ou a exposição a agentes físicos ou biológicos –, podem comprometer a saúde e a segurança do trabalhador, seja de forma imediata ou com o passar do tempo. As medidas de saúde e segurança no trabalho dizem respeito a uma série de normas e procedimentos que buscam prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
A segurança no trabalho envolve todos os aspectos relacionados à saúde dentro do ambiente laboral. Doenças ocupacionais, violência, assédio moral e sexual, acidentes de trabalho e assuntos relacionados fazem parte dos temas que são observados.
Profissões específicas
Por se tratar de uma área técnica, há profissões específicas para atuar neste ramo, com diferentes competências. Os engenheiros de segurança do trabalho são responsáveis por inspeções, laudos técnicos e planos de prevenção. Também contam com o apoio de técnicos em segurança do trabalho. Na área da saúde, o tema fica por conta dos médicos e dos enfermeiros do trabalho, responsáveis pela saúde ocupacional.
Esses profissionais ficam encarregados de garantir que as normas sobre a matéria sejam devidamente aplicadas. Essas normas têm base na legislação brasileira e nas convenções internacionais.
Direitos e deveres
O direito à saúde e à segurança no trabalho aparece no rol de direitos sociais da Constituição da República: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança” (artigo 7º, inciso XXII).
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem um capítulo específico para segurança e medicina do trabalho. As empresas têm a obrigação de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança do trabalho e de instruir os empregados sobre as precauções para evitar acidentes. Também é obrigatório à empresa fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados ao risco e em perfeito estado de funcionamento (artigo 166).
Aos empregados, cabe observar as normas de segurança. Assim, toda a sociedade tem uma parcela de responsabilidade na prevenção de acidentes – diagnosticando possíveis riscos, reduzindo chances e monitorando esses elementos.
Leis e convenções
O normativo também assegura direitos aos que estão expostos a riscos – os adicionais de insalubridade e de periculosidade. De acordo com o artigo 193 da CLT, são consideradas atividades perigosas aquelas em que o trabalhador tem contato com fatores de risco, como inflamáveis, explosivos, energia elétrica e violência. Já atividades insalubres são as que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância, fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (artigo 189).
Compõem ainda o conjunto de normas sobre o tema a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.765/1999), a Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho (Decreto 7.602/2011), o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (Lei 11.121/1995) e o Programa Integrado de Assistência ao Acidentado do Trabalho (Portaria Interministerial 14/1996).
Por fim, o assunto também é objeto de 19 convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com destaque para a Convenção 155, sobre segurança e saúde dos trabalhadores, promulgada pelo governo brasileiro em 1994. Com aplicação a todas as áreas de atividade econômica, o documento entende “saúde” de maneira ampla, que abrange a ausência de doenças e os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança do trabalho.
O objetivo da convenção é que os países formulem políticas nacionais para prevenir os acidentes e os danos à saúde que forem consequência do trabalho ou tenham relação com ele, reduzindo ao mínimo, na medida em que for razoável e possível, as causas dos riscos inerentes ao meio-ambiente de trabalho.
Normas regulamentadoras
Outra grande referência sobre o tema são as 37 Normas Regulamentadoras (NRs) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia (extinto Ministério do Trabalho). Elas detalham a aplicação das disposições da CLT sobre medidas preventivas de medicina do trabalho, edificações, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas, armazenagem de materiais, atividades insalubres, etc.
Essas normas devem ser implementadas obrigatoriamente, no local de trabalho e visam à proteção de empregadores e trabalhadores. Entre os temas tratados estão equipamentos de proteção, sinalização de segurança e treinamentos de evacuação em questões mais graves, como em incêndio.
Um exemplo é a Norma Regulamentadora 5, que instituiu a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), com o objetivo de tornar compatíveis, permanentemente, o trabalho, a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
As Cipas são compostas por representantes dos empregadores e dos empregados e têm como atribuições identificar os riscos do processo de trabalho; elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores; elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; e participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, entre outros.
O fornecimento de equipamentos de proteção individual, a promoção de eventos de conscientização e o monitoramento de condições seguras são exemplos dessas normas sendo colocadas em prática.
Defesa da vida
As normas e a atuação das instituições responsáveis pelo assunto têm voltado a atenção para as ações de prevenção. “A prevenção é e será, em qualquer circunstância, a melhor saída para empregados empregadores”, afirma a ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), coordenadora do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho. “É a forma mais eficiente para evitar os infortúnios e as suas nefastas consequências. É um caminho de defesa da vida e de construção de um ambiente saudável”.
Segundo a ministra, o trabalho de conscientização para a importância da prevenção não é um gasto, mas um importante investimento. “A tragédia de Brumadinho, por exemplo, é um acidente de trabalho que, se tivesse sido evitado, não teria gerado tanto gastos financeiros e humanos, não se teriam perdido tantas vidas”, assinala.
A ministra explica que a Justiça do Trabalho tem investido em ações de cunho também educativo. “Uma grande contribuição para a prevenção se dá quando a Justiça do Trabalho julga as ações de indenizações decorrentes de doenças ou acidentes de trabalho”, exemplifica. Segundo ela, essas ações têm dois objetivos principais: reparar o dano sofrido pela vítima; o segundo é causar um efeito pedagógico. “Na medida em que a empresa se vê na obrigação de reparar o dano causado, seja por negligência ou por falta de medidas preventivas, o efeito pedagógico se reveste em medidas preventivas”.
Trabalho decente em tempos de crise
A pandemia provocada pelo coronavírus tem agravado doenças físicas e psíquicas em razão dos desafios e das consequências da nova forma de vida e de trabalho, afetando, especialmente, a população mais vulnerável. O gestor nacional do Programa Trabalho Seguro na Região Nordeste, juiz André Machado Cavalcanti, da 13ª Região, diz que a crise tem afetado a saúde do trabalhador de diversas formas.
“Muitos foram obrigados a trabalhar em casa, muitas vezes sem condições para tanto; outros estão trabalhando em situações de extremo risco; e uma grande parcela está privada do trabalho, seja porque foram dispensados, seja porque são profissionais liberais ou empreendedores e tiveram que fechar seus negócios em razão da calamidade pública. Tudo isso causou uma situação de extremo estresse, forte tensão e muito abalo emocional”, assinala.
O desembargador Sebastião de Oliveira, do TRT da 3ª Região (MG), gestor nacional do Programa na Região Sudeste, afirma que o contexto atual requer esforços de todos para evitar o adoecimento profissional. “É necessário que as corporações e as empresas se reúnam e montem uma equipe de emergência para tratar de quatro passos – prevenção, diagnóstico, tratamento e retorno ao trabalho. É preciso uma conjugação de esforços de patrão e empregado para salvar todos que puder”, ressalta.
O juiz do Trabalho Leonardo Vieira Wandelli, da 9ª Região (PR), representante da Região Sul no Programa Trabalho Seguro, também reforça a seriedade das medidas de prevenção. “O cumprimento das orientações e das normas, como distanciamento, uso de máscara, luvas, restrições no transporte de empregados, os cuidados no refeitório, tudo deve ser exigido pelas empresas, pelos empregados e pelo poder público, porque interessa a todos. E esse cuidado precisa ser estendido ao teletrabalho e ao trabalho externo, tanto de empregados quanto de autônomos, o que é um grande desafio”, observa.
As preocupações do Programa Trabalho Seguro, no entanto, se estendem além do diagnóstico das mudanças vivenciadas. Um dos exemplos é a utilização de um comitê de crises para atuar na promoção da saúde e da segurança laborais.
“Um comitê de crises propicia diálogos saudáveis e necessários, que resguardam o valor social do trabalho, sem descurar da necessidade de preservação da livre iniciativa como pilar de uma ordem econômica saudável”, assinala a desembargadora Maria Beatriz Theodoro Gomes, do TRT da 23ª Região (MT), gestora nacional representante da Região Centro-Oeste no programa.
“A atuação desse comitê serve aos administradores públicos como verdadeiro farol a iluminar caminhos de implementação de políticas que tenham por objetivo a salvaguarda dos direitos fundamentais trabalhistas, notadamente a promoção da saúde e segurança do trabalho”.
A preocupação também vai além do momento atual, pois considera também as consequências e os riscos psicossociais do trabalho pós-pandemia. “É certo que o teletrabalho e a interação virtual, envolvendo a comunicação não presencial intermediada por e-mails, telefone, videoconferências e aplicativos como WhatsApp, serão integradas ao cotidiano de muitas empresas definitivamente”, afirma a desembargadora Márcia Bessa, do TRT da 11ª Região (AM/RR), gestora nacional representante da Região Norte.
“E aí surgem doenças novas, ou não tão novas assim, como o tecnoestresse e a infoxicação. Como identificá-las e preveni-las? Um dos desafios do futuro será lidar com os males advindos do uso excessivo da tecnologia. Surgirão muitos debates, especialmente em relação ao controle da jornada de trabalho”.
Lives do Programa Trabalho Seguro
Para compartilhar com a sociedade mais informações e desenvolver melhor os temas, o Programa Trabalho Seguro realiza, em julho, a maratona de lives “Construção do trabalho seguro e decente em tempos de crise”. As transmissões são realizadas semanalmente, com lives por região geográfica do País e a última com a coordenadora nacional do programa. Os eventos também buscam marcar o dia 27 de julho, Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho.
Confira, a seguir, os temas abordados:
• Comitê de crise: criação e implantação efetiva. Região Centro-Oeste (2/7).
• Sentido da vida e trabalho remoto. Região Nordeste (9/7).
• Riscos Psicossociais do Trabalho pós-pandemia. Região Norte (16/7).
• Organização do Trabalho e Prevenção do Adoecimento em Face da Pandemia de Covid-19. Região Sul (23/7).
• Os desafios da SST após a pandemia da COVID-19. Região Sudeste (27/7, com transmissão pela Escola Judicial da 15ª Região).
• Programa Trabalho Seguro na pandemia (a ser realizada pelo TST em 6/8)
| TST | | | | Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
Para acessar o documento completo, cique AQUI
GOVERNO FEDERAL
Resolução Normativa nº 891, de 21 de julho de 2020, do Ministério de Minas e Energia. Altera a Resolução Normativa nº 878/2020, que trata de medidas para preservação da prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica em decorrência da calamidade pública devido ao Covid-19 e a Resolução Normativa nº 414/2010, que trata das condições gerais de fornecimento.
Despacho nº 2.177, de 24 de julho de 2020, do Ministério de Minas e Energia. Fixa os valores dos recursos da Conta Covid a serem repassados às concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica, até 31 de julho de 2020, nas contas correntes vinculadas ao repasse de Modicidade Tarifária da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, referentes aos ativos regulatórios declarados no Termo de Aceitação e contabilizados de acordo com o Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, das competências de abril a junho de 2020.
GOVERNO ESTADUAL
Lei nº 20.263, de 23 de julho de 2020, do Poder Executivo. “Dispõe sobre o parcelamento do IPVA do exercício de 2020, em relação a veículos adquiridos em anos anteriores, nas condições que especifica”.
GOVERNO MUNICIPAL
Decreto nº 28.345, de Foz do Iguaçu. Institui Termo de Responsabilidade Sanitária para as Instituições de Ensino, em complemento às medidas adotadas pelo Decreto no 28.303, de 13 de julho de 2020.
Decreto nº 28.346, de Foz do Iguaçu. Prorroga as medidas estabelecidas no Decreto no 28.319, de 16 de julho de 2020, somente na parte que trata do Bairro Três Lagoas.
Decreto nº 872, de Toledo. Altera o Decreto nº 843/2020, que estabeleceu novas medidas para a implementação das ações de enfrentamento da pandemia decorrente da propagação do vírus Sars-Cov-2, causador da patologia Covid-19, no âmbito do Município de Toledo.
Lei nº 4.138, de Campo Mourão. Autoriza o Poder Legislativo de Campo Mourão a manter todos os pagamentos em sua integralidade às empresas que mantém contratos de prestação de serviços continuados, durante o estado de emergência nacional ocasionado pelo Coronavírus SARS-CoV-2, responsável pelo surto da COVID-19, e dá outras providências.
| Sistema FIEP | | | | A iniciativa é voltada para empreendedores e empresários interessados em avaliar o potencial inovador de seus produtos ou conceitos.
Para estimular a criação e desenvolvimento de projetos inovadores no Estado, o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) lançou o “Selo de Inovação Tecpar”. A iniciativa é voltada para empreendedores e empresários interessados em avaliar o potencial inovador de seus produtos ou conceitos.
O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, destaca que o Selo de Inovação surgiu da prospecção de mercado pelos profissionais da Agência de Inovação do instituto, que perceberam a demanda de empresas e empreendedores para analisar, validar ou melhorar projetos inovadores.
“O Selo de Inovação é mais uma ferramenta de apoio aos empresários que buscam validar suas ideias inovadoras na área de tecnologia. A validação do Tecpar representa um diferencial para o empresário na fase de busca de novos parceiros”, afirma.
Segundo o gerente da Agência de Inovação do Tecpar, Rogério Moreira de Oliveira, os clientes buscam obter o Selo porque querem avaliar seu produto ou conceito e ter um diferencial de mercado. “A principal função do Selo é reduzir o risco do investimento. Ele faz com que o cliente confie mais naquele produto ou naquele projeto que já foi avaliado e não tenha receio em investir”, diz Oliveira.
Ele ressalta ainda que para instituições de investimento, como agências de fomento, bancos e investidores-anjo, a presença do Selo de Inovação pode reduzir o risco de insucesso de um projeto. “É uma garantia adicional para o investidor, uma vez que aquela proposta já foi avaliada por especialistas”, observa o gerente da Agência de Inovação.
METODOLOGIA – Para pleitear o selo, o empresário ou empreendedor precisa entrar em contato com a Agência de Inovação do Tecpar, o que pode ser feito pelo e-mail sac@tecpar.br. Então os especialistas do instituto irão explicar como o procedimento será realizado. A metodologia é composta por seis aspectos, que são analisados e pontuados, dentro de dois grupos distintos: da viabilidade e da inovatividade.
O grupo da viabilidade analisa aspectos técnicos, econômicos, financeiros e a questão de patentes. É estudado, por exemplo, o custo e a acessibilidade à matéria-prima de um produto e à mão de obra necessária para produzi-lo.
O segundo grupo, que é o da inovatividade, avalia o potencial de inovação do produto, analisando, entre outros quesitos, se existem outros produtos semelhantes no mercado, e a possibilidade de surgirem concorrentes.
O empreendedor também toma conhecimento sobre possíveis barreiras de seu produto, se infringe alguma patente, legislação ou se apresenta risco aos clientes. Com estas informações, o empreendedor tem elementos para tomar a decisão de implantar melhorias ou de reformular ou encerrar o projeto.
NÍVEIS DO SELO – Cada proposta ou produto é classificada em um dos três níveis do Selo de Inovação: Conceito Inovador, Protótipo Inovador ou Produto Inovador.
Inventores que já criaram o conceito de sua invenção podem pleitear o “Selo Conceito Inovador”. É o caso do empreendedor que, embora ainda não tenha um produto ou protótipo, já tem uma ideia de uma solução ou de como aquilo deve funcionar.
Os especialistas do Tecpar vão analisar se o conceito é inovador ou se tem potencial inovador. A ideia é pontuada por uma métrica de avaliação e recebe uma nota de inovatividade.
O segundo nível é o “Selo Protótipo Inovador”. Neste caso, o empreendedor já tem um protótipo de produto, ou seja, uma ideia já materializada. Não precisa ser um produto acabado, mas que demonstre, minimamente, o funcionamento do seu conceito. A avaliação do selo é feita de uma maneira mais precisa, já que é possível observar as condições de funcionamento do protótipo.
O “Selo Produto Inovador” é o terceiro nível, destinado às empresas que já têm o seu produto pronto, estão produzindo e vendendo. São empresários que têm a intenção de avaliar se o seu produto tem ou não um apelo inovador, para usar esse resultado como potencial de marketing.
| Agencia Estadual de Notícias | | | | Resultado é o do chamado mercado fio da distribuidora da Copel, que inclui tanto a energia fornecida a consumidores cativos, atendidos pela Copel Distribuição, quanto consumidores livres.
O consumo de energia na área de concessão da Copel – que cobre 393 dos 399 municípios do Paraná – caiu 5,9% no segundo trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 4.554 GWh. A queda foi motivada, principalmente, pela redução da atividade econômica em diversas áreas, em função dos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Este resultado é o do chamado “mercado fio” da distribuidora da Copel, que inclui tanto a energia fornecida a consumidores cativos, atendidos pela Copel Distribuição, quanto consumidores livres – empresas com demanda maior que 500 kW que optam por deixar o mercado regulado para negociar a compra de energia no mercado livre.
