| 16 de mARÇO de 2020
Segunda-feira
- Governo lança campanha e novo portal com orientação sobre coronavírus
- Países vizinhos ao Brasil fecham fronteiras para tentar conter o coronavírus
- Por conta do coronavírus, CNI lança agenda da indústria virtualmente
- Com dívidas recordes, títulos de empresas já são rebaixados a 'junk'
- Informalidade e recuperação lenta derrubam produtividade do trabalho
- CMN facilita renegociação de operações de crédito de empresas e famílias
- Trabalho em casa aumenta risco de vírus e hackers; veja como evitar
- Trabalho remoto por causa do coronavírus levanta dúvidas trabalhistas
- Coronavírus preocupa pequenas e micro empresas
- Coronavírus reacende discussão sobre papel do Estado na economia
- Coronavírus: como o exemplo da Itália pode ajudar o Brasil a não repetir erros
- Artigo: Trabalhador com coronavírus dificilmente terá auxílio-doença do INSS
- Após semana de pânico, investidor deve manter calma e seguir seu perfil
- Volatilidade na Bolsa volta a níveis de 2008 e desafia pequenos investidores
- Dados do BC mostram que contágio é mais rápido no Brasil, diz Paulo Guedes
- Regra do teto de gastos não limita combate a coronavírus, dizem analistas
- Firjan reduz expectativa do PIB de 1,8% para 1,2% e pede medidas emergenciais
- Projeção do IPCA para 2020 passa de 3,20% para 3,10% no Focus do BC
- Artigo: Para aproveitar a queda do mercado acionário, melhor investir em ações ou fundo de ações?
- KLM cortará até 2 mil empregos por coronavírus
- Alta do PIB de 2020 passa de 1,99% para 1,68%, aponta Focus
- EstaR de Curitiba tem mudanças importantes a partir desta segunda-feira
- Peerdustry inova na prestação de serviços de usinagem
- Produção de motos se mantém, mas coronavírus impacta setores administrativos
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Em 16/03/2020
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Fonte: BACEN
| | | | | Campanha do Governo do Paraná intensifica orientações sobre os métodos de prevenção para evitar a propagação do vírus e também para tranquilizar a população. Todo o conteúdo está disponível no site www.coronavirus.pr.gov.br
A informação de qualidade é ainda uma das melhores armas para se prevenir contra o coronavírus. Pensando nisso, o Governo do Paraná lançou uma campanha que intensifica orientações sobre os métodos de prevenção, para evitar a propagação do vírus e também para tranquilizar a população. Todo o conteúdo está disponível no site www.coronavirus.pr.gov.br.
O aplicativo Coronavírus-SUS, disponível para os sistemas Androide iOS traz dicas e a geolocalização das unidades de saúde mais próximas dos usuários. Cartazes com as orientações estão sendo distribuídos em órgãos públicos e entidades sociais do Estado.
CUIDADOS BÁSICOS – A orientação da Secretaria de Estado da Saúde é a adoção de cuidados básicos para reduzir o risco de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus: lavar as mãos várias vezes ao dia com água e sabão ou gel, incluindo os pulsos, entre os dedos e embaixo da unha; limpar os objetos mais manuseados com álcool em gel; manter os ambientes sempre ventilados e arejados e cobrir a boca e o nariz com o braço ou um lenço descartável ao tossir ou espirrar. As máscaras devem ser utilizadas apenas por quem já apresenta os sintomas da doença ou tiver contato com pessoas infectadas.
Além disso, também é necessário ficar atento ao que não fazer. É importante não compartilhar objetos pessoais, como toalhas, talheres, canetas e celulares; evitar lugares com muita concentração de pessoas; não tocar o nariz, olhos e boca antes de lavar as mãos e não cumprimentar as pessoas com abraços, beijos e apertos de mão.
A transmissão do coronavírus costuma ser pelo contato com pessoas infectadas, por meio de secreções como gotículas de saliva, espirro tosse ou catarro. O vírus pode se disseminar por meio do toque ou aperto de mão ou pelo contato com objetos ou superfícies contaminados, como aparelhos eletrônicos, talheres, notas de dinheiro, entre outros.
SINTOMAS – Os principais sintomas da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, são semelhantes ao de um resfriado, como febre, tosse seca, dificuldade para respirar e insuficiência renal nos casos mais graves. Caso apresente os sintomas, é importante procurar ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.
Além das unidades de saúde, o paciente também pode entrar em contato pelo telefone 0800 644 4414 ou pelo Whatsapp (41) 3330-4414.
O Governo do Estado e a Secretaria da Saúde acompanham os boletins nacionais em tempo real. As equipes de saúde e serviços estão preparados para atender pacientes com sintomas iguais ou parecidos com os da doença, por meio de uma rede composta por unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento (UPAs), SAMU e um monitoramento efetivo dos vírus circulantes, o chamado serviço sentinela. São 51 pontos de vigilância permanente de vírus de síndromes respiratórias no Estado.
| Agência Estadual de Notícias | | | | Os países membros do Mercosul devem decidir nesta segunda-feira medidas conjuntas, em uma teleconferência. Segundo disse no domingo o presidente do Paraguai, Mario Abdo, em uma entrevista coletiva, o bloco deve estabelecer um fechamento parcial das fronteiras. A Argentina, entretanto, anunciou fechamento no domingo de suas fronteiras por 15 dias – as autorizações de entrada são para argentinos e estrangeiros que residem no país.
O presidente Alberto Fernández planeja aplicar uma quarentena de dez dias em todo o país. “Tudo o que podemos fazer para restringir as reuniões públicas – ir ao teatro, ir ao cinema – será bem-vindo. Estamos analisando a possibilidade de fazer um corte em algum momento, para que as pessoas possam ficar em casa e, assim, evitar a circulação do vírus”, disse Fernández, em entrevista à Radio 10, de Buenos Aires.
O presidente afirmou que a tentativa era evitar transmissão comunitária antes da chegada do inverno.
No fim de semana, a Colômbia também já havia determinado que apenas colombianos ou estrangeiros residentes no país poderiam cruzar a fronteira, e mesmo assim com obrigação de cumprir quarentena de 14 dias. A medida tem início a partir de hoje. No Peru e no Chile, os portos marítimos foram fechados para cruzeiros e haverá controle médico nos acessos terrestres. O Chile também determinou o fechamento das escolas por duas semanas, segundo comunicado do presidente Sebastián Piñera.
Paraguai
Na Ponte da Amizade, que liga Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, agentes sanitários e militares do Paraguai têm equipamentos de medição de temperatura corporal para barrar brasileiros que cruzam a ponte com sintomas da doença. O país vizinho contabiliza nove casos confirmados
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro anunciou que seis estados e a capital, Caracas, entrarão em “quarentena social coletiva” a partir de hoje. Neste período, os cidadãos devem permanecer em casa e o comércio será fechado.
Maduro disse em um pronunciamento de TV que “não há opção”, exceto a quarentena. “Ou nós vamos para a quarentena ou a pandemia pode brutal e tragicamente derrubar o país”.
Casos pelo Mercosul
– 75 casos foram registrados no Chile. É o segundo país com mais número na região, atrás do Brasil.
– 45 registros ocorreram na Argentina, onde há duas mortes de pacientes vindos do exterior.
– 24 pessoas têm coronavírus na Colômbia, que decidiu fechar as fronteiras a partir desta segunda-feira.
– 43 casos estão no Panamá. É o maior número na América Central, embora o país tenha população de 4 milhões de pessoas.
– 6 registros são do Uruguai.
| Bem Paraná | | | | Por conta do novo coronavírus, a Confederação Nacional da Indústria vai lançar a Agenda Legislativa da Indústria em um evento virtual com transmissão pela internet. A publicação elenca projetos destacados pelo setor produtivo como prioritários para o desenvolvimento do país, e terá foco na reforma tributária.
LEIA TODOS OS TEMAS ABORDADOS PELA COLUNA NA EDIÇÃO IMPRESSA DESTA SEGUNDA (16)
- TCU deve aprovar contas do governo Bolsonaro, mas com ressalvas
- Presidente da OAB pede encontro com Lula para conversar sobre democracia brasileira
- Mensalidade de planos de saúde pode ser afetada por coronavírus entre idosos
- Por conta do coronavírus, CNI lança agenda da indústria virtualmente
- Diretor do Museu Nacional está na Áustria para receber peças de coleção indígena
- Pirataria no Brasil gera prejuízo de R$ 4 bi por ano ao audiovisual, diz estudo
- Bailarina Ingrid Silva fará palestra no TEDx Talk em março
O ator Juca de Oliveira e o escritor Ignácio de Loyola Brandão estiveram na cerimônia de posse da dramaturga Maria Adelaide Amaral na Academia Paulista de Letras, na semana passada, em São Paulo. O juiz aposentado José Renato Nalini, o maestro Julio Medaglia e as atrizes Mila Moreira, Clarisse Abujamra e Leona Cavalli compareceram, assim como o diretor Elias Andreato e o ex-ministro Celso Lafer.
CURTO-CIRCUITO
O Centro de Integração Empresa-Escola lança na terça-feira (17) o “Somos CIEE”, programa que financia, por meio de doações, bolsas de estudos para jovens em situação de vulnerabilidade.
Gianfranco Pisaneschi assume em abril como diretor do Istituto Europeo di Design Brasil no lugar de Fabio Palma.
O SescTV lança na terça-feira (17) a série “Paulo Freire, Um Homem do Mundo” sobre a trajetória do educador e pensador brasileiro.
| Folha de S.Paulo | | | | Redução abrupta na receita leva papéis de companhias a perder grau de investimento e já pressiona bancos nos EUA e na Europa
Empresas não financeiras em todo o mundo cortaram abruptamente previsões de faturamento na semana passada (ver quadro), levando a uma queda generalizada nas ações de bancos nos Estados Unidos e na Europa.
Em alguns casos, as ações perderam, até o meio da semana, quase toda a valorização acumulada desde 2016.
No fim da semana, houve alguma recuperação após os pacotes dos governos de EUA e Europa para ampliar o capital de giro das companhias afetadas pela crise do coronavírus.
Bem mais sólidos agora do que há dez anos, na crise das hipotecas "subprime", os bancos estão entre os maiores credores das dívidas corporativas globais —e podem acumular perdas importantes caso deixem de receber seus créditos.
A dívida do setor não bancário no mundo chega a US$ 75 trilhões e equivale a 93% do PIB global, muito acima dos 75% do PIB há uma década, segundo o Institute of International Finance (IIF, a Febraban mundial).
Já a dívida dos bancos, pivôs da Grande Recessão, diminuiu em quase dez pontos do PIB global, para US$ 61,5 trilhões. No período, os bancos também aumentaram o capital que dá lastro a empréstimos e se livraram dos chamados "títulos podres" que entupiram seus balanços.
Mas um levantamento da empresa britânica de avaliação de riscos Credit Benchmark revela que uma amostra significativa de bancos passou a classificar agora como "BB" (não seguro, ou "junk") cerca de 30% de seus devedores; e mantêm outros 30% como "BBB" (último degrau para ser considerado seguro, ou grau de investimento).
Como comparação, as agências de classificação de risco ainda consideram só 12% das dívidas corporativas como "BB" e 42% como "BBB" --sugerindo que em breve elas também podem rebaixar bilhões de dólares em dívidas.
A queda no faturamento das empresas trouxe pressão também sobre o chamado mercado de "corporate bonds", onde são negociados títulos de empresas não financeiras.
