| 17 de Junho de 2019
Segunda-feira
- Novos Projetos de Lei nº 21/2019
- Inovações do País têm destaque global
- Bolsonaro avalia reduzir para 4% imposto sobre produtos de TI
- Cursos ajudam empreendedor aspirante a tirar projeto do papel
- Artigo: Empreender precisa ser muito mais que um sonho
- Como fazer um negócio de corpo e alma
- Empresas familiares aderem às novas tecnologias e à expansão estratégica
- Fenômeno das carreiras múltiplas cresce na era digital
- Insatisfação com a política leva executivo para o terceiro setor
- Setor produtivo critica e mercado financeiro minimiza queda de Levy
- Funcionários do BNDES negam insatisfação com Levy e veem conflito em desestatização
- Demissão de Levy é mal recebida no mercado financeiro
- Estados e municípios buscam força na reforma tributária do Congresso
- Atividade econômica do Brasil contrai 0,47% em abril e tem 4ª queda seguida, aponta BC
- Sucesso do open banking no Brasil não depende do BC, mas do engajamento dos clientes
- ‘Correção de juros pelo IPCA pode ampliar crédito imobiliário’
- Balança comercial encerrou maio com superávit de US$ 6,3 bilhões, diz FGV/Icomex
- FGV: IPC-S reduz alta a 0,04% na 2ª quadrissemana de junho (0,12% na anterior)
- Alta do PIB de 2019 passa de 1,00% para 0,93%, prevê Focus
- Estudo mostra que carro prestes a sair de linha é bom negócio
- Digitalização da Produção e Produção Digitalizada
- Internet das coisas e big data deixarão o mundo mais seguro', diz especialista
- Gaia Electric abre pré-venda de veículo elétrico feito no Brasil para o público jovem
- Ipea aponta queda de 0,2% no Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais em abril
- Até 2022, com automação industrial, 133 mi de novos postos de emprego serão criados no mundo
- Venda de pneus em maio é a melhor do ano, 5,1 milhões de unidades
- Alumínio, mais forte do que nunca, pode virar o novo aço
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Câmbio
Em 17/06/2019
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Compra
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Venda
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Dólar
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3,885
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3,885
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Euro
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Fonte: BACEN
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| | | | | O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste domingo (16) que o governo federal estuda a possibilidade de reduzir o imposto para importação de produtos de tecnologia da informação, entre eles, computadores e celulares. O objetivo, de acordo com o presidente, é que a alíquota seja reduzida dos atuais 16% para 4%.
"Para estimular a competitividade e inovação tecnológica, o governo estuda, via secretaria do Ministério da Economia, a possibilidade de reduzir de 16% para 4% os impostos sobre importação de produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares", escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
| Gazeta do Povo (publicado em 16-06-2019) | | | | Novos Projetos de Lei - Coordenação de Relações Governamentais- nº 21. Ano XV. 13 de junho de 2019
Confira nessa edição as proposições apresentadas na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI FEDERAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
DIREITO DE PROPRIEDADE E CONTRATOS
Pagamento de obrigações pecuniárias de parcerias público-privadas por meio de fundos
PL 3263/2019 do senador Antonio Anastasia (PSDB/MG), que “Modifica a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e a Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, para dispor sobre parcerias garantidas por fundos
Limitação de contingenciamento dos recursos do INPI
PLP 143/2019 do deputado Marcos Pereira (PRB/SP)
Aumento da pena do crime de descaminho
PL 3200/2019 do deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP/RJ
Limitação das hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica
PL 3243/2019 do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL/SP)
Sustação do Decreto que estabelece regras para a cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos fluidos pela Petrobrás
PDL 379/2019 do senador Rogério Carvalho (PT/SE)
INOVAÇÃO
Medidas de incentivo e estímulo para criação de startups
PLP 146/2019 do deputado Jhc (PSB/AL)
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
Alteração na composição do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN)
PLP 147/2019 do senador Jorginho Mello (PL/SC)
RELAÇÕES DE CONSUMO
Informação obrigatória sobre a presença de substâncias cancerígenas na rotulagem e propaganda de alimentos e cosméticos
PL 3247/2019 do deputado Luiz Lima (PSL/RJ)
Ampliação da pena multa do Código de Defesa do Consumidor
PL 3281/2019 do deputado Vinicius Carvalho (PRB/SP)
Ampliação do conceito de fornecedor
PL 3316/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
Definição do termo inicial da contagem do prazo para que o fornecedor sane o vício apresentado pelo produto
PL 3318/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
Indenização por dano moral à pessoa jurídica
PL 3255/2019 do senador Styvenson Valentim (PODE/RN)
MEIO AMBIENTE
Alteração de prazos em ações de infração ambiental
PL 3182/2019 do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB/PB)
Incentivos à recuperação energética de resíduos sólidos
PL 3062/2019 do deputado David Soares (DEM/SP)
Logística reversa para recipientes de armazenamento de gás natural veicular
PL 3214/2019 da deputada Edna Henrique (PSDB/PB)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Prazo de julgamento em caso de falta de pagamento de salário
PL 3309/2019 da deputada Lauriete (PL/ES)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
Vagas de aprendiz destinadas a adolescentes em acolhimento institucional
PL 3203/2019 da deputada Maria Rosas (PRB/SP)
Incentivo fiscal para contratação de trabalhador com mais de 55 anos
PL 3342/2019 do deputado Enéias Reis (PSL/MG)
BENEFÍCIOS
Autorização prévia da ANS para reajuste de planos coletivos de saúde
PL 3275/2019 do deputado Ruy Carneiro (PSDB/PB)
FGTS
Composição do Conselho Curador do FGTS, remuneração dos depósitos efetuados e aplicação de sanções por atrasos nos depósitos
PL 3254/2019 do senador Paulo Paim (PT/RS)
Movimentação do FGTS para custeio de despesas médicas de mulher vítima de agressão
PL 3303/2019 da deputada Lauriete (PL/ES)
Movimentação do FGTS para aquisição de medicamentos de alto custo
PL 3304/2019 da deputada Lauriete (PL/ES)
REGULAMENTAÇÃO DE PROFISSÕES
Regulamentação da profissão de agente de coleta de resíduos, de limpeza e de conservação de áreas públicas
PL 3253/2019 do senador Paulo Paim (PT/RS)
RELAÇÕES INDIVIDUAIS DO TRABALHO
Acessibilidade no recibo de pagamento de salário de pessoas com deficiência visual
PL 3213/2019 da deputada Edna Henrique (PSDB/PB)
INFRAESTRUTURA
Política de preços da gasolina, óleo diesel e GLP
PL 3230/2019 do senador Jean Paul Prates (PT/RN)
Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico
PL 3261/2019 do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
CARGA TRIBUTÁRIA, CRIAÇÃO DE TRIBUTOS E VINCULAÇÃO DE RECEITAS
Instituição de CIDE para bebidas e alimentos industrializados
PL 3320/2019 do deputado Felipe Carreras (PSB/PE)
DEFESA DO CONTRIBUINTE
Código de Defesa do Contribuinte
PLP 139/2019 da deputada Paula Belmonte (Cidadania/DF)
INTERESSE SETORIAL
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL E OFFSHORE
Liberalização para afretamento de embarcação estrangeira a casco nu
PL 3221/2019 do senador Chico Rodrigues (DEM/RR)
INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO
Incidência de ICMS sobre a exportação de produtos minerais primários
PEC 90/2019 do deputado Júlio Delgado (PSB/MG)
INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA
Não incidência do ICMS sobre as tarifas pelo uso dos sistemas de distribuição e de transmissão, nas operações relativas a energia elétrica
PLP 145/2019 do deputado Walter Alves (MDB/RN)
Isenção do IPI, PIS/Pasep e Cofins para os equipamentos e peças destinados à geração de energia solar
PL 3180/2019 do deputado Felipe Carreras (PSB/PE)
Proibição da suspensão do fornecimento de energia elétrica na residência de consumidores desempregados
PL 3302/2019 da deputada Lauriete (PL/ES)
Financiamento de equipamentos destinados a geração de eletricidade a partir de energia solar
PL 3307/2019 do deputado David Soares (DEM/SP)
INDÚSTRIA DE TELECOMUNICAÇÃO
Utilização dos recursos do FUST
PL 3161/2019 do senador Confúcio Moura (MDB/RO)
Implantação de infraestrutura de telecomunicações sem autorização - Silêncio Positivo
PL 3269/2019 do senador Major Olimpio (PSL/SP)
INDÚSTRIA DE VEÍCULOS DE DUAS RODAS
Obrigação do fabricante de gravar identificação em bicicletas
PL 3272/2019 do deputado Charles Fernandes (PSD/BA)
INDÚSTRIA DO FUMO
Ampliação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre venda de cigarros
PL 3199/2019 do deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP/RJ)
INDÚSTRIA MADEIREIRA
Proibição da exportação de madeira bruta ou semimanufaturada
PL 3102/2019 do deputado Paulo Ramos (PDT/RJ)
Simplificação do aproveitamento de madeira em pequenas propriedades
PL 3128/2019 da deputada Mara Rocha (PSDB/AC)
INDÚSTRIA PETROLÍFERA
Licitação de áreas do pré-sal sob regime de concessão
PL 3178/2019 do senador José Serra (PSDB/SP)
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
INFRAESTRUTURA
Altera a Lei Complementar nº 94/2002, que trata sobre a regulamentação e funcionamento da AGEPAR
PLC 05/2019, de autoria do Deputado Boca Aberta Jr. (PROS)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
Altera a incidência do ICMS sobre produtos que especifica
PL 23/2019 de autoria do Deputado Anibelli Neto (MDB)
Isenta do IPVA veículos utilizados em Centros de Formação de Condutores
PL 433/2019, de autoria do Deputado Luiz Fernando Guerra (PSL)
INTERESSE SETORIAL
AGROINDÚSTRIA
Regulamenta a aplicação de agrotóxicos na região metropolitana de Curitiba
PL 438/2019, de autoria do Deputado Goura (PDT)
| FIEP | | | |
Em meio a dados que mostram o atraso do Brasil na inserção tecnológica, um grupo de empresas se destaca no desenvolvimento local de projetos inovadores. Alguns deles têm potencial de ser referência global, como o nanosatélite criado pela Visiona (joint venture entre Embraer e Telebrás) em parceria com o Senai Cimatec.
Além de investimentos prévios em sistemas, foram gastos até agora cerca de R$ 15 milhões no projeto. Inicialmente, a intenção era usar o pequeno satélite, de 10 quilos, em testes de validação para aplicar no primeiro satélite projetado pela indústria brasileira, de médio porte (de 50 a 2 mil quilos), que também está a caminho.
“Acabou ficando tão bom que decidimos usá-lo não só para testes, mas comercialmente”, diz o presidente da Visiona, João Paulo Campos. Pela relação custo-benefício e capacidade de coletar imagens e dados, o equipamento “será um benchmark no mundo para satélites de tamanho equivalente”, diz.
