| 27 de MAIO de 2019
Segunda-feira
Câmbio
Em 27/05/2019
|
|
Compra
|
Venda
|
Dólar
|
4,016
|
4,016
|
Euro
|
4,495
|
4,498
|
Fonte: BACEN
|
| | | | | Congresso Nacional formalizou ontem adesão do país ao sistema internacional que simplifica e reduz o custo de registros de marcas no exterior
A integração do Brasil ao sistema internacional de registro de marcas, instituído pelo Protocolo de Madri, vai facilitar a internacionalização de empresas brasileiras, sobretudo as de pequeno e médio portes.
Por meio do sistema, é possível solicitar o registro da mesma marca em diferentes países simultaneamente, reduzindo prazos de análise e custos, que podem ser até 75% menores. A proteção de marcas é fundamental para estimular a participação de empresas no comércio exterior e atrair investimentos ao país.
O Congresso Nacional finalizou nesta quinta-feira (23) a espera de quase 20 anos para internalizar o acordo internacional e formalizar a adesão do país ao sistema de Madri, já utilizado por 120 países, que representam 80% do comércio mundial, entre eles parceiros importantes do Brasil, como Estados Unidos, Japão e China.
"Damos um importante passo para a ampliação da integração do Brasil ao sistema mundial de propriedade intelectual e também ao comércio internacional. Houve um esforço conjunto da indústria, de parlamentares e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para adequar o Brasil às exigências do acordo", afirma Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
REDUÇÃO DE CUSTOS - Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que com um orçamento de US$ 1 mil, uma empresa conseguiria, em média, a proteção de uma marca em quatro países pelo sistema de Madri. Sem ele, o mesmo recurso permite a proteção em apenas um país.
A economia ocorre pois a solicitação é feita e paga uma única vez à Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que submete o pedido a avaliação dos demais membros. Cada país tem autonomia para analisar o pedido de registro. Estima-se que mais de 1,3 milhões de marcas estejam registradas pelo sistema.
MELHORIAS NO INPI - A adesão do Brasil foi precedida de esforços de melhoria no trâmite de análise de marcas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que agora passa a receber pedidos internacionais por meio da OMPI.
Para fazer parte do Sistema de Madri, o tempo de decisão sobre o pedido deve ser inferior ou igual a 18 meses. Medidas de modernização em processos internos fizeram com que o tempo de decisão do INPI caísse de 28 para 9 meses. Entre janeiro e abril de 2019, o INPI recebeu quase 72 mil pedidos de registro de marcas, sendo 9,6 mil do exterior.
| CNI (publicado em 24-05-2019) | | | | Expectativa é que a reforma da Previdência será aprovada, mas não por causa dos protestos
Os atos deste domingo (26) em defesa de Bolsonaro foram vistos com descrença por empresários e altos executivos. Embora tenham atraído público maior do que muitos previam, a avaliação é que a manifestação não terá relevância na pressão pela Previdência.
É forte no empresariado a expectativa de que a reforma será aprovada. Porém, mais por força do alinhamento entre Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e o ministro Paulo Guedes, do que por causa de qualquer protesto.
Persuasão Outros efeitos, como uma deterioração cada vez pior dos dados econômicos, devem ter mais poder de persuasão sobre a necessidade de reforma, avaliam lideranças no setor privado.
Pé atrás Previsões mais céticas calculam que a Previdência passa no segundo semestre, trazendo um breve impulso animador, assim como ocorreu após a eleição de Bolsonaro, mas a economia não se recupera. Aí é esperar para ver como o governo se reinventa no início de 2020.
Pé atrás 2 O relativo sucesso da convocação das manifestações traz insegurança a alguns empresários. O temor é que tenha inflado a confiança de Bolsonaro, dando fôlego para que o núcleo duro do presidente, de familaires e olavistas, o atice a entrar em conflito aberto com militares, Legislativo ou equipe econômica.
Passadinha Paulo Skaf, presidente da Fiesp, foi neste domingo à Paulista, onde manifestantes se reuniram em defesa de Bolsonaro. Participou de um congresso, que acontecia na sede da entidade. Encerrado seu compromisso, foi embora sem descer na avenida para prestigiar o ato.
Unanimidade O movimento de empresários Brasil 200, que a princípio negou apoio ao evento e depois mudou de ideia, saiu satisfeito. Segundo a interpretação de Gabriel Kanner, presidente do grupo fundado por seu tio Flavio Rocha (Riachuelo), a principal pauta do protesto foi a defesa da reforma da Previdência.
Utopia “Era uma utopia imaginar que as pessoas iriam às ruas em defesa da reforma da Previdência, que foi uma pauta tão impopular nos últimos anos. Hoje, 100% das pessoas na Paulista estavam a favor da reforma”, disse Kanner.
Sobremesa João Doria e Henrique Meirelles, que estavam em Gramado para o encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), partiram antes do ato pró-Bolsonaro. Depois de cumprir agenda, visitaram o comércio local e compraram chocolates na tradicional loja Lugano.
| Folha de S. Paulo | | | | Relatos otimistas foram feitos após encontro com secretário de Produtividade
A reforma da Previdência será aprovada e é página virada, segundo empresários de diversos setores da economia. O foco, agora, é o tamanho da economia com o ajuste das regras de aposentadoria e as próximas medidas de estímulo, como a reforma tributária.
O tom otimista, que contrasta com a ameaça do ministro da Economia, Paulo Guedes, de entregar o cargo caso uma reforma muito desidratada seja aprovada, foi adotado após um almoço com o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. Nesse encontro, 45 entidades ligadas à indústria, comércio e serviços entregaram um manifesto de apoio à reforma.
"A gente não tem mais dúvida, eu já quero saber é da tributária", disse Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (associação dos fabricantes de brinquedos).
Foi endossado por José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (associação da indústria do plástico).
"A reforma da Previdência é agenda velha, da época do Fernando Henrique, Lula e Dilma. Nós precisamos virar essa página, e para virar essa página é fundamental que saia", afirmou Roriz, que é também vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).
Os executivos tentaram também transmitir a certeza de que as mudanças na aposentadoria já foram aceitas pela população e pelos deputados. Por isso a aprovação sairá de forma relativamente fácil.
"O Congresso é muito mais favorável do que parece. Nós que andamos em Brasília, [vemos que] não há objeção. Dá uma sensação de que a reforma passa com uma certa facilidade", afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (de bares e restaurantes).
Na semana passada, o presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que a Câmara tocaria um texto próprio, e não o apresentado pelo governo em fevereiro.
Nesta sexta, ele afirmou que a Previdência não depende da permanência de Guedes no governo, uma resposta às declarações do ministro sobre deixar o ministério, feitas à revista Veja.
"A reforma da Previdência, quando você conversa com o deputado, quando conversa com as frentes [parlamentares], quando conversa com cidadão, ela já é dada como passada. Nós queremos saber é o tamanho dela. E esse tamanho eu também acho que está muito bem ancorado em R$ 1 trilhão", acrescentou Solmucci.
A proposta do governo prevê economia de R$ 1,2 trilhão, mas nesta sexta o ministro da Economia falou que o corte mínimo em dez anos precisa ser de R$ 800 bilhões. Ao final do dia, após causar novo ruído com o Congresso, reafirmou que contava com parlamentares para uma reforma integral.
Para o mercado financeiro, a economia deve ficar entre R$ 600 bilhões e R$ 800 bilhões após os ajustes no Congresso.
O presidente da Abrinq minimizou também a profundidade da crise econômica do país, minimizando os números do primeiro trimestre, que indicam queda do PIB (Produto Interno Bruto). O dado oficial será conhecido na próxima semana.
"Não está desse jeito, o mundo não está acabando. Pode ser que a mãe não compre duas bonecas, mas uma ela vai comprar. Não compra duas blusas, uma vai comprar", disse.
| Folha de S. Paulo (publicado em 24-05-2019) | | | | Às vésperas de completar 20 anos, Ambev mira cerveja premium, afirma executivo
Às vésperas de completar 20 anos da fusão entre Brahma e Antarctica, que formou a Ambev, a maior fabricante de cervejas do país está diante de um cenário com queda no volume de vendas para o setor, consumidores interessados em novas marcas e economia inóspita.
Segundo Bernardo Paiva, presidente da Ambev, em países de mercado mais maduro, como EUA e Canadá, a batalha da indústria é a mudança nos hábitos de consumo. Já no Brasil, a crise é o desafio.
“Lá, talvez as pessoas estejam tomando outro líquido. Aqui no Brasil, a indústria ficou estável nos últimos anos por falta de renda. Passamos pela maior crise econômica da história. Se afeta a renda, afeta bens de consumo de massa como um todo”, diz.
O presidente da Ambev, Bernardo Paiva, em escritório do grupo em São Paulo. - Bruno Santos - 9.mai.19/Folhapress
A Ambev registrou queda no volume de cerveja comercializada no Brasil em 2018, mas reage neste ano. A meta é desenvolver as marcas premium, aproveitando a onda das cervejas artesanais, que estão abrindo ocasiões de consumo, como aperitivo, e em restaurantes, além do consumo tradicional da cerveja na praia.
Nessas duas décadas, a Ambev adquiriu novas marcas, mas, diz Paiva, não mexeu em pilares como o recrutamento de “gente boa”, que quer chegar ao “sonho grande” —lema dos fundadores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
O trio de investidores, dono da gestora 3G Capital, que tem a gigante de alimentos Kraft Heinz em parceria com o bilionário Warren Buffett, enfrenta um dilema nos EUA, com queda de vendas e investigação do órgão regulador.