A maior queda no consumo se deu entre os clientes do mercado livre de energia, ou seja, entre empresas de maior porte. O consumo neste segmento caiu 6,7% no segundo trimestre, na comparação com 2019.
MERCADO CATIVO - Já o consumo de energia no mercado cativo da Copel caiu 5,8%. A baixa se deu principalmente por causa dos setores de comércio e serviços (-19,1%) e industrial (-18,8%). Já os segmentos residencial e rural apresentaram altas no consumo de energia, de 5,2% e 3,3%, respectivamente.
A Copel possui 3,8 milhões de consumidores residenciais (de um total de 4,7 milhões de clientes). Esse segmento representou 41,5% do total do consumo de energia do mercado cativo da Copel no segundo trimestre de 2020.
O consumo médio mensal dos clientes residenciais subiu 3,1% nos últimos três meses, na comparação com o mesmo período de 2019, passando de 158 kWh/mês para 163 kWh/mês por unidade consumidora, em média.
Já o desempenho da classe rural reflete os bons resultados do agronegócio paranaense nos últimos meses, apesar dos efeitos negativos da pandemia. Ao final de junho de 2020, a classe representou 13,1% do consumo do mercado cativo da Copel com 348.758 consumidores.
| Agencia Estadual de Notícias | | | | Nos últimos meses, o Paraná enfrenta aquela que já é considerada uma das piores secas da história. Com chuvas abaixo da média desde o fim de 2019, as barragens que compõem o Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana apresentam os menores níveis desde 2009.
E, segundo as previsões meteorológicas, as chuvas dos próximos meses serão insuficientes para normalizar a situação, que tende a seguir crítica até o fim do ano. Para enfrentar esse tipo de situação, dois fatores são fundamentais: uso racional da água pela população e planejamento do poder público.
É nesse último aspecto que o governo do Paraná deu um passo importante há algumas semanas, quando se tornou o primeiro estado brasileiro a elaborar um Relatório de Conjuntura de Recursos Hídricos. Realizado pelo Instituto Água e Terra, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), o relatório apresenta um retrato atualizado de usos e gestão das bacias hidrográficas em todo o território paranaense.
São informações sobre quantidade e qualidade da água, como ela vem sendo utilizada, mecanismos de gestão e os desafios para garantir a segurança hídrica, ou seja, “quando há disponibilidade de água em quantidade e qualidade suficientes para o atendimento às necessidades humanas, à prática das atividades econômicas e à conservação dos ecossistemas aquáticos, acompanhada de um nível aceitável de risco relacionado a secas e cheias”, conforme definição da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com uma disponibilidade hídrica superficial de 1,2 milhão de litros por segundo, sem considerar a contribuição dos rios Paraná e Paranapanema, o estado apresenta algumas deficiências, como demonstra o relatório. Segundo a ONU, o consumo per capita deve ser próximo de 1.500 m³ por habitante/ano, suficiente para atender às necessidades básicas da população sem que haja desperdício. Mas em duas regiões – a Bacia do Paranapanema I, no Norte, e a Unidade Hidrográfica do Alto Iguaçu e Afluentes do Ribeira, no Leste e Sul –, o déficit é de 215 e 431 m³/hab/ano, respectivamente.
A situação se mostra ainda mais crítica quando é desconsiderada a contribuição da Bacia do Ribeira. Nesse caso, o Alto Iguaçu, que compreende Curitiba e parte da Região Metropolitana, concentrando 30% da população estadual, contabiliza um déficit de quase 1.000 m³/hab/ano. De acordo com o relatório, 37% das sedes urbanas paranaenses apresentam algum déficit quanto à oferta de água à população, considerando a disponibilidade hídrica dos mananciais ou a capacidade dos sistemas de produção de água para atendimento das demandas futuras.
Investimentos são necessários
Como suprir esse déficit na oferta de água? Com investimentos da ordem de pelo menos R$ 644,5 milhões, como indica o Relatório de Conjuntura de Recursos Hídricos do Paraná. Desse montante, 7% seriam destinados ao Sistema Integrado da Região Metropolitana de Curitiba. A maioria das soluções propostas se refere a ampliações ou adequações dos atuais sistemas de produção de água, contemplando 126 municípios e investimento de R$ 469,9 milhões. Outros R$ 174,5 milhões se referem à adoção de novos mananciais em 20 sedes urbanas, entre elas Curitiba, Londrina e Cascavel.
O investimento necessário para resolver esse déficit, no entanto, é ainda maior. O relatório observa que “nesse montante não estão considerados os investimentos em futuros aproveitamentos hídricos para o sistema integrado de Curitiba que extrapolam o horizonte de 2025 e que deverão ocorrer nas áreas de interesse de mananciais delimitadas por meio do Decreto nº 3.411 do Governo do Estado do Paraná”.
De acordo com o relatório, seis grandes projetos fazem parte do planejamento do governo estadual para os próximos anos, visando contribuir com o aumento da vazão para abastecimento público: ampliação dos sistemas adutores de Foz do Iguaçu e Cascavel, a Barragem do Miringuava, em São José dos Pinhais, plano de aproveitamento de recursos hídricos para a RMC e estudos para aproveitamento de recursos em algumas bacias e de refinamento do Índice de Segurança Hídrica (veja os detalhes mais abaixo).
Incentivo ao consumo consciente
Para atender à atual demanda de recursos hídricos no Paraná são necessários cerca de 51 mil litros de água por segundo. Desse total, 42% se destinam ao abastecimento público, ou seja, para o consumo da população em geral. A indústria e a agropecuária aparecem a seguir como os principais consumidores. Em 2018, segundo o relatório, foi retirada uma média de 60,52 m³/s no estado, da qual 27,14 m³/s foi consumida. Para entender: a água retirada é o produto bruto total captado para uso, enquanto a consumida é aquela que não retorna aos corpos hídricos, em geral na forma de esgoto.
“Sendo o abastecimento público um grande uso de recursos hídricos no Estado, cabe a nós, consumidores desse recurso, iniciativas para diminuir a quantidade de água consumida por dia, sem comprometer o conforto e o atendimento às necessidades diárias”, diz trecho do relatório, citando que nos 346 municípios atendidos pela Sanepar cada pessoa consome, em média, 150 litros de água por dia. “Com bom senso e sem desperdício, esse número pode cair para 120 litros por dia, uma redução de 20%”, acrescenta o estudo.
Evitar o desperdício se tornou ainda mais importante em meio à estiagem que o Paraná enfrenta. Para o presidente do Instituto Água e Terra, Everton Luiz de Souza, além de orientar as ações a serem tomadas pelo governo para enfrentar o problema, o relatório também deve ajudar a promover o uso consciente da água. “Uma das diretrizes para a gestão das águas é a participação social, repassando dados para a sociedade. Quando a população entende melhor o uso da água e as demandas existentes, fica mais fácil ela se conscientizar para o uso racional”, defende.
Visando fornecer um retrato eficaz da gestão hídrica no Paraná, o relatório será atualizado anualmente. Segundo Everton, o objetivo é garantir um panorama constante dos recursos hídricos do estado, as demandas, sua utilização e a atuação dos comitês gestores das bacias hidrográficas. “Além de usarmos essas informações nas tomadas de decisão do instituto, o relatório é um instrumento valioso para a indústria e o agronegócio, por exemplo, que sabem da disponibilidade e da qualidade desses recursos”, conclui.
Seis projetos estão no planejamento do Paraná para aumentar a vazão de água para abastecimento público:
Ampliação do sistema adutor de Cascavel
Compreende a construção de uma barragem e estruturas de captação e adução do rio São José. A adutora de água bruta é projetada com 14,3 km de extensão e vazão de 0,7 m³/s, conduzindo as águas até a ETA existente (em fase de ampliação e modernização). As obras devem ser concluídas até o final do ano. Valor: R$ 76,4 milhões*
Barragem Miringuava
Construída em São José dos Pinhais, foi projetada para acumular um volume de 38 hm³, regularizar uma vazão de até 1,1 m³/s e atender demandas de abastecimento humano e irrigação na região. A previsão para término das obras é 2022. Valor: R$ 157,8 milhões*
Plano de aproveitamento dos recursos hídricos para a Região Metropolitana de Curitiba
O estudo a ser desenvolvido tem o objetivo principal de planejar as ações a serem executadas nos próximos anos na RMC e seu entorno, com foco no atendimento às demandas de abastecimento humano para a população da região. Valor: R$ 4,8 milhões*
Estudo de alternativas para o aproveitamento de recursos hídricos em áreas de baixo grau de segurança hídrica: bacias hidrográficas dos rios Paranaíba, Grande e Paranapanema
Visa definir alternativas de intervenções para o aproveitamento de recursos hídricos com o objetivo de suprir os déficits identificados nessas áreas. No Paraná, compreende as bacias Baixo Ivaí e Baixo Paranapanema. Valor: R$ 1,8 milhão*
Estudo de refinamento do Índice de Segurança Hídrica em unidades territoriais de análise
Objetiva confirmar os déficits hídricos identificados no Plano Nacional de Segurança Hídrica e atualizar informações de demandas, oferta e balanço hídrico. No Paraná, o projeto contempla a bacia do Alto Ivaí. Valor: R$ 800 mil*
Estiagem deve se manter pelos próximos meses
A estiagem que vem castigando o Paraná há meses já é considerada uma das piores da história do estado. Se o mês de junho trouxe um pouco de alento, com um volume de chuvas acima da média histórica, a primeira quinzena de julho manteve o sinal de alerta. Segundo dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o índice de precipitação ficou 60% abaixo da média. Um cenário que se torna ainda mais preocupante diante da previsão de que essa tendência será mantida ao longo dos próximos meses.
Segundo a Sanepar, a seca faz com que os níveis dos quatro reservatórios de água para abastecimento público na Região Metropolitana de Curitiba registrem uma média de 34%. Na Barragem do Iraí, a primeira a ser utilizada pela Sanepar, os níveis foram baixando mês a mês e, na primeira quinzena de julho, chegaram a 15%. No Passaúna, o nível é de 36,5%; Piraquara I, 33%; e Piraquara II, que é a última a ser utilizada e geralmente mantém-se elevada por mais tempo, está com 88%.
“Nos últimos 10 anos, nunca as barragens chegaram a níveis tão baixos. O mais preocupante é que os prognósticos de chuvas para os próximos meses não são promissores, mantendo-se a previsão de que teremos um volume muito abaixo da média histórica”, afirma o diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Julio Gonchorosky. Com isso, a empresa vem mantendo rodízios semanais no abastecimento de água em Curitiba e RMC, interrompendo o fornecimento por períodos de 36 horas.
O rodízio reduz diariamente o fornecimento de água para 20% da população, com a meta de garantir níveis mínimos de reserva até o período das chuvas, previsto somente para depois de setembro. Além disso, a Sanepar antecipou obras e implantou captações emergenciais que aumentam o volume de água para abastecimento público, como a captação de água em cavas e pedreiras em Fazenda Rio Grande, Pinhais, São José dos Pinhais e Campo Magro.
De acordo com o Simepar, a tendência é de que os meses de agosto e setembro se mantenham sem ocorrência de chuva significativa, com médias inferiores às registradas tradicionalmente. Existe ainda a possibilidade de ocorrência do La Niña, fenômeno de resfriamento das águas do Oceano Pacífico que acaba gerando mudanças nos padrões de temperatura e precipitação. Apesar de a previsão indicar que o fenômeno tende a ser fraco, ele deve contribuir para a menor incidência de chuvas na Região Sul.
| Gazeta do Povo | | | | Pesquisadores da Fiocruz apostam em vacinação inicial contra a covid-19 em fevereiro de 2021 para um público específico. A partir daí, a produção nacional das doses poderá garantir imunização à população em geral, afirma a vice-diretora de Qualidade da Bio-Manguinhos (Fiocruz), Rosane Cuber Guimarães.
Os recentes resultados de pesquisas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, sobre a segurança da vacina contra a covid-19 elevaram o nível de otimismo em todo o mundo que, desde dezembro do ano passado, observa o alastramento do novo coronavírus, causador da doença, em todas as regiões. As pesquisas das fases 1 e 2, exigidas pelo procedimento científico, descartaram efeitos adversos graves provocados pela vacina. Foram registrados relatos de pequenos sintomas, como dores locais ou irritabilidade, aceitos em vacinas contra outras doenças.
O Brasil foi um dos países escolhidos para participar da Fase 3 dos estudos, que testa a eficácia da vacina. Os testes, que estão a cargo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e outras instituições parceiras, envolvem 5 mil voluntários de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A expectativa é detectar a capacidade de imunização das doses e, a partir daí, a Fiocruz – parceira brasileira nas pesquisas de Oxford – receberá autorização para importar o princípio ativo concentrado, que será convertido inicialmente em 30 milhões de doses a serem aplicadas em parcela da população brasileira.
Rosane Guimarães disse ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar neste domingo (26), às 22h30, que, em dezembro deste ano, o Brasil receberá 15 milhões de doses e, em janeiro, mais 15 milhões de doses.
"Estamos recebendo agora apenas 30 milhões de doses porque precisamos, antes de liberar a vacina, ter certeza da comprovação da eficácia dela. Então nós adquirimos 30 milhões de doses no risco e, se a vacina se comprovar eficaz, vamos receber mais 70 milhões de doses, totalizando, para o país, no primeiro ano, 100 milhões de doses de vacinas", disse.
A Bio-Manguinhos será responsável pela transformação do princípio ativo e fará a formulação final das vacinas, além de envasar, rotular e entregar o material para que o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde faça a distribuição. As primeiras doses devem ser destinadas aos grupos de risco, como profissionais de saúde e pessoas idosas, mas isso ainda está em debate.
Caso as previsões se confirmem, a expectativa é que o país passe a produzir nacionalmente a vacina a partir do segundo semestre de 2021. "Paralelamente a isso, precisamos avaliar se será necessária apenas uma dose da vacina, se serão necessárias duas doses, se será necessário revacinar. São perguntas para as quais ainda não temos respostas. Os estudos vão continuar", disse a especialista em vigilância sanitária.
Segundo Rosane, a vacina está em um excelente caminho e avançou rapidamente porque Oxford já trabalhava com o mesmo adenovírus de chimpanzé que está sendo usado nas pesquisas, um vírus que não causa doença em seres humanos.
Rosane explicou que a vacina carrega uma sequência do RNA do coronavírus e da proteína spike, que pode garantir que um organismo produza anticorpos. "Eles fizeram testes nessa plataforma [utilizando esse princípio] para Mers [síndrome respiratória do Médio Oriente] e para ebola. Eles já tinham grande parte do que é necessário para produção da vacina, preparado, o que já foi um acelerador. Outra coisa é que, neste momento de pandemia, os estudos clínicos foram facilitados e houve colaboração entre os países."
Mesmo com os indicativos positivos, Rosane alerta que a pandemia não vai ser resolvida de uma hora para outra. "Acreditamos que, em 2021, ainda não se consiga vacinar completamente toda a população. Nossa orientação é que enquanto a vacina não sai, ou ainda estiver sendo aplicada, que as pessoas mantenham as orientações que já existem hoje: uso da máscara, lavar as mãos, evitar aglomeração, distanciamento. Ainda temos que continuar convivendo com esses cuidados até que todas as respostas sejam dadas pela vacina."
A possibilidade de um revés é praticamente descartada pela pesquisadora. Segundo Rosane, a Fase 3 dos estudos pode, sim, apontar um grau de imunização de mais de 90%. "Se for maior, a gente consegue relaxar um pouco", mas há riscos de que essa eficácia atinja níveis de apenas 50% ou 70%. "Vamos ter que fazer mais estudos e talvez buscar uma vacina com potencial maior, mas já será um alento se tivermos uma vacina com mais de 70%."
Atualmente, o Brasil é terreno fértil para a pesquisa por ocupar o segundo lugar entre os países com maior número de casos da covid-19.
Há outras empresas trazendo vacinas para o Brasil. Um exemplo é a pesquisa desenvolvida pela parceria entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, com sede em Pequim. Nas próprias instalações da Bio-Manguinhos, cientistas brasileiros desenvolvem dois estudos, que estão ainda em fase pré-clínica, com experimentos em animais.
| Bem Paraná | | | | O Paraná caminha para assinar um acordo de cooperação técnica com a Rússia para a produção de uma eventual vacina contra a Covid-19. Assim como outras imunizações em estudo, os russos alcançaram resultados positivos nas etapas preliminares da pesquisa, que indicam a segurança e a provável reação imune que o antígeno provoca no organismo.
O embaixador da Rússia no Brasil, Segey Akopov, deve ser reunir na primeira semana de agosto com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). A expectativa é de que o encontro sele a parceria para a produção da vacina, embora ainda não exista uma previsão para a conclusão dos estudos.
| Bem Paraná | | | | A forma de distribuição de R$ 13,8 bilhões em recursos da União para Estados e municípios combaterem o coronavírus tem sido alvo de questionamentos de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e organizações como a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). Os critérios de distribuição e a destinação dos recursos são apontados como principais pontos de controvérsia. Juristas ouvidos pelo Estadão divergem quanto à clareza da Portaria 1.666, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no início do mês.