Outro desenvolvimento nacional inédito é o FlatFish, minissubmarino autônomo para inspeção de dutos e equipamentos usados na exploração de petróleo e gás em águas profundas. Resultado de parceria entre as empresas Shell e Saipen (grupo italiano que montou base de técnicos no País) e o Senai Cimatec, poderá fazer inspeções diárias e identificar problemas antes que se tornem algo maior.
“Isso nos permitirá corrigir qualquer falha rapidamente”, informa Diego Russo Juliano, engenheiro de sistemas submarinos da Shell.
Segundo ele, hoje a inspeção é feita uma ou duas vezes ao ano, dependendo do equipamento. A empresa será a primeira a usar o FlatFish em campo no próximo ano e já trabalha no desenvolvimento de outros dois submarinos para averiguar cascos de navios e inspecionar a parte interna dos dutos.
Esses e vários outros projetos foram apresentados na semana passada no congresso de inovação realizado em São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comum, eles têm apoio financeiro da Embrapii, entidade vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que participa com um terço dos custos de desenvolvimento dos projetos selecionados. A entidade tem R$ 1,5 bilhão para esse apoio, ao longo de seis anos.
Dados da CNI mostram que, de um total de 24 setores industriais brasileiros, 14 estão muito atrasados em relação à adoção de tecnologias digitais. A maioria alega falta de recursos financeiros, excesso de regulação e burocracia. Outro estudo mostra que, em 2017 (último dado disponível), os EUA gastaram US$ 533 bilhões em P&D, enquanto a China investiu US$ 279 bilhões, o Japão US$ 202 bilhões e o Brasil US$ 20 bilhões.
Flatfish
Em desenvolvimento desde 2013, o minissubmarino autônomo Flatfish, na versão conceito, atua em uma profundidade de até 300 metros para inspecionar tubulações e equipamentos de uso na exploração marítima de petróleo. A versão oficial, que já está a caminho, poderá operar a mais de 3 mil metros de profundidade, informa Diego Russo Juliano, engenheiro da Shell. A empresa é responsável pelo projeto em parceria com o Senai Cimatec e a Saipem do Brasil. A nova versão é a que vai para o mercado no fim de 2020.
O robô ficará a maior parte do tempo em uma “garagem” subaquática ou, quando necessário, em uma plataforma ou navio. O Flatfish tem equipamentos para fotos e vídeos, inclusive com capacidade para imagens em 3D, e fará a coleta de dados. Da “garagem”, o submarino poderá transmitir as informações aos sistemas que serão acompanhados diariamente por operadores na superfície. A Saipem poderá comercializar os serviços para diversos países.
Robô Snake
Simular os movimentos de um braço, com a agilidade de uma cobra, é a missão do Robô Snake. Desenvolvido para atividades como inspeção de solda, aplicação de cola e soldagem a laser em partes de difícil acesso, o equipamento deve ser usado primeiro na linha de produção de carros. A demanda partiu da General Motors que, há três anos, procurou a Embrapii e o Instituto Senai de Inovação para a parceria. O equipamento deve ser liberado para uso comercial em dois anos.
“A novidade não é o robô, mas o mecanismo que dá agilidade para simular movimentos do braço, como ombro, cotovelo e pulso”, diz Carlos Sakuramoto, gerente de tecnologia e inovação da GM. Outro diferencial em relação a robôs similares é a maior capacidade de carga, de 15 quilos na ponta (mão). Ele pode substituir de dois a quatro robôs convencionais. Ainda não está definido o responsável pela produção, mas o Snake pode ser usado por várias empresas e a GM receberá royalties pela tecnologia. “Custa muito caro para ser exclusivo.”
Nanosatélite
O primeiro satélite feito por empresas brasileiras será lançado ao espaço em 2020 e ficará em órbita a 600 km da terra. Um satélite de grande porte, normalmente usado na área de comunicação, fica a 36 mil km. O nanosatélite, ou VCUB, é um projeto da Visiona (joint venture entre Embraer e Telebrás) e Senai Cimatec, e tem ainda a parceria da Opto Space, empresa do grupo Akaer que desenvolveu uma câmera com tecnologia inovadora no mundo para ser acoplada ao equipamento.
“A imagem será como olhar de Campinas (SP) um carro estacionado no Rio de Janeiro”, compara João Paulo Campos, presidente da Visiona. A empresa foi criada em 2012 para trabalhar no desenvolvimento de satélites. O VCUB poderá monitorar desmatamentos, queimadas, além de uso meteorológico e de defesa. A Visiona já tem acordo de cooperação com a Embrapa para desenvolver sistemas inteligentes aplicados à agricultura.
Consultório portátil
estado recentemente no atendimento de índios em uma aldeia no Paraná, o consultório odontológico portátil está em processo de certificação para lançamento. Hoje, custaria cerca de R$ 300 mil, segundo Persio Farah Serednicki, responsável pela área de vendas da Lactec, unidade da Embrapii sem fins lucrativos e autossustentável. O equipamento reúne todas as atividades necessárias para o tratamento de dentes, com exceção do Raio X. Leve, ele fica condicionado numa mala rígida e cabe no porta-malas do carro.
“Além de ir a locais de difícil acesso, também serve para atender pessoas com dificuldade motora, como idosos e pacientes com Alzheimer e AVC”, diz Serednick. Para funcionar, o consultório portátil pode ser ligado ao cinzeiro do automóvel ou tomada de 127 volts. É equipado com um tablet que controla os equipamentos e teve parte do desenvolvimento patrocinado pela DExpress, empresa formada por um grupo de dentistas de Curitiba (PR).
Fontes renováveis
O grupo de perfumaria e cosméticos O Boticário está em busca de corantes naturais que não sejam derivados de animais. O objetivo é encontrar em fungos, bactérias e microalgas a matéria-prima especialmente para produtos de cor vermelha e rosa. Boa parte das empresas utilizam corantes sintéticos ou extraídos da cochonilha – inseto que, ao ser esmagado, solta um composto avermelhado. O projeto de pesquisa e desenvolvimento teve início neste ano em conjunto com a Embrapii e a Embrapa Agroenergia.
“Hoje são usadas fontes finitas, como minerais e pigmentos sintéticos e buscamos fontes renováveis”, diz Clarice Sasson, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento de maquiagem do Boticário. Segundo ela, já há produtores que atuam nessa linha, mas em escala pequena. “Nosso desafio é encontrar novas fontes de obtenção do corante e uma produção em escala industrial viável.”
| Tribuna PR (publicado em 16-06-2019) | | | | O gerente de TI Vilko Lacerda, 38, trabalha há sete anos em uma multinacional do setor financeiro. Mas seu sonho é ter um negócio próprio. Embora ainda não saiba exatamente quando vai concretizar o desejo nem em que ramo investir (está entre uma barbearia e uma loja virtual), ele decidiu estudar para se preparar para a transição.
Lacerda é um dos alunos do curso de extensão de empreendedorismo e gestão da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), voltado para novatos na área.
Ao longo de quatro meses, eles aprendem como montar um plano de negócio, com temas como localização e perfil dos funcionários.
"Ofuturo empreendedor descobre se o projeto de empresa é factível diante dos recursos disponíveis e se os resultados estarão dentro do que ele espera", diz o coordenador da PUC, Geraldo Borin.
Para Paulo Lemos, diretor de educação executiva da FGV (Fundação Getulio Vargas), os cursos servem para ajudar o aspirante a empreendedor a manter os pés no chão. "O problema de muitos empresários é que eles se apaixonam pelo seu produto e esquecem de analisar todas as variáveis do negócio."
A instituição tem um MBA Executivo em gestão de negócios, que dura três semestres, e vários cursos curtos na área, a partir de 16 horas.
No Centro Universitário FEI, as aulas de especialização na área têm duração de dois semestres e são voltadas para público diverso, desde aqueles com apenas uma ideia de negócio aos que já tocam sua própria empresa ou os profissionais intraempreendedores, que desenvolvem um projeto próprio dentro de uma empresa.
"A ideia é preparar o aluno para enfrentar possíveis adversidades. A taxa de mortalidade das empresas é altíssima nos primeiros dois anos", afirma Henrique Barros, coordenador do departamento de administração da instituição.
Com foco em startups, o Núcleo de Empreendedorismo da USP (Universidade de São Paulo) elaborou seis cursos online disponibilizados na plataforma Coursera gratuitamente.
As aulas sobre criação de startups e marketing digital são as mais buscadas. "O plano de negócios tradicional não se aplica às empresas de tecnologia, pois elas são baseadas em inovação, em modelos que não existem. Assim, trabalhamos com o empreendedorismo por hipótese, por experimentação", afirma o professor André Leme Fleury, coordenador do projeto na USP.
O Sebrae oferece um dos cursos mais populares entre candidatos a abrir uma empresa, o Aprender a Empreender, também online e gratuito.
Em 16 horas, o aluno tem uma noção de mercado, marketing e como analisar corretamente os resultados.
Para evitar erros básicos, Enio Pinto, gerente nacional do Sebrae, recomenda, além dos cursos, que o empresário busque a ajuda de um especialista. "O próprio Sebrae oferece um atendimento gratuito."
Veja a trajetória de seis empreendedores de sucesso
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ONDE ESTUDAR
Aprender a Empreender
Onde Sebrae
Duração 16 horas
Site bit.ly/2kp8nUx
Criação de Startups: Como Desenvolver Negócios Inovadores
Onde Núcleo de Empreendedorismo da USP
Duração 16 horas
Site bit.ly/19CQTPd
Empreendedorismo em ação
Onde Insper
Duração 30 horas
Site bit.ly/2XHO8Wd
Especialização em Empreendedorismo
Onde FEI
Duração 2 semestres
Site bit.ly/2Zj6qx6
Extensão em Empreendedorismo e Gestão
Onde PUC-SP
Duração 4 meses
Site bit.ly/2EYqyND
Graduação em Tecnologia em Empreendedorismo e Novos Negócios
Onde Mackenzie
Duração 4 semestres
Site bit.ly/2KKPeN0
Marketing Digital
Onde Núcleo de Empreendedorismo da USP
Duração 13 horas
Site bit.ly/19CQTPd
MBA em Empreendedorismo e Desenvolvimento de Novos Negócios
Onde Unip
Duração 400 horas
Site bit.ly/2MOz4VL
MBA Executivo em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios
Onde FGV
Duração 3 semestres
Site bit.ly/2wSXL8C
Pós em Gestão Empreendedora
Onde Senac
Duração 18 meses
Site bit.ly/2BdTBdi
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | Ser empreendedor é um sonho que passa na cabeça de grande parte dos brasileiros. Para muita gente, serdono do próprio negócio é sinônimo de sucesso, permite ganhos mais altos, dá mais independência e autonomia para fazer as coisas do seu jeito.
O problema é que há uma contradição. Ao mesmo tempo em que sonham em empreender, muitas pessoas também esperam receber um dinheiro certo no fim do mês. Contam com a estabilidade e ignoram o risco. Por isso, tendem a se frustrar ou desistir diante da primeira dificuldade.