Paiva afasta a chance de contágio. Apesar da ligação cultural com os fundadores, não há associação, diz. “Não temos nada a ver com a 3G.”
Nos mercados mais maduros, como EUA, há queda contínua de volume. Como vai o Brasil? Como líderes da categoria, o que estão fazendo para defendê-la?
Cada país vive um estágio na evolução da indústria. Nos mais maduros, como EUA e Canadá, talvez a indústria não cresça muito por outras razões, mais ligadas a hábitos de consumo que mudam. Talvez as pessoas estejam tomando outro líquido.
Aqui no Brasil a indústria ficou estável nos últimos anos, mas não por uma questão de mudança de hábito. Foi por falta de renda. Passamos pela maior crise econômica da história. Se afeta a renda, afeta bens de consumo de massa como um todo.
O potencial de crescimento no Brasil é enorme. Hoje, o que impede de ser ainda maior é a renda. E ela vai voltar. O país sempre teve crises, mas sempre tem depois um ciclo de crescimento. Não sei se volta em um mês, dois ou três, mas algum momento volta.
Porém, não podemos só depender da volta da renda. Então estamos fazendo muito para ser uma indústria que não cresça só em volume, mas que tenha um portfólio de marcas que enderece o que o consumidor quer.
Qual é a estratégia?
Ter portfólio e prioridades claras. Tem que ter vários tipos de cerveja —a clássica, a que desce mais fácil, outra mais premium ou para pessoas que têm pouca renda. Há técnicas para aplicar isso nos países, de acordo com a maturidade. A gente define o portfólio com base em como estão os países.
Mesmo dentro dos estados ou cidades. Em São Paulo, se eu chegar no bairro do Capão Redondo e oferecer um portfólio que eu ofereço no Itaim, não funciona. Esse entendimento evoluiu.
Como?
Tenho que ter um portfólio de marcas e embalagens para endereçar a consumidores com diferentes líquidos para diferentes ocasiões. Evoluímos o portfólio e estamos ganhando participação no segmento premium. Mudamos garrafas, trouxemos outras marcas. Tem inovação.
Vamos lançar uma marca como a Beck's agora no Brasil. Ela não vai vender muito no início. E não quero que venda muito no início. Quero construir a marca, nos lugares certos, construir a imagem com paciência. Como eu tenho as outras todas, não preciso dela agora. Posso ter tempo para que o consumidor comece a entender a proposição da marca.
Estamos em um momento de ciclo virtuoso porque temos o portfólio construído lá atrás, começando a colher os benefícios, e temos as inovações. Num mercado como o brasileiro, que tem duas marcas premium que têm mais ou menos o mesmo volume, Budweiser [marca da Ambev] e Heineken [sua concorrente], elas vão perder participação. O consumidor vai querer mais opções.
Qual é o futuro da categoria em geral? Estamos expandindo para ocasiões em que não se consumia cerveja, ou tirando volume de vinho, por exemplo. Cervejas crafts, como a Colorado, são degustadas em ocasiões como aperitivo. Lá atrás, só havia cervejas lagers, tipo Brahma e Skol, muito boas para praia etc., mas talvez não para um restaurante.
E a concorrência das artesanais?
A cerveja artesanal me abre portas para essas outras ocasiões. Abre momentos de consumo em que, lá atrás, as pessoas não imaginavam Brahma e Skol. Se alguém está me abrindo a porta para ensinar o consumidor que esse tipo de cerveja é bom nessa outra ocasião, é bom para mim também. E eu sou grande para fazer isso em escala.
Vocês podem eventualmente comprar essas novas marcas? Pode ser que sim ou que não. Tem algumas que podemos chegar e comprar. Mas o mais importante é a educação.
Essas marcas começam a incluir a cerveja em ocasiões de consumo em que a gente não estava. Temos uma operação da cervejaria Bohemia, em Petrópolis, que a gente abre para cervejeiros artesanais fazerem seus líquidos na nossa unidade. É maluquice? Não. Ele está vindo aqui para fazer cerveja, não vinho.
Como é a participação das artesanais aqui e nos EUA? É muito maior lá, em torno de 10%. Aqui no Brasil é menos de 1%.
Refrigerantes também estão sofrendo a perda de volume. Como estão lidando? É diferente. Tem o refrigerante com açúcar, que realmente sofre.
Não é só a crise. O foco é manter algumas marcas e crescer o Guaraná Antarctica, mas estamos focando o segmento premium de refrigerantes, com Gatorade, H2O!, Tônica, Sucos Do Bem, endereçando a tendência de saúde. As pessoas têm o preconceito pelo refrigerante com açúcar. O nosso volume de refrigerantes sem açúcar cresce muito.
Como a Ambev manteve o DNA nestes 20 anos?
Não mudou a nossa cultura de deixar legado ligado ao sonho, não só de criação de valor interno, mas de impacto no mundo. A cultura de buscar gente boa que goste deste sonho não mudou, e de reunir gente com características diferentes. Outro ponto é fazer as coisas certas, não tomar atalho.
No que se refere a pessoas, elas têm que ter espaço para poder crescer. Tem que ter oportunidade para todos, não importa de onde veio.
Falamos em meritocracia há muitos anos. Para viver melhor esse princípio, temos que entender que o mundo mudou. Tem que ser um ambiente aberto e inclusivo. As pessoas trabalham juntas, cada um é de um jeito. Quem quiser vem trabalhar de shorts, não temos regra para isso. Achar gente boa e que compartilhe do sonho não é fácil.
Vocês estão com algum programa de diversidade novo como outras empresas estão fazendo?
Temos um programa há mais de 20 anos. Estamos vivendo a meritocracia de forma mais antenada. Não temos um programa de diversidade X, Y, Z para criar moda. Temos um programa de respeito. As pessoas aqui dentro têm que encontrar um ambiente inclusivo para que elas consigam ter espaço para exercerem o potencial máximo. Isso é meritocracia.
Em abril, o STF decidiu pelo direito ao crédito do IPI na entrada de insumos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus, elevando a perda de arrecadação para o Tesouro. Como vocês avaliaram?
Não é para Ambev. É para todas as indústrias que estão lá. Entramos lá na década de 90. Achamos bom porque foi um incentivo aprovado, que atraiu investimentos lá atrás para aquela região, e o STF manteve. Mantém uma segurança jurídica no país, de que um investimento é feito e não se muda a lei de um dia para o outro. Se quiser mudar a lei, tem que falar com o Congresso.
O 3G vive uma crise com a Kraft. Aqui na Ambev, como estão vendo isso, de longe, mas com a relação que possuem com os fundadores?
Nós respeitamos a 3G e as pessoas que estão lá, mas é difícil até dar opinião porque não temos nada a ver com a 3G. Na estrutura de sócios da Ambev, temos um sócio com o controle, que é a AB Inbev. Os acionistas da 3G são acionistas da AB Inbev, junto com acionistas belgas, e os que compram ações em Bolsa.
Não temos ligação sequer formal com a 3G. Não temos reunião com a 3G. A 3G não é sócia da Ambev nem nunca foi. A essência da cultura, dos valores do sonho, é comum porque realmente nasceu dos fundadores. Mas na forma como aplicamos, a Ambev tem sua história.
Respeito a 3G, são pessoas excepcionais, desejo o melhor, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Qual é a sua avaliação do governo e do país?
Somos pró Brasil há mais de cem anos. Pelo tamanho e o impacto que a companhia tem, e o amor que
tem por este país, pelas pessoas que estão aqui trabalhando, e pelas marcas, temos que estar sempre ao lado do país. Vamos continuar apostando no Brasil, no crescimento.
| Folha de S. Paulo | | | | Integrantes do Judiciário preparam um pacote de medidas para agilizar o processo de recuperação judicial de empresas no País, considerado hoje excessivamente moroso. Em média, em São Paulo, são 567 dias (cerca de um ano e meio) entre a Justiça aceitar o pedido de recuperação de uma empresa e apreciar o plano de reestruturação por ela apresentado - aprovando-o ou rejeitando-o. Esse prazo deveria ser de, no máximo, 180 dias, indica a lei atual.
Na avaliação do Judiciário, essa demora coloca em risco a sobrevivência da empresa. Quando está em situação financeira difícil e não consegue mais honrar seus pagamentos, uma companhia pode requerer a recuperação, que é uma proteção dada a ela pela Justiça contra a execução de suas dívidas.
A ideia é que a empresa possa ganhar tempo para apresentar um plano de reestruturação e renegociar seus débitos com credores. Em geral, quando chega esse ponto, a companhia já está com pouco dinheiro em caixa e com problemas para tocar suas atividades. Por isso, se o processo levar muito tempo, a empresa pode acabar quebrando antes de concluir a recuperação judicial, dizem especialistas.
O pacote de medidas em gestação pelo Judiciário tenta dar uma resposta à morosidade do processo. Liderado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão, o grupo criado no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai propor, entre outras medidas, a criação de varas regionais especializadas para processar as recuperações judiciais.
Nessas varas, o tempo médio até a aprovação do plano de recuperação é de 407 dias, ainda longe dos 180 dias previstos na legislação, mas menor que os 567 dias verificados em médias nas varas comuns, segundo estudo realizado no Estado de São Paulo pela Associação Brasileira de Jurimetria e pelo Núcleo de Estudos de Processos de Insolvência da PUC-SP. A taxa de aprovação dos planos de recuperação também é maior quando eles são analisados nas especializadas: é de 81%, frente à taxa de 71,3% nas comuns.