A distribuição é questionada por prefeitos. "Os recursos disponibilizados pela União são insuficientes", disse o secretário executivo da FNP, Gilberto Perre. "Os critérios utilizados para distribuição não estão claros e os prefeitos pediram esclarecimentos a respeito da partilha. Chama a atenção o fato de que as cidades que mais concentram casos e respondem pelos atendimentos mais onerosos tenham recebido valores per capita bastante inferiores à média nacional, na Portaria 1.666. Por exemplo, as cidades acima de 1 milhão receberam R$ 34,61 per capita e as cidades até 10 mil receberam R$ 89,94."
O TCU deu 15 dias para que a Saúde mostre a "lógica de financiamento" dos fundos estaduais e municipais, e como definiu a estratégia de compras durante a pandemia, apresentando documentos sobre logística e distribuição de insumos.
A Portaria 1.666 prevê que os recursos serão destinados ao "custeio das ações e serviços de saúde para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da covid-19, podendo abranger a atenção primária e especializada, a vigilância em saúde, a assistência farmacêutica, a aquisição de suprimentos, insumos e produtos hospitalares, o custeio do procedimento de tratamento de infecção pelo novo coronavírus".
"Tais gastos podem ser confundidos ou misturados por conveniência às demais verbas orçamentárias previstas em orçamento público (Lei Orçamentária Anual)", disse a advogada constitucionalista Vera Chemin, mestre em Direito Público Administrativo pela FGV.
"As expressões 'atenção primária' e 'atenção especializada' têm uma abrangência aberta e vaga. Tudo pode acontecer no dia a dia sem um efetivo controle da execução dos gastos, podendo, sem sombra de dúvida, serem direcionados para outras rubricas de caráter supérfluo e com pretensões eleitoreiras, uma vez que estamos próximos de uma eleição municipal."
Já para a ex-juíza federal Cecilia Mello e para o especialista em Direito Administrativo Marcus Vinicius Macedo Pessanha, a portaria é clara. "Embora possa aparentar certa generalidade, que em tese daria margem a eventual uso indevido desses valores por entes da Federação, há uma finalidade expressa e específica para o uso desses valores, o enfrentamento da pandemia", afirmou Cecília.
Segundo Pessanha, "não há qualquer brecha para destinação dos recursos a quaisquer outras atividades que não sejam as de combate à pandemia". "Todas a contratações que venham a ser realizadas com estes recursos e não estejam vinculadas ao combate ao novo coronavírus, na verdade, configuram utilização irregular e gestão temerária do erário, ensejando aplicação de sanções aos gestores públicos responsáveis."
Ao Estadão, o senador Major Olimpio (PSL-SP) acusou o governo de propor a parlamentares que indicassem onde parte do dinheiro da Portaria 1.666 seria alocada. "O parlamentar distribuiu o dinheiro para as bases dele. Ele não combinou com o vírus. Onde era necessário pôr o recurso? Onde está morrendo gente. Se era o dinheiro para o enfrentamento da covid-19 não seriam os infectologistas, os médicos que deveriam definir onde o dinheiro é mais necessário? Em vez disso, é a planilha do senador que vale."
Ele afirmou que o dinheiro foi distribuído pelo governo federal para pelo menos 50 senadores e 200 deputados a fim de garantir a construção de uma base de apoio. "Me ofereceram R$ 30 milhões. Dinheiro da covid-19." Segundo Olimpio, a oferta foi feita por um representante do governo e cada colega recebeu R$ 30 milhões em emendas.
Estratégia
Em relatório emitido na semana passada, o TCU diz que o Ministério da Saúde gastou só cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a covid-19 de março a junho. A equipe técnica do órgão não conseguiu identificar a estratégia de compras, logística, distribuição de insumos, além de desconhecer "critérios para transferência de recursos" da pasta.
O Ministério da Saúde afirmou que, entre os critérios para a distribuição dos R$ 13,8 bilhões liberados para municípios, estão o tamanho da população (priorizando municípios com menos habitantes) e a média de recursos transferidos para atenção hospitalar e atenção básica em 2019. Para os Estados, segundo a pasta, também foi considerado o número de leitos de UTI, a taxa de incidência de covid-19 por 100 mil habitantes e a infraestrutura e capacidade logística para recebimento de ventiladores.
Além do TCU, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar "possíveis insuficiência e lentidão da execução orçamentária" e "omissão no socorro financeiro aos Estados e municípios" pelo Ministério da Saúde.
| Bem Paraná | | | | Com a reabertura de atividades, as federações contribuíram com a distribuição de diversos donativos. Nesta semana, bolhas de proteção e plataformas on-line foram desenvolvidas para o combate da pandemia
No Rio de Janeiro, a fabricação das máscaras foi feita pela empresa Naturgy
Entre os dias 17 e 23 de julho, foram criados novos equipamentos para o tratamento da Covid-19 e desenvolvida uma plataforma digital gratuita para a segurança dos trabalhadores da indústria. As entidades - presentes em todos os estados do Brasil - também produziram e doaram equipamentos de proteção individual (EPI) e apoiaram instituições filantrópicas.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), em parceria com a Naturgy, realizou a doação de 109 mil itens de proteção individual para os profissionais da saúde do estado. O material foi entregue para a superintendência do Ministério da Saúde e será distribuído em quatro hospitais federais da capital fluminense.
Dentre os equipamentos de proteção doados estão mais de 70 mil luvas de procedimento, 30 mil toucas de TNT, 5 mil máscaras triplas, mais de 3 mil máscaras N95, mil aventais, 150 óculos de segurança e 150 face shields.
A doação foi promovida pelos funcionários da Naturgy, que, de forma voluntária, doaram uma parte do salário para a compra dos donativos. Em seguida, a empresa contribuiu com a mesma quantia, o que dobrou o valor arrecadado. A FIRJAN tem feito um trabalho de reunir e facilitar a ações solidárias das empresas do estado através do Programa Resiliência Produtiva.
Além disso, em quatro meses, o Programa bateu a marca de 197 mil itens doados por 16 empresas para rede pública de saúde. Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), foram produzidos mais de um milhão de produtos. Saiba mais no site da federação.
No Centro-Oeste, as federações realizam doações e desenvolvem tecnologias
Alimentos arrecadados pela FIEG + Solidária
No Goiás, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), por meio do programa FIEG+Solidária, ultrapassou a marca de 102 instituições filantrópicas atendidas com doações, que totalizam o valor de, aproximadamente, R$ 1 milhão arrecadado. Os donativos, que se aproximam da meta inicial de 100 toneladas, incluem produtos de primeira necessidade, como cestas básicas, itens de higiene pessoal, produtos de limpeza e máscaras de proteção.
Já a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) desenvolveu um pacote de ações para apoiar a luta contra a Covid-19. A primeira fase conta com uma plataforma gratuita e 100% on-line, chamada de CoronaDados – Monitorar para salvar vidas. O empresário pode cadastrar os trabalhadores e acompanhar, de forma efetiva, a saúde de sua equipe.
A plataforma é uma ações do projeto Trabalho Seguro, que foi desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria (SESI) de Mato Grosso. Assim, o programa utiliza tecnologias e sistemas adequados para a proteção dos funcionários e do ambiente, além da realização de testes e monitoramento da saúde. Ao todo são três níveis de ofertas para atendimentos aos protocolos de segurança.
Em continuidade às ações da campanha “Se Puder Fique em Casa, Se For Sair Use Máscara”, a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), por meio do SESI e SENAI, iniciou um mutirão para distribuir 50 mil máscaras de tecido no centro e nos bairros de Campo Grande. O trabalho segue até esta sexta-feira (24/07), sempre das 9 às 17 horas, e um carro de som está circulando no entorno dos pontos de distribuição para informar a população sobre onde retirar a máscara.
O Nordeste inova com tecnologia para o combate do novo coronavírus
Na Bahia, o SENAI Cimatec desenvolveu um equipamento para reduzir os casos de intubação entre os pacientes contaminados, além de diminuir os riscos de contaminações entre os profissionais da saúde. O acessório foi batizado de “Bolha de Contenção” e possui uma estrutura simples, de material acrílico transparente e de diferentes tamanhos para se adequar a qualquer idade.
Equipamento em produção no SENAI CIMATEC Park, unidade que fica em Camaçari
A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) prevê a distribuição de 800 bolhas para os hospitais públicos de referência no tratamento da COVID-19, sendo que metade já foi distribuída. O projeto foi desenvolvido pelo SENAI em parceria com o Governo da Bahia e, também, contou com apoio da Unigel e da Klabin, que fizeram a doação de matéria prima para fabricação e entrega. O equipamento passou pela avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa.
Em Santa Catarina, o SENAI atua na restauração de respiradores
A iniciativa Mais Manutenção de Respiradores - ação de enfrentamento do novo coronavírus desenvolvida em âmbito nacional pelos Institutos SENAI de Inovação - teve, em Santa Catarina, o conserto de 61 aparelhos, utilizados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). A estimativa é que eles salvem de 600 a 1,2 mil vidas. Além disso, representam economia de R$ 1,4 milhão, valor que seria necessário para a aquisição de novos equipamentos.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar, a iniciativa mostra a importância da união de forças, que foi fundamental para a recuperação dos os respiradores. A atividade está sendo interrompida, dada a inexistência de novas demandas, mas poderá ser retomada caso surja necessidade.
| CNI | | | | Feirantes do Largo da Ordem pedem direitos iguais.
Em meio à pandemia do novo coronavírus e dos números ainda crescentes em Curitiba e o Paraná, categorias reivindicam a volta controlada das atividades. São quatro meses em que algumas categorias não puderam retornar até o momento, ainda que tenha ocorrido flexibilizações ao longo deste período.
Os feirantes do Largo da Ordem são uma destas categorias. Neste domingo (26), eles promoveram um protesto na Praça Anita Garibaldi, no setor histórico, onde acontecia a feira aos domingos até antes da pandemia. Eles querem voltar a trabalhar, como outras atividades do comércio. Eles reclamam que estão sem trabalhar por mais de 120 dias, enquanto as feiras livres podem funcionar de segunda a sexta-feira.
A Prefeitura fez um site para que os feirantes vendessem os seus produtos, mas, segundo eles, não teve o resultado esperado. Fabiano Neras é feirante do Largo da Ordem há cinco anos e lembra que 1.300 famílias estão sem renda há praticamente cinco meses.
“A nossa feira foi a primeira a ser fechada e de lá para cá estamos esperando que possamos voltar tomando os cuidados necessários. As feiras livres já voltaram, os shoppings já voltaram e nós, que estamos ao ar livre, não podemos voltar?”, disse.
Além dos feirantes, outras categorias vêm protestando pela volta, como transportadores, donos de vans e escolinhas esportivas. Esta última categoria marcava, pelas redes sociais, uma manifestação para a manhã desta asegunda-feira (27) em frente à Prefeitura de Curitiba. O ato era convocado pela Liga das Escolas de Futebol do Paraná. A categoria programou uma concentração a partir das 8h30 nas proximidades da Prefeitura e o ato deve começar depois das 8h45.
| Bem Paraná | | | |
A pandemia do novo coronavírus impõe alterações em todos os meios de transporte, em especial naqueles que levam muitas pessoas, que acabam ficando mais expostas a contaminações. Para evitar que a fuga atual de passageiros se mantenha, companhias aéreas e empresas de transporte municipal e rodoviário trabalham no desenvolvimento de tecnologias que minimizem o contágio nesses ambientes e oferecem maior segurança aos usuários.
Algumas fabricantes já começaram a oferecer ônibus com itens como poltronas feitas com tecidos antivirais e proteção nas barras de apoio do passageiro. No caso dos aviões, onde o sumiço de passageiros foi mais notado, há estudos para uso de luz ultravioleta nos banheiros e de superfícies que eliminam micro-organismos.
Ainda que haja empecilhos, a indústria do transporte tem procurado soluções até mesmo para os automóveis que, apesar de não serem objetos de aglomeração, são compartilhados por diferentes pessoas dado o grande volume de usuários de aplicativos como Uber, 99 Táxi e de serviços de locação.
Mesmo com a chegada de uma vacina, as companhias acreditam que o "novo consumidor" continuará em busca de segurança, seja contra a covid-19, a gripe ou qualquer outro vírus que eventualmente surja.
"Independente do coronavírus, estamos agregando valor ao nosso produto, trazendo algo benéfico para as pessoas que pode ser entendido como qualidade de serviço. Não é uma aposta de curto prazo", diz Rodrigo Pikussa, diretor do Negócio Ônibus da Marcopolo.
Algumas das tecnologias, porém, podem demorar para serem adotadas em larga escala. Isso porque encarecem o produto num momento em que as empresas estão com problemas de caixa para promover altos investimentos e também porque o consumidor pode não estar disposto a pagar o repasse desses custos.
O sócio da consultoria KPMG no Brasil, Ricardo Bacellar, acredita que os custos dessas inovações podem inibir novos projetos, principalmente aqueles que exigem mudanças na forma de produção. "Isso leva um tempo, pois, no caso das montadoras, são necessários muitos testes e homologações". Em sua opinião, também não há garantias ainda de que essas tecnologias sejam de fato seguras contra contaminações - embora as empresas afirmem que todas elas foram testadas em laboratórios independentes e certificadas nos organismos responsáveis.
Fabricantes de aviões trabalham na criação de banheiro estéril
Com um sistema já bastante eficiente para filtrar o ar nas cabines, a indústria da aviação busca agora medidas que garantam que vírus e bactérias não resistam por muito tempo em assentos ou nos banheiros. As fabricantes de aeronaves têm trabalhado, em parceria com fornecedores, para desenvolver, por exemplo, um banheiro estéril e uma varinha de luz ultravioleta que possa ser mais uma ferramenta para desinfetar aviões.
A americana Boeing tem atuado na pesquisa de três tecnologias. A primeira seria um revestimento de assentos que os blindaria contra micróbios. Apesar de já existirem tecidos que fazem isso, eles demoram algumas horas para matar certos micro-organismos. A ideia é desenvolver algo que atue de modo mais rápido, diz o diretor de marketing de produtos da companhia, Jim Haas. Em coletiva de imprensa, Haas afirmou que algumas companhias aéreas já mostraram interesse pelo produto, mas não citou quais.
A Boeing estuda também adotar varinhas de luz ultravioleta na desinfecção das cabines e desenvolveu um protótipo de um banheiro com essa radiação, no qual 99,9% dos germes seriam exterminados em três segundos após cada uso. Haas, porém, afirma que deve demorar um pouco para vermos esses banheiros em operação. Apesar de não especificar quanto tempo, ele explica que os banheiros ainda dependem da certificação dos órgãos regulatórios do setor aéreo.
Para Haas, algumas das mudanças nas viagens aéreas devem permanecer mesmo depois de passada a pandemia, como a medição de temperatura dos passageiros antes do embarque. "Algumas das alterações na jornada da viagem serão permanentes. Vamos ver quais tecnologias e procedimento são eficientes e quais não trazem tanto benefício", destacou.
A Embraer também trabalha no desenvolvimento de um banheiro estéril, no qual, além da luz ultravioleta, deve haver portas que abrem e fecham automaticamente e acionamento de descarga e torneira por sensores. A adoção de um banheiro como esse também dependerá do interesse das companhias aéreas pela tecnologia.
A exemplo da Boeing, a fabricante brasileira analisa os materiais antivirais para o revestimento de assentos e também para cobrir a tela de entretenimento a bordo. Nesse caso, seria adotada uma película transparente com capacidade de eliminar micro-organismos.
Na Airbus, pesquisas semelhantes estão em andamento. Segundo o presidente da companhia na América Latina e no Caribe, Arturo Barreira, no entanto, a adoção de torneiras automáticas nos banheiros, por exemplo, pode levar tempo. "Mudar tudo não é algo que se possa fazer imediatamente. As empresas aéreas ainda precisam ver quais mudanças realmente fazem diferença."
Barreira destaca que, apesar de uma possível demora na adoção das novas tecnologias, a maioria dos aviões conta, desde 1994, com filtros Hepa (filtros de detenção de partículas de alta eficiência). Esse filtros, que também são adotados por hospitais e conseguem eliminar 99,9% dos germes, tornam as aeronaves ambientes onde a propagação do vírus é mais difícil.
Os aviões ainda têm um mecanismo que garante que entre ar novo na cabine a cada três minutos, no máximo. O ar flui de cima para baixo, e não da frente para o fundo, diminuindo o risco de contágio, diz Barreira.