Além disso, no Brasil, a maioria das pessoas recebe desde cedo uma formação que prepara apenas para ser empregado e trabalhar para alguém. Uma formação técnica, segmentada e específica. Algo que qualifica para desempenhar uma função em uma empresa, e não para criar seu próprio negócio.
Um engenheiro, por exemplo, aprende tudo sobre engenharia, mas normalmente não é estimulado a desenvolver competências de gestão ou marketing que poderiam ajudá-lo a administrar melhor um escritório, divulgar seu trabalho e conquistar clientes. E a mesma coisa acontece com profissionais das mais diversas áreas.
Com as mudanças no mercado, as inovações e também o aumento do desemprego, esse cenário está se transformando. E cada vez mais universidades têm trabalhado o conceito de empreendedorismo em seus cursos, estimulando a formação de profissionais capacitados para gerir o próprio negócio.
Mas vale lembrar que, para ter uma empresa de sucesso, é recomendável que o dono equilibre três perfis: o técnico, o administrador e o empreendedor.
O técnico é aquele profissional que gosta de executar as tarefas e só pensa em produzir, produzir, produzir. O administrador é aquele que gerencia aquilo que já aconteceu –ele vive no passado, mas, sem ele, a empresa seria um caos. E o empreendedor vive no futuro, criando o caos. Tem muita iniciativa, mas pouca "acabativa".
Um dono de empresa que é apenas empreendedor tende a vender muita coisa, mas não entrega quase nada. Já se for apenas técnico, vai morrer de tanto trabalhar e não vai aproveitar os resultados. E o administrador que não tem o lado técnico nem empreendedor acabará sendo apenas dono de uma empresa organizada, mas sem grandes resultados.
Por isso, empresário tende a ter mais sucesso se equilibrar os três perfis e não se intimidar tanto diante dos riscos. Não é fácil. É preciso trabalhar muito e viver diariamente a consequência de cada acerto e cada erro cometido.
Porém, quem se prepara para ser um empreendedor e se conscientiza das dificuldades que esse projeto envolve, tem muito mais chances de se sentir recompensado e realizado profissionalmente.
Afinal, você poderá tirar aquele antigo sonho do papel e transformá-lo em algo concreto, que leva a sua assinatura. Algo que foi idealizado e executado por você, que carrega sua impressão digital.
Veja a trajetória de seis empreendedores de sucesso
Poucas coisas são tão satisfatórias quanto ser dono da sua própria empresa e transformar sua carreira em uma extensão da sua personalidade. E poucas coisas também são tão complicadas.
Se você entende essa contradição e se atrai pelo risco, talvez esse seja um sinal de que chegou a hora de empreender. Caso contrário, essa história de empreendedorismo pode não servir para você –pelo menos por enquanto.
Américo José é consultor empresarial, palestrante e sócio-diretor da ChertoAtco. É formado em propaganda e marketing
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | Na língua oficial de Bali, "jiwa" significa alma. "É um nome fácil e importante", diz a publicitária Caroline Santis, sócia do Jiwa, Body Mind and Soul. O espaço, dedicado a aulas como ioga e pilates, foi idealizado por ela e pelo marido, Pedro Santos, depois de uma crise com a carreira.
Os dois eram gerentes em uma multinacional: ela no marketing, ele nas finanças. Após passar férias na Ásia, há cinco anos, voltaram decididos a empreender. "Pedimos demissão de manhã, para não ter tempo de mudar de ideia", conta Caroline.
A escolha do empreendimento foi definida depois de um ano de planejamento e pesquisa, até o casal encontrar boas oportunidades em uma área que tivesse a cara deles.
Veja a trajetória de seis empreendedores de sucesso
Praticantes de ioga, eles sentiram que havia uma lacuna no mercado. "Pensamos em um lugar pequeno, com atendimento personalizado", diz ela. O fato de trabalharem com marketing e finanças ajudou. "Para quem não tem essas formações, recomendamos cursos", diz Caroline.
Os dois ainda embarcaram em um sabático de quatro meses, para alinhar as ideias e buscar referências para o Jiwa. "Bali foi a inspiração. Criamos um lugar que cuida do corpo e da alma, sem a pegada fria de uma academia."
Com o plano de negócios pronto e uma ideia de valor que cabia no bolso, alugaram o imóvel e criaram a identidade de marca. Abriram as portas em 2017, com serviços como agendamento de aulas por aplicativo. Hoje, 250 alunos pagam uma mensalidade 30% mais cara que a de uma academia. Têm cinco funcionários e faturam R$ 850 mil ao ano.
As exigências burocráticas quase desanimaram os sócios no início. "Você precisa ser resiliente. Tem que ter advogado, consultoria regulatória etc.", diz Caroline. Além disso, é preciso se preparar para trabalhar muito. "No mundo corporativo, você trabalha de 8 a 12 horas. O empreendedor trabalha 24 horas, mas a diferença é que faz o que ama."
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | Com a preservação dos pilares históricos, herdeiros usam o conhecimento adquirido, sem deixar de levar em conta a experiência de mercado durante décadas para entrar em novos nichos e locais
Fundado há 40 anos no bairro do Morumbi, Cat’s Cabelereiro foca em regiões empresariais para crescer
Transformar uma empresa familiar com anos de sucesso na estrada e adaptá-la aos novos tempos é o grande desafio de vários empresários no Brasil. Tecnologia e expansão no número de unidades têm sido as ferramentas mais utilizadas pelos herdeiros. Tudo isso sem perder o foco da fidelidade aos de clientes antigos aliado a uma atuação mais regional.
Esse é o caso do coreano Mateo Kim, filho de Young Shin Kim, imigrante que chegou ao bairro do Bom Retiro há 30 anos e se estabeleceu na cidade de São Paulo. Conhecido por ser um dos principais polos de comércio de roupa do Brasil, o local serviu de base para que o empreendedor Young iniciasse sua empresa voltada para o segmento moda atacadista.
“A empresa começou com duas lojas no Bom Retiro focada no mercado de confecção de roupas com máquinas. Após 30 anos de experiência familiar dentro desse segmento, Mateo Kim, que cresceu nesse ambiente, decidiu implementar uma sistema de controle interno para o negócio, que aos poucos, foi se desenvolvendo”, conta Gabriel Sanabria, um dos sócios do novo sistema batizado como Houpa!
O executivo afirma que entrou com o conhecimento na parte de Tecnologia da Informação (TI) para o desenvolvimento da nova plataforma e seu sócio, Mateo Kim, contribuiu com o seu know-how a respeito do segmento de confecção de roupas e administração do negócio. “No início, o objetivo era simplesmente agilizar o processo de comercialização de roupas e artigos de vestuário dentro do negócio”, explica Sanabria.
Ele lembra ainda o fato de que a plataforma hoje em dia funciona como uma ponte entre atacadistas de vestuário e pequenos comerciantes de várias regiões do País.
De acordo com Sanabria, atualmente a ferramenta funciona de forma similar ao modelo de marketplace. Tal plataforma já conta com cerca de oito mil empresas cadastradas, das quais em torno de 20% são marcas atacadistas e o restante de usuários revendedores. “Percebemos que muitos lojistas vêm de regiões longínquas do País para comprar roupas no Brás, tendo em vista que é um local conhecido pela qualidade dos produtos. Com isso, nossa plataforma atua também no sentido de poupar o tempo e dinheiro de hospedagem e transporte que esses lojistas gastariam para viajar até São Paulo”, complementou o executivo.
Ainda de acordo com ele, no segundo semestre deste ano, deve acontecer o lançamento de uma nova funcionalidade que permitirá o pagamento entre o varejista e o atacadista dentro do próprio sistema.
“A maioria dessas marcas é de São Paulo. Mas percebemos também um forte movimento bem interessante que vem do Nordeste do Brasil e, obviamente, a região Centro-Oeste tem se fortalecido muito na confecção e comércio de roupas nos últimos anos”, explicou Sanabria.
Beleza
Outro exemplo de empresa familiar que vem ganhando novos contornos com a modernização e a expansão é o Cat’s Cabelereiro. “A primeira unidade do Cat’s foi fundada por meu pai há cerca de 40 anos, no bairro do Morumbi [São Paulo] e hoje são quatro unidades, com a inauguração mais recente no Shopping Parque da cidade, localizado na Chácara Santo Antonio”, conta uma das administradoras e sócias do negócio, Bruna Soares.
Segundo ela, o movimento de expansão da rede só veio após 30 anos de operação da primeira unidade do negócio, que recebia em grande parte clientes que residiam nos arredores do estabelecimento. “Antes de iniciar a fase de abertura de novas unidades, nos preocupamos com a viabilidade da entrada do negócio em determinada região”, argumentou.
Para Bruna, formada em administração e sócia de seus outros dois irmãos, uma das diferenças entre o primeiro local de atuação do cabelereiro e as demais unidades pode ser percebida no perfil dos clientes. “Pelo fato de ser uma empresa familiar, os clientes acabam construindo conosco uma relação próxima, com o passar dos anos. Inclusive acabamos recebendo muitas crianças durante os finais de semana”, complementou a executiva.
Além disso, ela diz que, em virtude do movimento de expansão do negócio se concentrar em regiões com grande volume de empresas, os salões de beleza passaram a receber um público maior de executivos durante a semana. “ Percebemos que houve um crescimento muito grande em nossa unidade na Vila Olímpia por conta disso, mas a maioria do movimento continua sendo em dias como sexta-feira e sábado”, argumentou.
Sobre o perfil da clientela, Bruna afirma que os homens costumam gastar cerca de R$ 130 mensalmente. Já em relação às mulheres, a executiva declara que o tíquete médio está girando em torno de R$ 150 por semana e que o movimento desse grupo de clientes comparece mais aos sábados.
| DCI | | | | Fenômeno das carreiras múltiplas cresce na era digital
Na era da indústria 4.0, em que as tecnologias permitem a integração dos mundos físico e digital e os empregos formais diminuem, aumenta o espaço para a atuação em múltiplas frentes. Profissionais com competências diversificadas podem trabalhar em diferentes projetos.
"É o fenômeno das carreiras múltiplas. A pessoa tem uma formação inicial e vai desenvolvendo competências, de forma a expandir suas possibilidades de atuação, diz Marcia Vazquez, gestora de capital humano na Thomas Case & Associados, consultoria de gestão de carreiras.
Isso pode ser feito de diversas formas: por meio de pós-graduação, cursos livres, programas de coaching e até via participação em grupos de estudo e profissionais.
O neurocientista Gabriel Camargo de Carvalho, 27, já esteve em três frentes distintas de carreira. Enquanto cursava a graduação, na Universidade Federal do ABC, foi trainee em um estúdio de comunicação, onde exercia a função de produtor criativo.
Posteriormente, ainda na mesma empresa, enveredou para a área de ciência de dados. "Percebi uma demanda para medição e gestão de dados e, de certa maneira, minha formação me dava as condições para isso", diz ele.
