Segue material compilado das Medidas emergenciais anunciadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal atualizado conforme levantamento realizado pela Coordenação de Relações Governamentais da FIEP, sendo incluídas as seguintes informações:
Resolução nº 10, de 20 de julho de 2020, do Ministério da Cidadania. Altera o Calendário de Reuniões do Conselho Nacional de Assistência Social, para o exercício de 2020, aprovado pela Resolução CNAS nº 39, de 15 de outubro de 2019, em decorrência da pandemia.
Portaria nº 17.296, de 17 de julho de 2020, do Ministério da Economia. Regulamenta a realização de reunião de julgamento não presencial, por videoconferência ou tecnologia similar, prevista no Regimento Interno do CARF.
Portaria nº 100, de 16 de julho de 2020, do Ministério da Educação. Dispõe sobre a suspensão excepcional dos prazos de parcelamento de créditos não tributários da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes não inscritos em dívida ativa.
Portaria nº 1.792, de 17 de julho de 2020, do Ministério da Saúde. Altera a Portaria nº 356/GM/MS, de 11 de março de 2020, para dispor sobre a obrigatoriedade de notificação ao Ministério da Saúde de todos os resultados de testes diagnósticos para SARS-CoV-2 realizados por laboratórios da rede pública, rede privada, universitários e quaisquer outros, em todo território nacional.
GOVERNO ESTADUAL
Resolução SESA nº 913/2020, da Secretaria da Saúde. Revoga a Resolução SESA n° 855/2020, que determina às indústrias de abate e processamento de carnes em todas as suas plantas frigoríficas a adoção de medidas de prevenção e controle da transmissão do SARSCoV-2 no âmbito do Paraná".
Resolução Ad Referendum nº009/2020 - Conselho Estadual dos Direitos do Idoso, da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho. Designa, AD REFERENDUM, a aprovação da proposição da criação de um Gabinete de Crise do Estado para o Enfrentamento à COVID-19 entre as Secretarias de Estado da Justiça, Família e Trabalho – SEJUF, e a Secretaria de Estado de Saúde – SESA, para intervenção e acompanhamento das situações emergenciais nas Instituições de Longa Permanência – ILPIs no Estado Paraná.
GOVERNO MUNICIPAL
Portaria nº 006, de Fazenda Rio Grande. Dispõe sobre a instituição do Plano Municipal de Contigência no âmbito da Secretaria Municipal de Assistência Social para enfrentamento ao COVID-19.
Decreto nº 843, de Toledo. Estabelece novas medidas para a implementação das ações de enfrentamento da pandemia decorrente da propagação do vírus Sars-Cov-2, causador da patologia Covid-19, no âmbito do Município de Toledo.
Lei “R” Nº 46, de Toledo. Dispõe sobre as medidas que poderão ser adotadas no âmbito de competência do Município de Toledo para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da propagação do vírus Sars-Cov-2, causador da patologia Covid-19, institui infrações e penalidades e define o processo administrativo sanitário enquanto perdurar o estado de emergência ou de calamidade pública.
Decreto nº 853, de Toledo. Altera o Decreto nº 843/2020, que estabeleceu novas medidas para a implementação das ações de enfrentamento da pandemia decorrente da propagação do vírus Sars-Cov-2, causador da patologia Covid-19, no âmbito do Município de Toledo.
Decreto nº 858, de Toledo. Altera o Decreto nº 843/2020, que estabeleceu novas medidas para a implementação das ações de enfrentamento da pandemia decorrente da propagação do vírus Sars-Cov-2, causador da patologia Covid-19, no âmbito do Município de Toledo
Decreto nº 933, de Curitiba. Abre crédito adicional suplementar de R$ 2.270.260,87, para reforço de dotação consignada no vigente orçamento.
Decreto nº 1.004, de Maringá. Dispõe sobre medidas adotadas para fins de enfrentamento da pandemia decorrente do coronavírus (covid-19).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) adota novas regras para amparar as atividades no município durante a pandemia do novo coronavírus.
O Decreto 940, com validade a partir de sua publicação nesta terça-feira (21/7), atualiza o funcionamento para o comércio e outras atividades na capital.
O novo decreto traz restrições de horários para funcionamento de alguns ramos e atividades com maior potencial de contaminação seguem suspensas.