Atualmente, há poucas varas especializadas no País. Uma delas é a 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais em São Paulo, que comanda o processo da companhia aérea Avianca Brasil, por exemplo.
A princípio, a comissão pretende dar prazo de dois anos para que Estados que preencherem os critérios de criação de novas varas se adaptem à resolução. Ela ainda terá de ser aprovada pelo plenário do conselho, assim como os demais textos que estão sendo elaborados.
Nova lei
O Brasil passou a contar com uma lei de recuperação judicial e falência em 2005. O instrumento se popularizou e, nos últimos anos, o País assistiu a casos bilionários de recuperação judicial, como o da OGX, petroleira de Eike Batista, da telefônica Oi e da empresa de aluguel de sondas Sete Brasil.
Vários gargalos, no entanto, foram sendo percebidos durante os 14 anos da vigência da legislação e passaram a ser alvo de críticas de empresas e de advogados especializados no tema. No ano passado, o governo Michel Temer chegou a mandar ao Congresso um projeto de lei com mudanças na legislação. A medida era defendida pelo então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como forma de ajudar na recuperação da economia. A proposta, porém, não caminhou no Congresso.
O governo Jair Bolsonaro também entende que a revisão nas regras é necessária. Segundo o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, já há um "diálogo intenso" com o Congresso para que mudanças sejam feitas ainda neste ano. Ele não detalhou, porém, qual será o teor desse novo projeto.
Alguns dos problemas podem ser resolvidos com a atuação do CNJ, sem necessidade de decisões do Parlamento, avaliou Salomão ao Estadão/Broadcast. Por isso, o CNJ criou a comissão em dezembro passado. Ela é formada também por integrantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), desembargadores dos Tribunais de Justiça de São Paulo e Rio de Janeiro e advogados.
Documentação
Além de criar varas especializadas, o grupo vai padronizar iniciativas que não estão previstas na lei de recuperação, como a verificação prévia e a mediação. A verificação prévia é usada para constatar se a documentação da empresa está correta e se ela tem capacidade de gerar os benefícios previstos na lei de recuperação, podendo captar tentativas de fraude contra credores.
O ato do CNJ serviria para uniformizar como a verificação deve ser feita entre os magistrados que optem por utilizá-la, não tendo o condão de obrigá-los a adotar a prática.
"Vai ter mais previsibilidade e os credores saberão como funciona", disse Daniel Costa Carnio, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça.
Segundo o magistrado, a padronização pelo CNJ trará também um limite de cinco dias para a realização da verificação, o que impede que a medida se prolongue além do razoável, atrasando os planos da empresa.
O estudo feito pela ABJ aponta que a prática aumenta as chances de um processo de recuperação ser aceito pelo juiz. Nos casos sem verificação prévia, o número foi de 63%, frente aos 81,7% em processos em que a prática foi adotada.
Há, no entanto, críticas à iniciativa. A advogada especializada em direito empresarial do escritório Martorelli, Fabiana Nunes, entende que a intenção do CNJ é boa, mas acredita que uma padronização teria de ser feita via alteração legislativa.
Mediação
O CNJ quer estimular ainda o uso da mediação, que foi usada no processo de recuperação da Oi. Na mediação, uma terceira pessoa atua para resolver impasses entre os credores e a empresa devedora. No caso da Oi, o recurso foi utilizado em várias etapas, como na relação com os pequenos credores e até mesmo em discussões entre os acionistas, explicou a advogada Samantha M. Longo, do escritório Wald, Antunes, Vita, Longo e Blattner Advogados, que atuou no processo da operadora de telefonia.
Assim como a verificação prévia, a mediação não está prevista atualmente na lei de recuperação judicial. Por conta disso, o texto que a comissão do CNJ pretende aprovar deve ter caráter somente de recomendação, e os juízes não terão de segui-la.
| DCI (publicado em 25-05-2019) | | | | Plano do governo prevê que mulheres e homens tenham mesmas exigências para aposentadoria especial
A bancada feminina da Câmara dos Deputados prepara emendas à reforma da Previdência para fazer ajustes na proposta enviada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O texto do governo prevê que mulheres e homens tenham as mesmas exigências para aposentadorias especiais, como professores e policiais, e também para quem trabalha no campo.
Deputadas criaram um grupo para estudar a reforma pela perspectiva dos impactos para mulheres. Agora, articulam alterações para que professoras, policiais e mulheres rurais tenham uma idade mínima mais baixa que a dos homens.
Com 77 integrantes, a bancada feminina é a maior da história. E, independentemente da posição política, tendem a votar juntas em favor das mulheres.
“Queremos direitos iguais. Isso significa igualdade de oportunidades e de salários, mas não de biotipo. Fisiologicamente, há diferenças entre homem e mulher”, disse a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL).
Coordenadora adjunta da bancada, ela foi responsável pelo grupo de trabalho sobre a reforma. No início, eram 11 ideias de emendas. Mas isso foi afunilado para determinados temas.
A bancada também quer evitar mudanças no abono salarial, benefício pago a trabalhadores de baixa renda e com carteira assinada, e é contra alterações na fórmula de cálculo da pensão por morte, que permite benefícios abaixo do salário mínimo (R$ 998).
“Imagina uma mulher com quase metade da renda do marido, quando ele morrer? Não é justo”, afirma Nelma.
O relator da reforma da Previdência na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), estuda alterar o texto para que, quando o dependente tiver apenas a pensão como renda, o valor não fique abaixo do salário mínimo.
Para o setor rural, Bolsonaro quer que homens e mulheres se aposentem com 60 anos. Hoje, trabalhadoras do campo tem direito à aposentadoria ao completar 55 anos e os homens, 60 anos.
A bancada feminina quer manter as regras atuais para as trabalhadoras rurais.
Hoje, professores do setor público têm critérios diferentes para a aposentadoria. Homens precisam completar 55 anos de idade e mulheres, 50 anos. A reforma do governo prevê 60 anos para ambos.
A emenda da bancada feminina preserva as professoras desse endurecimento de regra. E essa mesma linha é desejada às policiais.
Bolsonaro quer idade mínima para a aposentadoria de 55 anos para homens e mulheres policiais. Hoje, não há esse critério.
Para aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa de 308 votos dos 513 deputados, e de 49 votos dos 81 senadores.
Com dificuldades na articulação política, o Palácio do Planalto ainda busca os votos necessários, mas a expectativa é que haverá uma margem apertada para a aprovação.
Em votações temáticas, como setor agrícola e pauta feminina, o governo terá ainda mais dificuldade em preservar a proposta assinada por Bolsonaro.
| Folha de S. Paulo | | | |
Manifestações garantem fidelização de eleitorado, mas risco institucional continua no ar
A condução retórica de Jair Bolsonaro (PSL) à frente da Presidência segue uma previsibilidade banal, como atestou seu comportamento ao longo do domingo (26).
Primeiro, ele deu as senhas para as manifestações convocadas por sua militância virtual ao endossar um texto que via na dita “velha política” a origem de todos os males que o impedem de revolucionar a vida brasileira. Depois, dada a reação dentro (militares) e fora (praticamente todos os atores políticos) do governo, Bolsonaro voltou atrás e pediu comedimento.
Quando surgiram as primeiras imagens de gente na rua em apoio a qualquer coisa associada ao governo, incluindo aí ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro passou a alimentar suas redes sociais com a celebração da manifestação. Alguém poderá argumentar que foi o filho vereador, Carlos, o responsável pela tática, mas o fato é que não faz diferença a essa altura do campeonato.
Se não “lacrou”, para ficar na novilíngua virtual em vigor, ao menos surfou nos atos que foram conclamados por ele e sua claque. Nesse sentido, a espontaneidade proclamada pelo presidente não é nada mais do que uma empulhação, assim como foram os movimentos supostamente racionais ao longo da semana passada.
Como o bom senso sugeria, houve bastante gente na rua, mas nenhum tsunami inesperado. Nem tampouco houve o fracasso que a torcida à esquerda previa. O presidente ficou no meio-termo, curiosamente neste ponto muito semelhante ao apoio orgânico dado ao PT —algo como um terço do eleitorado, conforme indicam as pesquisas eleitorais neste ponto.
Assim, não houve nada que assustasse o Congresso como o ato em defesa da educação da semana retrasada —cujo poderio ainda precisa ser avaliado, pois se refluir a um ambiente esquerdista, tenderá a dissolver enquanto força de pressão. O Brasil de 2019 é um país à direita.
Por outro lado, o apoio e o tom em vários pontos do país, de confronto e radicalização, dão a senha para a contratação das próximas crises do governo. Como não tem uma base organizada, o governo verá o Congresso reagir à retórica das manifestações ditas espontâneas.
Parlamentar tem medo de rua, mas é possível argumentar que elas estão longe de falar uma única língua. O fracasso do PT em defender Dilma Rousseff em 2015-16, apesar de toda a “expertise” de protestos, é um lembrete útil ao bolsonarismo.
A eventual aprovação da reforma da Previdência, pauta incluída entre tantas outras nos protestos deste domingo, não poderá nesse sentido ser colocada na conta dos efeitos de uma pressão popular. Até porque ela está longe de ser uma bandeira popular.
No Judiciário, engana-se quem acha que o Supremo não cerrará fileiras em torno da defesa da instituição. A movimentação recente do presidente da corte, Dias Toffoli, indica uma interlocução bastante efetiva com diversas instâncias do mundo político. O presidente não terá vida fácil.