O volume desses papéis no mercado —que não fazem parte dos créditos bancários— mais que dobrou desde 2008 e atinge US$ 12 trilhões. Mais da metade tem classificação "BBB" e, do total, US$ 4,4 trilhões vencem nos próximos três anos. O risco agora, com a diminuição de suas receitas, é os títulos dessas empresas perderem rapidamente, e em massa, a classificação "BBB" e também virarem "junk".
Quando um título deixa de ser grau de investimento muitos investidores institucionais, como fundos de pensão, são obrigados, por contrato, a se desfazer dele.
Além de isso poder inviabilizar o refinanciamento das dívidas dessas companhias, pode causar grandes impactos subsequentes sobre milhões de investidores donos desses papéis.
O dinheiro que gira ao redor dos "junk bonds" corresponde a menos de 20% do mercado de títulos. Se houver papéis demais entrando, seu valor pode entrar em queda livre.
| Folha de S.Paulo | | | | Desde o início de 2017 só houve ganhos de produtividade nos dois primeiros trimestres após o fim da recessão
A produtividade do trabalho está diminuindo no Brasil, três anos após o fim da prolongada recessão que fez a economia do país afundar entre 2014 e 2016, de acordo com um novo estudo feito por um grupo de economistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.
O fenômeno destoa do padrão observado na saída de outras recessões no passado. Desde o início da década de 1980, ganhos acentuados de produtividade foram verificados depois que as crises ficaram para trás. Esta é a primeira vez que o contrário acontece, segundo os economistas.
Desde o início de 2017, quando a economia começou a se recuperar, só houve ganhos de produtividade nos dois primeiros trimestres após o fim da recessão. No resto do período, as estatísticas apontam crescimento próximo de zero ou queda de produtividade em todos os trimestres analisados.
Fatores que não se repetiram explicam os ganhos no início de 2017, afirma o economista Fernando Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, um dos autores do estudo. Eles foram puxados pelo desempenho da agropecuária, que colheu uma supersafra com ajuda do clima naquele ano.
Esgotado esse efeito, os ganhos de produtividade no país desapareceram. No ano passado, houve perdas em todos os trimestres, de acordo com os cálculos de Veloso e seus colegas Silvia Matos e Paulo Peruchetti, baseados em dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No último trimestre de 2015, a perda de produtividade da economia brasileira foi de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, taxa negativa semelhante à observada no primeiro trimestre de 2009, quando o país ainda sofria os efeitos da crise financeira internacional deflagrada um ano antes.
No mais longo período de expansão econômica da história recente, de 2003 a 2013, houve crescimento da produtividade na maior parte do tempo, com exceção da breve interrupção provocada pela crise econômica mundial de 2008. No primeiro trimestre de 2010, o ganho de produtividade foi de 6,4%.
A perda nos últimos anos também reflete mudanças no mercado de trabalho, afirmam os economistas. A recessão que acabou em 2016 foi a primeira da história recente em que houve redução do pessoal ocupado, principalmente por causa da destruição de postos de trabalho no setor formal da economia.
Desde a retomada, é o setor informal que tem puxado a recuperação do mercado de trabalho, o que também ocorre pela primeira vez. “Isso criou oportunidades para muitas pessoas se recolocarem e atravessarem os anos mais duros da crise, mas não voltaremos a crescer com vigor assim”, afirma Veloso.
Empresas do setor formal alcançam índices de produtividade quatro vezes maiores do que os observados no setor informal, estima o Ibre.
Em geral, elas têm mais acesso a crédito, empregam tecnologias mais sofisticadas e pagam melhores salários, o que contribui para tornar a economia mais dinâmica.
No setor informal, ocorre o contrário, e isso limita a capacidade de reação da economia na ausência de outros estímulos.
“Houve um deslocamento da força de trabalho, inclusive de profissionais mais qualificados, para vagas que requerem baixa qualificação no setor informal”, afirma Veloso.
O aumento da informalidade contribuiu com mais da metade da queda de produtividade observada na economia brasileira desde 2014, de acordo com os cálculos dos economistas.
Em setores que empregam muita mão de obra, como a construção civil e os serviços de transporte, esse efeito foi mais acentuado.
Muitos trabalhadores que aproveitaram a crise para abrir negócio próprio ou trabalhar como autônomos encontraram dificuldades, observa Veloso.
“Muita gente optou por esse caminho como uma estratégia de sobrevivência, mas nem todo o mundo tem vocação para empreendedor”, diz.
Na opinião do economista, a volta de um padrão de crescimento mais vigoroso, com aumento da produtividade e da renda do trabalho, depende de reformas que incentivem setores mais dinâmicos da economia, para que voltem a gerar postos de trabalho que requeiram profissionais mais qualificados.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 15-03-2020) | | | | O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na manhã desta segunda-feira - em reunião extraordinária - duas medidas para facilitar a renegociação de até R$ 3,4 trilhões em empréstimos por famílias e empresas e ainda ampliar a capacidade de crédito do sistema financeiro em até R$ 637 bilhões. Segundo o Banco Central, as medidas têm o objetivo de apoiar a economia brasileira durante o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
"O BCB tem um amplo arsenal de instrumentos e vai adotar todas as medidas necessárias para apoiar as empresas e as famílias contra os efeitos adversos do Covid-19 na economia", afirmou a autoridade monetária, em nota.
A primeira medida aprovada pelo CMN facilita a renegociação de crédito por famílias em empresas que têm boa capacidade financeira e mantém regularidade e adimplência em operações com os bancos. Segundo o BC, a medida ajudará o fluxo de caixa desses tomadores durante os efeitos temporários da pandemia.
Na prática, a medida dispensa os bancos de provisionamento no caso de repactuação de operações de crédito pelos próximos seis meses.
"Estima-se que aproximadamente R$ 3,2 trilhões de créditos sejam qualificáveis a se beneficiar dessa medida, cuja renegociação dependerá, naturalmente, do interesse e da conveniência das partes envolvidas", completa o BC.
Já a segunda medida aumenta a capacidade de os bancos utilizarem seu capital para ampliarem a concessão de empréstimos e renegociarem créditos. O CMN ampliou a diferença entre o capital efetivo e o capital mínimo requerido, dando mais espaço para que as instituições possam aumentar o ritmo de concessões de crédito nos próximos meses.
A medida em si reduz o Adicional de Conservação de Capital Principal (ACPConservação) de 2,5% para 1,25% pelo prazo de um ano. Seu efeito imediato é de aumentar a folga de capital do sistema financeiro em R$ 56 bilhões, o que permitiria aumentar a capacidade de concessão de crédito do bancos em torno de R$ 637 bilhões. Após um ano, o ACPConservação será gradualmente reestabelecido até 31 de março de 2022 ao patamar de 2,5%.
"Ambas as medidas são proativas e facilitarão uma atuação contracíclica do Sistema Financeiro Nacional, que ajudará as empresas e as famílias a enfrentar os efeitos decorrentes do Covid-19. Estas são medidas que estão em linha com as demais ações do Governo Federal e de outros reguladores financeiros internacionais", completou o BC, em nota.
Plano anticoronavírus
Na última quinta-feira, 12, o Ministério da Economia anunciou as primeiras medidas de enfrentamento aos impactos do novo coronavírus no País. Haverá antecipação de 50% do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para o mês de abril, com injeção de R$ 23 bilhões na economia, além de redução nas taxas de juros de empréstimos consignados para esse público e extensão do prazo de pagamento.
O governo também vai propor ao Congresso a ampliação da margem do benefício que pode ser comprometida com desconto em folha, hoje em 30% para empréstimos e 5% para cartão de crédito.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que outras medidas estão em estudo, entre elas a ampliação de recursos para o Bolsa Família num momento de maior fragilidade das camadas mais pobres da população.
A área econômica também avalia suspender pagamentos da contribuição sobre a folha de salários para evitar que empresas comecem a demitir funcionários.
| Bem Paraná | | | | Agência europeia de cybersegurança divulga recomendações para reduzir danos
A onda crescente de quarentenas e isolamentos por causa da pandemia de coronavírus aumenta os riscos de ataques de hackers, afirmou neste domingo (15) a Agência de Cybersegurança da União Europeia (Enisa).
Entre as recomendações básicas da Enisa para que o trabalho em casa não vire um pesadelo estão:
- só usar redes de wifi seguras
- atualizar programas de antivírus, antimalwares e firewalls
- executar varreduras contra vírus e malwares antes de começar o trabalho
- fazer backups frequentes
- bloquear o acesso ao computador se estiver trabalhando em lugar compartilhado
- evitar entrar em sites não profissionais durante o trabalho
- se possível, usar aparelhos diferentes para a navegação profissional e a pessoal
- Cabos em servidor de edifício comercial - Andrew Caballero-Reynolds/AFP
As empresas também devem se precaver contra sequestro de dados e espionagem, baixando regras claras para o trabalho remoto.
Para os empregadores, a Enisa recomenda:
- informar claramente aos funcionários as regras de segurança para trabalhar remotamente
- determinar quem deve ser acionado em casos de emergência e comunicar horários e contatos a todos
- dar prioridade para a solução de casos de segurança
- Implantar programas de encriptação e assinaturas eletrônicas
- se possível, fornecer computadores exclusivamente para o trabalho, com os programas de segurança instalados
A agência europeia também alertou para risco crescente de que mensagens sobre o coronavírus tenham programas maliciosos de furto de dados (phishing).
E-mails com anexos sobre a doença ou pedindo para atualizar senhas e outros dados são especialmente arriscados, e só devem ser acessados se a origem for segura e confirmada.
A agência recomenda não clicar em links nem abrir anexos sem confirmar antes por telefone ou pessoalmente que a requisição é válida e o procedimento é necessário.
| Folha de S.Paulo | | | | Empresários consideram difícil controlar produtividade e horas trabalhadas
Mundo novo Diretores de grandes empresas fizeram plantão neste final de semana com suas áreas de recursos humanos para discutir os efeitos do trabalho remoto. Além da segurança de dados, a preocupação é como adaptar o controle de horários e produtividade em uma rotina que jamais foi testada em tão grande escala.
Hora extra O presidente de uma grande multinacional avalia que, em caso de reclamação trabalhista futura por excesso de horas, as empresas terão a atividade do funcionário registrada no acesso remoto aos seus sistemas. Um outro empresário considera impossível controlar as pausas de seus colaboradores durante o expediente em casa.
CLT Luigi Nese, da CNS (entidade de serviços), sugere que o governo faça algum tipo de flexibilização trabalhista temporária, por decreto ou medida provisória, para lidar com o excesso de home office durante a crise do coronavírus. “Nos financiamentos estão querendo facilitar através da Caixa, mas na área trabalhista o governo precisa mexer”, diz.
| Folha de S.Paulo | | | | Segundo sindicato, governo deveria fornecer crédito e prazo maior no pagamento de impostos
Deserto Preocupado com a capacidade das empresas de menor porte para atravessar a fase de queda nas atividades por causa do coronavírus, Joseph Couri, presidente do Simpi-SP (sindicato das micro e pequenas indústrias), diz que o governo deveria fornecer crédito e prazo maior no pagamento de impostos.
Boleto “Uma empresa com funcionários contaminados vai precisar parar. A concessionária vai negociar antes de cortar a luz? O sistema financeiro vai dar prazo? E depois, como ter dinheiro para voltar às atividades?”, afirma Couri.
Garupa A Rappi diz que teve alta de 70% nas vendas de álcool em gel e máscaras desde o início do ano. A busca pelos itens subiu cerca de 170% na semana em que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Brasil. Segundo a empresa, também houve mais procura por pedidos de supermercados e restaurantes.
Fluxo O volume de ordens diárias de compras e vendas de ações pelo TradeMap, app de acompanhamento dos papeis, subiu, em média, 350% desde a Quarta-Feira de Cinzas, primeiro dia útil após o registro do primeiro caso de coronavírus no Brasil.