Hoje, Carvalho empreende e é cofundador de uma startup, a Labora, onde desenvolve uma plataforma para conectar pessoas acima de 50 anos a posições de trabalho que envolvem tecnologia.
Alexandre Attauah, gerente sênior de recrutamento da Robert Half, lembra que o fenômeno das carreiras múltiplas também compreende a realização de duas ou mais atividades de forma paralela.
"Vejo um movimento em que as pessoas começam a tomar coragem para transformar um hobby em profissão. Tem um componente de realização pessoal, mas também de ajuda financeira", diz.
É o caso do engenheiro Danilo Piccolo, 38. Diretor de uma empresa que desenvolve projetos de engenharia industrial, ele também atua como professor universitário.
"Consigo praticar os conceitos que eu ensino e trazer da prática experiências a serem divididas com os alunos."
Ao exercer várias carreiras, o profissional fica mais interessante para o mercado, porque sinaliza criatividade e a possibilidade de contribuir com mais empresas, diz Vazquez. "O RH hoje recruta olhando para um ambiente em constante mudança, e precisa trazer pessoas para funções que ainda nem sabemos quais são", afirma.
| Folha de S. Paulo | | | | O paulistano Mario Mello Freire Neto, 53, diz que sempre foi uma pessoa inquieta e disposta a enfrentar desafios. Engenheiro civil formado pela Universidade de São Paulo, ainda na juventude migrou para o mercado financeiro.
A oportunidade surgiu com um convite para participar da primeira turma de trainee do BankBoston no Brasil, em 1989. "Eu via que o pessoal que trabalhava em banco estava melhor financeiramente e resolvi ir por esse caminho."
Ao longo de mais de 30 anos de carreira, Mello passou por grandes empresas multinacionais. Foi diretor-adjunto do BankBoston e comandou a implantação do Paypal no Brasil, empresa na qual foi presidente de operações da América Latina até 2017.
Veja a trajetória de seis empreendedores de sucesso
Após participar de um curso em Harvard, nos Estados Unidos, passou a ter o desejo de fazer algo pelo Brasil. "Comecei a me incomodar com a situação do país e a me questionar sobre como poderia fazer algo para colaborar com a mudança do cenário."
Mello encontrou no terceiro setor a possibilidade de unir sua experiência de gestão com a vontade de ajudar. "Queria transformar desesperança em mudanças", diz. A frase hoje é lema do projeto criado por ele e que permite uma aproximação entre os cidadãos e o Congresso Nacional: o aplicativo Poder do Voto.
Quando teve a ideia, o passo seguinte foi informar a seus superiores sobre a decisão de sair da empresa. "Fui incentivado a seguir meu coração, mas dar o prazo de um ano para deixar o posto".
Um ano depois, em meio às incertezas das eleições, nascia o projeto de um aplicativo para dar mais transparência às ações dos políticos no Brasil.
A plataforma permite que os eleitores acompanhem votos dos parlamentares, votem em projetos antes deles e cruzem dados para entender quais ações estão sendo adotadas. Em fevereiro de 2019, a ferramenta foi lançada e está disponível ao público.
Para Mello, acostumado a trabalhar em empresas com estrutura e capital, o grande desafio nesse processo foi encarar as dificuldades de lidar com um negócio que começou do zero, sem recursos. "O Poder do Voto não era nada, eu tinha que fazer tudo. Se furasse o pneu, tinha que trocar."
Apesar de ter conseguido reunir R$ 891 mil em doações para realizar o projeto, ele diz que angariar recursos não foi fácil. "Achei que conseguiria levantar as doações mais rápido, mas, no fim, tive que falar com muito mais gente", diz. Hoje, a ferramenta já tem 45 mil usuários.
Segundo o empresário, ele dedica 50% do seu tempo para manter o aplicativo, pelo qual não é remunerado. No resto do tempo, desenvolve outras atividades para manter o equilíbrio financeiro. Ele integra o conselho da Tenda Construtora e do Valor Capital Group. Também presta consultoria a empresas.
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | Empresários elogiam gestão de economista à frente do BNDES e veem com preocupação eventual interferência
O pedido de demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) neste domingo (16) foi visto com preocupação pela iniciativa privada. Há expectativa em relação ao sucessor e temor por interferência política.
Para José Roriz Coelho, ex-presidente da Fiesp (federação das indústrias de São Paulo) e presidente da Abiplast (associação da indústria plástica), Levy era um dos melhores quadros do governo.
“É um excelente nome, foi corajoso ao levantar questões importantes como a redução do tamanho do estado quando ministro do governo Dilma [Rousseff]. É muito ruim perder um nome como ele em um momento como este, em que o Brasil precisa de reformas.”
Sobre a crítica de Jair Bolsonaro à nomeação de Marcos Barbosa Pinto, que trabalhou no governo Luiz Inácio Lula da Silva, para uma diretoria do BNDES, Roriz diz não ver problema na indicação.
“O Brasil precisa de pessoas competentes independentemente de ter passado por governo de esquerda ou direita. Agora devemos ter o mínimo de mexida possível [na equipe econômica] e priorizar a entrega do que foi anunciado.”
A mudança de perfil do banco, que sofreu cortes no orçamento, vinha sendo bem conduzida pelo ex-ministro da Fazenda. “O banco fazia grandes empréstimos mal alocados e agora foca a pequena e média empresa. Seria importante que isso permanecesse”, diz.
A queda de Levy é uma crise mais política que econômica, segundo Fernando Figueiredo, da Abiquim (associação da indústria química).
“O banco está em um momento em que as linhas de crédito não são as mais vantajosas para financiar investimentos empresariais, dedica-se mais a projetos de infraestrutura. Esse perfil é criticado pelo setor [químico], mas não acredito em mudança na linha de atuação”, afirma.
Apesar de elogiar Levy, ele diz que a saída do economista do BNDES não deve ter grande impacto no mercado, desde que a agenda econômica do governo se mantenha.
“É uma pena sua saída, Levy é um nome suprapartidário e tem um nível de qualidade técnica de excelência”, diz Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma (associação de grandes redes de farmácia).
Para ele, Levy teve pouco tempo para mostrar resultados concretos no banco, e sua saída tende a ser mais política.
“Não adiantaria ele ficar em uma posição desgastada [com Bolsonaro] porque prejudicaria o governo e a imagem do Brasil junto ao mercado.”
Mena Barreto diz acreditar na nomeação de alguém alinhado com o discurso de Guedes e Bolsonaro.
“Seria interessante ter alguém do setor privado”, afirma, sobre a possibilidade de Salim Mattar, fundador da Localiza e atual secretário de Desestatização, assumir o cargo.
“A saída é um mau sinal para o mercado do ponto de vista de governança porque o presidente atropelou o ministro Guedes”, afirma Sandro Cabral, professor de políticas públicas no Insper.
A eventual reticência de Levy em cumprir as devoluções de recursos ao Tesouro pelo BNDES pode ter sido um dos fatores de desgaste.
“Guedes prometeu coisas sem exibir cálculos, metas que parecem inexequíveis. A receita que ele esperava do banco [R$ 126 bilhões] certamente ajuda [a desgastar a relação].”
“O governo precisa de um nome com perfil similar ao de Levy, com conhecimento da máquina pública, mas será difícil encontrar quem aceite dado esse histórico”, diz.
No mercado, a chancela que Guedes deu às críticas de Bolsonaro a Levy deve manter sob tranquilidade as operações desta segunda-feira (17), dizem economistas.
Eles consideram, porém, ruim a forma como a situação se desenrolou e avaliam negativamente a saída de Levy do banco público de fomento.
“O fato é ruim porque é mais um problema que vai se acumulando, mas acho que deve ficar um pouco em segundo plano diante de notícias envolvendo a Previdência e também o cenário externo”, diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos.
No sábado (15), após as declarações de Bolsonaro contra Levy, Guedes disse em entrevista a Gerson Camarotti, do G1, que entende “a angústia do presidente”.
“É Bolsonaro sendo Bolsonaro. Considerando isso e que ele agiu sobre um ator que não estava com muita repercussão nem com seu chefe, acho que não terá muito ruído [no mercado] amanhã [segunda-feira]”, diz João Mauricio Rosal, economista-chefe da Guide Investimentos.
Segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a perspectiva de operadores financeiros ao olhar para episódios como esse é entender o que a situação demonstra a respeito da equipe econômica —e, principalmente, sobre a permanência de Guedes.
“O primeiro sinal foi estranho. Mas seria ruim se fosse um evento isolado do presidente, porque o mercado poderia entender como um desmantelamento da equipe econômica”, afirma Vieira.
Rosal diz que, após o BNDES ter sido “um das pernas do desenvolvimentismo de governo do PT”, o banco sofre uma “crise de identidade”. Mas, na sua avaliação, Levy tentou dar os primeiros passos para trazer a instituição “de volta a seu espírito anterior”, de financiamento a empresas menores.
“Um banco de fomento tem de ter carteira pulverizada. Levy, quando assumiu, disse que faria, mas não se reduz e pulveriza uma carteira em três, seis meses. É coisa de ao menos um ano”, diz o economista João Augusto Salles, especialista em análise de bancos.
O mercado está de olho agora em quem substituirá Levy. “Vamos procurar entender como as peças vão se mexer, quem virá no lugar e quem vai ser fortalecido”, diz Rosal.
André Perfeito, economista-chefe da Necton, destaca que a saída de Levy é a primeira baixa na equipe econômica.
“Até agora, a gente imaginava que a economia estava vingada”, diz. Para ele, o nome indicado “tem de ser alguém com algum peso político”.
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-06-2019) | | | | Joaquim Levy pediu demissão da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) neste domingo (16). A decisão foi tomada após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que ele estava "com a cabeça a prêmio".
"Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas", afirmou Levy, em nota.
O economista enviou uma carta a Guedes para comunicar sua decisão. É a primeira baixa na equipe econômica.
Na mensagem divulgada à imprensa, Levy agradeceu pela lealdade da diretoria e dos funcionários do banco.
Entre os nomes cotados para a presidência do BNDES estão os secretários especiais do ministério da Economia Carlos da Costa (Produtividade, Emprego e Competitividade) e Salim Mattar (Desestatização e Desinvestimento).
Nome de confiançade Guedes, a presidente da Susep (Superintendência de Seguros Privados), Solange Vieira, está entre as possibilidades.
No sábado (15), Bolsonaro ameaçou demitir Levy, mesmo sem a anuência de Guedes, que, posteriormente, endossou críticas ao subordinado.
O clima piorou, segundo Bolsonaro, após Levy nomear um executivo que já havia trabalhado no banco durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O advogado Marcos Barbosa Pinto ocuparia a partir desta segunda-feira (17) a diretoria de Mercado de Capitais.
"Essa pessoa, o Levy, já vem há algum tempo não sendo aquilo que foi combinado e aquilo que ele conhece a meu respeito", disse Bolsonaro.