Desde o começo do governo Bolsonaro, as alas mais próximas do presidente no círculo que se autointitula antiesablishment só procuram o confronto. Acreditam, de forma declarada, que é preciso “quebrar o sistema”, seja lá o que for isso, em nome da purificação das práticas políticas do país. Historicamente, esse tipo de ruptura nunca dá em coisa boa quando ocorre.
Naquele núcleo duro, o único filho mais ponderado do presidente na política, o senador Flávio, perdeu voz ao se ver envolvido na investigação sobre milícias do Rio de Janeiro. A radicalização da prole restante e do pai deram o tom do enfrentamento, que a esta altura só garantiu uma vitória: a da degradação ainda maior do ambiente político, com meros cinco meses de governo.
| Folha de S. Paulo (publicado em 26-05-2019) | | | | Saldo líquido de postos foi de 129.601, puxado pelo setor de serviços; todas as regiões e segmentos apresentam aumento, mas rendimentos de entrada estão em queda
Mutirão do Emprego no Vale do Anhangabaú, realizado pela Prefeitura de São Paulo (SP) , em março
O emprego com carteira assinada cresce lentamente no País, puxado pelo setor de serviços e caracterizado por salários menores de admissão, além de alta rotatividade.
Apesar disso, os dados de criação de postos formais de abril foram positivos em todos os setores da economia e regiões, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, divulgado na última sexta-feira.
Em abril de 2019, empresas e o setor público contrataram 1.374.628 de pessoas, mas demitiram 1.245.027, gerando um saldo líquido de emprego de 129.601. Esse é o melhor resultado para abril e representa um crescimento de 0,34% em relação a março.
No ano, foram criados 313.835 postos, alta de 0,82% ante igual período de 2018. Já nos últimos doze meses até abril, houve expansão de 477.896 empregos, alta de 1,25%.
Dado o fraco crescimento econômico, essa leve expansão de vagas pode ter sido ajudada pela liberação de contratos de trabalho intermitente e por tempo parcial, pela reforma trabalhista (aprovada em 2016), segundo avaliação da economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Maria Andréa Parente.
“Os trabalhos intermitente e parcial podem estar inflando os números do Caged. Se não fosse essa possibilidade da reforma trabalhista, os dados poderiam até mesmo ser negativos”, diz Parente.
Ela avalia, por outro lado, que o resultado de abril é positivo e veio acima das suas expectativas. “É preciso lembrar também que março foi um mês ruim por conta do Carnaval. Então já se esperava que, na comparação com março, os dados viriam positivos”, reforçou a economista.
Em relação ao trabalho intermitente, houve 9.972 admissões e 4.550 desligamentos em abril, um saldo de 5.422 empregos. Por setor, o trabalho temporário se distribuiu assim: comércio (1.539); serviços (2.840); construção civil (246); indústria de transformação (774); extrativa mineral (8); Serviços industriais de utilidade pública (SIUP) e agricultura (8), mostrou o Caged.
| DCI | | | | Sede dos sindicalistas está à venda para estancar crise no caixa
O leilão da sede da Força Sindical, no bairro Liberdade, em São Paulo, não recebeu lance na última sexta (24).
Avaliado em R$ 12,4 milhões, o prédio de 12 andares continua na mão de sindicalistas, que pretendem se desfazer do patrimônio diante da crise no caixa.
Desde o fim do imposto obrigatório imposto pela reforma trabalhista e endossado pelo presidente Jair Bolsonaro, a receita pela contribuição sindical caiu 99%, segundo a Força.
Empresas de saúde e educação até olharam o ativo, diz a organizadora Frazão Leilões, mas não fizeram lance. A oferta inicial foi estipulada em R$ 9,9 milhões.
Ainda não há perspectiva para a abertura de novo leilão.
O efeito da reforma trabalhista sobre as finanças dos sindicatos é grande. Em junho de 2018, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo negociou um prédio comercial a R$ 10,3 milhões para reforçar seu caixa.
| Folha de S. Paulo | | | | Se a intenção é investir, faça isso logo, antes que o banco o faça por você
Você já reparou que o saldo some da sua conta bancária? Pois é, os bancos não gostam nem um pouco de dinheiro parado em conta. Deveriam gostar, não é mesmo? Afinal, é dinheiro de graça, não pagam nada sobre o saldo que deixamos na conta-corrente.
Acontece que os bancos são obrigados a cumprir uma série de obrigatoriedades definidas e calculadas a partir do montante de depósitos à vista (conta- corrente) que eles detêm.
Cerca de metade vai para o Banco Central, o chamado depósito compulsório. Uma boa fatia é destinada a operações de crédito rural com taxas de juros subsidiadas, pouco rentáveis para o banco, e uma fatia menor é destinada a operações de microcrédito.
Depois de cumpridas as exigibilidades, sobra muito pouco para os bancos usarem livremente. Além de trabalhoso, o cumprimento dessas regras acaba por onerar o famoso spread bancário, diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam e cobram.
Assim, os bancos não querem dinheiro parado em conta e inventaram mecanismos de aplicar automaticamente o dinheiro, transferindo da conta-corrente para a tal aplicação. É aí que mora o perigo.
Se o dinheiro que você deixou na conta será gasto nos próximos dias, antes de o próximo salário chegar, tudo bem.
Se a intenção é investir, faça isso logo, antes que o banco o faça por você. A rentabilidade das aplicações automáticas, não importa o tipo, tende a ser muito baixa. A leitura que o banco faz é que você não está preocupado com rentabilidade, caso contrário não teria deixado o dinheiro parado na conta.
Se você tem o hábito de deixar para depois e acaba esquecendo, procure uma aplicação programada, bem diferente e muito melhor do que as automáticas.
Pesquise os produtos de investimento da instituição financeira de seu relacionamento que oferecem a conveniência da aplicação programada. Pode ser uma conta-poupança, um fundo de investimento ou aplicação em CDB, mas o importante é que seja rentável.
No Tesouro Direto, por exemplo, você pode programar uma aplicação mensal, definindo o valor, o dia do mês em que sua conta pode ser debitada e o título escolhido para o investimento periódico.
A aplicação programada ajuda a criar o hábito de investir. O dinheiro será debitado da sua conta logo após o crédito do salário, um investimento para realizar os projetos que vêm sendo adiados há tempos porque não sobra dinheiro.
Escrevo mais uma vez sobre o assunto porque observei que tem muita gente deixando de ganhar dinheiro. Os fundos de investimento que cobram perto de 4% ao ano de taxa de administração acumulam muito dinheiro!
Os bancos que usam o CDB para as tais aplicações automáticas pagam um percentual muito baixo do CDI, entre 30% e 40% do CDI. A rentabilidade bruta é bem inferior à da poupança, e, depois de pagar Imposto de Renda e, talvez, IOF, sobra muito pouco.
Se você está investindo a reserva financeira, lembre-se de optar por aplicações de liquidez diária para cobrir as necessidades de caixa de curto ou médio prazo.
Quanto ao nível de risco, que sejam as mais conservadoras, como Tesouro Selic, fundo DI, CDB DI, que acompanham a variação da taxa de juros de mercado.
Aplicação automática, aquela que o banco faz por você, cancele. Aplicação programada, decisão sua, quando, quanto e onde investir, vá em frente.
Marcia Dessen - Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
| Folha de S. Paulo | | | | Expectativa em relação à administração também declinou; soma de bom ou ótimo cedeu de 60% para 27% entre abril e maio
Aprovação da gestão Bolsonaro no mercado cai de 28% em abril para 14% em maio
A aprovação do governo Jair Bolsonaro entre os agentes do mercado financeiro caiu entre abril e maio, segundo levantamento da XP Investimentos com 79 gestores de recursos, economistas e consultores, realizado entre os dias 22 e 24 deste mês. Enquanto o porcentual daqueles que consideram o governo bom ou ótimo caiu de 28% para 14% e a fatia dos que avaliam o governo como regular recuou de 48% para 43%, a avaliação negativa (ruim ou péssimo) subiu para 43%, de 24% na pesquisa anterior.
A expectativa em relação à administração também declinou. A soma de bom ou ótimo cedeu de 60% para 27% entre abril e maio. Ruim e péssimo aumentou de 13% para 23%, mas a avaliação regular subiu de 28% para 51%.
Por outro lado, a análise do mercado financeiro do Congresso Nacional melhorou em relação a abril. O porcentual de agentes que consideram como ótima ou boa a atuação do Congresso avançou de 15% para 32%. Já o grupo que avalia o Parlamento como ruim ou péssimo caiu de 40% para 25%.
Em relação à aprovação da reforma da Previdência, a confiança continua elevada. Dos 79 agentes consultados, 80% afirmaram que acreditam que a proposta será aprovada em 2019, mesmo porcentual registrado desde a pesquisa de fevereiro. Da mesma forma, a expectativa mediana de economia com a reforma segue em R$ 700 bilhões em dez anos, uma desidratação de R$ 537 bilhões do projeto original.
A maioria dos agentes acredita que a reforma será votada na comissão especial entre junho e julho (80%), enquanto 20% avaliam que deve ocorrer entre agosto e dezembro. A primeira votação na Câmara deve ficar para entre agosto e setembro para 85% dos entrevistados, enquanto 6% acreditam que deve acontecer antes do recesso e 9% no quarto trimestre.