Pibinho Diante da evolução da pandemia, o investidor Lawrence Pih prevê um crescimento de 0,5% do PIB para 2020. “O desentendimento entre Executivo e Legislativo piora muito a situação. É hora de olhar para o país e deixar projetos políticos pessoais de lado”, afirma ele.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 15-03-2020) | | | | Surto mostra que polarização política leva à errônea demonização do setor público, dizem economistas
A necessidade de adotar medidas para combater os efeitos do coronavírus na economia e a possibilidade de o Brasil caminhar para o quarto ano seguido de baixo crescimento reacenderam o debate sobre o papel do setor público, com questionamentos sobre o plano da equipe econômica de reduzir cada vez mais o papel do Estado.
Economistas ouvidos pela Folha, incluindo alguns que se declaram liberais e outros que se consideram desenvolvimentistas, afirmam que é necessário reforçar a ação do setor público neste momento. Mas há divergências sobre como isso deve ser feito.
A necessidade de aumentar os gastos em saúde e garantir recursos para evitar a quebra de empresas é unânime. O aumento de investimentos públicos divide os especialistas.
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirma que o momento atual demanda medidas de efeito rápido, como linhas de crédito para que empresas sobrevivam à falta de capital de giro, taxas mais baixas de juros e aumento de gasto público específico para a área de saúde.
Ele diz que o aumento de investimentos em outras áreas, por outro lado, não teria efeito agora e, passada a crise atual, o caminho a seguir é o das privatizações e concessões para o setor privado, que geram crescimento de melhor qualidade, de longo prazo e com ganhos de produtividade.
Segundo o economista, a experiência das últimas décadas mostrou que não cabe mais pensar em grandes programas de investimentos públicos, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que demoram a gerar resultados, são ineficientes e suscetíveis à corrupção e ao interesse político, em detrimento do que o país precisa.
Vale afirma, no entanto, que o gasto público não é completamente desnecessário.
“Querem minimizar a importância, demonizar o setor público. Eu sou um tipo de liberal que acha que não precisa do Estado na produção, não tem por que Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, nada disso ser estatal”, afirma Vale.
“O setor público tem um papel de regulador, de investidor em educação e saúde. Isso está se perdendo com essa polarização que o governo incentiva muito, de que o setor público virou o inimigo público número 1. Nunca comprei essa ideia de que o Estado não serve para nada.”
Vilma Pinto, pesquisadora da área de economia aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), afirma que, no caso do coronavírus, o governo tem que agir e isso implica, necessariamente, aumento das despesas.
A economista Vilma Pinto, do Ibre (FGV) , que diz ser preciso encontrar equilíbrio entre investimento público e equilíbrio fiscal - Eduardo Anizelli/ Folhapress
Ela ressalta, porém, a importância de manter uma política de controle de gastos e diz que não é só o ajuste fiscal que está atrapalhando o crescimento. “A gente tem passado por vários eventos que têm impactado a nossa economia. Um exemplo agora é o coronavírus”, afirma.
Vilma diz que o aumento do investimento público contribuiria para um crescimento maior da economia, mas que é necessário criar uma forma de fazer isso sem abandonar a regra do teto de gastos.
Olhando para além da crise atual, a economista cita projetos que estão no Congresso que possibilitam disparar gatilhos de corte de gastos obrigatórios, em caso de risco de descumprimento do teto. Afirma também que é necessário revisar incentivos fiscais, para ajudar na recomposição das receitas de estados e municípios, que respondem por 70% do investimento público.
“A receita não está chegando como deveria, há uma restrição fiscal importante. Mesmo que o governo decida por ampliar gasto, vai gerar um déficit maior se não fizer nada do lado da receita”, afirma.
Vilma vê com ressalvas tanto a ideia de que ampliar investimento é garantia de que a economia vá crescer, independentemente da qualidade dos projetos, como o argumento de que as concessões irão suprir a necessidade de ampliação de infraestrutura.
“Alguns estão defendendo ampliar investimento, para tentar recuperar o crescimento. Outros defendem que tem de manter o ajuste fiscal. Eu estou no meio-termo.”
O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, afirma que o principal efeito do coronavírus será nas receitas do governo, em um momento de aumento dos gastos de saúde.
Para ele, a discussão econômica sobre o papel do setor público tem sido prejudicada pela polarização política, e falar em estímulo ao crescimento se tornou pecado mortal para algumas pessoas.
Ele diz que a redução nas concessões do BNDES (banco estatal de desenvolvimento) tem contribuído para o baixo crescimento da economia e que seria possível utilizar o banco, de maneira adequada e transparente, para fomentar a atividade econômica.
“A gente não pode cair no extremo oposto de falar que agora não tem BNDES e o Estado não pode fazer mais nada. Em todos os países desenvolvidos há políticas de subsídios, só que essas políticas são transparentes, aparecem no Orçamento. O erro do PT foi colocar R$ 500 bilhões no banco, passando ao largo do Orçamento e escolhendo campeões nacionais”, afirma.
Salto diz que outro fator que contribui para o baixo crescimento é a queda da produtividade e que o governo tem dificuldade em coordenar a aprovação de reformas que resolvam a questão. “Estamos em uma armadilha contra a qual não se vê solução. O governo é o grande ausente disso, manda propostas para o Congresso e espera que elas floresçam por geração espontânea.”
Laura Carvalho, professora de economia da FEA-USP, afirma que o governo não pode em nenhuma hipótese bloquear recursos do Orçamento neste momento e defende rever elevar a meta de déficit para alocar recursos para saúde. “Você está vendo no mundo todo iniciativas que envolvem estímulos fiscais para reverter esse quadro. A gente está adotando a estratégia contrária.”
Ela afirma que, desde 2015, o governo tem uma posição de contribuir para o quadro de estagnação, via cortes de investimentos públicos. “Esse não é um modelo de crescimento. O que a gente tem visto é uma agenda de reformas, cada uma delas com seus efeitos de longo prazo, alguns positivos outros negativos, mas nenhuma dessas agendas eu qualificaria como uma agenda de retomada da economia.”
Segundo Laura, com famílias sem recursos, empresas sem expectativa de demanda e exportações prejudicadas pela desaceleração global, cabe ao Estado liderar a recuperação do nível de atividade.
A economista diz que é um equívoco imaginar que essas reformas seriam suficientes para detonar decisões de investimentos com base em uma confiança maior por parte das empresas. Segundo ela, empresas só tomam decisão de investimento quando estão vendo a economia crescer.
“Sobra como alternativa uma mudança de agenda. Dar um tratamento especial para os investimentos em infraestrutura. Há espaço para isso, na medida em que já reduzimos tanto a taxa de juros que estamos economizando muito no pagamento de juros.”
Nelson Marconi, coordenador do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da FGV, afirma que melhorar as contas do setor público é importante, mas que o ajuste fiscal ficou concentrado no corte de investimentos, em vez de atacar despesas de pessoal e subsídios.
Para o professor da FGV, as reformas econômicas criam um bom ambiente de negócios, mas não garantem a retomada dos investimentos necessários para acelerar o crescimento. “Tem projetos em que o setor privado não vai entrar. Há muitas obras que você faz antes de ter a demanda pelo serviço. A melhora da logística é que vai criar demanda, e o investimento privado vem depois”, afirma Marconi.
O professor defende que mais cortes de juros, redução de subsídio e medidas de aumento de receita, com a taxação sobre lucros e dividendos, dariam mais espaço para o investimento, o que poderia se somar à aceleração do programa de concessões com uma ação maior do BNDES para impulsionar a economia.
“O governo insiste, é quase um fanatismo, em reduzir o Estado ao tamanho mínimo e jogar as fichas nas reformas. Antes dessa questão do vírus, já era uma situação que demandava uma atuação mais forte de política econômica. Agora, é mais do que o momento de agir. Eles vão jogar o país ainda mais no buraco com essa estratégia.”
| Folha de S. Paulo ( publicado em 15-03-2020) | | | | A experiência da Itália com o coronavírus pode ajudar o poder público a refletir sobre as medidas a serem tomadas no Brasil. Atualmente, toda a população do país europeu está em quarentena, e seu sistema de saúde tem sofrido para atender os doentes infectados pelo vírus.
Especialistas em epidemiologia e infectologia ouvidos pela Gazeta do Povo veem com ressalvas a ideia da quarentena de toda a população, mas não descartam a necessidade de certas restrições à aglomeração e à circulação de pessoas. Além disso, pedem à população para cooperar com o sistema de saúde, que pode ficar sobrecarregado por casos mais moderados da doença e não dispor de espaço para casos graves.
Na Itália, autoridades já afirmaram publicamente que alguns hospitais estão à beira do colapso. Ao The New York times, Massimo Puoti, chefe da unidade de doenças infecciosas no Hospital Niguarda, em Milão, disse que a atual situação “é uma guerra”. Há o temor, segundo o jornal, de que médicos precisem começar a decidir sobre quem deve morrer ou viver.
“O exemplo da Itália mostrou que, ao contrário do que estava sendo divulgado no Ocidente, essa não é uma infecção para se levar pouco a sério. A quantidade de pessoas acometidas foi grande, e a mortalidade foi grande”, Maria Beatriz Dias, infectologista do Hospital Sírio Libanês.
Para evitar colapso, paciente com sintomas leves não deve procurar hospital
Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, recomenda que quem tem sintomas leves semelhantes aos do coronavírus fique em casa e cumpra as recomendações do Ministério da Saúde sem procurar os serviços de saúde, para que eles possam “atender de fato quem vai precisar”.
Parte do problema da Itália e da China, segundo o médico, tem a ver com o excesso de demandas pouco relevantes, de pessoas fora das situações de risco. “Você fica perdendo tempo com quem não precisa. Não tem médico para todo o mundo”, diz.
Suleiman acrescenta que pessoas com procedimentos não urgentes agendados para os próximos dias devem desmarcar esses compromissos. “‘Ah, eu tenho uma cirurgia estética marcada para a próxima semana.’ Desmarca! Não há urgência. Se a gente for egoísta, os serviços não vão suportar.”
População idosa agrava situação do coronavírus na Itália
Os especialistas recordam que a Itália tem uma proporção de idosos muito maior que a do Brasil, o que acabou motivando medidas mais drásticas. Em 2018, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as pessoas com mais de 65 anos no Brasil eram 9,2% da população. Em 2017, essa era a faixa etária de 22% dos italianos, segundo o Istat (Instituto Nacional de Estatística).
“A Itália tem um contingente de idosos muito alto. O impacto grande dessa epidemia é fundamentalmente nos indivíduos de acima de 60 anos. O desenho dela, num cenário desse, é muito grave”, diz Suleiman.
José Cássio de Moraes, epidemiologista da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), diz que o mais importante no atual momento é minimizar os riscos relacionados aos grupos mais suscetíveis, que são os de idosos e pessoas com enfermidades graves. Para ele, deve haver um equilíbrio entre alerta e pânico. O alarmismo exagerado pode acabar sobrecarregando o sistema de saúde, o que pode inviabilizar o atendimento dos grupos mais suscetíveis.
Maria Beatriz Dias considera que o poder público precisa montar “uma estratégia de enfrentamento, de abastecimento de leitos e de pessoal”, para que o Brasil esteja previamente preparado “caso a infecção se dissemine no nosso país da mesma forma como se disseminou lá” (na Itália).
Segundo ela, por enquanto, “o governo está sendo extremamente ágil” e “o Ministério da Saúde está agindo com muita transparência”.