A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, destaca que se trata de uma proposta que disciplina as atividades, tomando os cuidados necessários para evitar a transmissão da covid-19.
“Buscamos o equilíbrio, para que a cidade possa seguir funcionando, com todos os cuidados com a saúde da população e com o controle do vírus”, diz Márcia.
“A efetividade das ações, no entanto, depende muito da colaboração de todos. Temos de fazer parte de um pacto de responsabilidade, entre município, empresários e a sociedade.”
Os critérios para a tomada das medidas são: evitar aglomerações e restringir acúmulo de circulação (incluindo nos horários de pico do transporte coletivo).
Curitiba continua, desde 13 de junho, na bandeira laranja, o que indica nível de alerta médio para o novo coronavírus. O novo decreto revoga o 810, que vigorou desde junho, tendo sido suspenso durante a vigência do Decreto Estadual 4942, expirada em 14/7.
Regras
Todas as atividades na cidade precisam cumprir as determinações de distanciamento social, uso de álcool em gel, entre outras medidas contidas na Resolução 001.
A análise do impacto do vírus na capital é diária, sendo que as medidas são adotadas de acordo com o cenário da cidade. (Veja aqui como funciona o sistema de bandeiras.)
Segundo a secretária, caso seja necessário, o município vai aplicar medidas mais restritivas.
Huçulak lembra que desde o registro dos primeiros casos em Curitiba, em 11 de março, a Saúde trabalha com o cenário de que a curva de transmissão subiria na capital durante o inverno.
Confira as novas medidas
FICAM SUSPENSAS AS SEGUINTES ATIVIDADES:
Atividades de entretenimento com ou sem música (tais como casas de show, festas, teatros, circo e atividades correlatas), eventuais ou periódicas, bem como estabelecimentos destinados eventos sociais e atividades correlatas, além do voltados a feiras técnicas ou de varejo, mostras comerciais, congressos, convenções e outros.
Bares e atividades correlatas
Parques e praças esportivas
Atividades físicas aquáticas e práticas esportivas coletivas
Clubes sociais e esportivos, podendo manter o funcionamento das atividades permitidas nos estabelecimentos de rua (como lanchonetes e restaurantes, academias e salões de beleza), dentro das regras de cada área (veja mais a seguir).
FUNCIONAMENTO COM RESTRIÇÕES:
Comércio de rua não essencial: atendimento ao público entre 10h e 18h, de segunda a sexta-feira, com proibição de funcionamento aos sábados e domingo permitido apenas para a modalidade delivery.
Shopping centers: podem funcionar de segunda a sexta-feira, entre 12h e 20h, devendo permanecer fechados nos fins de semana. Os serviços de alimentação que funcionem nesses locais poderão operar nos fins de semana apenas na modalidade delivery (e-commerce), sem restrição de horário; drive-thru e retirada em balcão estão vetados nesses estabelecimentos
Galerias e centros comerciais: das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira, com proibição de funcionamento aos sábados e domingos. Os serviços de alimentação que funcionem nesses locais poderão operar nos fins-de-semana apenas na modalidade delivery (e-commerce), sem restrição de horário.
Restaurantes e lanchonetes: até às 22h, de segunda a sábado. Após esse horário e aos domingos, podem funcionar apenas na modalidade delivery e drive-thru.
Mercados, supermercados e hipermercados: de segunda-feira a sábado, sem restrição de horário. Aos domingos, não podem funcionar em nenhuma modalidade de atendimento.
Panificadoras e padarias: de segunda a sábado até às 22 horas, sem consumo no local. Aos domingos, das 7h às 18h.
Comércio de produtos e alimentos para animais: de segunda-feira a sábado, sem restrição de horário, sendo no domingo permitido atendimento de delivery e drive-thru.
Feiras livres: de segunda a sexta-feira, sem restrição de horário, com proibição aos sábados e domingos.
Comércio varejista de hortifrutis, quitandas, mercearias, peixarias e açougues: de segunda-feira a sábado, com proibição de funcionamento aos domingos.
Serviços não essenciais: funcionamento de segunda a sábado, sem restrição de horário, com proibição de funcionamento aos domingos. Enquadram-se neste item serviços como: escritórios em geral, salões de beleza, barbearias, atividades de estética, academias de ginástica, serviços de banho e tosa de animais.