Já a aprovação final no Congresso acontecerá no quarto trimestre para 71% dos participantes, enquanto 19% veem a reforma sendo aprovada no terceiro trimestre e 10% em 2020 ou depois.
Impactos no mercado
Segundo o levantamento da XP, se uma reforma da Previdência com impacto de 50% da proposta inicial for aprovada, a bolsa pode subir 7% para 100 mil pontos e o câmbio teria 3% de apreciação, para R$ 3,90. Caso seja aprovada a proposta como enviada pelo governo, a bolsa poderia subir 28%, para 120 mil pontos, e o câmbio poderia apreciar 10%, para R$ 3,60. Por outro lado, sem a aprovação da reforma da Previdência, a bolsa cairia 20% para 75 mil pontos e o câmbio subiria 12%, para R$ 4,50.
| DCI | | | | Incertezas e anos de PIB decepcionante deixam Brasil menos atrativo para empresas estrangeiras
Além do menor fluxo de capital estrangeiro, multinacionais têm decidido encerrar operações no país ou a produção local. Relembre empresas que deixaram o Brasil recentemente ou que estão indo embora.
Em meio às dificuldades de reação da economia brasileira e problemas estruturais de produtividade, o país também tem perdido a atratividade para investidores estrangeiros. Além do menor nível de fluxo de recursos para investimentos no Brasil e persistentes incertezas sobre o ambiente de negócios, também tem chamado a atenção a frequência de anúncios de empresas internacionais indo embora ou decidindo encerrar operações por aqui.
Brasil deixa ranking de países mais confiáveis para investimento estrangeiro
Países emergentes investiram o dobro do Brasil em 2018
Entre essas companhias, estão a Ford Caminhões, os laboratórios Roche e Eli Lilly, a gráfica RR Donnelley, o aplicativo Glovo, a Nikon, a cervejaria Brasil Kirin, e redes de varejo como Lush e Kiehl's. Relembre mais abaixo empresas que deixaram ou estão deixando o país nos últimos anos.
Embora as razões apresentadas por elas não sejam necessariamente as mesmas, e também estejam relacionadas a novas estratégias globais das companhias, em comum está a dificuldade de conseguir os resultados esperados, a decepção com o ritmo de crescimento da economia brasileira e a elevada imprevisibilidade em relação ao médio e longo prazos.
Diante das dificuldades de gerar a receita esperada e de expandir os negócios, a saída encontrada por essas empresas foi vender a operação para concorrentes já estabelecidos ou simplesmente fechar as portas. Outras recusaram-se a desistir, mas decidiram encerrar a produção local, passando a atuar somente com distribuição de importados. Consequentemente, fecharam postos de trabalho e colocaram mais pessoas na fila do desemprego.
E se alguns estão indo embora, outros estão desistindo ou adiando a vinda. Segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil caiu 12% em 2018, para US$ 59 bilhões. Com a queda, o Brasil passou da 4ª para a 9ª colocação entre os principais destinos no mundo. Em 2011, o montante chegou a US$ 96 bilhões.
O indicador é considerado como o melhor termômetro de "bom investimento", uma vez que os recursos vão para o capital produtivo (construção de fábricas, infraestrutura, empréstimos e fusões e aquisições).
Levantamento divulgado neste mês consultoria A.T.Kearney mostrou que o Brasil deixou o ranking dos 25 mais confiáveis para investimento estrangeiro. Foi a primeira vez que o país ficou fora da lista desde que o ranking foi desenvolvido, em 1998.
"Embora o Brasil seja uma economia emergente, a taxa de crescimento nos últimos 10 anos foi muito menor em relação ao que era projetado. Hoje, o foco no mundo inteiro está no retorno ao investidor. Então, a empresa acaba eventualmente preferindo absorver um prejuízo e encerrar suas atividades no país a correr o risco de uma perda ainda maior", afirma o economista Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV.
Brasil caminha para década com crescimento mais fraco em 120 anos
Menor apetite pelo Brasil
O ano de 2019 começou com a expectativa de maior fluxo de capital estrangeiro para o país, impulsionados pela mudança de governo e reforço da agenda de concessões e privatizações, mas a percepção dos analistas e economistas é que os investidores permanecem bem cautelosos em relação ao Brasil, à espera da aprovação de reformas e de uma sinalização mais clara de uma melhora das perspectivas para a economia brasileira.
Pelos dados do Banco Central, que utiliza uma metodologia diferente da ONU para mensurar esse fluxo de aportes, os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 21,1 bilhões no 1º trimestre, praticamente o mesmo volume do mesmo período de 2018 (US$ 20,9 bilhões).
O professor de economia do Insper Otto Nogami afirma que, no Brasil, "o longo prazo é sempre difícil de ser avaliado", e que nos últimos meses houve uma piora das expectativas em relação ao ritmo de recuperação da economia diante das preocupações com a articulação política do governo Bolsonaro para a aprovação de reformas estruturais como a da Previdência no Congresso.
"Está tudo nebuloso. À medida em que se tem um cenário econômico complexo, com piora das expectativas, o investidor começa a ver que a recuperação da economia tende a vir só daqui 2, 3, 4 anos, o que pode comprometer toda uma estratégia que ele tinha em mente", avalia Nogami.
Levantamento da consultoria PWC sobre fusões e aquisições de empresas no Brasil mostra que o apetite dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil permanece bem abaixo do registrado no período pré-recessão.
De um total de 228 operações de compras de controle ou de participação em empresas realizadas de janeiro a abril, apenas cerca de 30% (68 transações) foram lideradas por estrangeiros. Nos 4 primeiros meses de 2015, o número de aquisições feita por estrangeiros foi praticamente o dobro (126), com o capital internacional à frente de 53% dos negócios anunciados
O indicador é um bom termômetro para o fluxo de investimento estrangeiro no país uma vez que a compra do controle ou participação de empresas já estabelecidas costuma ser a principal estratégia de entrada de grandes grupos em um outro país.
"Temos conversado com muitos fundos de investimento estrangeiros, e o que eles dizem é que têm planos de investimento no Brasil, mas aguardam algumas mudanças estruturais importantes, em particular, muito comentada, a reforma da Previdência", diz Leonardo Dell'Oso, sócio da PwC Brasil.
"A partir do momento em que o governo demonstrar um ajuste fiscal nas suas contas que possa trazer uma estabilidade econômica maior e também a criação de um marco regulatório mais robusto, o investimento certamente vai voltar a chover no Brasil", acrescenta.
Para Viktor Andrade, sócio da consultoria EY, afastadas as incertezas, o país tende a voltar a atrair um fluxo maior de investimentos. "O Brasil continua sendo opção na mesa dos investidores e tem se mantido um destino consistente dos fluxos globais, o que é surpreendente diante de todas dificuldades e da perda do grau de investimento do país. É um país grande, com instituições sólidas, e isso faz com que acaba se destacando frente a pares como Rússia e índia", afirma.
Entraves e desvantagens competitivas
Além do baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos e das conhecidas desvantagens competitivas do Brasil (complexidade tributária, baixa produtividade e infraestrutura precária), há outros entraves que fazem com que o país seja considerado mais difícil e menos atrativo para o investidor estrangeiro.
"A complexidade da operação, com custo de produção muito alto e qualidade de mão de obra muito ruim comparativamente, acaba tirando a atratividade do mercado brasileiro apesar do contingente de consumidores. Por isso, quando se trata de alta tecnologia, muitas empresas preferem produzir lá fora e só distribuir aqui", afirma Nogami.
Os analistas destacam, entretanto, que em alguns casos o fracasso da operação decorre mais do erro de avaliação do investidor e da falta de um estudo mais aprofundado sobre o mercado brasileiro e diferenças regionais.
"O mercado brasileiro do ponto de vista de PIB é grande, mas sob a ótica do PIB per capita não é tão expressivo quanto parece. Quem olha de fora, se não fizer um estado detalhado, pode pensar que para o seu produto existe um gap de consumo que não necessariamente existe", afirma Teixeira.
"A empresa traça uma estratégia para vir para cá, acreditando em alguns casos ter uma proposta que é imbatível, mas não tem conhecimento de como a renda é distribuída dentro do país, não consegue entender a cultura e as diferenças entre as regiões", acrescenta.
Relembre empresas que anunciaram saída do Brasil
Veja abaixo companhias que deixaram o país ou que anunciaram o encerramento de operações no Brasil de 2017 para cá.
O grupo farmacêutico suíço Roche anunciou em março que decidiu encerrar a produção de medicamentos no Brasil em até 5 anos, citando nova estratégia global de "concentrar os esforços em produtos inovadores de alta complexidade e baixo volume de produção".
Eli Lilly
A farmacêutica americana Eli Lilly anunciou em dezembro do ano passado a decisão de fechar sua única fábrica no Brasil e concentrar a produção de medicamentos sólidos em Porto Rico.
A Ford anunciou em fevereiro que fechará sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e a saída da marca do mercado de caminhões na América do Sul, argumentando que a continuidade das operações no continente demandaria um grande volume de investimentos que não resultariam em "um negócio lucrativo e sustentável".
Glovo
A startup espanhola de entregas de encomendas Glovo anunciou em março o encerramento das operações no Brasil, após 12 meses no país. Ao justificar a decisão, a empresa informou ter percebido que o Brasil é um mercado extremamente competitivo e que, para obter o sucesso planejado originalmente, precisaria de mais investimento e tempo para penetrar, liderar e alcançar rentabilidade.