Quarentena geral tem efeito limitado na contenção do coronavírus
Moraes afirma que o efeito de uma quarentena imposta a toda a população, como no caso da Itália, seria diferente no Brasil, e que a efetividade da quarentena, para doenças desse porte, é pequena. “Não tem nenhuma medida mágica que evite a circulação de uma doença de transmissão respiratória.”
O mais importante, segundo ele, é “conscientizar o doente para que fique em casa, em quarentena individual”, usando máscara quando necessário e lavando as mãos com frequência. “Com isso, você consegue minimizar a transmissão”, diz.
Para Suleiman, embora seja necessário iniciar certas restrições, como já está sendo feito, o problema do Brasil ainda não exige as mesmas medidas que a Itália promoveu. Ele afirma que a semana que começa neste domingo (15) vai ser decisiva para a tomada de medidas em relação ao coronavírus, inclusive para discutir a possibilidade de uma quarentena. “A quarentena é um procedimento que exige uma intensa articulação de vários fatores. Não é simplesmente falar ‘hoje fecha’. Não funciona”, afirma.
Fatores como a chegada de alimentos à população, por exemplo, precisam ser levados em conta. “Imagina fazer isso numa cidade como São Paulo, que supre de alimentos quase 30% da população do centro-sul do país. Não é uma coisa muito simples”, diz Suleiman.
Para Moraes, alguns fatores culturais podem dificultar o cumprimento de uma eventual quarentena geral. “As pessoas não vão ficar em casa, provavelmente. Vão circular, vão fazer outras atividades. A gente tem, hoje, uma economia informal muito grande, e essas pessoas não vão respeitar a restrição, porque, se não forem vender seus produtos, não têm uma renda”, afirma ele.
Em algumas cidades da Itália, a polícia tem atuado para diminuir a circulação de pessoas nas ruas e entre cidades. Maria Beatriz questiona a possibilidade de algo similar no Brasil. “Eu não sei se isso seria factível aqui no nosso meio”, diz a médica. “Ao contrário dos asiáticos, nós somos um país em que as pessoas não costumam obedecer muito às recomendações. Tira da escola e vai todo o mundo ao cinema, ao shopping… Esse risco existe.”
| Gazeta do Povo | | | | Antes de completar as duas semanas, os sintomas e o interesse em procurar o instituto podem sumir
Quais as chances de o INSS conceder auxílio-doença para segurado que se contaminou com o novo coronavírus? Não há estatística sobre o assunto. Não deu tempo!
Mas, considerando que os sintomas do Covid-19 são semelhantes ao de uma gripe ou resfriado, e estes dificilmente justificam a concessão de benefício por incapacidade, será muito difícil alguém –fora da faixa etária de risco ou com complicação– conseguir levar o benefício.
A letalidade da doença da moda progride com a idade. E o coronavírus só se torna preocupante a partir dos 70 ou 80 anos quando o risco de morte é de 8% e 14%, respectivamente.
Abaixo desse limite etário, boa parte da população não vai saber que padece do mal (ou ciente, nem sequer precisará ir ao hospital ou ao INSS). Coronavírus faz brasileiros mudarem hábitos de etiqueta.
E, quem adquirir a doença numa idade que esteja em gozo de aposentadoria, mesmo que o quadro de saúde seja crítico, não poderá acumular os dois benefícios. A exemplo da gripe e do resfriado, a duração das infecções do sistema respiratório com o Covid-19 costuma ser curta.
Para quem for empregado, o INSS só arca com o auxílio-doença a partir do 16º dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar do início da incapacidade.
Os 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada no país são maioria na Previdência Social e têm idade abaixo dos 69 anos, quando o risco de morte despenca entre 0% e 3,6%.
Logo, antes de completar as duas semanas, os sintomas e o interesse em procurar o instituto podem sumir. Esses aspectos reduzem bastante o perfil de quem efetivamente vai poder ganhar auxílio-doença em razão do Covid-19.
Uma questão curiosa, contudo, pode surgir com a criação da lei nº 13.979/2020. Mesmo sem ela mudar a CLT ou a Lei de Benefícios do INSS, autoriza em caso de isolamento (separação das pessoas doentes por 14 dias) ou quarentena (suspeitos afastados por 40 dias) que seja considerada falta justificada ao serviço público ou à atividade laboral privada o período de ausência decorrente dessas medidas.
A redação precária do texto pode dar um nó na sua aplicação. Na nova lei, a despesa do afastamento do empregado de quarentena ou isolamento fica com o empresário, já que falta justificada não se desconta do salário. Mas, se o empresário também contribui para o INSS de seu funcionário e pode se valer desse tipo de seguro, não há proibição de acionar a Previdência se a "falta justificada" extrapolar 15 dias.
A nova lei prevê que a despesa da pandemia será do empregador, embora nada impeça que o INSS pague a conta se houver pressuposto para o recebimento do auxílio-doença.
Por essas razões, provavelmente a pandemia não irá repercutir tanto nos cofres previdenciários, principalmente porque a “falta justificada” pode isentar o instituto de arcar com essa despesa. Vai ter mais gente se curando do Covid-19 antes de lembrar do INSS ou por ter sido ressarcido dos dias de afastamento pelo empregador.
Por fim, importante chamar atenção que os enfermos do novo vírus, que precisarem de acompanhante para o tratamento, podem reivindicar o aumento de 25% no benefício se já forem aposentados por invalidez.
E os demais aposentados do INSS terão esse adicional somente se procurarem a Justiça e fizerem valer a orientação do que o Superior Tribunal de Justiça decidiu quando julgou os processos Resp 1.720.805 e 1.648.305, embora esse tipo de discussão esteja suspensa e sem data para ser resolvida.
Rômulo Saraiva - Advogado, professor e consultor de Previdência
| Folha de S.Paulo | | | | A última semana foi uma prova de fogo para o investidor iniciante. As negociações na B3 foram suspensas quatro vezes depois de quedas de mais de 10% no Ibovespa. Na quinta-feira, duas paradas aconteceram no mesmo dia, algo que não era visto desde a crise de 2008. As comparações com a crise do subprime, porém, não param por aí.
O Ibovespa caiu 39,3% desde 23 de janeiro - quando a Bolsa estava em 119,5 mil pontos - até quinta-feira, quando bateu em 72,5 mil pontos. O tombo significa queda média diária de 1,16%. Em 2008, entre o pico da Bolsa e o patamar mais baixo atingido, foi registrado queda de 50%, mas como a descida ocorreu de forma mais lenta, a média diária de quedas foi de 0,36%. Os cálculos são do economista do BTG Pactual Digital Álvaro Frassom.
"Foi uma queda mais intensa. A gente entende que a pessoa física está machucada por esse solavanco. Mesmo quem é de mercado está assustado", diz Frassom. Ele explica que em momentos como esse sangue frio e foco no longo prazo são essenciais. "O momento é de irracionalidade. O investidor deve procurar estudar para não agir no automático e cometer o erro de comprar na alta e vender na baixa", diz. Em meio a quedas bruscas e pânico, o conselho é esperar e manter as posições.
Além disso, os analistas indicam observar o perfil de cada investidor (conservador, moderado ou arrojado). O analista da Easynvest José Falcão CastroCastro explica que, respeitando a tolerância ao risco, é possível aproveitar o preço baixo das ações para ganhar no longo prazo. Se o cliente é moderado e tem tolerância a uma certa porcentagem de seu patrimônio em ações, por exemplo, ele não deve excedê-lo só porque os papéis estão "baratos".
Para Leandro Miranda, diretor executivo da Ágora Investimentos, o investidor experiente que está disposto a correr altos riscos consegue transformar perdas em ganhos. "Para quem sabe analisar o mercado, é possível mesmo em tempos de baixa trocar uma ação que está em queda por outra que também esteja em baixa, mas que apresente melhores chances de recuperação." Ele ainda acrescenta que a atual depreciação dos ativos traz boas oportunidades para diversificar a carteira com ações de diferentes empresas.
Segurança
Os especialistas também concordam que o momento de crise chama a atenção para importância de buscar ativos de proteção na carteira de investimentos. Para o investidor mais experiente, é possível buscar possibilidades nas corretoras para obter a amortização de perdas, operação conhecida como hedge.
"A pessoa física pode alocar um pouco nas chamadas opções (mecanismo sofisticado que envolve o direito de comprar e vender ações com preços e prazos já estabelecidos) Eles estão disponíveis nas corretoras. São uma possibilidade mais rebuscada", diz Frasson. Mas existem caminhos mais simples. "Em todas as carteiras, colocamos elementos de proteção. Pequenas porcentagens em fundos cambiais ou de ouro, por exemplo", diz Castro.
A incerteza é o que mais motiva o pânico do investidor. Segundo Castro, quando as consequências do coronavírus na economia brasileira ficarem mais claras, o mercado tende a se acalmar. "O dia em que houver o número de quanto o PIB vai perder, a Bolsa para de cair. Porque, a partir daí, é possível refazer a análise de valor das ações, precificar e seguir em frente."
Ainda assim, não há um cenário de recuperação desenhado. Daniel Sandoval, diretor de produtos e investimentos da Caixa Econômica Federal, diz que observa de perto o cenário, mas que ainda não é possível dizer quando a situação vai voltar à normalidade.
"A recomendação que damos é que este não é o momento para movimentos bruscos", diz. O diretor da Caixa destaca que, tirando os problemas causados pela incerteza com o novo coronavírus, o mercado brasileiro está mais maduro e deve conseguir se recuperar. "O governo começou a andar com as reformas administrativa e financeira e nosso mercado de câmbio começa a passar por um momento de desenvolvimento, com órgãos reguladores mais presentes", afirma.
A visão positiva também é compartilhada por Miranda, da Ágora. "O perfil do investidor brasileiro passou por uma mudança, e hoje ele não é mais aquela pessoa que se preocupa apenas em comprar e vender. Ele agora se interessa pelos seus lucros e está sempre buscando a melhor alternativa para evitar perdas."
Renda fixa
Os especialistas veem, como de costume, o Tesouro Selic como uma boa alternativa para fazer reservas de valor longe do risco. Para além disso, com a expectativa dos juros voltarem a subir no longo prazo, o prêmio de títulos atrelados à inflação tende a aumentar. "Depois do Tesouro Selic, temos olhado mais para os atrelados à inflação. Os juros mais longos devem subir e esses títulos ficam mais atrativos", diz Luiz Salles, da corretora Guide Investimentos.
Ainda assim, o momento não é para grandes apostas. Álvaro Frassom, do BTG, alerta que a expectativa do mercado em relação às mudanças da taxa de juros variaram muito na última semana. "Em um dia, estimava-se corte de 0,25 ponto porcentual, no outro, aumento na mesma proporção. É melhor esperar a reunião (do Copom, nesta semana) para tomar qualquer decisão", afirma o analista.
| Bem Paraná | | | | Ibovespa registra uma das maiores oscilações da história; especialistas dão dicas de como operar
A crise do coronavírus ocasionou uma das semanas mais voláteis da história da Bolsa brasileira, com oscilações semelhantes à crise econômica de 2008-2009.
Nos extremos, o índice foi de queda de 19,6% durante o pregão de quinta-feira (12) a alta de 15,4% no de sexta (13).
"Não é normal a Bolsa cair e subir tanto. A média de volatilidade do Ibovespa é de 15% ao ano e essa semana foi para mais de 80%, algo que não observamos desde 2008. Em termos matemáticos, o risco é o mesmo da crise financeira", diz Guilherme Ribeiro de Macêdo, doutor em Finanças e professor da UFRGS.
O movimento reflete o pânico que tomou conta do mercado financeiro global com o avanço do coronavírus e das medidas para contê-lo. Investidores temem que as políticas púbicas não sejam suficientes para evitar uma recessão.