Lojas de material de construção (serviço essencial): funcionamento de segunda-feira a sábado, sem restrição de horário. Aos domingos, podem funcionar nas modalidades delivery e drive-thru
O horário de entrada dos trabalhadores dos estabelecimentos comerciais deverá ser compatível com o horário de abertura do estabelecimento.
No caso de estabelecimentos que atuem em mais de um setor (por exemplo: mercado que contém padaria), vale a regra para aquilo que é sua atividade principal.
Para as atividades religiosas, deve ser observada a Resolução n. 734/20 da Secretaria Estadual da Saúde.
DEVEM OPERAR COM NO MÁXIMO DE 50% DE SUA CAPACIDADE:
Hotéis, resorts, pousadas e hostels.
Callcenter e telemarketing: a partir das 9h (exceto os vinculados a serviços de saúde ou home-office, que podem funcionar com capacidade normal).
Outras medidas
O transporte coletivo da capital deve continuar funcionando com lotação máxima de 50% da capacidade de cada veículo.
O decreto não se aplica: às atividades produtivas pela internet, correio e televendas que possuam licenciamento vigente nem aos serviços e atividades de drive-in (regidos pelo decreto 739).
Os procedimentos cirúrgicos eletivos ambulatoriais e hospitalares (portanto, não urgentes) ficam suspensos, a fim de otimizar a ocupação dos leitos hospitalares e a utilização dos estoques. A suspensão não se aplica a procedimentos de cardiologia, oftalmologia, oncologia, nefrologia e a exames considerados urgentes pelo médico prescritor.
As medidas previstas no decreto não poderão afetar o exercício e funcionamento dos serviços e atividades essenciais (estabelecidos no Decreto 470).
Sanções
O descumprimento do estabelecido no decreto pode ser punido como infração sanitária, infração ao Código de Posturas, com penalidades que variam de multa (de R$ 232 até R$ 8.336) a cassação de alvará. Também podem ser passíveis de sanções de natureza civil ou penal.
A fiscalização cabe aos órgãos responsáveis da estrutura municipal, como a Vigilância Sanitária, fiscais ambientais e de posturas e edificações, além da Guarda Municipal.
O retorno gradativo das atividades e os critérios para seu funcionamento ficarão condicionados aos indicados epidemiológicos do município.
De acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a partir de modelo matemático com inteligência artificial, daqui a um mês o estado pode contabilizar diariamente 3 mil casos e 100 mortes em decorrência da Covid-19. Para se ter uma ideia do crescimento, neste mês de julho, o menor aumento de diagnósticos positivos registrado em 24 horas foi de 879, no dia 5, e o maior foi de 2.262, no dia 16. Já os óbitos variaram entre 14 e 57. Pico da doença pode levar três meses para ser atingido.
Iniciada em março, assim que os registros de coronavírus apareceram pela Europa, a pesquisa é conduzida pelo professor Roberto Tadeu Raittz, do Programa de Pós-graduação em Bioinformática e coordenador do Grupo de Inteligência Artificial Aplicado à Bioinformática da UFPR. “Ainda estamos muito longe de atingir o pico da epidemia no Paraná. A curva está em um crescimento muito preocupante e acho difícil levar menos de três meses para então termos esse ápice”, disse o coordenador.
Segundo o levantamento, em um mês, caso o estado se mantenha com as mesmas tendências, passariam a ser registrados cerca de 3 mil casos por dia, bem como 100 mortes. Atualmente, a média de confirmações diárias é de 1,6 mil, com picos de mais de duas mil. As mortes são, atualmente, 50 na média móvel.
O estudo pode sofrer variáveis para mais ou para menos em caso de mudanças de comportamento, como mais aceitação do isolamento social ou, justamente pelo contrário, mais desrespeito aos procedimentos de prevenção. “A projeção é baseada em padrões existentes, portanto caso surjam interferências capazes tanto de aprofundar quanto de conter a pandemia os números podem ser alterados”, explicou o professor.
Para gerar os números, o modelo utiliza algoritmos evolutivos, uma das vertentes da área da Inteligência Artificial. O sistema é “alimentado” uma vez por semana com os dados públicos disponibilizados sobre a progressão do coronavírus e as curvas teóricas se ajustam automaticamente. Para garantir assertividade, são utilizadas 17 variáveis, tópicos considerados para que o “robô” preveja os dados corretamente.