Empresa de ônibus já vende modelo 'bioseguro'
A Marcopolo já está vendendo no Brasil e exportando para Argentina, Chile e Angola o ônibus rodoviário chamado de Biosafe, com barras e pontos de apoio feitos com material plástico que recebe um aditivo para inativar os vírus em caso de contato, poltronas com tecidos feitos com o mesmo aditivo, assim como cortinas que separam os passageiros.
Os sanitários dos veículos têm luz ultravioleta para desinfecção acionada automaticamente quando a pessoa sai do local. A mesma radiação foi levada para dentro do sistema de ar-condicionado e inativa micro-organismos que estejam na corrente de ar.
Além disso, a empresa oferece aos clientes a opção de bancos individuais em três fileiras. "É uma alternativa de serviço diferenciado que, além do distanciamento, oferece mais privacidade ao passageiro", afirma Rodrigo Pikussa, diretor do Negócio Ônibus da Marcopolo.
Os produtos foram desenvolvidos por um grupo formado por infectologistas, assessores técnicos, universidades, especialistas e startups e, segundo Pikussa, testados pelo laboratório da Universidade de Caxias do Sul (RS). Outro serviço oferecido é o de desinfecção do veículo, por meio de uma névoa seca formada com um desinfetante hospitalar certificado pela Anvisa.
O efeito da aplicação dura três dias. "Já estamos fazendo desinfecção de quarto de hotel, clínicas, salas de aula e outros ambientes e até criamos uma divisão chamada de Fip Space para cuidar desse negócio que surgiu por acaso", conta Pikussa.
Outro negócio que nasceu dessa experiência foi a produção de totens para serem colocados na entrada dos ônibus, nas rodoviárias, para a realização de check-in sem contato entre passageiro e motorista. O equipamento mede a temperatura da pessoa, tem câmera que identifica se ela está usando máscara, sistema para ler o QR Code da passagem e um dispenser automático de álcool em gel.
O executivo informa que o preço da adaptação de um ônibus usado custa 20% do valor desse veículo. Já um modelo novo, que sai de fábrica com todos os sistemas, é mais vantajoso e custa 2% mais do que um normal. "Acredito que as pessoas vão estar mais seguras num ônibus nosso do que em alguns ambientes como shoppings e supermercados", diz Pikussa.
Nas cidades, tecnologia ainda depende de testes
Com maior foco em ônibus urbanos, segmento que lidera no mercado brasileiro, a Caio desenvolveu materiais para encapsular todos as barras usadas como apoio pelos passageiros, seja na entrada do veículo, no teto ou no encosto dos assentos. Revestimentos também são instalados nas laterais e os bancos levam tecidos antibacterianos.
O desenvolvimento foi feito em parceria com a Chroma Líquido, empresa homologada pela Rhodia para a produção de tecidos com um inédito fio antiviral lançado recentemente. Esses tecidos serão usados nos bancos.
A poliamida do fio também será aproveitada na produção de plásticos para os tubos e laterais dos ônibus. Carpetes antivirais serão colocados no primeiro degrau para higienizar os calçados dos usuários. A eficácia do fio foi testada por laboratórios independentes, mas a Caio aguarda exames do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para iniciar as vendas.
Os testes foram solicitados pela Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, que estuda adotar essas alternativas no transporte público. Além de ônibus, a Chroma também está fazendo testes internos para uso do tecido antiviral no metrô.
O ônibus que a Caio está usando para demonstração já era de linha e recebeu capas nos bancos e revestimento nas barras, processo que pode ser estendido a toda uma frota. Se os materiais forem introduzidos na produção dos veículo, o custo será menor, diz Maurício Cunha, diretor industrial da companhia. "Recebemos várias consultas de empresas, mas vamos esperar o laudo do IPT para oferecer o produto oficialmente."
A Caio também testa um equipamento que trata a qualidade do ar dos exaustores. "Trabalhamos numa solução que mantenha a velocidade de troca a cada dois minutos, mas que deixe o ar ainda melhor para evitar a circulação de vírus e bactérias."/ C.S.
Carros podem ter separador de cabine
A indústria de automóveis ainda avalia o que deve ser adotado para tornar os carros mais seguros em termos sanitários. Usar tecidos antivirais e antibacterianos na produção dos bancos é a medida que está em estudo por pelo menos cinco montadoras, segundo a Chroma Líquido.
A empresa é responsável pelo desenvolvimento e produção de tecidos e é homologada pela Rhodia, que criou um fio de poliamida que neutraliza a ação de qualquer tipo de vírus e bactérias. Antes de o produto ser incorporado aos carros, porém, a empresa iniciará a venda de capas para bancos de automóveis no mercado de reposição.
Outro item que já está no mercado, direcionado principalmente a carros usados por motoristas de aplicativos e taxistas é um separador de cabine criado pela Toyota e adaptado a cada modelo de veículo da marca. O acessório parece uma cortina e veda a parte frontal da traseira do veículo, mantendo apenas uma abertura na parte inferior para realização de pagamentos. Custa entre R$ 340 e R$ 365.
A principal iniciativa até agora das fabricantes foi iniciar a prestação de serviços de higienização dos carros.
A Ford foi mais longe e criou um serviço de desinfecção similar ao realizado em UTIs de hospitais, que utiliza desinfetante com ação comprovada contra vírus, bactérias e fungos. O serviço custa R$ 129.
A Hyundai também oferece serviço superior ao da higienização, que inclui sanitização por ozônio para livrar a cabine do carro de fungos e bactérias, esterilização dos pontos de contato e limpeza do ar-condicionado e troca do filtro. Custa R$ 99.
| Bem Paraná | | | | Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.
Já a expectativa para a Selic no fim de 2021 foi mantida em 3,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 5,00%, igual a um mês antes. Para 2023, permaneceu em 6,00%, igual a quatro semanas atrás.
Em junho, ao cortar a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou que, para as próximas reuniões, "vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual".
Top 5
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 foi de 2,00% para 1,88% ao ano, ante 2,00% ao ano de um mês antes. No caso de 2021, passou de 2,38% para 2,25% ao ano, ante 2,25% ao ano de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2022 no Top 5 seguiu em 4,50%. Há um mês, estava em 4,25%. No caso de 2023, permaneceu em 5,75%, ante 5,88% anotados quatro semanas antes.
| Bem Paraná | | | | O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,22% na terceira quadrissemana de julho, desacelerando em relação à alta de 0,33% observada na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força na terceira leitura de julho, seja avançando com menor intensidade ou ampliando o ritmo de queda: Alimentação (de 0,28% na segunda quadrissemana para 0,18% na terceira quadrissemana), Despesas Pessoais (de 0,36% para 0,13%), Vestuário (de -0,13% para -1,07%) e Educação (de -0,07% para -0,54%).
Por outro lado, os demais itens aceleraram: Habitação (de 0,34% para 0,40%), Transportes (de 0,53% para 0,59%) e Saúde (de 0,61% para 0,66%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de julho:
- Habitação: 0,40%
- Alimentação: 0,18%
- Transportes: 0,59%
- Despesas Pessoais: 0,13%
- Saúde: 0,66%
- Vestuário: -1,07%
- Educação: -0,54%
- Índice Geral: 0,22%
| Bem Paraná | | | | A expectativa do governo para o desempenho da economia neste ano pode estar “um pouco otimista”, avaliou Juliana Damasceno, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), para quem há dúvidas sobre a recuperação da demanda diante do nível de desemprego.
De acordo com a pesquisadora, apesar de alguns setores apresentarem resultados positivos na atual conjuntura, outros estão sendo fortemente penalizados, como o automobilístico, com impactos que se propagam para as cadeias produtivas atreladas, o que, na visão dela, constituem em efeitos de longo prazo.
“A gente não sabe até que ponto a demanda, que é nosso principal indicador de recuperação da economia, vai se recuperar, por causa do desemprego, por causa dos autônomos, que hoje em dia representam a maior parte do nosso mercado de trabalho”, afirmou em entrevista à Reuters.
A última projeção do Boletim Macro do Ibre, publicado no último dia 23, aponta para retração da economia de 5,5% neste ano, ante estimativa anterior de queda de 6,4%. O Ministério da Economia prevê contração de 4,7%, enquanto a pesquisa Focus do Banco Central com analistas de mercado mostra mediana dos prognósticos em 5,77%.
“O Brasil tem passado por uma retomada muito mais lenta do que a gente gostaria”, disse, citando que, como a crise é global e outros países também estão experimentando quedas na economia, é possível ter parâmetro do que poderia ser a recuperação da atividade doméstica.
O processo de recuperação da economia brasileira vai depender, segundo Damasceno, de como se encaminha a agenda de reformas no país, com especial atenção às relacionadas às contas públicas.
FISCAL
No mês passado, pouco antes de deixar o cargo, o ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida afirmou que, em face de um cenário de juros baixos e liquidez elevada no país e no mundo, o Brasil tem uma janela de pouco mais de dois anos para acelerar na aprovação de reformas fiscais.
Na visão de Damasceno, essa estimativa é, sim, possível, mas é preciso levar em conta outros fatores atrelados à dinâmica das contas públicas, como o período eleitoral de 2022.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base no período entre 1995 a 2011 mostra aumento de gastos públicos em anos eleitorais.
Ainda de acordo com Damasceno, o país enfrenta outros gargalos, como a alta taxa de desemprego, resultado da pandemia do coronavírus, bem como a saúde financeira das empresas, em decorrência da crise de saúde. O problema é agravado, de acordo com a pesquisadora, pela dificuldade de se fazer o crédito chegar até a ponta.
“A situação da dívida obviamente vai ser cada vez mais preocupante. A gente precisa casar esse cenário macro com esse cenário fiscal e entender que isso vai ser primordial para que, em um futuro próximo, a gente consiga essa estabilidade que foi aí chamada de dois anos.”
De acordo com Damasceno, dentre os principais desafios que o Brasil enfrentará em 2021 está a discussão sobre o teto de gastos —que limita o crescimento das despesas totais do governo federal à variação da inflação do ano anterior até 2026.
O Ministério da Economia prevê inflação medida pelo IPCA de 1,60% em 2020. De acordo com estimativa trazida pelo boletim Focus publicado nesta segunda-feira, o mercado projeta inflação de 1,67% neste ano.
“O desafio (fiscal) se torna cada vez mais apertado, a gente tem um limite muito apertado, e a gente sabe que as despesas mais sacrificadas são, obviamente, as discricionárias. E existe o limite do que a gente chama de ‘shutdown’ da máquina pública.”
Nesse contexto, as projeções do governo para a trajetória da dívida pública, de acordo com a pesquisadora, se apoiam na premissa de um nível de juros baixos por mais alguns anos. Ela, no entanto, reforça que a inflação não é um problema resolvido no país, o que demanda cautela.
Pelas últimas projeções do Tesouro Nacional, divulgadas no início deste mês e que serão revisadas ainda nesta semana, após sofrer um salto de 22,4 pontos neste ano, a dívida bruta deve ficar praticamente estável até alcançar 98,6% do PIB em 2024. A partir daí, entraria em trajetória descendente, encerrando 2029 em 92,2% do PIB.
De acordo com Damasceno, o nível de estabilização previsto pelo Tesouro depende do prêmio de risco do país, sendo que, caso ocorra a deterioração dos níveis de confiança perante os agentes econômicos, pode haver impacto expressivo sobre o câmbio e potencial saída de capital que afete a inflação e, assim, as expectativas para a trajetória da dívida.
| Reuters | | | | O mercado passou a ver contração de 5,77% da economia brasileira neste ano, na quarta semana seguida em que os economistas melhoraram a previsão, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Na semana anterior, a projeção era de que o Produto Interno Bruto (PIB) sofreria em 2020 recuo de 5,95%. Para 2021 permanece a expectativa de um crescimento econômico de 3,50%.
Os especialistas consultados no levantamento mensal também ajustaram seu cenário para a inflação, vendo alta do IPCA este ano de 1,67%, de 1,72% antes. Para 2021 a projeção é de inflação de 3,0%, sem alterações.
O centro da meta oficial de 2020 é de 4 por cento e, de 2021, de 3,75 por cento, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Também não houve mudança nas perspectivas para a taxa básica de juros, com a Selic calculada em 2,0% este ano e em 3,0% em 2021.
Por sua vez, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, fez ajustes no seu cenário, vendo a Selic a 1,88% em 2020 e a 2,25% em 2021, respectivamente de 2,0% e 2,38% na semana anterior.
| Reuters | | | | O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 1,7 ponto na passagem de junho para julho, para 86,1 pontos, a terceira alta consecutiva, informou nesta segunda-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). "A confiança do comércio mantém a trajetória de recuperação em julho, porém em ritmo menos intenso.
O resultado do mês foi influenciado por mais uma alta do indicador que mede a percepção com o momento presente e acomodação do indicador de expectativas, que tinha avançado mais no último mês. Ainda é preciso cautela na interpretação do resultado, considerando que houve recuperação de apenas 65% do que foi perdido no início da pandemia de coronavírus.
Para os próximos meses, persiste o cenário de elevada incerteza e de fragilidade no mercado de trabalho, sugerindo dificuldades na recuperação total do setor", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 6,4 pontos, para 88,4 pontos, recuperando 83% do que foi perdido desde o início do agravamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Já o Índice de Expectativas (IECOM) recuou 3 pontos para 84,5 pontos, ainda 22,5 pontos aquém do resultado de fevereiro, no pré-pandemia.
Embora o ISA-COM tenha registrado elevação pelo terceiro mês seguido, a melhora não ocorreu de maneira homogênea entre os segmentos pesquisados, ressaltou a FGV. Desde o início da pandemia, a avaliação sobre a situação atual dos revendedores de bens essenciais (entre eles alimentos, bebidas, remédios, produtos de limpeza e etc.) teve menor impacto e mantém a trajetória ascendente na série em médias móveis trimestrais. Por outro lado, a avaliação sobre o momento atual dos revendedores dos demais bens sofreu um tombo no início da pandemia e mostra agora uma recuperação ainda tímida em médias móveis trimestrais.
A coleta de dados para a edição de julho da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 1º e 23 do mês, com informações de 765 empresas.
| Bem Paraná | | | | Ministério da Economia quer recorrer a royalties de petróleo, mas estados preferem que União utilize recursos de arrecadação
Em busca de um acordo para viabilizar uma reforma tributária ampla, o Ministério da Economia e governadores discutem a criação de dois fundos com recursos para incentivar que os estados aceitem alterar as regras do ICMS, principal fonte de receita tributária desses entes.
No entanto, ainda há discordâncias sobre como os fundos serão abastecidos.
O governo federal defende o uso de recursos de royalties de petróleo. Os estados, porém, não querem ficar reféns da volatilidade do setor de petróleo, que já se mostrou problemática quando há retração da economia.
Numa reforma tributária ampla, PIS, Cofins, IPI, ICMS (estadual) e ISS (municipal) seriam unificados em um único tributo, a ser repartido entre União, estados e municípios. Cada um com uma parte da alíquota a ser definida.
Secretários de Fazenda estaduais defendem que, para irrigar os fundos, a União separe uma parte da receita que recolher com esse novo tributo.
Os dois lados da mesa de negociação devem se reunir até o fim do mês para discutir novamente o modelo de financiamento do fundo de desenvolvimento regional (recursos para investimento e acabar com guerra do ICMS) e do fundo de compensação das exportações.
O ministro Paulo Guedes (Economia) apresentou na terça-feira (21) ao Congresso um projeto para unificar PIS e Cofins (ambos da União) em uma espécie de IVA (imposto sobre valor agregado) federal.
“Nós estamos em conversa com o governo para uma reforma abrangente, com todos os impostos sobre o consumo. Mas ainda estamos ajustando alguns pontos, como o funding dos fundos”, disse o presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal), Rafael Fonteles.
Ao entregar a primeira fase da reforma tributária do governo ao Congresso, Guedes disse que a proposta do Executivo não incluiu estados e municípios por respeito aos governos regionais. que devem ter autonomia para escolher uma posição em relação à revisão de seus tributos.
Ele afirmou que a proposta do governo pode ser acoplada a um plano mais amplo e estimulou que o Congresso promova esse debate.
Nos bastidores, no entanto, integrantes do Ministério da Economia demonstram dúvidas sobre a possibilidade de uma reforma ampla que envolva estados e municípios ainda neste ano.
Auxiliares de Guedes afirmam que fazer essa ampliação agora seria dar um passo em ambiente de incerteza porque há divergências entre prefeitos e governadores. Técnicos avaliam ainda que as eleições municipais deste ano podem dificultar as negociações.
Prefeitos de grandes cidades, acima de 100 mil habitantes principalmente, atuam para que o Congresso não inclua a discussão sobre impostos municipais na reforma tributária.
Ao detalhar a proposta de reforma do Ministério da Economia, o secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, listou alguns pontos que estão em negociação com os secretários de Fazenda estaduais. O formato dos fundos é um deles.
Os estados também querem maior peso no comitê gestor do IVA nacional (amplo), a ser criado se a reforma tributária foi abrangente.