Ao cenário negativo soma-se uma guerra de preços do petróleo, na qual a Arábia Saudita aumentou sua produção de modo a baratear a cotação.
A tempestade perfeita se refletiu na maior queda do mercado de ações brasileiro desde 1998, ano da crise russa. EUA e Europa tiveram o pior desempenho desde a Segunda-Feira Negra, em 1987.
Quando há fortes recuos dos principais índices acionários, muitos fundos de investimento são obrigados a vender ações porque operam sob regras de "stop loss" (interrupção de perdas). Geralmente, essas vendas em massa acontecem em quedas de 7% a 10% do Ibovespa.
O movimento leva a uma forte pressão vendedora que reduz os preços de ativos bruscamente. Enquanto ações caem, ativos menos arriscados, como ouro e dólar, disparam.
Com a quantidade de negócios fora do comum, a B3, operadora da Bolsa de Valores brasileira, ficou fora do ar quando o Ibovespa estava próximo a queda de 20% na quinta (12). Corretoras também apresentaram instabilidade.
Na última sexta (13), ápice de volatilidade na década, o movimento de aversão a risco se somou a uma recuperação do mercado. Na ausência de notícias negativas sobre a Covid-19, investidores foram às compras de ações que haviam despencado na semana e o Ibovespa abriu em alta de mais de 14% para, em menos de três horas de pregão, zerar os ganhos com a notícia da Fox News de que o presidente Jair Bolsonaro teria testado positivo para o coronavírus.
A informação foi logo negada e a Bolsa voltou a subir.
Em dias de forte oscilação, a dica dos especialistas é não operar. Além das corretoras e da própria B3 apresentarem falhas de processamento nas ordens de compra e venda, os preços ficam distorcidos.
"Em momentos como esse, os preços dos ativos não fazem sentido, sobem e caem no vazio, sem fundamento", diz Pedro Lula Mota, gestor da Vérios Investimentos.
Caso o investidor possa ampliar a fatia da carteira de ações, a baixa do mercado pode oferecer boas opções de compra. Mas a aquisição de papéis ou de cotas em fundos de ação ou multiplicado deve ser gradual.
"Porém, como não sabemos a extensão da crise, é algo que não pode ser resgatado no curto prazo. Se a pessoa já tem ações, não deve vendê-las de jeito nenhum no momento", afirma Myrian Lund, professora da FGV e planejadora financeira da Planejar.
Ela recomenda dividir o investimento de risco e comprar ativos em três pregões distintos. "Pode ser que a Bolsa caia mais. Enquanto a pandemia não for solucionada, o mercado vai ter muita volatilidade".
llan Arbetman, da Ativa Investimentos, recomenda buscar empresas com resultados sólidos recorrentes, que paguem dividendos. "Muito se comentou de Petrobras, que, após cair mais de 30% na semana, estaria uma pechincha, mas isso requer análise criteriosa. A empresa terá um primeiro trimestre difícil. Além do coronavírus, tivemos a greve dos petroleiros e agora a questão do preço do petróleo."
No último trimestre de 2019, a estatal trabalhou com preço médio do barril de US$ 63. Agora, ele está a US$ 33,85. As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras estão a R$ 15,40.
Outra dica é balancear a carteira conforme o perfil de risco com ativos mais seguros, como renda fixa, ouro e dólar.
Na renda fixa, os investimentos mais recomendados são CDBs com rendimento acima de 100% do CDI e títulos do Tesouro.
No caso de renda variável, o indicado é fazer investimentos indiretos, via fundos de ações, multimercado ou ETFs, cujo rendimento replica um índice de ações, como o Ibovespa ou o S&P 500.
Esses investimentos, contudo, não podem ser a maior parte da carteira. Para os mais arrojados, há limite de 40% para alocação em renda variável. Para os mais conservadores, o limite é de 10%.
| Folha de S.Paulo | | | | Para ministro da Economia, Brasil precisa se defender antes, durante e depois da crise
O ministro da Economia, Paulo Guedes, conta que ganhou na quarta-feira (11) uma missão política do presidente Jair Bolsonaro: ir ao Congresso para pacificar a relação entre governo e parlamentares. Horas antes, eles haviam derrubado o veto do presidente à ampliação do BPC, benefício ao idoso carente, criando uma despesa adicional anual de R$ 20 bilhões à União.
Era uma derrota fragorosa, fruto da disputa em torno do Orçamento impositivo. "Fui ao Congresso naquele dia numa missão eminentemente política. Não fui para apresentar nada sobre coronavírus", diz Guedes.
Na reunião, o ministro foi surpreendido por uma informação: projeções do Banco Central mostravam que a velocidade de contágio no Brasil era mais veloz do que em outros países, inclusive China. "Foi alarmante", diz Guedes.
O ministro, então, criou um grupo para monitorar o avanço do efeito do coronavírus sobre a economia e apresentar medidas. E insiste que o Congresso precisa fazer a sua parte. "O baque do coronavírus é temporário. A China já está se recuperando. Eu preciso estar preocupado com o reforço das nossas defesas durante e depois da crise", disse.
Guedes falou à Folha na manhã deste domingo (15). À noite, após participar das manifestações, Bolsonaro deu entrevista ao canal CNN, chamando de "extremismo" e "histeria" medidas que estão sendo adotadas para conter a doença.
O sr. foi criticado por parlamentares por ir ao Congresso sem um plano para proteger a economia contra efeitos do coronavírus. Há um plano de curto prazo?
São duas questões aí. E duas respostas. Primeiro, eu fui ao Congresso naquele dia numa missão eminentemente política. Não fui para apresentar nada sobre coronavírus. Explico.
No final do ano passado, iniciamos um acordo para o Orçamento impositivo e ele precisava ser esclarecido. O Orçamento impositivo é um entendimento republicano de como pode haver participação dos parlamentares sem indicações para ministérios e estatais.
A ideia era manter o que o Congresso tinha recebido em 2019, que foi um valor recorde de R$ 16 bilhões em emendas. Mas veio um pedido maior, de R$ 30 bilhões. É demasiado —um terço do Orçamento livre. Aí começou um tiroteio com um mal-entendido.
De um lado do mal-entendido, o general Augusto Heleno [ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional] gritou: 'chantagistas'. Foi legítima a manifestação. Não estamos no parlamentarismo. Ele defendeu o Executivo.
Do outro lado do mal-entendido, o Congresso disse: então, gastem R$ 20 bilhões com o BPC, mandando um recado de insatisfação também para as suas lideranças. É legítimo também que o Congresso participe do Orçamento. Os congressistas foram eleitos, precisam levar obras às bases. Então, o importante é desfazer esse mal-entendido.
Naquele dia, o presidente me chamou e me comunicou: 'Estou mandando, ao Congresso, o Mandetta e o Campos [Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, e Roberto Campos Neto, presidente do BC]. Eles me alertaram sobre a velocidade de contágio do coronavírus e sobre a gravidade da situação. Vão até lá falar disso. Mas estou mandando você para equacionar o mal-entendido do acordo sobre o Orçamento. O Congresso disse hoje que está contra esse acordo. Nos ajude nisso. Precisamos desarmar os ânimos'.
Esse mal-entendido em torno da regulamentação do Orçamento impositivo chegou até as ruas. Se transformou, perante a opinião pública, num acordo político espúrio.
Mas vocês não tinham conversado antes sobre a questão do coronavírus?
Mandetta tinha nos alertado para a gravidade do impacto na saúde pública. E tínhamos muita convicção sobre a dinâmica de crescimento interno. O Brasil, no início do ano passado, foi atingido pela tragédia de Brumadinho e, depois, pelo colapso da Argentina, para onde vai mais da metade das exportações brasileiras de automóveis.
A taxa de crescimento do Brasil, que era de 1,3% estável no governo de Michel Temer, colapsou para a metade, 0,7%. Mas, ao longo do ano, foi reacelerando. E fechou o ano em 1,7%, quase 2%.
Nossa convicção era que a dinâmica interna já estava a nosso favor e garantiria um crescimento acima de 2% neste ano. Quando fui ao Congresso, na semana passada, só havia dez casos de coronavírus.
No Ministério da Economia, ainda não tinham parado para olhar os possíveis efeitos do coronavírus?
Não. As equipes estavam havia três meses focadas nas reformas —na administrativa e na tributária— e assessorando os senadores no andamento da PEC do Pacto Federativo, que, inclusive, está indo muito bem. Um dia antes de eu ir ao Congresso, eu passei a manhã inteira analisando o Pacto Federativo com os senadores.
Então, o sr. também foi lá ouvir Mandetta e Campos Neto?
Eu já tinha ouvido do Mandetta que a taxa de contágio é alta, mas a letalidade é baixa. Ele falou sobre as medidas de prevenção, como lavar as mãos. Houve um ligeiro debate, levantado por Osmar Terra (ex-ministro da Cidadania). Ele falou que, como médico, por ter enfrentado a gripe suína, achava que era preferível não paralisar as atividades econômicas porque criaríamos uma defesa coletiva na interação.
Se todo mundo ficar trancado em casa continua vulnerável. Quando acabou isso, o Roberto Campos falou sobre a iminência do choque.
Foi essa quantificação, feita pelo Banco Central, que me assustou. O Banco Central tem modelos estatísticos calculando a velocidade de contágio.
Contágio humano ou da economia?
Humano. Acompanham a economia, mas assim que surgiu a preocupação com o coronavírus, o Mandetta pediu ajuda a quem pudesse dar. O BC tem modelos estatísticos, altamente matemáticos, que permitem modelar qualquer coisa. Modelaram a velocidade de contágio.
Muita gente no governo achava que a coisa ia bater aqui em maio, e não deveríamos ser tomados pela neurose antes da hora, para não parar a economia antes da hora. Minha principal preocupação é garantir a dinâmica de crescimento. Nos preparar para a pancada de uma onda para sair com fôlego do outro lado.
Mas quais dados do BC surpreenderam o sr.?
A inclinação de contágio nos modelos do BC é mais rápida do que nos outros países. Estados Unidos e Brasil estariam com a taxa de contágio mais rápida do que ocorreu na própria China e na Itália. Foi alarmante.
O sr. lembra dos números?
Não me lembro exatamente. Mas era algo assim: na Itália era previsão de 60% de contágio e aqui, de 80%. Podemos atingir o pico em um mês. Mas tudo vai depender da prevenção.
E o que o sr. fez a partir daí?
A gente tinha 15 semanas, até o início da campanha eleitoral, para aprovar as reformas. Quando começou o bafo lá fora do coronavírus, minha mensagem foi reforçar a importância das reformas.
O baque do coronavírus é temporário: o contágio sobe rapidamente, fica três meses e depois desaba. A China já está se recuperando. Eu preciso estar preocupado com o reforço das nossas defesas durante e depois da crise. Podemos transformar a crise em reformas. As reformas trarão as bases para gerar crescimento, emprego e renda após o surto, lá na frente.
Apresentei 16 reformas —uma por semana. Minha primeira reação à crise do coronavírus foi estruturante: reforçar o sistema imunológico da economia.
Mas, ministro, um senador ficou doente, e esteve com outros senadores. Na atual situação, qual a garantia que o Congresso não vai parar com o coronavírus e só voltar quando começa o período eleitoral?
Façamos o teletrabalho. Vão para casa, conversem com os assessores pelo telefone e preparem o voto.
Mas como votar, ministro? Existe voto remoto?
Não sei. Mas o que não pode é o Brasil parar por falta de respostas. Também podem votar em caráter de urgência.
Ministro, a China, o gigante global, parou. Neste momento a Itália esta fechada. Como fazer para aprovar se não temos mais 15 semanas para votar?