A atuação de Levy no banco vinha gerando irritação também em Guedes. No BNDES, porém, a justificativa para a fritura de Levy apresenta incoerências e é vista como uma disputa de poder dentro do Ministério da Economia.
A primeira questão foi Bolsonaro se mostrar surpreso e indignado com a posse de Barbosa Pinto, uma vez que ele fora sondado por Levy para ocupar o posto antes da posse do novo governo.
A indicação oficial chegou à Casa Civil, e o nome recebeu sinal verde. Na sequência, foi avaliado por diferentes organismos do governo. Passou pelo conselho de administração do banco de fomento, aprovado por unanimidade.
Respeitado no mercado, ele foi sócio de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, na Gávea Investimentos. O nome de Barbosa Pinto foi aprovado, seguindo o Estatuto das Estatais, em assembleia do banco.
Membros da área econômica do governo afirmaram à Folha que Levy tinha dificuldade de atender algumas das principais determinações do governo à frente do banco. Eram três as principais reclamações de Guedes.
A primeira avaliação é que Levy não deu andamento a uma criteriosa revisão das grandes operações feitas pelo BNDES nos últimos anos, principalmente as efetuadas durante as gestões do PT.
Essa era uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro e sua equipe.
O argumento, dizem fontes do banco e até do governo, não é plausível porque o BNDES é investigado há dois anos. Até agora, não foi aberto processo contra nenhum integrante da instituição.
Segundo relatos de integrantes da equipe de Guedes, Levy, que foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff e secretário do Tesouro de Lula, não empenhou velocidade suficiente na venda de ativos em poder do banco.
Desde o começo do ano, no entanto, já foram arrecadados cerca de R$ 13 bilhões com a venda de participações. Era essa área que ficaria sob comando de Barbosa Pinto.
Esse tipo de operação, alegam técnicos da instituição, deve seguir a lógica de mercado, para que se tenha o melhor resultado financeiro.
A carteira do BNDESPar —braço de participações— tem mais de cem investimentos, mas está concentrada em quatro empresas: Petrobras, Vale, Eletrobras e JBS. Diferentes circunstâncias impuseram ritmo mais lento na venda de ações desse quarteto de empresas.
No caso da Petrobras, por exemplo, havia interferência do STF (Supremo Tribunal Federal) na venda da TAG, transportadora de gás da estatal. O negócio já foi liberado.
A venda de ações da Vale vinha bem, até que ocorreu o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), e o preço despencou, inviabilizando uma negociação racional por ora.
A equipe econômica reclama ainda de uma suposta resistência de Levy em devolver recursos do BNDES ao Tesouro no ritmo desejado pelo ministro da Economia.
Guedes já disse que espera receber R$ 126 bilhões do BNDES neste ano, mas Levy não se comprometia com a cifra. Os recursos são tratados como necessários para ajudar no ajuste fiscal do governo.
Fontes próximas a essa negociação contam, na condição de anonimato, que Levy de fato não estava totalmente de acordo em enviar neste ano o montante solicitado, mas discutia um cronograma dos repasses.
É forte no BNDES a leitura de que alguns integrantes da equipe econômica estavam desgostosos com a velocidade das mudanças e decidiram interferir de forma mais direta.
O desejo de parte da equipe é que elas fossem aceleradas. Entre os mais queixosos, contam, está Mattar. Internamente no banco a percepção é que sua interferência teria sido decisiva para colocar Bolsonaro contra Levy.
Integrantes do governo ainda não estão certos de que Mattar, apesar de cotado, tenha perfil para substituir Levy. Procurado pela Folha, Mattar não respondeu.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-06-2019) | | | | A maneira como o presidente Jair Bolsonaro conduziu a demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi recebida por críticas entre pesos pesados do mercado financeiro que temem mais reflexos negativos na visão do investidor estrangeiro sobre o Brasil. A leitura é que, além de desnecessária, a postura do presidente também pode dificultar a atração de bons nomes para o governo.
O pedido de demissão por parte de Levy já era esperado desde a tarde de sábado após Bolsonaro dizer que “sua cabeça estava a prêmio”. Não é de hoje que o governo e a equipe econômica estão insatisfeitos com o desempenho do BNDES na agenda de redução do tamanho dos bancos públicos. Especificamente do lado de Bolsonaro, ainda havia críticas sobre a necessidade de o presidente do BNDES “abrir a caixa preta” de empréstimos feitos durante o governo do PT.
Uma fonte lembra que Levy já foi uma escolha feita pelas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes. Seu nome, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, teve dificuldade de passar pelo “escrutínio” da “direita”. O estopim foi a indicação de Marcos Pinto Barbosa, ex-sócio de Armínio Fraga no Gávea Investimentos, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. Conforme a avaliação, “tirando a forma”, a saída de Levy “já estava precificada”.
O desfecho para a saída de Levy do BNDES desagradou a muitos executivos do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Uma fonte chama atenção para o impacto que a postura de Bolsonaro pode gerar não só no andamento da agenda de recuperação da economia brasileira mas, principalmente, na visão dos estrangeiros em relação ao País. Chega a comparar Bolsonaro com a ex-presidente Dilma Rousseff, bastante criticada no mercado financeiro por sua “postura impulsiva” em determinadas ocasiões.
A avaliação é de que o presidente aparentemente “não está nem aí para o ânimo dos investidores estrangeiros com o Brasil”. E a conclusão é que episódios como este “dificultam um ambiente de estabilidade no mercado”.
O presidente de uma gestora internacional de recursos afirmou que, a despeito de o investidor internacional ser pragmático e gostar da atual equipe econômica, não tem uma imagem tão positiva em relação ao governo Bolsonaro. Ele considera que falta postura ao presidente e reclama da recorrência de episódios desgastantes.
“Agora tem o presidente do BNDES. Antes, foi o presidente dos Correios. Teve também o Santos Cruz. Se a crise Moro crescer… aí começa a ficar complexo”, avaliou.
Para o executivo de um grande banco, apesar da postura de Bolsonaro, o mercado segue otimista com a reforma da Previdência.
| Tribuna PR | | | | Secretários de Fazenda querem acordo antes que Economia tente unificar só impostos federais
As chances de aprovação de uma reforma tributária neste ano aumentaram diante do protagonismo assumido pelo Congresso Nacional, que tirou das mãos do governo a condução de propostas como a Previdência e a unificação de tributos.
Essa é a avaliação feita por secretários de Fazenda de estados e municípios, que já se articulam para negociar com deputados federais e senadores alterações na proposta tributária que tramita atualmente no Congresso.
O objetivo é fortalecer o poder de governadores e prefeitos na gestão da arrecadação.
No fim de maio, a CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45/2019, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
A base do projeto são trabalhos do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), comandado pelo economista Bernard Appy.
O economista Bernard Appy em seminário promovido pela Folha e pelo Instituto Escolhas
O governo federal não participou da elaboração do texto e não apresentou proposta alternativa até o momento. Já os secretários estaduais de Fazenda esperam chegar a um consenso em reunião marcada para o início de julho.
Entre as alterações que ganharam apoio está a concentração da arrecadação em um comitê gestor. Ele teria a presença apenas de estados e municípios, e não da União.
Outra mudança seria a criação de alíquotas diferenciadas para alguns setores.
Diante da possibilidade de o Ministério da Economia tentar aprovar uma reforma que unifique apenas tributos federais, os secretários avaliam ainda qual a melhor estratégia: insistir em um IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) para todas as esferas de governo ou trabalhar apenas pela unificação do ICMS (estadual) e do ISS (municipal).
"A ideia é que a gente apresente uma emenda. Dificilmente teremos 100% [de apoio], mas devemos ter uma ampla maioria", afirmou Rafael Fonteles, presidente do Consefaz (Conselho Nacional de Secretários de Fazenda).
Ele é também secretário de Fazenda do Piauí e, na sexta-feira (14), participou de encontro sobre reforma tributária organizado pela organização social Comunitas.
"Um protagonismo maior é uma condição para o apoio dos estados. A maior parte desse IBS é ICMS e ISS. Eles [estados e municípios] é que repassariam a parte da União. É um projeto ousado, mas é uma das principais condições para apoiarmos a proposta."
Os secretários também tendem a propor três alíquotas com abrangência nacional, cada uma aplicada a um determinado grupo de bens e serviços. Isso seria definido pelo comitê gestor, sem participação federal.
A PEC em seu formato atual dá autonomia para prefeitos e governadores decidirem sua própria alíquota, mas de forma limitada e aplicada a todos os contribuintes da região.
Fonteles manifestou preocupação com a possibilidade já levantada pelo Ministério da Economia de excluir estados e municípios em uma reforma de iniciativa do governo.
Por isso, o grupo técnico do Consefaz elaborou duas propostas: um substitutivo à PEC 45 e outra que trata apenas da unificação de ICMS e ISS. A questão será debatida com representantes de prefeitos na próxima semana.
"A preferência da maioria dos secretários é um tributo amplo. Mas a União está dizendo que acha pouco provável", afirmou Fonteles.
Presente ao encontro, Appy disse que, tecnicamente, prefere um comitê gestor, chamado no projeto de Agência Tributária Nacional, com todos os governantes em pé de igualdade. Ele vê com preocupação a diferenciação de alíquotas entre setores, o que poderia gerar privilégios.
Para Appy, a instituição contribuiu para a proposta em tramitação, mas que agora a discussão será no Congresso. Ele está otimista. "Nunca vi um ambiente tão favorável para aprovar uma reforma tributária como agora."
A PEC 45 prevê converter cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em um único, o IBS, cuja receita seria compartilhada entre União, estados e municípios. Com a mudança, o PIB (Produto Interno Bruto) poderia crescer 10% a mais em 15 anos, diz o CCiF.
| Folha de S. Paulo (publicado em 15-05-2019) | | | | Na comparação com abril de 2018, o IBC-Br apresentou recuo de 0,62% e, no acumulado em 12 meses, teve avanço de 0,72%
índice gráfico calculadora economia inflação calculo
Na comparação com abril de 2018, o IBC-Br apresentou recuo de 0,62% e, no acumulado em 12 meses, teve avanço de 0,72%
A atividade econômica do Brasil iniciou o segundo trimestre com recuo em abril depois de terminar os três primeiros meses do ano com contração, pressionada principalmente pelas vendas varejistas e ratificando as preocupações com o crescimento.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,47% em abril na comparação com março, segundo dado dessazonalizado divulgado pelo BC.
O resultado configurou a quarta queda seguida do IBC-Br na comparação mensal e ainda mostrou piora em relação à leitura de março, quando o índice caiu 0,3%, em dado revisado pelo BC de queda de 0,28% divulgada antes.
O dado de abril ainda frustrou a expectativa de avanço de 0,20% em pesquisa da Reuters.
Na comparação com abril de 2018, o IBC-Br apresentou recuo de 0,62% e, no acumulado em 12 meses, teve avanço de 0,72%.