A ideia defendida pelo Comsefaz é que, para respeitar a autonomia dos estados, cada ente possa definir as próprias alíquotas, mas haveria uma faixa —com piso e teto a serem cumpridos.
Por exemplo, se um estado está em crise fiscal e quiser elevar sua parcela correspondente do IVA, poderia adotar essa medida para arrecadar mais e solucionar o problema de caixa, explicou Fonteles.
Contudo, o governador não poderia extrapolar a alíquota máxima a ser definida pelo comitê —nem reduzir abaixo do piso. Para atrair investimentos, governadores deram descontos no ICMS para algumas empresas, o que gerou uma guerra fiscal entre estados.
O projeto discutido no Comsefaz impede que descontos na tributação sejam concedidos para setores específicos. Portanto, o governador que optasse por reduzir a alíquota ao piso teria de fazer isso para todas as empresas.
Outra questão levantada nas negociações com o governo é a transição —período para que o imposto único entre em vigor.
“Na visão dos estados, se defende uma transição mais prolongada, de cinco a até dez anos. E nossa posição é de uma transição quase que imediata [unificação PIS e Cofins em seis meses]. Esse é outro tema”, disse Tostes.
| Folha de S.Paulo | | | | Apoio de estados e parcela grande dos municípios facilitaria a mudança
Especialistas em tributação veem um ambiente favorável para uma reforma ampla dos impostos sobre consumo no país, mesmo diante da crise econômica gerada pela pandemia e da proposta reduzida de reforma apresentada pelo governo na última semana.
Segundo tributaristas, há um consenso entre estados e crescente apoio entre municípios pequenos e médios para uma unificação dos impostos em um único IVA (Imposto sobre Valor Agregado), modelo que já é adotado hoje por 168 países.
Eurico de Santi, professor da FGV Direito de São Paulo e diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), cita ao menos quatro motivos que explicam, na sua visão, esse ambiente favorável.
O primeiro deles, diz Santi, é o espólio da guerra fiscal que envolveu os estados nos últimos 50 anos. Com a concessão de benefícios para atrair indústrias dos mais diversos setores, os estados acabaram corroendo sua própria base de arrecadação de ICMS, impostos que travou negociações de reformas anteriores.
Um segundo fator, segundo o tributarista, é a crescente desmaterialização da economia, que aumentou a base de tributação dos municípios, responsáveis pela arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços), reduzindo a base das unidades da federação.
Diante desses dois pontos, a proposta de criação de um IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) como contida na PEC 45 da Câmara –idealizada pelo CCiF– aumenta a base tributária dos estados, que passam também a tributar serviços. Já para os municípios, a base de arrecadação igualmente cresceria, pois eles passam a tributar também mercadorias.
Os municípios de grandes capitais resistem ao modelo, por temerem perder receitas com a tributação sobre serviços nessa economia digitalizada, ressalva o tributarista.
Ele destaca, porém, como um quarto ponto, que estados do Norte e Nordeste também se beneficiariam do modelo de tributação no destino contido na proposta de reforma da Câmara, pois produtos produzidos no Sul e Sudeste e consumidos nas demais regiões seriam tributados na ponta do consumo.
“Isso cria uma brutal desconcentração da arrecadação para os estados consumidores e não industrializados e nem prestadores de serviço”, diz Santi, reconhecendo, porém, que esses estados perdem instrumentos de incentivo fiscais para atração de investimentos.
Para Eduardo Fleury, sócio do FCR Law – Fleury, Coimbra & Rhomberg Advogados, a crise e a proposta do governo, podem ironicamente se converter em fatores favoráveis à uma reforma ampla dos impostos sobre consumo no país.
“As grandes reformas tributárias que foram feitas em outros países foram feitas em época de crise e de guerra. Quando as pessoas sentem que podem perder muito, aceitam modificações que representam perdas muito pequenas para elas”, diz Fleury.
Já a proposta do governo, que prevê apenas a unificação da PIS e da Cofins —impostos de âmbito federal— sob uma alíquota única de 12%, pode fortalecer o apoio às propostas de reforma em tramitação na Câmara e no Senado, na avaliação do tributarista.
A proposta da Câmara prevê a unificações de cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS, ISS), hoje cobrados por governo federal, estados e municípios, em um IBS com alíquota em torno de 25%. Já a proposta do Senado pretende unificar nove tributos (IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins, CIDE-Combustíveis, Salário-Educação, ICMS, ISS).
“Quando você reúne todos os impostos, há setores que acabam ganhando ou ficando na mesma situação. Quando se unifica apenas PIS e Cofins com uma alíquota muito alta, há setores que se sentem mais prejudicados, como o de telecomunicações”, exemplifica Fleury.
Já os governos dos estados temem perder espaço na arrecadação do ICMS se a tributação de PIS e Cofins for elevada dos atuais 3,65% para 12%, e por isso também têm preferência pela discussão unificada, como uma forma de garantirem sua parcela da arrecadação.
Apesar do otimismo de parcela dos tributaristas, há quem veja a piora no ambiente econômico como um empecilho para discussões de reformas de um modo geral, o que tende comprometer um avanço mais rápido de uma reforma tributária ampla.
“Tem menos ambiente agora para a aprovação de uma reforma do que antes”, avalia Marcus Vinicius Gonçalves, sócio-líder de Tributos da KPMG no Brasil. “No ano passado, teve um movimento muito forte, tanto do ponto de vista da iniciativa privada, quanto político, de um consenso quanto à necessidade da reforma. Ali era o momento ideal”, afirma.
Gonçalves avalia que a pandemia também prejudica a discussão. “A pandemia atrapalha porque vamos passar ainda por um período de ajuste das empresas e do governo”, afirma.
5 FATORES QUE CRIAM AMBIENTE PARA UMA REFORMA TRIBUTÁRIA MAIS AMPLA
A guerra fiscal, que envolveu os estados nos últimos 50 anos, não teve vencedores. Com a concessão de benefícios para atrair indústrias dos mais diversos setores, os estados acabaram corroendo sua própria base de arrecadação de ICMS, principal tributo estadual
A digitalização da economia também tirou força da cobrança do ICMS, que incide sobre circulação de mercadorias e bens físicos, e fez crescer a base dos serviços, que é tributada pelos municípios, mas não é alcançada pelos estados
Na unificação apenas PIS e Cofins com uma alíquota muito alta, há setores que se sentem mais prejudicados, como o de telecomunicações. O governos dos estados temem perder espaço na arrecadação do ICMS se a tributação de PIS e Cofins for elevada dos atuais 3,65% para 12%, por isso aceitam discutir uma reforma unificada, como forma de garantirem sua parcela da arrecadação.
O IBS da PEC45, por exemplo, que está na proposta da Câmara, uniformiza a base das mercadorias e serviços, aumentando a base tributária dos estado que passam também e tributar todos os serviços que hoje são tributados apenas pelos municípios; além disso, também aumenta a base tributável dos municípios que, com o advento do IBS, podem também tributar mercadorias consumidas no território municipal (gasolina, bebidas, bares, restaurantes, supermercados, por exemplo)
Com um eventual consenso entre estados e municípios é possível ainda criar a unificação da base tributária nacional com a União, que já tributa serviço e mercadorias pelo PIS/Cofins que será substituído pela CBS.
Essa uniformização levaria a instituição de uma lei nacional única, simplificando a vida das empresas e ajudando na atração de investdiores. É preciso ter em mente, argumentam especialistas, que apesar de única, essa nova lei respeitaria a diversidade. Ou seja, a lei complementar nacional que definiria o imposto (fato gerador, base de cálculo, nao-cumulatividade e penalidades), mas cada ente pode definiria as suas alíquota
A retração econômica gerada pela Covid-19 propicia o diálogo. Vários países fizeram reformas em épocas de crises e até de guerras. Segundo os especialistas, há nisso uma razão psicológica: quando as pessoas sentem que vão perder muito, aceitam mudanças que representam perdas bem menores
| Folha de S.Paulo | | | | Entre março e junho, 42% dos instrumentos trataram do tema, aponta levantamento do Dieese
A fatia de acordos e convenções que tratam de redução de jornada e salário ou suspensão de contrato alcançou 42% dos firmados entre março e junho, segundo levantamento feito pelo Dieese.
Nesse período, foram registrados 7.398 instrumentos coletivos, sendo que 55% deles continham alguma cláusula relacionada à pandemia. Os setores de serviços e indústria foram os que mais citaram a Covid-19.
Ao mesmo tempo, o número de acordos e convenções sobre reajuste salarial no primeiro semestre caiu 28% em comparação com o mesmo período do ano passado. O mês de abril foi o que registrou maior queda, de 41%.
Como o número total de instrumentos firmados permaneceu estável —em 2019 foram 8.574 e em 2020, 8.827— , a redução indica que as negociações sobre reajuste foram substituídas por questões relativas aos impactos da Covid-19.
Segundo Luís Ribeiro, técnico do Dieese responsável pelo levantamento, a análise preliminar dos dados aponta que cerca de um quarto das negociações de reajuste salarial nesse período não conseguiu repor a inflação (a entidade ainda está finalizando o balanço completo do primeiro semestre).
“É um sinal ruim porque a inflação está muito baixa e mesmo com assim não vemos categorias conseguindo repô-la”, afirma Ribeiro.
A crise econômica, o desemprego em alta e as dificuldades financeiras das empresas fragilizam a posição de negociação dos sindicatos por reajustes com ganho real. Efeito desse cenário, o número de greves registradas no primeiro semestre foi o menor desde 2011.
Segundo o IBGE, 12,4 milhões de pessoas estavam em busca de trabalho na semana encerrada em 27 de junho. Desde o começo de maio, a taxa de desemprego subiu de 10,5% para 13,1%.
Por outro lado, muitas categorias cuja data-base é no primeiro semestre incluíram nos acordos cláusulas estabelecendo o adiamento das negociações salariais para o período pós-pandemia, aponta o Dieese.
As atividades que mais fecharam acordos de redução de jornada e salário ou suspensão de contrato foram metalurgia, turismo e comércio —esses dois últimos, setores fortemente impactados pelas restrições de circulação impostas pela quarentena.
Entre os comerciários, 48% dos acordos e convenções feitos entre março e junho incluíam alguma cláusula relativa à MP 936. Desses, 85% trataram de suspensão de contrato e 60% de redução de jornada e salário (os números superam 100% porque um mesmo acordo ou convenção pode tratar dos dois temas).
Já entre os metalúrgicos a proporção se inverte: 75% dos instrumentos focaram redução de jornada e salário e 49%, suspensão de contrato. Considerando todos os acordos firmados entre março e junho, 57% abordaram a MP 936.
Embora seja uma categoria que comparativamente sofreu menos na atual conjuntura, a alta incidência de acordos decorre da prática já ser tradicional entre metalúrgicos. O contrário ocorre com o setor de serviços, que foi fortemente impactado pela crise e cujos trabalhadores têm maior dificuldade de organização.
Principal motor da economia brasileira, o setor de serviços acumulou até maio queda de 7,6% em comparação com igual período do ano passado.
Com a pandemia, ganhou destaque a atuação de entidades do segmento, como os sindicatos de professores e trabalhadores dos transportes, diz Ribeiro.
Um exemplo é o Sindicato dos Aeronautas, que fechou acordos com Gol e Azul de redução de jornada e salário até o fim de 2021, garantida em contrapartida a estabilidade de todos os pilotos. A entidade está agora em processo de negociação com a Latam Brasil para garantir um acordo nos mesmos tempos, sem reduções permanentes na remuneração dos funcionários.
O sindicato dos professores da rede privada de São Paulo (Sinpro-SP), por sua vez, tem atuado contra demissões em massa em universidades particulares. Em junho, a entidade foi à Justiça contra a demissão de mais de 300 docentes da Uninove.
Os entregadores de aplicativo também têm se organizado dentro e fora de sindicatos para pressionar as empresas por um repasse maior e acesso a equipamentos de proteção contra a Covid-19.
Epicentro da doença, São Paulo foi estado com maior incidência de acordos com cláusulas envolvendo a Covid-19 em termos absolutos e proporcionais ao total de instrumentos firmados.
Alguns acordos buscaram avançar em relação à MP incluindo compensações para quem está trabalhando em home office, como um valor fixo entre R$ 50 e R$ 60 para despesas com energia e internet.
“Esse é um dos temas que vai entrar em definitivo nas negociações. Se por um lado as empresas estão descobrindo o home office como uma alternativa para cortar despesas, por outro os sindicatos estão negociando para que o custo desse trabalho não seja transferido todo para o trabalhador”, diz Ribeiro.
Esse é o caso dos petroleiros. No congresso da federação da categoria, encerrado neste domingo (19), foi aprovada a inclusão de regras sobre teletrabalho na pauta de reivindicações que serão levadas à Petrobras na negociação do acordo coletivo com a empresa.
Uma das demandas é que o regime seja opcional para o trabalhador, prevendo fornecimento de material e reembolso de despesas para quem decidir permanecer em home office.
Os instrumentos mais utilizados foram os acordos coletivos, firmados entre sindicatos e empresas individuais, enquanto o número de convenções, que abrangem toda a categoria, caiu.
Isso acontece porque as empresas foram afetadas de forma diferente pela pandemia, demandando a negociação de acordos específicos para seus problemas.
“A convenção é mais robusta, prevista para acontecer na data-base, serve basicamente para negociar reajuste salarial e outras garantias. Já o acordo pode ser algo emergencial, circunstancial. Esse aumento nos acordos mostra portanto que os sindicatos estão atuando forte nessa conjuntura, indo para a luta”, diz Ribeiro.
| Folha de S.Paulo | | | | Secretário do governo afirma que é preciso fortalecer programas sociais, mas com remanejamento dos já existentes
Comemorada por membros do governo nos últimos meses, a alta moderada nos índices de desemprego durante a pandemia do novo coronavírus não reflete a realidade, afirmou à Folha o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.
A avaliação é que a metodologia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não consegue captar a situação do mercado de trabalho no momento, porque as pessoas perdem o emprego, mas não buscam uma nova vaga por causa das restrições do isolamento.
Dados da Pnad Contínua mostram que a taxa de desemprego no país ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, contra 12,3% no mesmo período de 2019.
“O desemprego já aumentou, os dados é que não mostram isso, sendo bem franco”, disse. “Temos de estar prontos para endereçar esse problema que vai afligir duramente a sociedade brasileira. Em setembro, os índices de desemprego vão dar um repique grande.”
Diante do cenário, afirmou que a reformulação de programas sociais se tornou uma prioridade. Alertou, no entanto, que uma ampliação no Bolsa Família só será possível após o remanejamento de verba de outros programas existentes.
Do contrário, permanece o modelo atual, sem mudanças. O esqueleto básico do novo programa, batizado de Renda Brasil, prevê um acréscimo de R$ 20 bilhões no orçamento anual do Bolsa Família.
Responsável pela avaliação de indicadores de atividade econômica no governo, Sachsida afirma que inicialmente não acreditou na retomada em “V”, mas agora afirmou ser possível, desde que o Congresso aprove reformas.
Qual a expectativa do ministério para o cenário pós-pandemia? É possível uma retomada em “V” [quando queda brusca da economia se converte em recuperação acelerada]? Depende. Se nós não tivermos sucesso nas reformas, não. Se tivermos sucesso, sim.
Logo que começou a pandemia, os dados de março começaram a ir muito mal. Em abril, estavam péssimos. Muitas projeções colocaram o Brasil com queda de 7% [do PIB em 2020].
Mas o que eu vejo hoje é um movimento de convergência justamente considerando que a retomada está com uma velocidade maior. A partir de julho, teremos 18 meses que vão entrar para a história do Brasil, 18 meses de reformas.
Vem por aí o PL [projeto de lei que muda as regras do mercado] de gás [natural], o da cabotagem, a nova Lei de Falências.
O que tem de ser aprovado até o fim do ano de acordo com o cronograma do ministério? O importante é a agenda [de reformas] andar. Quando você vai demonstrando que está resolvendo problemas de marcos legais, o resultado acaba vindo mais rápido.
O sr. citou propostas para atrair investimento privado. Propostas de alterações orçamentárias, como a reforma administrativa, ficam em segundo plano? Para algumas reformas, o timing importa bastante. O capital político que você tem permite um rol de objetivos a avançar.
A reforma administrativa é fundamental, mas, do ponto de vista fiscal, a principal medida, que é não elevar salário de servidores até o ano que vem, já está prevista [no plano de socorro aos estados e municípios]. No seu devido tempo, [essa reforma] vai avançar.
Uma prioridade hoje é o fortalecimento dos programas sociais. Por causa da pandemia, infelizmente o desemprego vai aumentar.