A gráfica multinacional RR Donnelley, que era desde 2009 responsável pela impressão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entrou em processo de falência e anunciou em abril o encerramento da operação no Brasil, culpando "atuais condições de mercado na indústria gráfica e editorial tradicional, que estão difíceis em toda parte, mas especialmente no Brasil".
Kiehl's
A marca americana de cosméticos Kiehl's, que desembarcou por aqui em 2008, anunciou no final do ano passado a decisão de fechar suas lojas e, em março, encerrou suas atividades do Brasil.
A marca britânica de cosméticos feitos à mão Lush anunciou em meados do ano passado o fechamento de suas lojas e fábrica no Brasil, dizendo não ter conseguido obter lucro nos últimos quatro anos em que operou no país.
Nikon
Em setembro de 2018, a fabricante japonesa de câmeras fotográficas Nikon encerrou todas as suas atividades no Brasil. A filial brasileira tinha sido aberta em 2011 como a primeira unidade da multinacional na América do Sul, de olho em oportunidades de expansão dos negócios após a escolha do Brasil como sede de eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A marca de sorvetes premium controlada pela americana General Mills encerrou em junho de 2018 as operações dos 8 pontos de venda próprios que mantinha no Brasil, informando que decidiu focar seus investimentos na distribuição dos sorvetes por meio dos canais de varejo e foodservice.
Walmart
Em junho de 2018, o Walmart vendeu participação de 80% nas operações brasileiras para a empresa de private equity Advent Internacional, citando buscar garantir "melhor oportunidade de crescimento de longo prazo" no negócio.
Em julho de 2017, a francesa Fnac vendeu as 12 lojas que tinha no Brasil para a Livraria Cultura, após a recessão brasileira agravar ainda mais os resultados da operação, cujo modelo de negócio já enfrentava uma crise estrutural em razão dos novos hábitos de consumo de livros, música e filmes, em meio ao avanço tecnológico e do comércio eletrônico.
Brasil Kirin
Em fevereiro de 2017, o grupo japonês Kirin Holdings anunciou a venda da operação para a Heineken e a saída do país, após menos de 6 anos da sua chegada e entrada no mercado brasileiro através da aquisição da Schincariol. Em meio a prejuízos e dificuldades de logística e distribuição, a Brasil Kirin avaliou que os riscos associados com a economia brasileira e a competitiva indústria cervejeira do país limitavam a possibilidade de transformar a operação em um negócio "rentável e sustentável no longo prazo".
| G1 | | | |
Os economistas do mercado financeiro mantiveram previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indicador oficial de preços – em 2019. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano permaneceu em alta de 4,07%. Há um mês, estava em 4,01%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo nível.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa também permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 4,1% em 2019 e 3,8% em 2020. Elas constaram no comunicado e na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), neste mês. Já o IBGE informou, no dia 10 de maio, que o IPCA de abril subiu 0,57%. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,94%.
Top 5
No Focus desta segunda-feira, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 seguiu em 4,15%. Para 2020, a estimativa do Top 5 permaneceu em 4,10%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,96% e 4,00%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,75%, igual ao verificado há um mês. A projeção para 2022 no Top 5 seguiu em 3,75%, ante 3,63% de quatro semanas antes.
Últimos 5 dias úteis
A projeção mediana para o IPCA 2019 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 4,11% para 4,10%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 57 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 4,04%.
No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. A atualização no Focus foi feita por 55 instituições.
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 4,1% em 2019 e 3,8% em 2020. Elas constaram no comunicado e na ata da última reunião do Copom, neste mês.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de alta de 5,25% para elevação de 5,28%. Para 2020, a mediana continuou em 4,40%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,20% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,25% em 2020.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,3% em 2019 e 5,0% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados na ata da última reunião do Copom, publicada no dia 14 de maio.
IPCA de junho
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para a alta do IPCA em maio de 2018 em 0,30%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado também estava em 0,30%.
Para junho, a projeção no Focus foi de 0,30% para 0,27% e, para julho, passou de 0,19% para 0,20%. Há um mês, os porcentuais eram de 0,27% e 0,18%, respectivamente.
No Focus desta segunda-feira, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,58% para 3,56% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,60%.
IGP-M
O Relatório de Mercado Focus mostrou ainda que a mediana das projeções do IGP-M de 2019 passou de alta de 5,88% para elevação de 5,91%. Há um mês, estava em 5,58%. No caso de 2020, o IGP-M projetado seguiu indicando alta de 4,00%, igual ao visto quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
| Tribuna PR | | | | O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,08% na terceira quadrissemana de maio, desacelerando em relação ao ganho de 0,15% observado na segunda quadrissemana do mês, segundo dados publicados nesta segunda-feira, 27, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na terceira leitura deste mês, perderam força ou ficaram mais firmemente em território negativo os componentes Alimentação (de -0,31% na segunda quadrissemana a -0,68%), Saúde (0,69% a 0,49%) e Educação (de 0,06% a 0,01%).
Por outro lado, quatro grupos ganharam força ou reduziram o ritmo do recuo: Habitação (de recuo de 0,08% na segunda quadrissemana a -0,04%), Transportes (de 0,86% a 0,84%), Despesas Pessoais (de 0,48% a 0,66%) e Vestuário (0,19% a 0,26%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de maio:
– Habitação: -0,04%
– Alimentação: -0,68%
– Transportes: 0,84%
– Despesas Pessoais: 0,66%
– Saúde: 0,49%
– Vestuário: 0,26%
– Educação: 0,01%
– Índice Geral: 0,08%
| Tribuna PR (publicado em 27-04-2019) | | | | Acordo pode criar a terceira maior montadora do mundo
A montadora ítalo-americana Fiat Chrysler (FCA) apresentou nesta segunda-feira (27) uma proposta de fusão com a francesa Renault, que pode criar a terceira maior montadora do mundo, atrás de Volkswagen e Toyota.
Segundo a proposta da Fiat para a Renault, o novo grupo seria detido por 50% dos acionistas de cada uma das empresas.
As ações seriam cotadas em Nova York, nos EUA, e em Milão, na Itália, disse a Fiat Chrysler em comunicado.
O conselho de administração da Renault se reunirá para estudar a proposta de fusão, anunciou a fabricante francesa em comunicado divulgado logo após o anúncio da proposta.
De acordo com a Fiat Chrysler, a fusão resultaria em vendas anuais de 8,7 milhões de veículos e "uma forte presença em regiões e segmentos importantes", gerando 5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 22 bilhões) em economia anual.
O "amplo e complementar portfólio das duas marcas forneceria uma cobertura completa do mercado, do luxo ao 'mainstream'", afirmou a Fiat Chrysler.
O acordo proposto fundiria as duas montadoras sob uma holding holandesa listada. Após o pagamento de um dividendo especial de 2,5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 11 bilhões) aos acionistas da Fiat Chrysler, cada grupo receberia 50% da entidade combinada em novas ações.
A fusão não levará ao fechamento de fábricas, assegurou a Fiat Chrysler.
FCA
Fábricas: 102
Carros e picapes: Alfa Romeo, Fiat, Lancia e Maserati (Itália); Chrysler, Dodge, Jeep e RAM (EUA)
Veículos de carga/vans: Fiat Professional
Motores: VM Motori
Versões especiais e acessórios: Abarth e Mopar
4,8 milhões
de veículos vendidos em 2018
Renault Group
Fábricas: 39
Carros e picapes: Renault e Alpine (França); Dacia (Romênia); Samsung (Coreia do Sul); Lada (Rússia)
3,9 milhões
de veículos vendidos em 2018
| Folha de S. Paulo | | | | União dos negócios pode criar terceiro maior grupo automobilístico do mundo, com vendas anuais de 8,7 milhões de veículos. FCA não descarta que aliança Renault-Nissan-Mitsubishi continue.
A montadora Fiat Chrysler (FCA), de capital italiano e americano, apresentou nesta segunda-feira (27) um projeto de fusão com a francesa Renault, o que criaria a terceira maior montadora mundial do setor.
De acordo com a proposta da FCA para a Renault, o novo grupo pertenceria em 50% aos acionistas da empresa ítalo-americana e em 50% aos acionistas da montadora francesa.
O conselho de administração da Renault se reunirá nesta segunda-feira para examinar a proposta de fusão, informou a montadora francesa.
Aliança Volkswagen-Ford: o que se sabe até agora
Caso o acordo se concretize, a Renault poderia contribuir com sua tecnologia para o desenvolvimento de motores elétricos, enquanto a Fiat Chrysler entraria com sua forte presença no mercado norte-americano, além do portfólio de veículos 4x4 e picapes.
A FCA acredita que a atual aliança formada entre a montadora francesa e as japonesas Nissan-Mitsubishi possa continuar mesmo com a nova fusão. De acordo com a Fiat Chrysler, o trabalho em conjunto entre todas as marcas renderia uma economia de 5 bilhões de euros por ano.
Apesar disso, a FCA indica que a fusão não irá resultar em cortes de empregos e nem no fechamento de fábricas das empresas. Nissan e Mitsubishi ainda não se posicionaram sobre a continuidade da aliança, caso a Renault aceite o negócio.
Fusão criaria 3ª maior montadora
A Fiat Chrysler destacou que, baseado nos números de 2018, a fusão com a Renault criaria o terceiro maior grupo automotivo do mundo e teria "uma forte presença em regiões e segmentos chave".
Somadas, Fiat Chrysler e Renault venderam 8,7 milhões de veículos no ano passado. O novo grupo ficaria atrás de Volkswagen (10,6 milhões) e Toyota (10,59 milhões).