Temos três semanas, posso indicar as três medidas mais urgentes. Se aprovarem a Eletrobras temos R$ 16 bilhões. Fica agora no Orçamento e vendo no segundo semestre. Já dá para aprovar a PEC Emergencial, e a Emenda Mansueto, que ajuda os Estados. Aí temos entre R$ 12 bilhões e R$ 14 bilhões.
Os estados podem precisar. Nós não sabemos o desdobramento dessa doença. Em Roraima entraram 100 mil venezuelanos. Como vão ficar? Rio de Janeiro é uma área vulnerável. São Paulo também.
Por causa dessas cobranças, Maia criticou a falta de medidas de curto prazo e disse que o sr. está transferindo a responsabilidade de aliviar a crise para o Congresso...
Entendo a crítica dele como um comentário: 'Olha, Guedes deve ter algo, se não tiver será medíocre'. Mas eu não fui lá apresentar medidas de curto prazo para economia por causa do coronavírus. Olha a situação a que chegamos no Brasil: o presidente da Câmara está preocupado com a economia, e o ministro da Economia está preocupado com o entendimento político. Ele quer formular a política econômica, e eu quero resolver o problema político que ele está tendo com o presidente.
Mas veja bem. Temos de agir nas duas frentes. Medidas estruturais e medidas de curto prazo. Estava cobrando do Congresso? Sim. Emenda Mansueto está lá há um ano. A privatização da Eletrobras também. Ela, além de não ter capacidade de investir, evita que a gente faça investimentos em outras áreas.
Essas cobranças são democráticas e republicanas. Não estou reagindo ao Maia. Estou estendendo a mão a ele. E faço aqui o mea culpa. Reforma administrativa: nós demoramos. Reforma tributária: estou me explicando. Vocês derrubaram um pilar da minha reforma, o imposto sobre transações, a ponto de cair um secretário meu.
Mas há um plano de curto prazo?
Alertado pelos modelos estatísticos do Banco Central, e pela fala do Mandetta, de que as pessoas vão ter de ficar no isolamento, tornou-se evidente que a economia brasileira vai ser afetada com mais gravidade. A função do ministro da Economia numa situação como essa é preventiva e reflexiva.
Não é meu papel precipitar a retração da economia dizendo para pessoas ficarem em casa. Esse é o papel do Mandetta. Mas, se ele falar que vai bloquear os voos, eu sei que as empresas aéreas vão ter problema, e é nisso que tenho de agir.
Na reunião daquela mesmo terça, o senador Randolfo Rodrigues [Rede-AP] sugeriu que pegássemos o dinheiro da emenda do relator, o dinheiro da discórdia política, para destinar à saúde. Aprovei na hora.
Ele usou esse termo?
Não. Eu estou usando. Mas são lideranças políticas negociando. Isso é o importante. Já tínhamos um acordo que havia baixado de R$ 30 bilhões para R$ 10 bilhões a emenda do relator —e naquela reunião acordamos R$ 5 bilhões para a saúde. O deputado Alessandro Molon [PSB-RJ] disse, na sequência, que teremos apoio se formos nessa direção.
Podemos utilizar os demais R$ 5 bilhões para emergências que ainda não sabemos. Pode ir para o setor de serviços. A situação de pequenas lojas, restaurantes, pode se tornar dramática.
E como está sendo a elaboração das demais medidas?
Na manhã seguinte daquela reunião, montamos um grupo de monitoramento que basicamente reúne integrantes do ministério. Cada um está numa frente. Estamos olhando o que podemos oferecer de isenções. Monitoramos os setores. Aviação, turismo e serviços são os mais frágeis.
Os idosos podem precisar de reforço financeiro, para abastecer a casa, comprar remédios. Então, já estamos antecipando metade do 13º de pensionistas. Isso equivale a R$ 24 bilhões. Vamos observar o impacto e podemos liberar mais.
O Tesouro já comprou dívida. O BC tem oferecido dólar para o mercado. Na sexta-feira (13), liberou R$ 135 bilhões de compulsório. Se as condições de liquidez forem se estreitando, vai soltando. É a economia que vai dizer quanto precisa. Naturalmente, isso vai ser para os bancos pegarem o redesconto e darem fôlego financeiro para o fluxo de caixa das empresas.
A Caixa Econômica tem R$ 70 bilhões. Uma parte é para bancos médios; se tiverem problema com carteiras, vendem para a Caixa e pegam o dinheiro. Outra parte é destinada para manter o fluxo de caixa da construção civil, importante gerador de empregos. O terceiro é para médias empresas.
O BNDES tem R$ 100 bilhões para devolver ao governo neste ano. Com esse recurso podemos abrir linhas para pequenas e médias empresas.
O Banco do Brasil entraria como?
Como é listado em Bolsa e tem acionista minoritário, a atitude é mais restrita. Já está procurando os clientes, antecipadamente, para avisar que podem negociar alternativas se tiverem problemas.
O sr. prometeu mais medidas em 48 horas. Tem mais?
Tem uma arma muito mais potente, mas não vou falar. Vamos trabalhar com diques de contenção. Se uma parede cair, reforçamos a seguinte. Se a outra ceder, vamos à próxima.
Vão rever a meta de primário?
Se for o caso, vamos, sim.
Alguns economistas já sugerem flexibilizar o teto de gasto. Com o sr. vê isso?
Essas pessoas não estão ajudando. Estão atrapalhando. Se eu fizer esse movimento agora, eu sinalizo alta de juros. Sinalizo que o Brasil vai abrir mão da disciplina fiscal. Eu prefiro primeiro abrir mão do dinheiro do relator. Prefiro abrir mão do dinheiro da Eletrobras. É uma questão de manter a serenidade na crise. Não podemos entrar em pânico. O que posso garantir é que não vai faltar dinheiro para combater a crise.
A Bolsa está registrando quedas recordes. Ela entrou em pânico?
O mercado financeiro no Brasil está caótico por uma confluência de fatores. Além do vento externo, pesa o desentendimento político interno, coroado pelo resultado da votação do BPC. Prejudica a confiança que alicerçamos no ano passado.
| Folha de S.Paulo | | | | Em casos de calamidade pública, dinheiro fica fora da restrição
A regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas federais, não impede que o governo gaste mais em ações de combate ao coronavírus, pois o dinheiro para casos de calamidade pública fica fora da restrição, afirmam especialistas.
No entanto, uma ala defende que o mecanismo seja temporariamente suspenso para que a equipe de Jair Bolsonaro (sem partido) adote as medidas necessárias para controlar os efeitos na saúde pública e na atividade econômica causados pela Covid-19.
Aprovado pelo Congresso em 2016, na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), o limite de crescimento das despesas públicas foi incluído na Constituição e impede a expansão dos gastos acima da inflação. Qualquer alteração nessa regra depende de amplo apoio na Câmara e no Senado.
A restrição ao aumento dos gastos tem algumas exceções. Uma delas é o envio de dinheiro para despesas imprevisíveis e urgentes, como em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
O governo, portanto, pode usar esse dispositivo para ampliar os recursos em ações de contenção das transmissões do vírus e tratamento de pacientes infectados, sem pressionar ainda mais o teto, defende o economista Marcos Mendes, colunista da Folha e um dos criadores da regra fiscal.
“Isso vale para situações atípicas, como essa que estamos vivendo agora. Despesas para lidar com a epidemia não têm restrição”, disse Mendes.
Essa exceção se aplica também a recursos para a realização de eleições, aumento de capital de estatais não dependentes da União e transferências previstas na Constituição para estados, municípios e Distrito Federal.
A regra de limitar o crescimento das despesas públicas já vinha sofrendo pressão nos últimos anos por causa das dificuldades do Executivo em destinar mais verba para políticas públicas, já que o Orçamento do país está apertado com gastos obrigatórios, principalmente por aposentadorias e despesas com servidores públicos.
O teto imposto é global, e não segmentado por ministério. Ao elaborar o Orçamento de cada ano, Congresso e governo devem ajustar os gastos ao limite previsto. Em 2020, este limite é de R$ 1,454 trilhão.
Sem espaço para ampliar gastos, por exemplo, na área social, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) insiste na necessidade de manutenção da regra fiscal para que as contas públicas sejam ajustadas futuramente.
A pressão contra o teto ganhou um novo contorno com a crise causada pelo novo coronavírus.
Pesquisadora do Peterson Institute for International Economic, em Washington, a economista brasileira Monica de Bolle afirmou que a regra precisa ser temporariamente suspensa para que o país consiga adotar as ações contra o vírus e medidas para evitar que a economia afunde.
“O quadro é de depressão econômica; não é de recessão”, sustenta Bolle. Para ela, a rede pública de saúde não deve ter qualquer tipo de restrição de acesso a recursos.
Além disso, diz, medidas de combate ao novo coronavírus terão forte impacto negativo na atividade econômica e na renda das famílias. A taxa de informalidade no país chegou a 41,1% dos trabalhadores no ano passado, segundo o IBGE.
O governo, na avaliação da economista, precisa ampliar assistência social, expandir crédito a micro, pequenas e médias empresas e ampliar o investimento público, especialmente em infraestrutura.
Consultor de Orçamento da Câmara, Ricardo Volpe é contra o afrouxamento da regra fiscal. “O teto de gastos é a principal âncora fiscal do governo, que sinaliza para um ajuste gradual para o médio e longo prazos. Sua flexibilização seria um péssimo sinal para os agentes econômicos”.
Para suavizar os efeitos da crise do coronavírus na economia, Mendes disse que o governo deveria alterar a meta de resultado primário (diferença entre receitas e despesas, descontando gastos com juros da dívida pública), como vem estudando a equipe de Guedes.
Com a queda da atividade, a arrecadação deverá cair muito e, dessa forma, seria necessário um forte corte de despesas para que essa meta seja cumprida, afirmou o economista.
| Folha de S.Paulo | | | | Federação quer prorrogação de pagamento de tributos e mudanças trabalhistas temporárias
A Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) reduziu a expectativa para o crescimento da economia brasileira em 2020 de 1,8% para 1,2% devido aos efeitos econômicos do coronavírus e à redução da cotação internacional do barril de petróleo, que caiu pela metade em 2020.
Para sustentar a produção nacional, especialmente das pequenas e médias empresas, nesse cenário adverso, a federação elaborou uma série de propostas ao governo federal, como prorrogação do pagamento de tributos e do prazo para a apresentação das obrigações acessórias e flexibilização provisória dos custos trabalhistas.
A entidade pede, por exemplo, que empresas possam determinar que trabalhadores com mais de 60 anos trabalhem remotamente e que as companhias possam, de modo unilateral, impor férias coletivas a seus funcionários.
Segundo o presidente da entidade, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, o principal socorro deve vir dos bancos públicos, com flexibilização e aumento da concessão de crédito.
“Temos um problema de liquidez, precisamos que o mercado seja irrigado com recursos. É preciso que bancos sejam mais ousados no crédito. BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e Caixa [Econômica Federal] têm um índice de Basileia menor que o mercado. Gostaríamos que eles fossem mais ousados.”
O índice de Basileia mede o nível de capital próprio do banco e sua capacidade de ampliar a oferta de empréstimos a clientes, já que, para emprestar, o banco tem que manter recursos em caixa para fazer frente a possíveis calotes.
O mínimo exigido pelo acordo internacional de Basileia é de 11%. A Caixa Econômica Federal e o BNDES terminaram 2019 com 19% e 36,8%, respectivamente.
Uma das primeiras medidas de incentivo à economia anunciadas pelo ministro Paulo Guedes (Economia) vem da Caixa, que destinará R$ 40 bilhões em linhas para reforçar capital de giro e R$ 30 bilhões para compra de carteiras de crédito de pequenos e médios bancos, além de R$ 5 bilhões para o setor agrícola.