A primeira etapa apresentada para o Renda Brasil foi a de usar parte dos recursos do Fundeb [fundo para a educação básica] no novo programa social, como forma de voucher-creche. Isso, no entanto, foi derrubado pelo Congresso. É um indicativo da dificuldade em aprovar revisão de programas sociais que já existem?
Não tenho essa leitura de que foi uma derrota. Para mim, o Fundeb foi uma vitória. O Fundeb vai ter uma parte para creches que é fundamental para pessoas pobres poderem deixar o filho na creche e trabalhar em paz.
Eu não tenho a menor dúvida de que nós faremos um grande programa social com a parceria do Congresso. Temos de remanejar dinheiro de programas ineficientes para onde seja mais eficiente.
No passado, o Congresso rejeitou mudanças em programas sociais existentes. Como ficaria o Renda Brasil sem recursos de outros programas? Se, por acaso, o Congresso prefere manter os programas separados, vida que segue. Vamos para outras agendas. Mas, quando lideranças do Congresso falam sobre renda básica, têm um desenho parecido com esse que falamos de remanejamento.
O que é ineficiente na avaliação do governo? Qual a estimativa de orçamento e de cobertura do Renda Brasil? Não é o momento de citar programas [ineficientes] agora. Nós fizemos, até agora, um desenho básico [do Renda Brasil], que é o Bolsa Família [cujo orçamento é de R$ 32,5 bilhões] mais R$ 20 bilhões.
Com esses R$ 20 bilhões você consegue corrigir algumas inconsistências do Bolsa Família. Se o Congresso encontrar mais recursos, o programa é ainda mais fortalecido e amplo.
O Renda Brasil prevê incentivo para que o beneficiário consiga ingressar no mercado de trabalho e, assim, fiquem independente do programa social. Como isso vai ser feito? Hoje se a pessoa consegue um emprego, sai do Bolsa Família e deixa de receber o benefício. Se ela perde o emprego, nem sequer volta para o Bolsa Família [tem de esperar na fila].
Então, a ideia é uma escadinha. A pessoa começa a trabalhar, mas não perde o benefício [totalmente]. É uma rampa para que o trabalhador comece a trabalhar, mas com a garantia de que continua assistido até determinada renda. Até que, após algum tempo, ele consegue se estabelecer no mercado de trabalho.
Quanto mais recursos nós tivermos [para o Renda Brasil], menos inclinada é a curva [de redução do benefício].
Os beneficiários do Renda Brasil terão regras trabalhistas diferenciadas? Vamos ter de criar leis mais eficientes de emprego. O desemprego já aumentou, os dados é que não mostram isso, sendo bem franco, sabemos que o desemprego já aumentou.
Muitas pessoas que já perderam o emprego estão classificadas hoje como população fora da força de trabalho, pela metodologia do IBGE. Ela não está procurando [trabalho] porque sabe que não adianta procurar agora. Tão logo reabra a economia, o desemprego vai dar um pulo.
Com o Congresso, temos de estar prontos para endereçar o problema que vai afligir duramente a sociedade brasileira. Em setembro, os índices de desemprego vão dar um repique grande. Falo setembro porque imagino que tudo estará reaberto e o dado dará um salto.
E como seria alteração na lei trabalhista? Devolvendo ao trabalhador o direito de escolher para quem quer trabalhar e quando quer trabalhar. O trabalhador que quer trabalhar domingo não pode. Faz sentido no meio de uma crise? Com o Congresso, precisamos de uma legislação que facilite realocação de capital e trabalho.
O que mais impede a pessoa de voltar ao mercado? Tem muita gente pendurada na folha de pagamento, tem muito encargo para ser revisto. Está na hora de aumentar um pouco o salário do trabalhador e diminuir um pouco o custo do empregador. Essa mágica é feita diminuindo custos associados à contratação. Vários desses custos não têm impacto fiscal.
Nas últimas semanas, o governo tentou ampliar o Renda Brasil com despesas que não contam no teto de gastos e cogitou colocar investimentos fora dessa conta. O teto será mantido? O teto de gastos é o grande pilar fiscal da economia brasileira, é a garantia de previsibilidade que damos à sociedade. Nós vamos ter um ajuste fiscal expansionista. O governo gasta menos, mas o PIB cresce mais porque essa queda no gasto do governo abre espaço para os juros ficarem baixos, entrando mais investimentos privados e gerando mais emprego e renda.
O problema que temos de atacar são os gastos obrigatórios. Sobre o Fundeb [que não é limitado ao teto], de maneira alguma a ideia de usar o Fundeb para creches era para furar o teto. A ideia era melhorar a eficiência do fundo valorizando a primeira infância.
O governo manteve projeção do PIB de 2020 em -4,7% quando o mercado está próximo de -6%. Por que? Está extremamente difícil prever PIB, teve uma quebra estrutural descomunal. Os parâmetros do passado já não servem de base. Deixamos de lado modelos que estávamos usando e adotamos preditores antecedentes: movimento de celular, consumo de energia e de combustível, índice de engarrafamento.
Quando a SPE reduziu a projeção de crescimento para 0,02%, o mercado estava em alta de 1,6%. Estávamos bem mais pessimistas que o mercado. Hoje, o mercado está em -5,9%. A SPE manteve em -4,7%, então, estamos mais otimistas.
Os dados que temos acesso nos dão razoável grau de certeza para dizer que quem fez projeções piores do que -6,5% provavelmente vai ter de rever.
Com o término do auxílio emergencial e de saques do FGTS, a tendência é que a economia perca impulso? Com a graça de Deus, vamos ter aprovado as reformas até lá. Temos seis meses para trabalhar.
Quando acabar o auxílio emergencial, tenho certeza de que, em parceria com o Congresso, vai estar pronto o Renda Brasil. Tenho certeza que quando acabar o FGTS, em dezembro, vamos ter outros marcos legais aprovados e o dinheiro entrando. No ano que vem, vamos voltar à estratégia de focar nas reformas.
O auxílio emergencial pode ser prorrogado novamente? Não, não creio.
| Folha de S.Paulo | | | | Trabalhadores da Renault promoveram ontem duas manifestações em protesto à demissão de funcionários da montadora em São José dos Pinhais (Região metropolitana de Curitiba). O primeiro ato, pela manhã, no Palácio Iguaçu, Centro Cívico, em Curitiba, cobrou providências do governo do Estado contra as demissões. O segundo ato, ecumênico, ocorreu em frente à sede da empresa, em São José dos Pinhais.
Na terça-feira, a Renault não recuou na demissão de 747 trabalhadores e eles decidiram, em assembleia, no início da noite daquele dia entrar em greve por tempo indeterminado em repúdio às dispensas. No últimdo dia 17, os trabalhadores reprovaram uma proposta de Plano de Demissão Voluntária (PDV) apresentada pela empresa.
Em nota, a montadora explicou a decisão de manter as demissões. “A Renault do Brasil informa que desde o início da pandemia, em março, aplicou soluções de flexibilidade como férias coletivas e a MP936 para o enfrentamento da crise da Covid-19. Com o agravamento da situação, queda das vendas da Renault em 47% no primeiro semestre, e a falta de perspectiva de retomada do mercado a Renault buscou negociações com o Sindicato.
| Bem Paraná | | | | Em assembleia na tarde desta segunda (27), os trabalhadores da montadora da Renault, em São José dos Pinhais, decidiram manter a greve iniciada na última terça (21). Os metaúrgicos querem que a empresa reverta a demissão de a demissão de 747 trabalhadores, anunciada na semana passada. "Nós queremos o diálogo para a manutenção de empregos.
O sindicato quer diálogo com bom senso, enquanto a Renault faz diálogo com imposição. Até agora, a empresa não abriu diálogo, então a categoria continua parada", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.
O sindicato também trabalha para que o governo do Estado cobre o cumprimento do acordo que dá incentivos fiscais à montadora. "O governo deu incentivos fiscais para que essa e outras 50 empresas gerassem empregos aqui no Paraná. Se não está gerando e demitindo, deve perder esses incentivos, que são pagos por todos os paranaenses", defende Butka. Nesta 'briga', também estão outras lideranças sindicais e deputados.
Pressão dos deputados
Primeiro-secretário da Assembleia, o deputado Luiz Cláudio Romanelli recebeu o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Nelson Silva de Souza, o Nélsão, na semana passada, e pediu punição rigorosa à montadora, por descumprimento da lei 15.426/2007, que apresenta uma série de condições às empresas que recebem incentivos fiscais devem cumprir.
Uma das medidas, segundo o deputado, determina às "empresas que receberem incentivos fiscais de qualquer natureza para implantação ou expansão de atividades no Paraná” - o caso da Renault - deverão promover a “manutenção de nível de emprego e vedação de dispensa. “A lei 15.426/2007 garante o emprego aos trabalhadores às empresas que recebem benefícios fiscais do Estado. A Renault foi muito bem vinda e recebe uma política de incentivo. Ou seja, o Paraná deixa de arrecadar imposto. A Renault não tem justificativa para as demissões”, disse Romanelli.
Os trabalhadores da Renault estão realizando assembleias diariamente na frente da fábica, em São José dos Pinhais.
Nota da Renault
Em nota, divulgada na na semana passada, a montadora explicou a decisão de manter as demissões. “A Renault do Brasil informa que desde o início da pandemia, em março, aplicou soluções de flexibilidade como férias coletivas e a MP936 para o enfrentamento da crise da Covid-19. Com o agravamento da situação, queda das vendas da Renault em 47% no primeiro semestre, e a falta de perspectiva de retomada do mercado a Renault buscou negociações com o Sindicato, e vem nos últimos 50 dias trazendo propostas para a necessária adequação da estrutura fabril.
Após realizar todos os esforços possíveis para as adequações necessárias e não havendo aprovação das medidas propostas, não restou outra alternativa para a Renault do Brasil, que em 21/07 anunciar o fechamento do 3º turno de produção e o desligamento de 747 colaboradores da fabricação do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR)", diz a montadora, na nota.
Entre as propostas citadas pela emrpesa, está a redução de 25% de jornada de trabalho e salário na fabricação, proposta em 8 de junho, mas recusada pela categoria. Esta proposta não foi aceita pelo Sindicato, sendo ainda condicionada a outros temas, assim como PDV, apresentado pela empresa em 15 de junho.
| Bem Paraná | | | | A coordenadora de diversidade Elineide Castro fala da importância de se posicionar como uma empresa que se importa
Pode-se dizer que a empatia ganhou um novo significado na rotina de todos que estão enfrentando a pandemia. E é esse olhar mais cuidadoso para o outro que tem guiado as ações voltadas à diversidade dentro da Mercedes-Benz.
Há três anos na área de RH, Elineide Castro, coordenadora do comitê de diversidade da empresa, entende bem o que é se afastar do dia a dia para se isolar em casa: desde janeiro, a executiva faz home office por conta de um tratamento e sua experiência trouxe certa expertise ao tentar encontrar, junto com sua equipe, as soluções de como promover a diversidade em um cenário tão adverso como o atual.
Ela conta os desafios de continuar a promover a inclusão em meio a uma pandemia e mesmo à distância comemora cada conquista alcançada por toda a equipe que vem trabalhando desde 2017, quando a montadora implantou a estratégia de trabalhar a inclusão mais assertiva no Brasil.
O longo prazo perde a relevância em um contexto de emergência, como o atual. Levando isso em consideração, como a Mercedes-Benz tem trabalhado ações para promover a diversidade?
Em 2017, a empresa divulgou internamente o plano de iniciar um trabalho assertivo relacionado com a diversidade, então foi criado um comitê para direcionar as ações. No início deste ano, sob supervisão do consultor Guilherme Bara, planejamos uma série de ações voltadas ao comitê que abrangesse todos os âmbitos da empresa, com programação presencial e processos diferenciados.
No entanto, em março, tivemos que paralisar os trabalhos por causa da pandemia e retomamos as reuniões do comitê em maio. De lá para cá, já realizamos boas interações com os colaboradores, como o Dia da Diversidade, uma data já implementada pelo Grupo Daimler. Com isso, criamos um workshop online, com diversas contribuições e a participação nos surpreendeu e superou as expectativas.
No mesmo dia, aproveitamos para lançar os grupos de afinidade nos quais trabalhamos com as frentes racial, de gênero, de pessoas com deficiência e LGBTI+. São todos grupos voluntários e já contamos com 85 pessoas.
Agora a proposta é que os representantes de cada um desses grupos consigam trabalhar seus grupos para mapearmos as dores de cada um e assim buscar as alternativas e as soluções como empresa e de que forma podemos atuar, além de promover uma representatividade maior do que se tem hoje, reforçando a cultura do respeito em cada um desses pilares.
Quando se trata de recursos humanos, quais são os maiores desafios que o atual momento impõe?
Já fizemos treinamentos com executivos da alta gestão e agora estamos indo para a fase de treinamento com executivos da média gestão, como gerentes e gerentes sêniors. A ideia é disseminar cada vez mais a diversidade, que já faz parte do plano do comitê, visando a política da empresa.
Às vezes, a comunicação não chega 100% nos grupos, então é fundamental trabalhar em todos os níveis, desde executivos da alta gestão, passando pela gerência, até horistas. Nosso objetivo aqui tem sido colocar os funcionários como protagonistas. Por exemplo, em junho, no mês do orgulho LGBTI+, fizemos vídeos com os próprios funcionários para mostrar o posicionamento da empresa com relação ao tema. E foi muito gratificante, porque é sempre uma troca, não existe receita. Acredito que já evoluímos, mas ainda temos muito a construir juntos.
E acredito que as companhias só conseguem evoluir como empresa sustentável se devolver para a sociedade o que ela toma. Temos aqui uma estrutura bem robusta já faz anos, mas esse período tão delicado tem mostrado ainda mais a importância desse cuidado, então o comportamento não pode ser diferente, porque surgem outras necessidades.
Como fica o trabalho de fortalecimento cultural e engajamento das equipes quando grande parte dos colaboradores está em home office?
Estamos olhando caso a caso. Continuam afastadas as pessoas que fazem parte do grupo de risco, como as grávidas, pessoas com mais de 60 anos e algumas pessoas com deficiências. Para cada caso, criamos ações estruturadas para ajudar tanto os que já voltaram para a fábrica quanto aqueles que ainda seguem de casa – 95% das áreas administrativas estão em home office. A vantagem é que todos estão ajudando, todos os business partners, desde gestores, líderes e RH, ajudam a lidar com todas as mudanças e novas adaptações para todas as áreas.
Para quem ainda está em layoff, damos treinamento e desta vez inserimos treinamentos em libras, porque há quem necessite da ferramenta para se comunicar.
Outra coisa interessante é que muitos gestores estão procurando o comitê querendo levar o tema para dentro de sua área; e esse era um bate papo que antes não conseguíamos fazer. E esse momento, mesmo de afastamento físico, está nos ajudando a levar mais conhecimento para todas as áreas.
O engajamento das equipes também é admirável: temos o caso de uma pessoa com deficiência auditiva que trabalha na fábrica de Juiz de Fora (MG) e os colegas perceberam que ele começou a dar sinais de muita tristeza depois que a planta voltou a operar. Então descobriram que era por causa do uso de máscaras, ele não conseguia fazer a leitura labial.
Com isso, os colegas prepararam uma surpresa e encomendaram máscaras com visor transparente na área da boca. Quando ele chegou ao local de trabalho, toda a equipe usava esta nova máscara e sorriram para ele. É gratificante saber que histórias como essas estão surgindo dentro de nossa empresa. A empatia nesse momento é muito importante.
Foi preciso demitir? Como a empresa está adequando a força de trabalho à demanda mais baixa?
A Mercedes firmou um acordo com o sindicato, determinando que entre maio e julho houvesse redução de jornada e salários, além dos que entraram em layoff e por causa desse acordo, há uma estabilidade dos empregos garantida até dezembro. Então não, não foi necessário realizar demissões. Neste momento, estamos revendo nosso programa de produção para ver como as coisas se comportam daqui para frente.
Como a companhia lida com as novas preocupações impostas pela pandemia, como o acolhimento às pessoas que são grupo de risco, o apoio a colaboradores que precisam utilizar transporte público etc.?
Estamos mapeando todas as necessidades e criando as alternativas para cuidar de todos. Dentro da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) criamos uma área que chamamos de gripário, onde são atendidas todas as pessoas que apresentam qualquer tipo de sintoma. Também temos feito testes para confirmar os casos.
Aumentamos também o número de ônibus para gerar o distanciamento entre aqueles que usam o transporte fretado para ir até a empresa. Na entrada de cada fábrica, medimos a temperatura de todos os funcionários e todos estão mantendo o distanciamento seguro, além de seguir todos os protocolos de saúde e segurança.
Quando falamos de pessoas, quais novas necessidades surgiram com a pandemia (ex: acolhimento para violência doméstica, apoio a quem mora com grupos de risco da Covid-19 etc.)?