"A economia continua a operar com alto grau de ociosidade em termos de utilização dos recursos. O avanço na direção da consolidação fiscal em níveis federal e subnacional continuam, em nossa avaliação, sendo essencial para ancorar o sentimento do mercado, sustentar a confiança do consumidor e das empresas e alavancar o que tem sido até agora uma recuperação extremamente rasa e decepcionante", disse em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
Segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve recuo de 0,2% no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses de 2018, na primeira queda trimestral desde o fim de 2016.
Em abril, a produção industrial brasileira registrou avanço abaixo do esperado de 0,3% sobre março, pressionada pela indústria extrativa e mostrando irregularidade.
As vendas varejistas tiveram no mês o primeiro resultado negativo para abril em quatro anos ao recuarem 0,6%, mas o volume de serviços teve alta pela primeira vez no ano, de 0,3%.
A atividade econômica brasileira vem encontrando dificuldades de engrenar diante de uma taxa de desemprego de 12,5% com nível recorde de pessoas subutilizadas e de desalentados, bem como alto grau de capacidade ociosa.
A consolidação fiscal permanece no foco das atenções, destacadamente a da Previdência, com o risco de o país sofrer nova recessão pesando sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro.
A reforma previdenciária é considerada imprescindível para melhorar o sentimento entre mercado, empresas e consumidores, e na véspera o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) apresentou parecer com impacto fiscal total m torno de 1,13 trilhão de reais. O texto, entretanto ainda não tem uma data para ser votado pela comissão especial da Câmara dos Deputados.
As expectativas de crescimento para o Brasil continuam sofrendo seguidos cortes, e a mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a atividade neste ano agora é de crescimento de 1%, indo a 2,23% em 2020.
| DCI (publicado em 14-05-2019) | | | | O Banco Central promete para este segundo semestre de 2019 a abertura de uma consulta pública para a regulamentação do open banking (ou sistema bancário aberto, no qual os bancões terão de abrir mão do monopólio dos dados dos clientes) no Brasil.
As diretrizes básicas, que indicam o que será responsabilidade do BC e o que será autorregulação do setor, foram publicadas em abril. O sucesso do open banking no Brasil, entretanto, depende mesmo é do nível de engajamento e de confiança que as instituições conseguirão de seus clientes. Em um país em que a infraestrutura de internet ainda é falha e as fraudes cibernéticas grandes, isso é um desafio e tanto.
Essa é a conclusão de uma pesquisa inédita da consultoria EY, que procurou medir o potencial do open banking em 13 países, incluindo o Brasil. Para isso, a consultoria levou em conta quatro pilares de avaliação:
ambiente regulatório (o quão propício é o marco regulatório e a política de governo de um país para apoiar um sistema bancário aberto);
potencial de adoção (do sistema pelos consumidores, considerando a forma atual de comportamento deles);
sentimento do consumidor (o que a população pensa sobre o compartilhamento de dados no open banking);
e ambiente de inovação (quão aberto e forte é o cenário do país para promover inovação).
O primeiro pilar está em desenvolvimento, em meio a um cenário otimista, de postura aberta à inovação do Banco Central. No geral, o país também está relativamente bem no pilar "ambiente de inovação" – embora o financiamento possa ser um desafio nesse aspecto – e no pilar "sentimento do consumidor" – provavelmente porque os brasileiros têm usado cada vez mais serviços financeiros pelo celular e meios de pagamento online, apesar dos receios quanto à segurança.
O obstáculo maior está no "potencial de adoção" do open banking: o Brasil aparece na 12.ª posição nesse aspecto, à frente apenas da Argentina. No ranking geral da pesquisa, que ouviu 1.024 consumidores no país, o Brasil está na sétima posição (com score de 4,35 de uma escala de 0 a 10).
Segundo o sócio da EY para o mercado financeiro Rafael Dan Schur, o que empurra o Brasil para baixo em "potencial de adoção" é, principalmente, a falta de acesso à infraestrutura necessária para o uso de open banking por uma grande parcela da população – apenas 13% da população tem assinatura de internet de banda larga (alta velocidade) ante 39% da média dos países pesquisados. O acesso a smartphones chega a 43% ante 69% da média dos demais países da pesquisa."
| Gazeta do Povo (publicado em 16-06-2019) | | | | A Caixa fez uma leitura correta da situação do País e cria condições para melhora da economia ao anunciar a redução nos juros do financiamento imobiliário. Essa é a visão do presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio França, que está animado com as perspectivas para o setor – apesar de a construção civil ter recuado 2% no PIB do primeiro trimestre, as vendas de imóveis em São Paulo cresceram 17% de janeiro a março ante o mesmo período de 2018, segundo o Secovi-SP.
Ele acredita que os bancos vão acompanhar o movimento de queda de juros e que a proposta de indexar o financiamento imobiliário ao IPCA, índice que mede a inflação, pode trazer vantagens para o mercado. “O futuro é, sem dúvida, de taxas indexadas ao IPCA”, diz.
O setor imobiliário vive um aquecimento? O que se pode esperar depois das mudanças anunciadas pela Caixa?
A venda de imóveis aumenta quando há três pilares alinhados: baixo nível de desemprego; bom marco regulatório, que significa legislação segura; e taxa de juros abaixo de dois dígitos. Com a redução dos juros, a Caixa incentiva maior número de pessoas a financiar. Uma vez que se tem demanda, é preciso haver oferta e começa a girar a roda da incorporação: geração de empregos nos canteiros de obras e no fornecimento de material. É bom para pessoas físicas e para a economia brasileira, pois o mercado de construção civil é o que mais emprega.
Por que outros bancos conseguem ter taxas menores que o banco público líder no mercado?
A taxa do crédito imobiliário é dada cliente a cliente. Se ele tem altíssimo relacionamento com o banco, montantes grandes em aplicação e vários imóveis declarados, consegue ter uma taxa de juros muito baixa em outros bancos. Mas são pontos fora da curva, em média, a pessoa que está comprando um imóvel, não tem essa capacidade financeira e não tem acesso a essa menor taxa divulgada.
Em alguns casos compensa manter um financiamento em vez de quitar o valor do imóvel?
O brasileiro precisa aprender a usar o financiamento imobiliário. Às vezes ele quita o financiamento da casa rapidamente e logo financia um carro. É uma coisa absurda. É melhor reduzir o empréstimo imobiliário, deixando recursos para comprar o carro à vista, do que encerrar um financiamento a longo prazo com juros mais vantajosa. Quitar a dívida imobiliária é uma decisão emocional, mas não racional.
O que a indexação ao IPCA pode trazer para o setor?
Os salários são reajustados pelo IPCA, então, tecnicamente, é o índice correto para indexar financiamentos de longo prazo. O financiamento de mercado médio vem da caderneta de poupança, que tem volume limitado. Não podemos deixar que o mercado imobiliário dependa do dinheiro da poupança ou ele nunca vai crescer como pode. Com essa indexação, o banco consegue securitizar sua carteira com emissão de títulos, já que é um indexador conhecido pelos gestores do mercado financeiro, e cria espaço para mais operações de crédito imobiliário. Por isso, o futuro do mercado é, sem dúvida, de taxas indexadas ao IPCA.
O que se pode esperar do setor futuramente?
O volume de estoque está baixando. Como o ciclo de construção é longo (do lançamento até a conclusão da obra são cerca de 36 meses), se houver grande demanda, o preço dos imóveis pode subir. O que a gente pode esperar, com a economia do País mais estável no futuro, é a correção de preço em relação ao que se cobra no metro quadrado em outras cidades do mundo.
| Tribuna PR | | | |
A balança comercial encerrou o mês de maio com um superávit de US$ 6,3 bilhões, segundo os dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgados nesta segunda-feira, 17, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado acumulado no ano foi de um superávit de US$ 22,1 bilhões.
Em valor, as exportações cresceram 10% em maio de 2019 ante o mesmo mês de 2018. As importações aumentaram 12,9% no período. No acumulado do ano até maio, as exportações recuaram 0,9% em relação ao mesmo período de 2018, enquanto as importações cresceram 1,8%.
Em termos de volume, o destaque foi o crescimento de 27,5% nas exportações da indústria de transformação em maio deste ano ante o mesmo mês do ano passado. Por outro lado, houve queda nas vendas externas da agropecuária e da indústria extrativa.
“É um resultado a ser observado, pois essa melhora não se explica pelo desempenho do setor automotivo. No caso, foram exportações de bens semiduráveis e intermediários que explicam o resultado. Como observado, no caso dos bens semiduráveis, exportações de calçados e confecções e nos intermediários, o elevado aumento (próximo a 50%) se deve a uma base reduzida de exportações em maio de 2018”, ponderou a FGV, em nota oficial.
As exportações para os Estados Unidos aumentaram em 72% em maio de 2019 ante maio de 2018, puxadas por óleo bruto de petróleo e semimanufaturados de ferro e aço.
As exportações para a Argentina vêm registrando recuos desde o início do ano, devido à crise econômica do país vizinho. No caso da China, as vendas mostram desaceleração ou queda desde março, informou a FGV.
| Tribuna PR | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) desacelerou de 0,12% na primeira quadrissemana de junho para 0,04% na segunda leitura do mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (17).
Segundo a instituição, cinco das oito classes de despesas arrefeceram no período, sendo que a maior contribuição para o alívio no indicador partiu do grupo Transportes (0,18% para -0,27%). O destaque nesse segmento foi o item gasolina, que passou de 0,79% para -0,71%.
O grupo Habitação também teve decréscimo na taxa de variação, de 0,40% para 0,28%, sob influência de tarifa de eletricidade residencial (1,01% para -0,13%), que já deflaciona com a mudança da bandeira amarela para bandeira verde.
No caso de Alimentação, houve ampliação da queda, de -0,49% para -0,55%, com a ajuda de frutas (-3,69% para -4,26%). Também registraram desaceleração no período os grupos Despesas Diversas (0,01% para -0,35%), com a contribuição de bilhete lotérico (2,03% para -10,56%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,43%), com destaque para medicamentos em geral (0,94% para 0,61%).
Por outro lado, apresentaram aceleração entre a primeira e a segunda quadrissemana de junho os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,60% para 1,11%), Comunicação (-0,35% para -0,05%)
e Vestuário (0,31% para 0,35%). Nesses segmentos, a FGV destaca o comportamento de passagem aérea (6,87% para 21,83%), pacotes de telefonia fixa e internet (-1,45% para -0,08%) e roupas (0,34% para 0,48%), respectivamente.
Influências individuais
Os principais itens que contribuíram para a baixa do IPC-S na segunda leitura de junho foram etanol (-1,10% para -3,86%), tomate (apesar da deflação menor, de -11,49% para -9,55%), batata inglesa (-8,17% para -10,01%), laranja pera (-6,96% para -8,77%), além de gasolina.
Já as maiores influência individuais de alta foram plano e seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,64%), show musical (mesmo com a desaceleração de 3,19% para 2,96%), taxa de água e esgoto (0,94% para 1,04%) e aluguel residencial (0,34% para 0,37%).
| Tribuna PR | | | | Na esteira dos dados mais recentes de atividade econômica, a expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 passou de 1,00% para 0,93%, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,24%.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de expansão do PIB de 2,23% para 2,20%. Quatro semanas atrás, estava em 2,50%.