Já o BNDES ainda não adotará medidas para enfrentar crise por coronavírus. Segundo o presidente Gustavo Montezano, o papel do banco neste momento será manter abertas suas linhas de crédito, mas sem alterações nem em taxas de juros nem em prazos de carência ou de financiamento. Ele ressaltou, porém, que essa é uma posição do momento e não é possível fazer projeções futuras.
"O maior papel contracíclico que a gente tem é manter nossas linhas abertas e inalteradas", disse Montezano, em entrevista à imprensa na última quarta (11) para apresentar o lucro recorde de R$ 17,7 bilhões registrado em 2019. "Hoje, a gente não vê necessidade [de medidas para ampliar a liquidez]".
Ao todo, os três principais bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) teriam mais de R$ 200 bilhões para fazer frente às necessidades do país, sendo R$ 100 bilhões só no BNDES.
"Se agentes financeiros não sobreviverem a essa hecatombe não adianta guardar dinheiro. A sobrevivência da grande maioria das pequenas e médias empresas, que empregam uma barbaridades, depende de um programa de apoio do governo", diz Vieira, da Firjan.
O presidente da Firjan disse que encaminhou as propostas para Guedes, para o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e para a Casa Civil, comandada pelo general Walter Braga Netto.
“As medidas que o governo deve anunciar não podem estar muito longe disso. Deus queira que no Brasil seja diferente de China e Itália, mas sabemos que não vai ser, o coronavírus vai bater no comércio e na indústria em poucos dias”, afirma Vieira.
AS PROPOSTAS DA FIRJAN
Prorrogação do prazo para pagamento de tributos
- Prorrogação do recolhimento dos tributos federais (PIS, COFINS, IPI, Simples Nacional, IRPJ e CSLL) por 90 dias
- Suspensão dos pagamentos das estimativas mensais para contribuintes sujeitos a tributação pelo lucro real por pagamento anual
Acesso a linhas do BNDES e criação de linha de crédito dedicada
- Aumento da capilaridade do BNDES na provisão de crédito em operações indiretas, por meio de fintechs
- Criação de linha de crédito para pequenas e médias empresas com foco em capital de giro, contando com condições diferenciadas de juros, carência, prazo e flexibilização de garantias
- Mudança no modelo atual de compartilhamento de riscos, ampliando a atuação do BNDES nas operações de crédito via agentes financeiros
Prorrogação do prazo para apresentação das obrigações acessórias
- Suspensão das obrigações acessórias federais com vencimento a partir de março por 180 dias
Flexibilização provisória e emergencial dos custos trabalhistas
- Suspensão de necessidade de celebração de termo aditivo para trabalho temporário
- Determinar que funcionários em férias ou viagens voluntárias a países ou locais com circulação do coronavírus, ou que tenham tido contato com pessoas infectadas no Brasil, se afastem por 14 dias, podendo este período ser computado como férias compulsórias, podendo ser compensadas no futuro
- Permitir que empregadores determinem que empregados com mais de 60 anos trabalhem remotamente
- O mesmo para portadores de doenças crônicas ou imunodeprimidos que integram o grupo com risco
- Suspensão temporária de formalidades legais para trâmite e instauração do regime de férias coletivas, para que possam ser determinadas por ato imediato e unilateral do empregador
| Folha de S. Paulo ( publicado em 15-03-2020) | | | | Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o indicador oficial de inflação - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 3,20% para 3,10%. Há um mês, estava em 3,22%. A projeção para o índice em 2021 passou de 3,75% para 3,65%. Quatro semanas atrás, estava em 3,75%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%).
No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,25% em fevereiro, ante um aumento de 0,21% em janeiro.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 0,46%.
Top 5
No Focus desta segunda, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 passou de 3,16% para 3,01%.
Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,73% para 3,62%. Quatro semanas atrás, as expectativas estavam em 3,16% e 3,73%, respectivamente.
No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, ante 3,50% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 passou de 3,50% para 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
| Bem Paraná | | | | A queda recente do mercado de ações provocada pelo medo dos reflexos econômicos do Coronavírus atraiu o interesse de muitos investidores. Nesse instante, sempre surge o debate: seria melhor montar uma carteira de ações ou investir por meio de fundos de investimentos em ações (FIAs)?
O especialista em finanças comportamentais, James Montier argumenta que os indivíduos tendem a acreditar que suas decisões serão melhores que a de outros. Esse viés, em conjunto com o da ilusão do controle, leva vários investidores a acreditarem que se eles gerenciarem suas próprias carteiras de ações, eles vão desempenhar melhor que um bom gestor de fundos de ações.
Dentre os principais argumentos que os investidores justificam sua preferência para gerenciarem sua própria carteira de ações se destacam: rentabilidade e custo. Abordarei essas justificativas e outros fatores para explicar qual deveria ser a melhor decisão para seu investimento em ações.
Risco
Normalmente, FIAs no Brasil possuem entre 10 a 30 ações em seu portfólio. Esse número de ações não foi escolhido por acaso. A literatura sobre diversificação, afirma que para reduzir o risco específico a patamares mínimos são necessárias pelo menos quinze ações.
Daí vem a primeira vantagem dos fundos de ações que é a gestão de risco eficiente. As empresas de gestão possuem áreas de risco que estão continuamente monitorando e informando ao gestor sobre o risco de seu portfólio para que esse possa tomar as melhores decisões.
Adicionalmente, por diversos momentos, os gestores se utilizam de derivativos para proteção ou alavancagem do portfólio. Isso faz com que em momentos como o atual, vários FIAs percam menos que o mercado.
Para um investidor individual, o controle sobre uma carteira de mais de cinco ações se torna custoso em termos de tempo e dedicação. Portanto, o risco assumido pelos investidores individuais acaba sendo maior e não quantificado de forma adequada devido à ausência de ferramentas para cálculo.
Rentabilidade
A literatura acadêmica já produziu vários artigos argumentando que a média dos FIAs desempenham pior que os índices de mercado. De fato, deve-se buscar bons gestores de forma similar à contratação de uma equipe de empregados. O fato de vários não serem bons, não faz do investidor individual ser melhor que a média.
Reflita, se vários gestores com equipes especializadas não conseguem ganhar do Ibovespa, como esperar que uma pessoa sozinha tenha um desempenho melhor?
De fato, as pessoas físicas não conseguem. Estudo publicado por Bruno Giovannetti em 2018 demonstrou isso usando uma base com todos os investidores brasileiros fornecida pela CVM.
Apenas dois fatores explicariam racionalmente uma pessoa física ganhar mais que um bom gestor de fundo: sorte e risco. Como o investidor individual em geral possui poucas ações em seu portfólio, ele está sujeito a um maior risco e, eventualmente, esse risco é compensado com um maior retorno.
Equipe
As boas empresas de investimentos contam com uma equipe formada por experientes profissionais nos campos de análise econômica, financeira, risco e na gestão. Estes muitas vezes possuem experiência de mais de vinte anos no mercado financeiro. Essa experiência é muito importante para que ele consiga de forma mais rápida analisar e decidir sobre fatos novos que afetam as empresas e o mercado.
Não há como uma pessoa sozinha substituir ou replicar os resultados que essa equipe pode produzir simplesmente pelo número de horas disponível.
Informação
Pela facilidade de contato que os gestores e analistas possuem com os diretores de empresas e com outros profissionais de mercado, eles possuem acesso mais rápido e mais fácil a informações que o investidor sozinho, provavelmente, não conseguiria ou demoraria mais tempo para ter acesso.
Custo
Muitos investidores argumentam sobra a taxa de administração cobrada pelos fundos. Essa taxa normalmente é de 2% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo de ações.
Antes de discutir, lembro que a rentabilidade dos fundos apresentada nas lâminas que o investidor recebe já é líquida dessa taxa de administração e de outras que eventualmente existam como a taxa de performance.
Se você investe R$100 mil em um fundo de ações, estaria pagando em média cerca de R$167 por mês (R$2 mil/12) para ter a sua disposição toda uma equipe de analistas econômicos, financeiros, de risco e de gestores.
Muitas pessoas acabam gastando valor maior em relatórios superficiais e sistemas de cotação e gráfico. Adicionalmente, considere o custo de sua hora, ansiedade e perda de foco no seu trabalho.
Se você dispender apenas uma hora por dia para avaliar as empresas de sua carteira, o que é ridiculamente pouco perto do que uma equipe de um FIA trabalha, você gastaria pelo menos 20 horas em um mês. Portanto, para um investimento de R$100 mil em um fundo, o custo da taxa de administração por hora, considerando as 20 horas, seria de R$8,3.
Sério que sua hora vale tão pouco? Provavelmente, você gasta mais por dia em café.
Lembre-se que os grandes empresários sabem contratar funcionários para que sua hora seja mais bem aproveitada e consigam alavancar os ganhos. Aprenda a delegar e terá mais tempo para o que é mais relevante.
A taxa de performance alinha ainda mais o incentivo do gestor ao do investidor, pois quando o fundo desempenhar bem, toda equipe ganhará um bônus por desempenho. Portanto, isso fará com que a equipe fique se cobrando pelo desempenho continuamente.
Reinvestimento de dividendos
Um dos grandes ganhos do mercado de ações e que normalmente é relevado pelos pequenos investidores é o poder do reinvestimento dos dividendos. Utilizando dados da Economatica nos últimos dez anos (entre 2009 e 2019), se você investiu R$100 nas ações do Itaú e reinvestiu os dividendos, teria hoje R$331. Entretanto, se considerarmos apenas o ganho de capital por variação do preço da ação teria apenas R$96, ou seja, menos do que o valor inicial.
Portanto, os dividendos e seu reinvestimento foram os únicos responsáveis pelos ganhos no caso das ações do Itaú em uma década.
Normalmente, os dividendos pagos pelas ações são valores pequenos para serem reinvestidos pelos investidores individuais. Na maioria das vezes esse tesouro acaba perdendo sua grande vantagem devido à impossibilidade de reinvestimento. Pela escala dos fundos, eles conseguem com baixo custo reinvestir os dividendos.
Imposto de Renda
Nos fundos de investimentos em ações você é tributado na alíquota de IR de 15% sobre os ganhos de capital, quando do resgate. Entretanto, o investidor que aplica diretamente em ações tem uma vantagem. Os ganhos de capital não são tributados em vendas de ações limitadas a R$20 mil dentro de um mês. Essa é a maior vantagem para quem negocia ações individualmente.
Outra vantagem fiscal é o fato dos dividendos serem isentos de IR. Essa vantagem é capturada quando o investidor compra diretamente ações, mas quando o provento é recebido dentro do fundo ela não é capturada.
Sem dúvida, não pagar IR é uma grande vantagem, mas deve-se ponderar o custo dos dois trabalhos que terá para usufruir desta vantagem. Primeiro o trabalho na gestão do portfólio, mencionado acima. Segundo, o trabalho na administração de prejuízos fiscais e pagamentos de Darfs mensais nos lucros. Sem contar o fato de que o fundo ter maior probabilidade de ganhar maior retorno.
Considerando estes sete fatores (risco, rentabilidade, equipe, informação, custo, reinvestimento de dividendos e imposto de renda), racionalmente, o investimento por meio de fundos de ações se mostra mais adequado numa perspectiva de retorno ajustado ao risco.
Michael Viriato é professor de finanças do Insper e sócio fundador da Casa do Investidor.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 15-03-2020) | | | | Companhia aérea holandesa anunciou medidas de redução de custos
A companhia aérea holandesa KLM cortará até 2.000 empregos ao combater o impacto do novo surto de coronavírus, informou a empresa na sexta-feira (13) junto a outras medidas de redução de custos.