Felizmente, não tivemos relato de nenhum caso de violência doméstica contra a mulher, mas surgiu sim outras questões sociais, como funcionários que moram com pais ou filhos que são do grupo de risco ou têm comorbidades, parentes e familiares doentes. Alguns gestores mesmos fazem parte desses grupos.
Estamos mapeando sempre e tomando todas as medidas necessárias. Tivemos casos de pessoas que deram positivo para a doença, estão em tratamento, e felizmente, não tivemos nenhum óbito.
Qual será o legado desta pandemia do ponto de vista da diversidade e da gestão de pessoas na Mercedes-Benz?
O fator humano está acima de tudo. Vejo muita solidariedade entre os grupos. Vejo também a necessidade de repensar projetos e se adequar cada vez mais a esse tipo de surgimento de situação. Há flexibilidade para isso, o que ajuda na implementação com mais facilidade. Isso claramente vai continuar e já está se tornando o nosso novo normal.
O home office trouxe mais confiança para o próprio funcionário, sentindo que ele pode estar mais próximo da família. Estamos mostrando com tudo isso que a gente se importa e se preocupa com a pessoa dentro e fora da fábrica.
| Automotive Business | | | | O padrão da gasolina automotiva consumida no Brasil terá aumento de qualidade obrigatório em 3 de agosto deste ano. A partir das mudanças, os motoristas devem obter desempenho maior dos veículos, e a fiscalização terá mais facilidade de identificar adulterações. Mas a qualidade maior também pode ter impacto no preço.
A mudança se deve à Resolução nº 807/2020, publicada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis em janeiro (ANP). O texto estabelece novos parâmetros para a destilação, a octanagem e a massa específica da gasolina automotiva vendida no país. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil explicam o que cada uma dessas mudanças significa e como os motoristas vão se beneficiar delas.
A partir de 3 de agosto, 100% da gasolina comprada pelas distribuidoras precisarão atender às especificações. Essas empresas terão 60 dias para vender os produtos que foram comprados antes e não atendem às exigências. Da mesma forma, os postos de gasolina terão 90 dias, a partir de 3 de agosto, para vender os produtos que receberam antes de as especificações se tornarem obrigatórias.
A doutora em química e especialista em regulação da ANP Ednéia Caliman conta que a mudança aproxima o padrão da gasolina no Brasil ao que é praticado na União Europeia, que já havia sido acompanhado por países como a Argentina e o Chile. Os parâmetros também ficarão mais parecidos com os usados nos Estados Unidos.
"A gasolina está sendo melhorada para que os motoristas não sintam problemas com a qualidade, não sintam perda de potência, não sintam falhas de partida, não observem problemas de falha de detonação. Não há necessidade de nenhum ajuste nos veículos para o recebimento dessa gasolina. Muito pelo contrário. Ela está vindo justamente para se adequar às novas tecnologias e mesmo para um veículo antigo, não há nenhum problema".
Ednéia Caliman explica ainda que as mudanças estão alinhadas aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões atmosféricas, considerando o cenário fases futuras do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama) e do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística, do governo federal.
Densidade
Uma das principais mudanças é o estabelecimento de um limite mínimo de massa específica para a gasolina automotiva. A partir de agosto, a gasolina vendida às distribuidoras precisará ter 715 quilos por metro cúbico. Antes, os fornecedores só precisavam informar os valores desse parâmetro, e a ausência de um limite mínimo fazia com que a gasolina vendida no Brasil fosse menos densa que a de outros mercados.
A massa específica da gasolina está relacionada à sua densidade, e quanto maior ela for, maior é a capacidade de um mesmo volume de combustível gerar energia. A gasolina mais densa tem mais energia disponível para ser convertida no momento da combustão, e isso fará com que os veículos sejam capazes de circular mais com menos combustível. A redução do consumo poderá ser de 4% a 6%, estimam os estudos que embasaram a mudança publicada pela ANP.
Outra novidade nas especificações é o estabelecimento de uma faixa com limite máximo e mínimo de temperatura para uma evaporação de 50% da gasolina, parâmetro que é chamado de destilação e mede a volatilidade do combustível. Antes, a ANP regulava apenas o limite máximo. Edneia Caliman explica que um perfil adequado de destilação gera melhora na qualidade da combustão em ponto morto, na dirigibilidade, no tempo de resposta na partida a frio e no aquecimento adequado. Esses ganhos favorecem a eficiência do motor, resume a especialista da ANP.
Resistência à detonação
A terceira mudança mais relevante nas especificações é na medição da octanagem, que é importante para controlar a resistência da gasolina à detonação. Quando o combustível tem uma octanagem adequada, ele resiste mais à detonação, o que faz com que ela ocorra apenas no momento certo dentro do motor. Esse parâmetro evita um problema conhecido como batida de pino, uma ignição precoce que causa danos ao motor.
Antes da resolução publicada neste ano, só havia especificação prevista no país para a octanagem MON e o índice de octanagem (IAD), que é a média aritmética entre as octanagens MON e RON. A diferença entre as duas medições é que a octanagem MON mede a resistência à detonação em uma rotação mais alta, e a octanagem RON mede o mesmo parâmetro em rotações mais baixas.
Edneia explica que a evolução do conhecimento sobre os combustíveis permitiu concluir que o controle da octanagem RON é mais relevante que o da MON, e por isso as novas especificações exigem um mínimo de octanagem RON, que é de 92 para a gasolina comum, e de 97 para a gasolina premium. A partir de janeiro de 2022, o limite mínimo para a gasolina comum subirá para 93.
Especialista em combustíveis da Petrobras, Rogério Gonçalves conta que a empresa começou a adaptar suas refinarias para atender às especificações desde a publicação da resolução e já está cumprindo as exigências que se tornarão obrigatórias em 3 de agosto. A estatal é a maior fornecedora do combustível no país, e Rogério afirma que, além de já atender à especificação que vai começar a vigorar este ano, a Petrobras se antecipou em relação à octanagem e já está produzindo a gasolina nos moldes do que será exigido para esse parâmetro em 2022.
Preço
Gonçalves avalia que as novas regras também ajudam no combate ao combustível adulterado. "Muitos fraudadores de combustível adicionam produtos muito leves à gasolina para ganhar volume, produtos baratos", explica ele, que afirma que, com uma gasolina mais leve, essas fraudes eram mais difíceis de identificar. As especificações que exigem uma gasolina mais densa, por outro lado, tornarão esses crimes mais fáceis de flagrar.
A gasolina mais pesada e de melhor qualidade também é mais cara para ser produzida e tem maior valor no mercado internacional, que é usado como referência pela Petrobras para definir os preços de seus produtos. Em nota, a empresa afirma que "o ganho de rendimento compensa a diferença de preço da gasolina, porque o consumidor vai rodar mais quilômetros por litro".
A Petrobras explica que o custo de produção é apenas um dos fatores que determina o custo final da gasolina, que também é influenciado pelas cotações do barril de petróleo e do câmbio e pelo custo com frete. "Esses fatores podem variar para cima ou para baixo e são mais influentes no preço do que o custo de formulação. Além disso, vale lembrar que a Petrobras é responsável por apenas 28% do preço final da gasolina nos postos de serviço. As demais parcelas são compostas por tributos, preço do etanol adicionado e margens das distribuidoras e revendedores", diz a estatal.
O presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, também avalia que possíveis adulterações na gasolina, com as novas especificações, vão ser mais fáceis de ser identificadas. A federação, que representa mais de 40 mil postos revendedores de combustíveis, diz acreditar que haverá aumento de preços.
"Trabalhamos com margens muito apertadas e nunca temos gordura para absorver eventuais aumentos. Então, quando a refinaria sobe o preço, é um efeito dominó", afirma Miranda, que torce para que se confirme a previsão de ganho de desempenho nos veículos. "Esperamos que seja verdade, porque aumento de preço é sempre ruim para todo mundo".
| Bem Paraná | | | | Produção em dois períodos vai até dezembro com redução de 25% na jornada
A Volkswagen reabre na segunda-feira, 27, o segundo turno de produção na fábrica de Taubaté (SP), com o retorno ao trabalho de cerca de mil empregados dos mais de 3 mil da planta onde são produzidos Up!, Gol e Voyage. Segundo comunicado da empresa, a retomada foi motivada “para atender demandas adicionais do mercado interno e de exportação”.
Ainda de acordo com a Volkswagen, a operação em dois períodos foi determinada para durar até dezembro e com redução de 25% da jornada de trabalho a partir de agosto para ambos os turnos, com aplicação dos instrumento de flexibilização da Medida Provisória 936, editada pelo governo em abril e transformada na Lei 14.020 no início de julho, que permite diminuição de jornada e salários ou afastamento temporário por até 120 dias, com estabilidade pelo mesmo período após o retorno ao trabalho.
Em conversa mantida no último dia 15 com representantes de todos os sindicatos onde a empresa tem fábricas, o presidente da Volkswagen do Brasil e América Latina, Pablo Di Si já havia adiantado que negociou com eles a aplicação ao máximo possível de todas as medidas de flexibilização à disposição, para evitar demissões.
“Vamos usar todas as ferramentas disponíveis para ganhar tempo. Demissões serão a última das últimas medidas. Antes disso precisamos reduzir custos, aumentar as vendas e as exportações”, disse o executivo na ocasião.
Logo após a intensificação da pandemia de coronavírus no País, todas as quatro fábricas da Volkswagen no País foram paralisadas, inicialmente com a concessão de folga remunerada aos funcionários e, a partir de abril, com o uso dos instrumentos da MP 936 de redução de jornada e afastamento temporário. Em junho todas voltaram a operar em ritmos diferentes de retomada.
A primeira operação da empresa no País a voltar ao trabalho, em 18 de maio, foi a planta de São José dos Pinhais (PR), já em dois turnos, especialmente para a suprir a demanda represada pelo SUV T-Cross.
Em 18 de maio a fábrica de motores de São Carlos (SP) reabriu em dois turnos, em parte para atender a contratos de exportação. Com início da produção do Nivus, a unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), retomou atividades em um turno no início de junho e na segunda semana de julho voltou a dois períodos. Taubaté (SP) também retornou no começo de junho, mas em um só período, agora aumentado para dois.
| Automotive Business | | | | Fabricante lança linha com sete produtos destinados a veículos com motores a gasolina, diesel, gás e etanol
A Fuchs está lançando sete novos tipos de óleo lubrificante destinados ao mercado automotivo brasileiro. A linha complementa a família Titan e possui óleos semissintéticos, sintéticos e minerais de diversas especificações, além de lubrificante hidráulico, e são indicados para veículos com motor a gasolina, diesel, gás ou etanol. Todos os produtos foram desenvolvidos na unidade da Fuchs localizada em Jandira, no interior de São Paulo.
Os novos lubrificantes da linha Titan Formula têm formulação mineral e semissintética, enquanto o Titan Supersyn é totalmente sintético e indicado principalmente para motores turbo. O Titan Truck Plus destina-se a veículos comerciais (com motores a diesel ou gasolina), enquanto o lubrificante hidráulico HLP 68 deve ser usado em mecanismos de controle, sistemas de transmissão dinâmica e circuitos hidráulicos, por exemplo.
“Com esses lançamentos, buscamos atender melhor o consumidor e toda a nossa rede de distribuição e atacadistas que vem se consolidando no último ano. Além do novo portfólio, a estratégia visa ampliar o atendimento no território nacional”, afirmou Marcelo Martini, gerente de aftermarket da Fuchs.
| Automotive Business | | | | Novas projeções da IHS Markit apontam para crescimento de 30% sobre junho
Faltando uma semana para encerrar o mês, o movimento diário de vendas monitorado pela IHS Markit aponta para crescimento de 30% no volume de emplacamentos de julho, que tende a fechar com 160 mil veículos leves vendidos, de acordo com levantamento mensal da consultoria publicado regularmente por Automotive Business.
Se confirmado, o resultado ainda representará queda de 31% sobre julho de 2019, mas engata no cenário o terceiro mês seguido de recuperação um pouco melhor do que era esperado pelos fabricantes desde a intensificação da pandemia de coronavírus no País, no meio de março, que derrubou o mercado para níveis históricos de baixa. Com isso, o acumulado de sete meses em 2020 somaria 923 mil unidades, indicando retração de 38,4% ante o mesmo período do ano passado.
O índice SAAR (Seasonally Adjusted Annual Rate) da IHS Markit, que calcula o volume anualizado de vendas de veículos leves no Brasil com base no resultado dessazonalizado mensal, segue apontando a tendência de recuperação mês a mês no mercado brasileiro. Enquanto em abril o fraco desempenho projetava para apenas 676 mil veículos leves vendidos em 2020, em maio o SAAR subiu para 775 mil e em junho para 1,43 milhão. Para julho, se a expectativa de 160 mil unidades for confirmada, o índice deverá indicar volume anual perto de 1,7 milhão de carros e utilitários.
Em julho, com dados fechados do primeiro semestre, seguiram inalteradas as projeções da IHS Markit de vendas e produção de veículos leves em 2020 e 2021 no Brasil, enquanto para a Argentina a consultoria melhorou ligeiramente as previsões.
- Faça aqui o download das projeções de produção e vendas da IHS Markit revisado em julho/2020
- Veja outras estatísticas em AB Inteligência
PROJEÇÕES DE VENDAS E PRODUÇÃO NO BRASIL
Ao contrário da associação brasileira de fabricantes, a Anfavea, que mantém sua previsão de queda de 40% do mercado brasileiro de veículos, que assim fecharia 2020 com apenas 1,6 milhão de automóveis e comerciais leves vendidos, a IHS Markit continua a estimar retração 10 pontos menor, de 30%, para 1,86 milhão de emplacamentos este ano. Para 2021 o crescimento projetado é de 23%, com 2,29 milhões de emplacamentos.
Para a produção, que em 2020 segundo projeta a Anfavea deverá cair 45% sobre 2019, para 1,55 milhão de unidades, a consultoria sustenta sua estimativa de contração de quase 33%, para 1,88 milhão de veículos leves produzidos.
Para 2021 a consultoria também não mudou suas projeções: estima a produção de 2,42 milhões de veículos de passageiros e utilitários leves, o que representará alta de 29% ante o resultado estimado de 2020.
EXPECTATIVAS MELHORAM PARA A ARGENTINA
Para o mercado argentino, pelo segundo mês seguido a IHS Markit voltou a melhorar suas perspectivas, aumentando em cerca de 35 mil unidades a estimativa de vendas de 2020, para 295,5 mil veículos leves vendidos, em queda de 33,5% sobre 2019 – esse tombo já chegou a ser previsto em mais de 45%. Mas os volumes seguem bastante deprimidos. Para 2021 a projeção também subiu, para quase 300 mil, ficou mais próxima do resultado deste ano, com alta estimada de apenas 1,4%.
Para a produção argentina, os números foram mantidos para este ano, com previsão de 252,7 mil carros e comerciais leves montados, o que significa retração de 24,3% sobre 2019. Para 2021 houve ligeira piora, esperando-se agora que sejam produzidos no país vizinho 347 mil veículos leves, em crescimento de 37% – um mês atrás a alta esperada era de 40%.
| Automotive Business | | | | O veículo sem emissão de gases poluentes e livre de ruído e vibração tem um peso bruto total de 7,5 toneladas. Importado, é o único deste porte disponível no mercado brasileiro.
Um caminhão elétrico será testado esta semana pela Copel para transporte de materiais entre Curitiba e municípios da Região Metropolitana, do Litoral e dos Campos Gerais. O veículo sem emissão de gases poluentes e livre de ruído e vibração tem um peso bruto total de 7,5 toneladas. Importado, é o único deste porte disponível no mercado brasileiro.
O desenvolvimento da mobilidade elétrica é uma das frentes de inovação em que a Copel tem atuado nos últimos anos. Em 2019, a empresa concluiu a instalação de postos de recargas que formam a maior eletrovia do Brasil, com 730 quilômetros de extensão, ligando o Porto de Paranaguá às Cataratas do Iguaçu.
O projeto, executado em parceria com a Itaipu Binacional, instalou 12 eletropostos ao longo da BR-277, nos municípios de Paranaguá, Curitiba, Palmeira, Fernandes Pinheiro, Irati, Prudentópolis, Candói, Laranjeiras do Sul, Ibema, Cascavel, Matelândia e Foz do Iguaçu.
A empresa possui, atualmente, dois veículos elétricos em atividades cotidianas, e tem planos para expandir a participação na frota. “A Copel tem sido protagonista nas pesquisas sobre o gerenciamento da rede elétrica para abastecimento veicular, e temos interesse em testar todo tipo de veículo que utilize fontes limpas e renováveis, como a eletricidade”, afirma o gerente de Projetos Especiais da Copel Distribuição, Edison Ribeiro.