Na última sexta-feira, dia 14, o BC havia informado que seu Índice de Atividade (IBC-Br) cedeu 0,47% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve queda de 0,62%.
A projeção do BC para o crescimento do PIB em 2019 é de 2,0%. Esse porcentual deve ser atualizado no fim do mês, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No Focus agora divulgado, a projeção para a alta da produção industrial de 2019 foi de 0,47% para 0,65%. Há um mês, estava em 1,47%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 3,00% para 2,80%, ante 3,00% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 passou de 56,23% para 56,10%. Há um mês, estava em 56,10%. Para 2020, a expectativa foi de 58,60% para 58,43%, ante 58,30% de um mês atrás.
| Tribuna PR | | | | Depreciação depende mais da aceitação de mercado do que de alterações
Um estudo feito pela KBB Brasil, empresa especializada na precificação de veículos, mostra que comprar um carro que vai sair de linha em breve não significa perder dinheiro no futuro. A depreciação depende mais da aceitação de mercado do que das alterações entre um modelo e outro.
A empresa lembra que o ciclo de vida de um automóvel dura de cinco a oito anos, com uma atualização estética no meio desse período.
A revolução vem na troca de geração —como ocorre de tempos em tempos com os sedãs Honda Civic e Toyota Corolla— ou no fim de produção, a exemplo do Ford Fiesta nacional. A KBB analisou o quanto essas mudanças impactam no valor do carro.
Segundo o estudo, ocorre grande redução no preço quando o veículo está prestes a sair de linha e uma queda menor se há só o redesenho.
Entretanto, a taxa de depreciação nos anos seguintes não tem alteração significativa, mantendo basicamente o mesmo percentual tanto para o veículo renovado como para o seu antecessor.
Os cálculos foram baseados nas diferentes gerações do Corolla XEI produzidas no Brasil, todas reconhecidas pela boa aceitação no comércio de usados. Um exemplo prático ajuda a entender a conta.
Imagine que um automóvel custe R$ 100 mil. Quando a nova geração está prestes a ser lançada, é preciso conceder descontos para reduzir os estoques do “velho”, embora ainda seja um zero-quilômetro. O preço cai para R$ 90 mil e ainda pode haver outros estímulos à comercialização.
Então o carro novo chega às lojas com visual modificado e outros equipamentos. O valor pedido sobe para R$ 110 mil.
Ao pensar em uma venda futura, o comprador ficará tentado a investir no veículo mais atual —e mais caro—, na esperança de obter um retorno maior na hora da troca.
Contudo, o que a KBB mostra é que ambos têm basicamente os mesmos índices de desvalorização. Se em dois anos esses carros perderem 20% do valor, quem pagou R$ 90 mil terá um automóvel que vale R$ 18 mil a menos. Já o prejuízo de quem optou pelo mais atual será de R$ 22 mil.
De acordo com a empresa de precificação, “o que mais influencia a taxa de desvalorização de uma geração é o seu desempenho no mercado (volume de vendas, aceitação dos consumidores, credibilidade, liquidez etc.)”.
O estudo confirma: vale a pena investir em carros novos que estejam prestes a mudar, desde que tenham bom histórico de vendas e condições atraentes para compra. É o que vai acontecer neste ano com o próprio Corolla e também com os campeões de emplacamentos no Brasil: Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
Se o motorista não fizer questão de adquirir o modelo mais recente do mercado, poderá gastar menos e ainda assim colocar na garagem um veículo zero-quilômetro com garantia de fábrica.
Eduardo Sodré - Jornalista especializado no setor automotivo.
| Folha de S. Paulo (publicado em 15-06-2019) | | | | O processo de adaptação dos negócios a um ambiente cada vez mais dinâmico e complexo revela a necessidade de decisões mais ágeis e eficientes. Essas necessidades podem ser atendidas por meio das tecnologias e conceitos relacionados a Indústria 4.0. No entanto, as empresas têm voltado seu foco apenas para a implantação de tecnologias, não devotando atenção suficiente às extensas implicações que este fenômeno tem em seu planejamento estratégico.
A implantação da Indústria 4.0 requer mudanças organizacionais e culturais, ou seja, esta revolução significa muito mais do que a conexão de máquinas e produtos via internet, mas representa uma mudança de paradigma.
O primeiro passo em direção a adequação a este contexto consiste em averiguar o grau de maturidade de cada empresa em diferentes aspectos, contemplando também a digitalização da produção e dos processos de negócio. Partindo disso, planos e modelos apropriados podem ser traçados, permitindo a implantação eficiente dos conceitos da Indústria 4.0.
Este e outros tópicos dentro do tema Digitalização da Produção e Produção Digitalizada serão apresentados e discutidos por profissionais da academia e indústria no 24º Seminário Internacional de Alta Tecnologia. Venha discutir esses desafios e oportunidades conosco e fazer parte dessa revolução da tecnologia!
O seminário traz palestrantes de renome internacional. As palestras serão realizadas nos idiomas inglês e português, com tradução simultânea. Os participantes receberão certificado de participação e os Anais com os artigos apresentados.
Para outras informações, acesse: http://scpm.eng.br/ ou entre em contato pelo telefone: (19) 3124-1792 ou email: scpm@scpm.eng.br
| cimm | | | | O diretor de Negócios para América do Sul da empresa holandesa TNO Defesa & Segurança, Wim de Klerk, avalia que tecnologias que nortearão a indústria 4.0, como a internet das coisas e o big data, colaborarão de forma decisiva para tornar o mundo mais seguro. O quanto a defesa ganhará com a inovação ainda é uma incógnita, mas o holandês é categórico quanto aos avanços que o setor de defesa tende a obter.
“Acreditamos que com internet das coisas e big data faremos mais, tornando o mundo mais seguro. A informação em tempo real estará no centro das operações”, afirmou Klerk. Ele participou nessa terça-feira (11), em São Paulo, do painel sobre tendências da inovação na área de defesa, que fez parte da programação do segundo dia do 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae.
“É possível até que possamos fazer a previsão de crimes se estivermos na posição de podermos prever para nos proteger”, completou o holandês, referindo-se a um futuro não muito distante em que a interação em tempo real poderá permitir inclusive a substituição de policiais por robôs capazes de operar na área da segurança.
Wim de Klerk alertou, no entanto, que no setor da defesa há uma grande atenção em relação ao risco do mau uso de tecnologias. Segundo ele, é importante que inovações não caiam em mãos erradas. Ele observou que, em tese, será possível produzir armas e munições em impressoras 3D. A TNO Defesa & Segurança atua em cooperação com o governo holandês e pretende firmar parcerias com universidades brasileiras para investir em pesquisa e inovação.
CAÇA GRIPEN – Também palestrante do painel sobre defesa, Lisa Åbom, vice-presidente de Tecnologia da empresa aeroespacial Saab (Suécia), detalhou a parceria da companhia sueca com o Brasil na produção do caça Gripen, desenvolvido para uso da Força Aérea Brasileira (FAB). A inovação está na raiz da produção da aeronave, projetada para operar até a década de 2060.
“A nossa aeronave é projetada para voar até 2060. Mas vai haver mudanças tecnológicas com muita rapidez. Por isso, precisamos de um sistema que possa ser atualizado com frequência para fazermos qualquer tipo de up grade. Nosso principal desafio hoje é conseguir nos abrir, ver o mundo de fora, e deixar que essas inovações venham a partir do contato com a academia e com startups”, detalhou a executiva sueca.
Lisa acrescentou que inovações como a inteligência artificial e o big data transformarão o setor e propiciarão mais segurança. Ela detalhou que todo o processo de produção do Gripen é feito primeiramente em computadores, o que minimiza erros. “Qualquer erro é resolvido antes do fim do projeto. Antes dos voos, simulamos e detectamos cada ponto a ser aprimorado. Assim, todos os erros e enganos são sanados antes de sequer fabricarmos as peças. Isso é Indústria 4.0 e digitalização”, disse.
| CIMM | | | | Quem quiser investir em um veículo zero quilômetro no Brasil precisa desembolsar pelo menos R$ 30 mil, preço do automóvel mais barato à venda no País. “É um valor nada acessível às pessoas mais jovens e por um bem que vai ficar parado, ocioso, na maior parte do tempo”, diz Ivan Gorski, fundador e presidente da Gaia Electric startup brasileira que acaba de abrir a pré-venda do modelo Zero, um triciclo elétrico que promete eficiência em deslocamentos em cidades e em viagens curtas e foi apresentado no ABX19 no fim de maio.
Com a clareza de que há um amplo espaço no mercado entre as gerações Y e Z que gostam de ter um carro à disposição, mas não se identificam exatamente com o modelo tradicional de posse, a Gaia entrega o veículo já inserido em uma plataforma digital e conectado à internet, diz o executivo.
O aplicativo da marca permite travar e destravar a porta, dar a partida e restringir a área de circulação do Zero. “Por exemplo, um pai que queira limitar o deslocamento do filho com o modelo pode fazer isso pelo celular”, conta. O sistema também já virá com a opção de compartilhamento do ativo nas horas de ociosidade, gerando renda para o proprietário.
Para dirigir o modelo, é preciso ter habilitação para pilotar motocicleta. Como não é um veículo fechado, Gorski projeta que o mercado do Gaia Zero não está nas megacidades, mas em concentrações urbanas menores, em que o condutor não fique parado no trânsito correndo risco de ser assaltados, por exemplo.
“A ideia não é copiar o uso dos carros elétricos que vemos na Califórnia, mas entregar uma solução que se adapte verdadeiramente às necessidades brasileiras”, resume.
Bagagem do setor de tecnologia
Por este recursos Goski rejeita o rótulo de montadora para a Gaia. “Somos uma empresa de tecnologia”, diz. É justamente nesse mercado que o executivo trabalhou a vida toda, com passagens pelo UOL, Yahoo e LinkedIn. Ele lembra que, em um certo momento, vislumbrou um espaço vago na oferta de soluções de mobilidade. “Pensei em fazer a Gaia e fui pesquisar qual seria a concorrência. Foi aí que constatei que a indústria automotiva estava parada, sem nenhuma movimentação nessa área”, diz.
O executivo aponta que as iniciativas que mais balançaram a visão tradicional sobre o carro e o seu uso recentemente vieram, na verdade, de empresas de fora do setor tradicional, como a Uber e a Tesla, que apesar de vender baixo volume de carros elétricos, deu impulso para que as montadoras passassem a oferecer a tecnologia ao público.
“Há um movimento de defesa das coisas como elas sempre foram na indústria automotiva. As empresas precisam entender que é preciso atender a demanda do cliente, ainda que ela vá contra o seu negócio”, diz Gorski, citando um aprendizado que acumulou ao longo dos anos no setor de tecnologia.