De acordo com a agência France Presse, uma fonte próxima às negociações afirmou que não se espera uma decisão nesta segunda-feira, o que deve "demorar dias, até semanas". O conselho de administração da Renault definirá apenas se estuda a proposta.
As ações teriam cotações nas Bolsas de Nova York e Milão, explica a Fiat Chrysler em um comunicado. Os papéis dos dois grupos operavam em alta após o anúncio. O título da FCA chegou a registrar avanço de 18% na Bolsa de Milão. A ação da Renault subiu 13%.
Negociações
O governo francês, que possui 15% da Renault, é favorável à aliança, mas diz que "é necessário que as condições da fusão sejam favoráveis ao desenvolvimento econômico da Renault e evidentemente aos funcionários da Renault", afirmou a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye.
A Fiat Chrysler indicou que a linha de produção das duas empresas é "ampla e complementar, e daria uma cobertura completa ao mercado, do segmento de luxo até o segmento voltado para o grande público".
Fiat Chrysler e Renault produzem automóveis de nível intermediário e populares, o que significa que poderiam compartilhar os avanços tecnológicos, afirmam analistas.
De acordo com uma fonte que acompanha o processo, o anúncio seria o resultado de "negociações iniciadas com Carlos Ghosn", o ex-presidente da montadora francesa, investigado no Japão por supostas fraudes financeiras.
Ghosn foi detido no fim de novembro em Tóquio, o que provocou uma crise entre a Renault e a parceira japonesa Nissan, que apontou indícios de irregularidades.
Aliança com Nissan-Mitsubishi
O projeto da FCA para a fusão com Renault deixa "a porta aberta a Nissan" para integrar a operação, afirmou outra fonte.
Com os aliados Nissan e Mitsubishi, a Renault constitui o maior grupo automobilístico mundial em termos de volume de vendas, com quase 10,76 milhões de unidades comercializadas ano passado, à frente de Volkswagen (10,6 milhões) e Toyota (10,59 milhões).
Em caso de acréscimo dos números da Fiat Chrysler, a aliança estabeleceria uma grande distância para os rivais, com quase 16 milhões de veículos.
A Renault vendeu no ano passado 3,9 milhões de veículos, a Nissan 5,65 milhões e a Mitsubishi Motors 1,22. A Fiat Chrysler, que tem 13 marcas (incluindo Jeep, Alfa Romeo, Dodge, Ram ou Ferrari), vendeu 4,8 milhões de veículos em 2018.
Fiat já tentou fusão com GM e Volks
A fusão entre o grupo FCA e outra grande montadora era o sonho do antigo líder da empresa, Sergio Marchionne, que morreu em 2018. O ex-presidente da Fiat Chrysler chegou a fazer propostas para GM e Volkswagen, mas os negócios não foram concluídos.
| G1 | | | |
Androide da marca ajuda a carregar pacotes, sacolas e a pizza do carro até a porta
É um robô sem cabeça em um carro sem motorista.
A Ford está trabalhando em uma maneira de resolver o que os pesquisadores que trabalham na área dos veículos autoguiados definem como "o problema dos 15 metros finais". Se um veículo de entrega autoguiado chegar à casa de um destinatário sem quaisquer operadores humanos a bordo, quem vai carregar o pacote, as sacolas de compras ou a pizza fervilhante até a porta de entrada? Um robô, é claro, estaria à altura dessa tarefa - e dispensaria gorjetas.
No caso da Ford, a solução é o Digit, um androide com duas pernas parecidas com as de uma cegonha, braços capazes de carregar cargas de até 18 quilos, e um torso equipado com múltiplas câmeras, encimadas por um sensor de laser e radar em forma de disco. Seria como um primo sem cabeça dos androides de combate que aparecem nas muito criticadas "prequels" [histórias que antecedem o início da saga] de "Star Wars".
O argumento de negócios em favor de serviços de entrega sem motorista é ainda mais convincente do que os argumentos em favor de táxis robôs, e potencialmente mais fácil de concretizar. Para começar, não há necessidade de se preocupar com a segurança dos passageiros humanos. E a ascensão das compras online transformou a entrega de pacotes em uma área de imenso crescimento. Basta perguntar à Amazon, que no ano passado registrou custos de entregas de US$ 27 bilhões.
Se o motorista humano for removido da equação, os custos de entrega caem em 60% ou mais. Os benefícios podem ser da ordem das dezenas de bilhões de dólares.
A Ford gostaria de colocar seus robôs de entrega Digit em operação já em 2021, o que acompanharia a data planejada para a introdução de suas frotas de veículos autoguiados que transportariam pessoas e pacotes 24 horas por dia. "Teremos uma frota de veículos autoguiados em operação, e meu objetivo é conseguir que os robôs estejam lá, prontos para o trabalho, ao mesmo tempo", disse Craig Stephens, diretor de controles e automação na área de pesquisa e engenharia avançada da Ford.
A maneira pela qual seres humanos reais reagirão ao androide de entregas é uma parte importante da pesquisa da Ford, que está apenas começando e incluirá testes no mundo real, dentro das fábricas da Ford e nas ruas de Dearborn (Michigan) e Pittsburgh. "O Digit me parece bastante amistoso, disse Stephens. A aparência "inofensiva" será "um aspecto chave para que as pessoas sejam capazes de confiar em um robô".
O Digit foi criado pela Agility Robotics, uma startup com menos de 30 empregados sediada em Albany, Oregon. O vice-presidente de tecnologia da empresa, Jonathan Hurst, disse que ainda não viu reações negativas, da parte das pessoas que se encontram com o Digit ou um predecessor que não tinha torso e consistia apenas de um par de pernas parecidas com pistões afixadas a uma estrutura central. Os robôs puderam circular nas ruas da cidade.
"Muita gente nos pergunta se os robôs não serão vistos como sinistros", disse Hurst. "Algumas pessoas ficam bem longe deles, e apanham seus smartphones para gravar vídeos".
Embora seja provável que o design evolua, Hurst não vê necessidade de instalar uma cabeça no robô de entregas da Ford. Na verdade, ele acha que isso pode incomodar mais as pessoas. "Se o robô for parecido com um animal ou homem, mas nem tanto assim, as pessoas imediatamente se revoltam com ele", disse Hurst. "E não precisávamos de uma cabeça lá, para nossas atuais necessidades de percepção".
Há outros pesquisadores lidando com robôs de entregas, nem todos os quais humanoides. A Anybotics e a Continental, gigante alemã do setor de autopeças, demonstraram um cachorro robotizado para entregas, na Consumer Electronics Show deste ano. A Segway exibiu um aparelho rolante de entregas que se parece com uma fotocopiadora de escritório, e a FedEx está testando uma volumosa caixa rolante capaz de subir escadas e de carregar até 45 quilos de carga.
A Starship Robots, cujos produtos se parecem com soldados do império em "Star Wars", mas dotados de seis rodas, estão em operação em diversas cidades do planeta, de acordo com a startup, sediada em San Francisco e na Estônia. E a Postmates, que está pesquisando com a Ford um sistema de entrega automática para compras de mantimentos, tem um robô de entregas bonitinho chamado Serve, com olhos esbugalhados como os do Wall-E da Pixar, e dotado de quatro rodas superdimensionadas.
A Ford se preocupa com a possibilidade de que mensageiros robotizados que se movem sobre rodas sejam bloqueados pelos degraus de entrada encontrados nas varandas da maioria das casas americanas. O Digit, em comparação, é capaz de subir degraus e usar seus braços para se erguer em caso de queda. Seus pequenos pés, com solas de borracha corrugada, podem percorrer concreto, grama, madeira e cascalho.
A decisão da Ford de optar por um robô de duas pernas, em lugar de rodas, surgiu com a ajuda de pesquisadores da Universidade de Michigan. "Nosso mundo foi projetado para bípedes - nós", disse Stephens. "Por isso um robô bípede tem atrativos inerentes".
Outra vantagem é o peso leve do protótipo do Digit. Em lugar de equipá-lo com todo um conjunto de sensores e processadores, que aumentaria o peso do robô para mais de 45 quilos, o Digit obtém a maior parte de seu poder de processamento do veículo autoguiado da Ford. Os mesmos sensores que permitem que um carro autoguiado se oriente serão usados para vasculhar o percurso da calçada até a porta e transmitir o caminho ao robô.
Quando o Digit deixa o pacote na porta ou o entrega ao destinatário, caminha de volta ao furgão de entrega, se dobra em forma de um quadrado compacto, e desliza para uma gaveta que serve como estação de recarga. O processo lembra uma cena de filme dos Transformers.
O cenário da varanda no subúrbio - "atravessar o jardim e subir até a porta de entrada", nas palavras de Stephens -, pode não ser a única forma de uso. A Ford e a Agility planejam testar cenários urbanos que envolvam entrar em edifícios residenciais sem ajuda do porteiro.
No começo, porém, haverá tarefas para um companheiro humano. "Não vamos empregar milhares de robôs e substituir todas as pessoas que fazem esse trabalho imediatamente", disse Hurst.
Para a Ford, que tem veículos comerciais entre suas especialidades, os serviços de entrega sem motorista têm imenso potencial. A montadora estimou o valor potencial dos serviços robotizados de entrega e transporte de passageiros em US$ 332 bilhões. "A oportunidade de negócios é imensa", disse Stephens. "Robôs serão necessários".
| Folha de S. Paulo | | | | Apesar das questões que envolvem privacidade, mudança pode reduzir os custos para os consumidores
As longas fichas de perfil do cliente cairão em desuso no universo das seguradoras que atuam no setor automotivo. A tecnologia permitirá definir, semana após semana, a utilização real do veículo coberto pela apólice.