O caminhão que entrará em testes na próxima semana é da chinesa JAC Motors, e tem autonomia para até 200 quilômetros de rodagem. O fabricante estima que o custo total por quilômetro rodado resulte em 4 a 5 vezes menos, na comparação com a alimentação a óleo diesel.
| Agencia Estadual de Notícias | | | | Um dos ícones da indústria automotiva brasileira, o Fenemê – apelido dado aos caminhões da extinta montadora FNM, ou Fábrica Nacional de Motores – deverá voltar à vida ainda este ano, desta vez no afluente segmento de caminhões elétricos.
Os caminhões serão produzidos a partir de novembro em Caxias do Sul (RS) por uma FNM renovada até mesmo no nome. A sigla agora representará a Fábrica Nacional de Mobilidade, que tem no seu DNA duas empresas também icônicas da indústria nacional, as gaúchas Marcopolo e Agrale.
A nova FNM é fruto de uma parceria entre os empresários José Antonio e Alberto Martins – filhos de José Antonio Fernandes Martins, que atuou como executivo da Marcopolo por mais de 50 anos e hoje é um dos acionistas da fabricante de carrocerias -, e a Agrale, que também fabrica caminhões e ônibus e em cujas instalações os novos caminhões serão montados.
“A produção destes caminhões elétricos vai trazer um novo impulso de modernidade para o Rio Grande do Sul e engrossará o portfólio de Caxias no setor de transportes”, diz José Antonio. A cidade hoje abriga, além de fábricas da Marcopolo e da Agrale, unidades da Randon (implementos) e da Agritech Lavrale (tratores).
A princípio, a empresa oferecerá dois modelos, o FNM 832 e o FNM 833. O primeiro terá peso bruto de 13 t e 6,2 m de comprimento. No FNM 833, o peso será de 18 t e o comprimento, de 7,2 m.
O motor - elétrico - terá potência equivalente a 355 cv. A autonomia será de cerca de 130 km com as baterias cheias, o que atende a destinação dos caminhões, mais voltados a operações urbanas de curta distância.
Para aumentar a resistência e reduzir o peso, os caminhões elétricos da FNM terão peças feitas de compósitos especiais e nióbio em partes do chassi, freios, suspensões, rodas e componentes estruturais.
Embora boa parte dos componentes, como baterias, motor e sistemas eletrônicos, vá ser em um primeiro momento importada dos Estados Unidos, a montagem final vai ficar totalmente a cargo da FNM, que também oferecerá o RePower, ou o serviço de transformação de veículos com motor a diesel em elétricos.
Visual retrô - Visualmente, os novos fenemês remeterão aos antigos de formato “cara chata” (sem cabine estendida). Mas esta será a única semelhança, além da sigla e do logotipo, também quase igual. Eles serão providos do que a mais moderna tecnologia de mobilidade pode ofertar, o que os situará na categoria de “caminhões inteligentes”.
Estão previstas soluções como telas e sistemas conectados com os frotistas para o monitoramento do veículo em tempo real, câmeras e sistemas automáticos de controle para reduzir o risco de colisão e alertas de mudança involuntária de faixa de rolamento e de partida de veículos à frente.
Outra novidade é que a FNM não terá concessionárias. A venda será feita diretamente pela empresa, por meio de pagamento antecipado. A assistência técnica será prestada pela fabricante que irá até o cliente.
História - A FNM foi a primeira fábrica de veículos brasileiros. Sediada em Xerém, distrito de Duque de Caxias (RJ), a empresa surgiu em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, para produzir motores de avião.
O fim da guerra forçou-a a mudar a atividade fim para a fabricação de peças para máquinas industriais e eletrodomésticos, além de geladeiras, compressores e bicicletas. Até finalmente focar-se nos caminhões em 1949, depois de um acordo de licenciamento com a Isotta Fraschini italiana, substituído por outro com a Alfa Romeo, também da Itália, que acabaria sendo posteriormente incorporada à Fiat.
Em 1985, sob administração da Iveco, que também pertencia ao Grupo Fiat, a fábrica da FNM fecharia as portas. No local funciona atualmente uma unidade da Marcopolo, que por vias indiretas, deverá trazer a marca de volta às vias brasileiras.
| Usinagem Brasil | | | | No Brasil e no mundo, a pandemia de Covid-19 afetou, em cheio, o setor de óleo e gás. A adoção de medidas restritivas de isolamento social provocou a queda da demanda por petróleo, impactando diretamente no mercado de construção naval nacional.
De acordo com Bruno Galhardo, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore (CSENO) da Abimaq, nos últimos anos este mercado já vinha em retração devido à falta de leilões. No entanto, a chegada de grandes IOCs (companhias de petróleo internacionais) e o crescente investimento da Petrobras em exploração soavam como sinais de recuperação do setor.
“Hoje, o mercado está concentrado em atividades de construção de módulos, integração e comissionamento, já que a grande maioria dos projetos foi construída na China. Muitas dessas obras estão paralisadas e devem ser concluídas no pós-pandemia”, explica o executivo.
No momento, o principal desafio do setor é a manutenção dos empregos. A hibernação das plataformas e a postergação dos investimentos provocaram muitas demissões, principalmente na indústria de navipeças e nas empresas de serviços. Galhardo conta que, segundo consultorias internacionais, a demanda global por serviços de campos petrolíferos (OFS -oilfield services) cairá 25% em 2020, agravando ainda mais o quadro de demissões.
“As medidas do governo ajudaram a conter demissões em massa e precisam ser prorrogadas”, diz. Ele lembra que, de acordo com as petroleiras, os investimentos no setor foram retardados e não cancelados, o que traz a perspectiva de que - a médio prazo - a curva de crescimento volte aos níveis pré-pandemia.
Política Industrial - Para a CSENO/Abimaq, o maior gargalo do setor de óleo e gás é a ausência de uma política industrial que reúna todos os elos da cadeia produtiva, tornando a construção local de equipamentos navais atrativa para as petroleiras. Galhardo afirma que dentro do segmento há a visão das operadoras de petróleo e afretadoras — que buscam construir, com menor custo, unidades estacionárias de produção (UEPs) na China — e dos estaleiros e indústria de peças, que anseiam por instalações nacionais. “Nesta queda de braço, as petroleiras vêm ganhando força. Atualmente temos seis ou sete FPSOs em construção fora do Brasil”, afirma o presidente da câmara setorial.
Na opinião de Galhardo, é preciso uma política industrial que subsidie o setor para que o empresariado seja contemplado com benefícios fiscais, como redução de impostos sobre o lucro, redução de impostos federais, estaduais emunicipais, acesso a financiamento com juros baixos, entre outras medidas. “Há quem pense que subsidiar um setor é ruim.
Contudo, quando há subsídio, é criada a oportunidade de gerar empregos, o que retorna ao governo em pagamentos de tributos e impostos”. Ele também ressalta que é essencial agilizar e desburocratizar o acesso ao crédito, assim como reforçar programas como o Pronampe - Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
Em relação à retomada do mercado, apesar do atual cenário de crise, a expectativa é de que a médio prazo (a partir do segundo semestre do ano que vem) o setor tenha regressado à curva de crescimento dos anos anteriores.
“Temos excelentes perspectivas, principalmente se o país avançar em temas como: marco regulatório do gás, revitalização de campos marginais, descomissionamento de embarcações, wind offshore, refinarias modulares etc.”, salienta Galhardo. Além disso, ele volta a lembrar da importância de uma política governamental que aumente a competitividade da indústria nacional, expandindo a participação de empresas brasileiras nas construções de FPSOs fora do país.
Após a aprovação do marco do saneamento básico, no mês passado, a CSENO/Abimaq espera que o governo volte a sua atenção para o mercado de gás, que traz muitas oportunidades para o setor e, consequentemente, para a cadeia de fornecedores.
Descomissionamento e novas oportunidades - A pandemia deve acelerar o descomissionamento de poços e estruturas de exploração de óleo e gás no Brasil, o que pode gerar novas demandas para empresas prestadoras de serviços.
No início de julho, a Petrobras iniciou o descomissionamento da plataforma P-12 na Bacia de Campos, após a aprovação da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ibama e da Marinha. Ainda para 2020, a Petrobras prevê a desativação das plataformas P-07 e P-15, também na Bacia de Campos, e da FPSO Piranema na Bacia de Sergipe-Alagoas. Segundo o plano estratégico da companhia, serão descomissionadas 18 plataformas de produção entre os anos de 2020 e 2024.
Estima-se que o processo deve movimentar cerca R$ 26 bilhões até 2024: descomissionamento de poços, R$ 16,2 bilhões; retirada de equipamentos; R$ 8,7 bilhões; recuperação de áreas; R$ 497 milhões; e demais serviços aproximadamente R$ 567 milhões.
Em 27 de abril, a ANP divulgou a Resolução 817/2020, um conjunto de regras para a desativação de instalações de exploração e produção de petróleo e gás. As regras podem ser usadas, por conta dos impactos da pandemia de Covid-19 no mercado, para antecipar desativações.
A CSENO/Abimaq entende que a resolução da ANP atende o anseio do mercado de gás e óleo nacional, que é carente de diretrizes para o seu desenvolvimento. Galhardo explica que o grande desafio das empresas será a adequação ao PDI - Plano de Descomissionamento de Instalações, único para a ANP, Ibama e Marinha: “Existe um custo de adequação às regras e, em contrapartida, é preciso ter uma previsão de receita que justifique o investimento”.
Outro ponto está relacionado à questão ambiental, uma vez que o conceito de descomissionamento engloba a destinação correta de materiais, resíduos e rejeitos, além da recuperação ambiental da área. “A meu ver, ainda não existe um profundo conhecimento sobre todas as variáveis ambientais envolvidas”, conclui Galhardo.
| Usinagem Brasil | | | | A Romi encerrou o segundo trimestre com resultados positivos, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita operacional líquida cresceu 16,8% em relação ao mesmo período de 2019.
“O segundo trimestre de 2020 iniciou bastante turbulento. A partir do mês de junho, começamos a notar uma recuperação no ambiente industrial, o que refletiu positivamente na carteira de (das Unidades) Máquinas Romi e Fundidos e Usinados”, observou Luiz Cassiano Rosolen, diretor-presidente da Romi.
A Unidade de Fundidos e Usinados registrou alta de 39,1% na receita operacional líquida em relação ao 2T19, impulsionado pelas entregas das peças de grande porte.
Já na Unidade Máquinas Romi, a receita operacional líquida apresentou leve queda, de 4,4%, em relação ao 2T19. Segundo a empresa, essa queda é decorrente de projetos que foram postergados para o 3T20 devido a situação de pandemia, mas que devido a redução significativa das despesas operacionais, resultou em uma expansão da margem operacional, que nesse mesmo período de comparação, cresceu de 3,0 p.p..
Mesmo em um ambiente de pandemia global e não realização das principais feiras do setor, a entrada de pedidos na Unidade de Máquinas Romi, no 2T20, apresentou uma leve redução de 5,8% quando comparado ao 2T19. Porém, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a unidade registrou aumento de 24,8% na entrada de pedidos. O relatório de balanço destaca que “a companhia tem buscado novas alternativas de negócios, como, por exemplo, o novo negócio de locação de máquinas”.
Já Unidade de Máquinas B+W, na Alemanha, apresentou crescimento de 33,7% na receita operacional líquida. O maior volume de faturamento, aliado aos projetos com foco em incremento da rentabilidade refletiram na evolução na margem operacional, que no mesmo período de comparação expandiu 6,3%.
A carteira de pedidos, ao final do segundo trimestre de 2020, apresentou crescimento de 9,4% em relação a junho de 2019, com destaque para as Unidades de Negócio Máquinas Romi e Fundidos e Usinados.
| Usinagem Brasil | | | | O mercado brasileiro de metal duro acaba de ganhar um novo concorrente, a Gesac do Brasil. De origem chinesa, integrante do grupo XTC - Xiamen Tungsten Corporation, a marca chega para disputar o mercado em quatro segmentos: ferramentas de corte, cilindros de metal duro, ferramentas para construção e pavimentação de estradas; e para rochas e mineração.
A filial brasileira - que passou a operar no mês passado, em Vinhedo (SP) - é comandada por Flávio Oliveira, ex-LMT e Mapal, que informa que a empresa estava presente no mercado nacional apenas no segmento de metal duro, representada pela LMT. “No ano passado, a partir de sua participação na Expomafe (no Pavilhão Chinês), a Gesac decidiu se instalar aqui e passar a atuar diretamente no Brasil”.
Oliveira conta que a Gesac está entre os principais fornecedores mundiais de pó de metal duro, enquanto o grupo XTC é um dos maiores produtores de tungstênio, molibdênio e terras raras. “O XTC é um grupo chinês especializado na produção, venda e desenvolvimento de vários produtos de tungstênio, incluindo tungstênio concentrado, e semiprodutos de molibdênio (tanto no processamento do pó, quanto chapas e arames), e metal duro para peças de desgaste, componentes de precisão e ferramentas de corte”.
Já a Gesac possui três unidades de produção e um importante centro de pesquisa e desenvolvimento na China, onde são realizados vários programas de desenvolvimento de forma independente, incluindo os “Programas Nacionais de Apoio à Ciência e Tecnologia na China”.
Fundada há cerca de 30 anos, a marca era voltada ao mercado chinês, além de produzir ferramentas e outros produtos de metal duro em OEM (private label), para vários concorrentes no mundo. “Mais recentemente a empresa decidiu expandir as operações no mercado mundial, com a criação de filiais na Alemanha e no Japão. Somos a terceira filial da Gesac no mundo”, observa.
Filial Brasileira - Oliveira conta que a pandemia obrigou a um pequeno atraso no início das operações - que a princípio deveria ocorrer - o que, em sua opinião, acabou sendo positivo, diante das mudanças ocorridas no mercado ao longo dos últimos quatro meses, aí incluído o significativo aumento do valor do dólar.
Instalada em área de 1 mil m², a filial conta com estoque local de produtos, show room e sala de treinamento para 70 pessoas. Com quadro de pessoal total de 23 colaboradores, a filial contará nas equipes técnica e de vendas com alguns parceiros de Oliveira na LMT, casos de Antonio Maria, Carlos Resende e Atilano Rey.
A rede de distribuição já conta com seis parceiros: Vision One, W-Brasil, Gesafer, Valetools, Ruach e AD Ferramentas, nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. “O objetivo até o final deste ano é o de contarmos 16 distribuidores”, afirma.
Mercado - De acordo com Oliveira, o mercado brasileiro vive um momento difícil, assim como a maioria dos países no mundo. Em sua avaliação apenas alguns segmentos que não pararam, como mineração e infraestrutura (pavimentação de estradas), estão mais ativos. No entanto, o executivo diz estar bastante satisfeito com a estreia da marca no Brasil.
“Temos trabalhado bastante, tido bastante contato com clientes que, diante dos aumentos de preços provocados pela desvalorização do real, estão mais abertos à realização de testes e que, aliás, têm ficado bastante satisfeitos com nossos produtos”, comenta.
De outro lado, lembra que a diretoria mundial da Gesac, na China, tem planos de longo prazo para o mercado brasileiro. “Assim, a princípio, teremos metas graduais, tendo com principal objetivo aqui no Brasil e na América Latina estabelecer e criar a entidade da marca Gesac no Brasil”.
| Usinagem Brasil | | | | Empresa vai aumentar portfólio dedicado a máquinas agrícolas já a partir deste mês
Com o bom momento do agronegócio, a Eaton mantém sua projeção de crescimento para o ano relacionada às vendas da linha Eaton Aftermarket Parts, componentes para o mercado de reposição de máquinas agrícolas, mesmo com os impactos da crise do coronavírus na economia brasileira.
“As metas de crescimento que traçamos para a marca no início de 2020, quando anunciamos o lançamento, foram mantidas, mesmo com a chegada e o decorrer da crise da pandemia. Tivemos uma excelente aceitação do mercado”, comenta Fernando Piton, gerente de vendas nacional da Eaton.
O portfólio dedicado ao segmento foi lançado no início deste ano e atualmente conta com componentes para sistemas de transmissões que abrangem desde tratores de pequeno porte até máquinas mais pesadas como colheitadeiras, todos de diferentes fabricantes, aplicações e culturas.
Neste mês, a empresa aumentará o portfólio com 41 novos itens, totalizando 111 até agora. A previsão é que mais componentes sejam lançados ainda neste ano.
“A produção realizada no Brasil, na unidade da Eaton em Caxias do Sul (RS), garante que não há qualquer interferência de variações cambiais como acontece com outras marcas. Além disso, contar com um suporte comercial próximo, garantir disponibilidade no mercado através de uma cadeia de distribuição atuante, e informações que podem ser encontradas em catálogos on-line são diferenciais relevantes que contribuem muito para o cliente”, completa Piton.
Segundo o executivo, os produtos também são exportados para outros países da América do Sul, inicialmente para Paraguai e Bolívia, além de já estarem disponíveis nos distribuidores autorizados que cobrem tanto o mercado nacional como nos demais países da região.
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