Preço alto, custo baixo
O executivo fez o aporte inicial de R$ 500 mil na Gaia do próprio bolso e contratou pessoas do mercado para projetar o veículo e concretizar o projeto. A startup levantou capital em duas rodadas de investimento cujo valor Gorski não revela. Dezoito meses depois, o resultado é um veículo capaz de transportar duas pessoas e rodar 200 quilômetros com investimento de apenas R$ 8 reais em energia elétrica.
O lado ruim da moeda, no entanto, é que o preço do modelo é ainda mais salgado do que o de um carro de entrada, estimado em mais R$ 60 mil. O empreendedor justifica que o valor poderá ser diluído em prestações e coberto com a renda gerada pelo compartilhamento do modelo. “Flexibilizamos o ativo para que ele caiba no bolso e no uso das pessoas”, diz.
“Também não estamos mirando apenas no usuário final”, lembra. Segundo ele, o Zero poderá ser usado como uma plataforma aberta para outras empresas de mobilidade. Um serviço de veículos compartilhados, por exemplo, poderá incorporar o modelo. Outra possibilidade é a venda para frotas de empresas. “Uma empresa de serviços, por exemplo, pode economizar muito em combustível.”
Com essa abordagem de testar a adesão do veículo e adaptar o Zero às diferentes finalidades de uso, a Gaia abriu a pré-venda do veículo: são R$ 300 completamente reembolsáveis, conta. Afinal, a resposta mais importante sobre o real potencial do modelo de negócio desenhado pela startup virá do mercado. Por isso a produção já começou na estrutura da empresa em Manaus, usufruindo dos incentivos fiscais da região.
| CIMM | | | | Resultado trimestral mostrou queda tanto nas exportações quanto nas importações de bens industriais
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que é definido pela produção industrial interna descontadas as exportações e acrescidas as importações, registrou queda de 0,2% em abril em relação ao mês de março, na comparação com ajuste sazonal. Na avaliação trimestral, de fevereiro a abril, o recuo foi de 1,4%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 13/06, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A análise aponta que a produção interna líquida (descontadas as exportações) caiu 0,3% em abril em relação ao mês anterior, enquanto as importações de bens industriais recuaram 0,9% no período.
O resultado foi heterogêneo na análise das grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de capital e de bens de consumo mostraram crescimento de 0,3% e de 2,6%, respectivamente, frente a março. Já a demanda interna por bens intermediários caiu pelo terceiro mês consecutivo, com retração de 1,3%.
Com relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação teve alta de 1,6% em abril em relação ao mês de março. Na classificação setorial, de um total de 22 segmentos, dezoito mostraram crescimento, com destaque para o consumo aparente de produtos farmoquímicos, que cresceu 10,2%, e para a demanda por alimentos, que teve aumento de 8,6%. Já a demanda nas indústrias extrativas seguiu com alta volatilidade, ainda por conta dos efeitos associados ao acidente na barragem de Brumadinho. Após o avanço de 13,8% em março, o setor voltou a ter forte recuo em abril, com queda de 25,3% frente a março.
Na comparação interanual, com abril de 2018, o Indicador Ipea de Consumo Aparente mostra recuo de 7,6% na demanda interna por bens industriais. Esse desempenho voltou a ser pior que o da produção industrial, que encolheu 3,9% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado negativo foi observado em todas as categorias na comparação com abril do ano passado, com destaque para o segmento de bens intermediários, que caiu de 6,9%.
| CIMM | | | | Os dados são do The Future of Jobs, levantamento publicado pelo Fórum Econômico Mundial e mostra que a realidade do mercado de trabalho já está modificada pela automação industrial
Quase 50% das empresas esperam que a automação leve a alguns redução de sua força de trabalho em tempo integral até 2022. Entretanto, a expectativa para o futuro dos empregos ainda é positiva. A partir de uma nova divisão de trabalho, poderão ser criadas até 2020, 133 milhões de novos postos de trabalho que integram máquinas e humanos. Os dados são do relatório The Future of Jobs, publicado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial.
A chamada quarta revolução industrial ocupou o centro do palco da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em Davos, a Suíça. O termo é usado por especialistas para referência a chegada de novas tecnologias, como inteligência artificial, automação industrial e a impressão 3D, entre outras. A questão é que a chegada desta onda está mudando a forma como as nações vivem e trabalham.
Seguindo a linha otimista para a chegada da tecnologia, o levantamento aponta que 38% das empresas pesquisadas esperam estender sua força de trabalho à novas melhorias de produtividade e funções, e mais de um quarto espera que a automação leve à criação de novos papéis em sua empresa. De acordo com o especialista em automação industrial, Marcelo Miranda, o mercado global precisa acompanhar o ritmo das mudanças.
Empresas, governos e organizações estão lutando para seguir o passo acelerado da implementação tecnológica da indústria 4.0 e não deixar que o Brasil fique para trás nessa revolução, que é a primeira do mundo globalizado. Ao passo que a inteligência artificial irá eliminar alguns empregos, uma nova demanda por novas habilidades humanas está surgindo”, analisa o CEO da Accede Automação Industrial, com sede no estado de São Paulo, reconhecido como o maior polo econômico e industrial do Hemisfério Sul e o maior centro de negócios da América Latina.
Cerca de metade dos principais empregos atuais – a maior parte do emprego em todos os setores – permanecem estáveis no período até 2022. Entretanto, o relatório apontou ainda que, de fato, alguns postos de trabalho serão extintos com a chegada da automatização: 75 milhões de empregos poderão ser substituídos. A medida que as relações de emprego mudam, esse número faz com que a exigência intelectual para trabalhadores do futuro seja ainda maior.
“É o momento de focar no aumento do valor econômico por meio de novas atividades, melhorar a qualidade do trabalho tradicional. Como? Aumentando as habilidades de seus funcionários, colocando-os como extraordinários, executando tarefas de alto valor agregado, que precisam ser feitas por trabalhadores humanos”, orienta Miranda, que tem experiência de mais de 20 anos no segmento industrial.
4ª REVOLUÇÃO NO BRASIL
No Brasil, a passos tímidos, as empresas têm começado a implementar a 4ª revolução industrial. Atualmente, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que é ligada ao Ministério da Indústria e Comércio (Mdic), menos de 2% das empresas estão inseridas neste conceito global. Entretanto, a expectativa é positiva, em dez anos, 15% das indústrias de todo o território nacional devem atuar no conceito da indústria 4.0.
| CIMM (publicado em 16-06-2019) | | | | Dados da B3 mostram avanço do CDC e recuo de consórcios para autos e comerciais pequenos
A venda a prazo de automóveis e comerciais leves novos somou de janeiro a maio 529,6 mil unidades e anotou alta de 4,6% sobre iguais meses do ano passado. O número inclui vendas parcelas por Crédito Direto ao Consumidor (CDC), consórcio, leasing e foi divulgado pela B3, empresa de infraestrutura do mercado financeiro.
Os dados da B3 mostram que o crescimento em veículos leves é sustentado pelo CDC. Analisada isoladamente, essa modalidade anotou alta de 16% em autos e comerciais leves, enquanto os consórcios recuaram 4,5%.
A negociação a prazo de veículos pesados zero-quilômetro teve alta expressiva de 40,6%, com 48,8 mil financiamentos. O crescimento é pouco menor que o anotado em iguais meses nos emplacamentos de caminhões e ônibus divulgados pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionários.
O pequeno crescimento do PIB e o agronegócio favoreceram a venda de caminhões e algumas capitais vêm renovando suas frotas de ônibus.
Para as motos, as vendas parceladas anotaram 307,9 mil unidades e crescimento de 15,5% sobre iguais meses de 2018. Essa alta é ainda mais próxima àquela registrada nos emplacamentos (17,6%) e decorre especialmente do aumento da oferta de crédito pelas financeiras.
Também de acordo com a B3, o somatório de leves, pesados e motos atinge 889,9 mil veículos parcelados e alta de 9,7% sobre os mesmos cinco meses do ano passado.
NOS USADOS, ALTA DE 7,9% PARA VEÍCULOS LEVES
O levantamento da B3 mostra que de janeiro a maio 1,4 milhão de automóveis e comerciais leves usados foram parcelados. O volume é 7,9% maior que o registrado nos mesmos cinco meses de 2018. Essa alta é bem superior àquela anotada nas transferências, que cresceram pouco mais de 1% para os veículos leves.
Para os pesados, o financiamento de modelos de segunda mão cresceu 13,5%, bem menos do que os novos, com 58,5 mil unidades vendidas a prazo. Para as motos, a alta nas usadas foi de 19,8%, com 70,3 mil financiamentos. Esse crescimento decorre da maior presença de financeiras dentro das concessionárias, que alavancam a venda de motos novas e ajudam a girar o mercado de usadas.
| Automotive Business (publicado em 13-06-2019) | | | | O alumínio é um dos materiais mais promissores para a indústria aeronáutica e automobilística, e uma equipe da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia da Rússia não tem medido esforços para aumentar ainda mais esse potencial.
Eles recentemente fabricaram uma liga de alumínio com a resistência do titânio, logo depois que outras equipes apresentaram uma liga superforte de alumínio que supera o aço inoxidável e sintetizarem um alumínio que flutua na água.
Agora, Torgom Akopyan e seus colegas descobriram uma forma simples e eficiente de fortalecer os materiais compósitos à base de alumínio.
Para isso, eles doparam fortemente - mais de 15% do volume final são dopantes - o alumínio fundido com níquel e lantânio, criando um material (Al-Ni-La) que combina os benefícios dos materiais compósitos e das ligas metálicas, apresentando simultaneamente flexibilidade, força e leveza.
Do pó à fusão
Hoje, o alumínio é reforçado principalmente com pós em escala nanométrica (nanopós), mas o processo é caro e demorado, com os resultados nem sempre justificando os custos. Por exemplo, obter um aumento na resistência entre 5 e 20% pode ter um custo na plasticidade que vai de dezenas de pontos percentuais até várias vezes. Além disso, as próprias nanopartículas não são tão pequenas quanto seria desejável para se tirar proveito na formação dos cristais da liga, além de comporem um percentual volumétrico pequeno.
A equipe russa resolveu esse problema de reforço não uniforme e baixa densidade trocando a técnica dos nanopós por uma técnica de fusão. Com isto, após a cristalização da liga Al-Ni-La, o diâmetro das partículas de dopagem fica na faixa dos 30 a 70 nanômetros. E, graças à cristalização "natural", as partículas ficam distribuídas uniformemente, formando uma estrutura de reforço. Assim, o compósito torna-se mais forte e mais flexível do que seus análogos feitos a partir do pó.
"Nosso composto já demonstra características melhores do que seus análogos. No entanto, não vamos parar por aqui, e no futuro planejamos continuar trabalhando na criação de versões mais avançadas, complexas (3, 4 e mais fases) e mais baratas. O ciclo de produção desses compósitos incluirá o uso de alumínio de pureza técnica e componentes de liga mais baratos," anunciou Torgom.
| CIMM (publicado em 16-06-2019) | | | |
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