O presidente Pieter Elbers disse que a KLM, que tem cerca de 33 mil funcionários, também pedirá que à sua equipe que trabalhe em horário reduzido, enquanto aterra sua frota de seis Boeing 747 a partir de 1º de abril.
"Nos próximos meses, reduziremos de 1.500 a 2.000 empregos, o que significa que não apenas nas próximas semanas, mas nos próximos meses teremos menos colegas", disse Elbers em uma mensagem de vídeo publicada no site da KLM.
A principal autoridade da companhia aérea disse que os cortes de empregos incluem principalmente trabalhadores de meio período, destinados à aposentadoria.
"Acreditamos que isso é adequado para garantir que não haja outros cortes forçados", disse Elbers.
A companhia holandesa, que se fundiu com a Air France em 2004, previa que os números de voos cairiam 20% em março e 30% em abril, quando a companhia aérea suspendeu viagens para a China e a Itália como resultado do surto de Covid-19.
A KLM da Air-France alertou na terça-feira (10) que o surto de coronavírus afetará mais seus negócios nos próximos meses, depois que o número de passageiros em fevereiro caiu 0,5%.
No mês passado, a Air France-KLM elevou o custo do coronavírus para a companhia aérea entre 150 e 200 milhões de euros até abril.
"Muita coisa aconteceu nos últimos cinco dias", disse Elbers, enquanto o número de casos globalmente subia para mais de 140 mil, com cerca de 5.300 mortes em 124 países e territórios.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 14-03-2020) | | | | Com o avanço da pandemia de coronavírus e as incertezas sobre o seu impacto na atividade global, a expectativa de crescimento da economia em 2020 voltou a cair, de 1,99% para 1,68%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central (BC). Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 2,23%.
No início de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o crescimento do PIB em 2019 ficou em 1,10%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
Em fevereiro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) teve baixa de 0,27% em dezembro ante novembro, na série com ajustes sazonais. Em relação a dezembro de 2018, houve alta de 1,28%.
Em dezembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de alta de 1,80% para elevação de 2,20%. Na semana passada, o Ministério da Economia já revisou a estimativa da equipe econômica de alta de 2,40% para 2,10% neste ano.
No Focus agora divulgado, a projeção para o crescimento da produção industrial de 2020 passou de 2,00% para 1,63%. Há um mês, estava em 2,33%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, igual a quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 foi de 56,60% para 56,50%. Há um mês, estava em 56,89%. Para 2021, a expectativa foi de 57,45% para 57,80%, ante 58,00% de um mês atrás.
Resultado primário
Com a equipe econômica já admitindo uma mudança na meta de déficit fiscal para este ano, o Focus trouxe revisão na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano passou de 1,10% para 1,15%. No caso de 2021, foi de 0,51% para 0,56%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,10% e 0,50%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 5,50%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 4,83% para 4,97%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 5,60% e 5,30%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020, de superávit comercial de US$ 36,40 bilhões para US$ 36,10 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 35,42 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit permaneceu em US$ 34,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 35,00 bilhões.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2020 ficará em US$ 32,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no RTI divulgado em dezembro.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 58,65 bilhões para US$ 59,00 bilhões, ante US$ 54,20 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 60,15 bilhões para US$ 60,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 58,57 bilhões. O BC projeta déficit em conta de US$ 57,7 bilhões em 2020.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 continuou em US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 80,20 bilhões. Para 2021, a expectativa passou de US$ 84,50 bilhões para US$ 83,75 bilhões, ante US$ 84,75 bilhões de um mês antes. O BC projeta IDP de US$ 80,0 bilhões em 2020.
| Bem Paraná | | | | O EstaR Eletrônico, que automatiza a utilização de vagas do Estacionamento Regulamentado (EstaR) em Curitiba, entra em operação nsta segunda-feira (16), substituindo o antigo talão de papel. O modelo eletrônico, no entanto, vai conviver com os antigos cartões até 10 de maio. A partir de então, os bloquinhos não serão mais aceitos. O usuário tem até 10 de junho para trocá-los por créditos do EstaR Eletrônico. A troca poderá ser feita nos postos da Urbs da Rodoferroviária e das Ruas da Cidadania. Curitiba conta com 12.088 vagas tarifadas de estacionamento.
Uma novidade importante diz respeito ao tempo fracionado, pois o motorista que precisar ficar estacionado por menos de uma hora, acabará gastando menos também. O estacionamento passa a ser fracionado, custando R$ 0,75 a cada 15 minutos. Ao sair da vaga, o tempo restante não utilizado volta como crédito para a conta do motorista no aplicativo, e não expira.
Com a implementação do modelo eletrônico o valor da hora do Estacionamento Rotativo de Curitiba vai mudar, passando de R$ 2,00 para R$ 3,00. Essa é uma alteração promovida pela Urbs. Assim, o aplicativo Zul Estar Digital Curitiba segue os valores oficiais.
Após encontrar a vaga, o motorista com o aplicativo ativa a sua permanência no local em poucos segundos. Um grande benefício para quem opta pelo aplicativo é a extensão do tempo na vaga sem precisar retornar ao veículo. O app também envia lembretes do tempo restante para vencer o horário.
Outra mudança merece atenção. Hoje, quando o motorista estaciona sem cartão é apenas avisado de que está cometendo uma infração. Ele, então, tem até cinco dias úteis para regularizar a situação, comprando um bloco de cartões.
Com o EstaR digital, a regularização da infração terá os mesmos cinco dias úteis para ser feita, mas mediante o pagamento de R$ 30, que não se transformará em crédito.
| Bem Paraná ( publicado em 15-03-2020) | | | |
Uma das primeiras start-ups do setor metal-mecânico brasileiro, lançada há pouco mais de três anos (praticamente introduzindo o conceito de manufatura compartilhada no País), a Peerdustry está preparando mais uma inovação. A empresa está desenvolvendo tecnologia, com base em algoritmos, que será capaz de precificar o custo de usinagem de uma peça a partir do desenho em 3D, acrescido de variáveis como material, acabamento, tolerância e quantidade. A novidade estará disponível em breve na plataforma que a empresa mantém na Internet.
A tecnologia irá agilizar o processo de cotação de serviços de usinagem no ambiente da plataforma. Atualmente, as solicitações dos contratantes são acessadas pela rede de fornecedores de serviços no site da Peerdustry e, a partir daí, o processo de cotação segue praticamente o modelo tradicional.
Ricardo Molino, ex-DMG MORI e recém-contratado para assumir a área de Vendas da Peerdustry, conta que a empresa está em processo de expansão, tendo conquistado vários clientes de grande porte, como Voith, Saint-Gobain, Maxion Wheels, Scania, Crown, entre outros. “Existe uma grande demanda por inovação no mercado, principalmente entre as empresas de grande porte, multinacionais, que entendem que o serviço prestado pela Peerdustry traz racionalização financeira e de processo para a área de Compras, em especial na aquisição de peças indiretas, como as voltadas para a manutenção”, diz.
Molino cita outros avanços, como a homologação de seus mais de 350 fornecedores (a própria Peerdustry também já foi homologada por algumas empresas), o que significa que grande parte deles foram visitados e passaram pelo crivo do gerenciamento de qualidade da empresa. “Temos condições inclusive de oferecer relatórios de não conformidade e análise de causa-raiz”, explica. O próximo passo é a obtenção da certificação ISO 9001.
A empresa que nasceu com objetivo básico de aproximar fornecedores com horas-máquina disponíveis e clientes que necessitam desses serviços, mas não possuem máquinário adequado ou não têm capacidade produtiva, conta hoje com 1.500 máquinas disponíveis. E não só de usinagem, mas também de manufatura aditiva, de corte a laser, oxicorte e caldeiraria.
Além disso, montou uma equipe de desenhistas e projetistas mecânicos para produzir desenhos técnicos 2D e 3D de peças. “Esta foi uma necessidade que encontramos no mercado, já que muitas empresas não dispõem dos desenhos de peças indiretas ou de manutenção. O resultado é que acabamos formando uma biblioteca com desenhos atualizados para as nossas contratantes, o que é essencial para realização de cotações mais competitivas”, diz.
Para impulsionar ainda mais o crescimento, a Peerdustry recebeu recentemente um novo aporte de investidores. Além disso, foi selecionada para programa Fiemg Lab 4.0, da Federação das Indústrias de Minas Gerais, passando a contar com uma base também naquele estado. “A Peerdustry, aliás, continua aberta a novos fornecedores, clientes e, inclusive, parceiros para o desenvolvimento de novas tecnologias que venham agregar valor a toda a cadeia de usinagem", conclui. Acesse a plataforma em www.peerdustry.com
| Usinagem Brasil ( publicado em 15-03-2020) | | | | Um levantamento com as principais fabricantes de motos no País, Honda e Yamaha, mostra que a produção em Manaus (AM) ainda não foi afetada por falta de componentes importados. O parecer da Abraciclo (associação dos fabricantes) é o mesmo. O maior impacto atual está nas áreas administrativas das empresas.
A proibição e o cancelamento de viagens de executivos foram confirmados pelas duas empresas. “A Honda está monitorando constantemente os alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem orientado seus colaboradores acerca das medidas de prevenção (...) Estão proibidas viagens para a Coreia do Sul, China (incluindo Hong Kong) e Itália. Para os demais países afetados, a orientação é para que as viagens sejam avaliadas rigorosamente e substituídas por videoconferências”, diz o comunicado da empresa, que comemorou a produção de 25 milhões de motos no Brasil.
Sobre o coronavírus, a Yamaha informa: “Temos um plano de contingência e estamos seguindo as regras estabelecidas pelas autoridades de saúde do Brasil e de nossa matriz. Por ora não há notícias de funcionários infectados, mas já temos um protocolo para cuidados na higiene pessoal, evitar viagens ao exterior a países listados pela OMS. Caso haja suspeita, o primeiro passo é isolamento de 14 dias em home-office.”
Na sexta-feira, 13 de março, a empresa estudava medidas possíveis (como home-office e revezamento de equipes) para a unidade de Guarulhos (SP, onde ficam os escritórios da empresa), já que a maioria dos casos confirmados de Covid19 está no Estado de São Paulo.
As duas fábricas vêm monitorando seus estoques. A Yamaha informa que a pandemia “traz impacto nos custos, pois toda a operação logística apoiada no transporte marítimo sofreu grande redução e as remessas de insumos têm sido por via aérea”.
A Honda garante que até o momento não há previsão de parada em suas linhas de produção, mas admite: “O cenário pode ser alterado caso a situação se prolongue.”
Em suas respostas, a Yamaha afirma ainda que neste momento ainda não é possível prever o impacto em lançamentos programados para este ano nem nas vendas totais, até porque a operação ainda não foi afetada. Honda e Yamaha juntas respondem por 93,5% do mercado de motocicletas.
No fim da tarde de sexta-feira, Automotive Business soube a partir da assessoria de imprensa da Kawasaki que as operações estariam normais tanto na fábrica de Manaus como no escritório da empresa em São Paulo (SP).
A empresa, no entanto, monitora situações de risco e vem adotando procedimentos relacionados à higiene e saúde dos funcionários.
A Abraciclo cancelou a entrevista que concederia a Automotive Business na sexta-feira após adiar o compromisso por duas vezes, mas emitiu uma pequena nota assegurando que “o segmento não foi afetado com o desabastecimento de insumos, matérias-primas, partes, peças ou componentes. Também não foram afetados os profissionais, a contratação de serviços (recursos humanos), o mercado doméstico e as exportações do segmento”.
| Automotive Business (publicado em 13-03-2020) | | | |
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