Apesar das questões que envolvem privacidade, essa mudança pode reduzir os custos para os consumidores.
Empresas começam a utilizar dados obtidos por meio da telemetria para definir hábitos e percursos dos motoristas. A israelense Ituran é uma delas.
Na opinião de Amit Louzon, presidente da Ituran no Brasil, as fichas são os retratos de vidas pregressas e, por isso, incapazes de revelar o real uso do veículo.
Se o proprietário mora em uma região com maior incidência de roubo e furto, mas o uso do carro é restrito a horários com baixo registro de crimes, o custo do seguro poderá ser menor.
Contudo, o contrário também pode acontecer caso seja detectado que o dono circula constantemente por regiões de risco, apesar de seu domicílio estar em uma área considerada segura.
O sistema de monitoramento já existe: é o mesmo usado pelos rastreadores que ajudam a localizar veículos roubados.
Para que seja aplicado no cálculo da apólice, será preciso que o dono do carro dê sua autorização para ser vigiado. Há uma zona cinzenta aí, e são os limites dessa “invasão de privacidade”, embora que consentida, que tomam tempo dos departamentos jurídicos das seguradoras.
Ao que parece, a tecnologia trará benefícios ao bolso. Um deles é a possibilidade de ter o custo da apólice reduzido mês a mês, de acordo com o score do motorista. Ao se expor a riscos menores, o dono do carro terá direito a descontos.
Em caso de acidente, a análise técnica será facilitada. O monitoramento permitirá saber a velocidade média dos veículos envolvidos e assim determinar as indenizações.
Por outro lado, pode ocorrer um aumento nas recusas por cobertura. As mudanças, em primeira instância, surgem para evitar prejuízos às seguradoras.
As respostas às dúvidas jurídicas virão com a prática. Em breve, as companhias começarão a oferecer apólices com monitoramento permanente e possibilidade de reduzir os valores ao longo dos meses. Caberá ao segurado ler as letras miúdas para usar as regras a seu favor.
| Folha de S. Paulo (publicado em 25-05-2019) | | | | Sócios de parceria já existente com Renault, Nissan e Mitsubishi não participaram das tratativas
Os grupos Renault e a Fiat Chrysler (FCA) deverão anunciar na próxima segunda-feira (27) o resultado das conversas entre os dois conglomerados para uma eventual fusão, segundo o jornal americano Wall Street Journal.
Se concretizada, a união das dias empresas criaria a terceira maior montadora do mundo, atrás de Volkswagen e Toyota.
Combinadas, Fiat Chrysler e Renault teriam valor de mercado de aproximadamente US$ 36 bilhões (o equivalente a R$ 144,8 bilhões).
Entre as possibilidades de aliança está uma fusão em que ambas as companhias teriam igual participação. Uma alternativa seria a troca de ações entre as montadoras como um acordo inicial que pavimentaria o caminho para uma união posterior.
Os negócios entre os dois grupos envolveriam mais que a criação de uma joint venture. O acordo deverá incluir a cooperação na área de tecnologia para veículos elétricos, plataformas de manufatura e conectividade.
O anúncio desta segunda deverá será feito antes da abertura das Bolsas. Na mesma data, haverá uma reunião do conselho de administração da companhia francesa.
Procuradas pela Folha, a FCA disse que não comentaria o assunto e a Renault, que não teria informações sobre o possível acordo.
As conversas entre os conglomerados teriam começado quando a Renault estava sob comando do executivo Carlos Ghosn, acusado de má conduta financeira e corrupção por suposta tentativa de enriquecimento às custas da Nissan, com quem o grupo francês já tem uma aliança —que inclui ainda a Mitsubishi.
O atual presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, reuniu-se com o ministro francês Bruno Le Maire na última sexta-feira (24) para apresentar o plano para a aquisição. O governo francês detém 15% da companhia e não se opõe ao negócio.
Nissan e Mitsubishi não participaram das tratativas com a FCA. A francesa chegou a pedir a um banco que a assessora que apresentasse à Nissan um plano para a criação de uma holding que combinaria as duas parceiras, mas os japoneses resistem a tentativas de aprofundar a parceria.
O acordo Renault-FCA poderia mudar o equilíbrio de poder no grupo franco-japonês. Juntas, Renault, Nissan e Mitsubishi lideram as vendas no mundo, com quase 10,8 milhões de carros comercializados no ano passado (VW e Toyota venderam cerca de 10,6 milhões cada).
Só a Renault vendeu em 2018 cerca de 3,9 milhões de veículos. A Nissan, 5,65 milhões, e a Mitsubishi, 1,22 milhão.
A Fiat Chrysler, que hoje ocupa a 8ª posição em número de unidades vendidas, possui 13 marcas (entre elas, Jeep, Alfa Romeo, Dodge e Ram). Comercializou 4,8 milhões de veículos no ano passado.
O grupo ítalo-americano tem atravessado dificuldades na Europa, em parte devido a seu atraso no desenvolvimento de veículos “limpos”.
Recentemente, o presidente da FCA, John Elkann, membro do clã Agnelli, controlador do grupo, afirmou que a família estaria preparada para tomar “decisões ousadas e criativas” para ajudar a construir um futuro sólido e atrativo para a companhia.
Uma união com a Renault permitiria aos dois grupos uma redução de custos, principalmente na Europa, por meio do compartilhamento de investimentos.
Quase um terço da mão de obra global da Fiat, de 198,5 mil pessoas, estava localizada no continente no fim de 2018, segundo a Bloomberg, embora quase todo o seu lucro viesse da América do Norte, região onde a Renault não opera.
Já a francesa conta com a Europa para quase a metade de suas vendas globais.
Em março, a francesa PSA (dona de Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall) já havia manifestado seu interesse em pela FCA, grupo com o qual já tem uma joint venture.
Outras montadoras também negociam acordos, como os entre Volkswagen e Ford e entre BMW e Daimler, para carros autônomos e veículos compartilhados.
Os grandes grupos do setor têm buscado parcerias e comprar concorrentes como estratégia na corrida para o desenvolvimento de tecnologias como carros autônomos e veículos elétricos, entre outras.
| Folha de S. Paulo (publicado em 26-05-2019) | | | | Apesar de ainda distante da realidade nacional - e do bolso do brasileiro -, aumenta a chegada de carros elétricos ao País. Aos poucos, cada marca anuncia seu produto porque ninguém quer ficar de fora do mercado que promete ser o futuro da mobilidade e abrir caminho para os modelos autônomos.
A General Motors confirmou ontem o início das vendas do Bolt EV para outubro. O modelo custará R$ 175 mil e pode rodar até 380 km com uma carga completa de energia. "No Brasil, o Bolt EV simboliza para nós o início da era da eletrificação", diz Hermann Mahnke, diretor de marketing da GM. Para ele, o modelo chegará "em um momento de busca por novas soluções de mobilidade que passam pela conectividade, sustentabilidade e eletrificação".
A BMW informou que vai instalar 40 novos pontos de recarga no País até o fim do ano. Atualmente há 110 postos em várias capitais abertos por iniciativas da montadora em parceria com empresas como Multiplan, Iguatemi, Pão de Açúcar e Ipiranga. Um exemplo é o corredor elétrico Rio-São Paulo, com seis postos na Rodovia Presidente Dutra (três em cada lado).
A marca premium iniciou em abril a pré-venda de três versões do elétrico BMW i3: o i3 BEV, por R$ 205,9 mil; o i3 BEV Connected (R$ 229,9 mil); e o i3 REX Full (R$ 257,9 mil). Na linha luxo, a Jaguar começa na segunda-feira a venda do SUV I-Pace com preços a partir de R$ 437 mil.
Recentemente, a Audi começou a testar seu primeiro SUV 100% elétrico, o e-tron para avaliar a compatibilidade do carro com a infraestrutura local, performance e autonomia em diferentes condições de temperatura e pisos comuns no Brasil.
Em julho, a Nissan começará a entregar as primeiras 16 unidades do Leaf, o elétrico da marca que estava disponível para encomendas desde novembro, a R$ 178,4 mil. Em igual período a Renault vendeu 20 unidades do compacto Zoe para pessoas físicas por R$ 150 mil cada. Números de vendas a empresas não foram divulgados.
Na quinta-feira, a BYD entregou o primeiro caminhão elétrico para coleta de lixo na cidade do Rio de Janeiro e outros 10 deverão chegar em alguns meses. Por enquanto importado da China, a BYD também entregou no ano passado 21 caminhões para a mesma finalidade para a Corpus, de Indaiatuba (SP).
Carreata. No Brasil há atualmente em circulação 11 mil veículos elétricos e híbridos (funcionam com bateria elétrica e motor a combustão).
Em defesa dos veículos com baixa ou nenhuma emissão de poluentes, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) promove hoje em São Paulo carreata com cerca de 250 ônibus, caminhões, automóveis, patinetes, skates, monociclos, diciclos, bicicletas e motos, todos elétricos ou híbridos.
Chamado de Dia da Mobilidade Elétrica, a carreata partirá às 10h da Rua Treze de Maio, passará pela avenida Paulista e irá até o Estádio do Pacaembu.
| DCI (publicado em 25-05-2019) | | | |
|
| | |
|
|