O sistema agrega os casos notificados (com números do Ministério da Saúde), a previsão da semana atual (SAT), feita com os dados atualizados – com base nos resultados disponíveis até o momento da análise – e da semana anterior (SAN), referente à previsão realizada com os dados de até uma semana antes da última análise.
Um dos benefícios do uso do sistema é a utilização dos dados para que especialistas possam observar o índice de contaminação e adotar medidas preventivas. A população também pode se beneficiar da análise. “Os gestores podem observar a situação, observando o efeito de medidas tomadas. Além disso, a compreensão pode levar à conscientização sobre a gravidade da situação ”, finalizou.
Os dados por estado podem ser consultados no site do projeto, assim como os dados por municípios.
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta segunda-feira (20) 1.268 novas confirmações e 31 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. O Paraná soma 55.294 casos e 1.338 mortos em decorrência da doença. Nesta segunda, o Estado completa 130 dias desde o início do monitoramento de casos no Estado.
INTERNADOS – 1.073 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados hoje. 829 pacientes estão em leitos SUS (354 em UTI e 475 em leitos clínicos/enfermaria) e 244 em leitos da rede particular (80 em UTI e 164 em leitos clínicos/enfermaria).
Há outros 1.073 pacientes internados, 510 em leitos UTI e 563 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo vírus Sars-CoV-2.
ÓBITOS – A secretaria estadual informa a morte de mais 46 pacientes, todos estavam internados. São 10 mulheres e 21 homens, com idades que variam de 22 a 101 anos. Os óbitos ocorreram entre os dias 6 a 20 de julho. Os pacientes que faleceram residiam em: Curitiba (12), Campo Largo (2), Rolândia (2), São José dos Pinhais (2), além da ocorrência de uma morte em cada um dos seguintes municípios: Campo Mourão, Colombo, Fazenda Rio Grande, Goioerê, Guaraci, Irati, Itaperuçu, Lidianópolis, Londrina, Ponta Grossa, Rio Branco do Sul, São João e Uraí.
FORA DO PARANÁ – O monitoramento da Sesa registra 615 casos de residentes de fora. 19 pessoas foram a óbito.
AJUSTES:
Alteração de município:
Um caso confirmado na data de 2/6 em Londrina foi transferido para Rolândia.
Um caso confirmado na data de 17/7 em Rio Branco do Sul foi transferido para Itaperuçu.
Um caso confirmado na data de 16/7 em Inácio Martins foi transferido para Curitiba.
Um caso confirmado na data de 16/7 em Inácio Martins foi transferido para Andirá.
Um caso confirmado na data de 16/7 em São Jerônimo da Serra foi transferido para Medianeira.
Um caso confirmado na data de 3/7 em Ivaiporã foi transferido para Jardim Alegre.
Um caso confirmado na data de 16/7 em Ivaiporã foi transferido para Jardim Alegre.
Um óbito confirmado na data de 7/7 em Curitiba foi transferido para Almirante Tamandaré.
Um óbito confirmado na data de 22/6 em Curitiba foi transferido para Piraquara.
Um óbito confirmado na data de 10/7 em Curitiba foi transferido para São José dos Pinhais.
Dois óbitos confirmados na data de 11/7 em Curitiba foram transferidos para São José dos Pinhais.
Um óbito confirmado na data de 14/7 em Curitiba foi transferido para São José dos Pinhais.
Exclusão:
Um óbito confirmado na data de 16/7 em Ivaiporã foi excluído por erro de notificação.
Emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo exercício foi entregue nesta segunda-feira (20) para a Assembleia Legislativa. É uma medida preventiva para assegurar recursos para a aquisição da imunização assim que a ciência conseguir provar a eficácia da medicação.
A iniciativa foi determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e apresentada para a Assembleia Legislativa para assegurar recursos para a compra futura da medicação, que atualmente passa por fase de testes de eficácia em estudos de diversos laboratórios. “Estamos trabalhando com planejamento e nos antecipando. É mais uma medida para proteger os paranaenses”, afirmou o governador.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Guto Silva, a expectativa é que a vacina esteja disponível no início de 2021 e, nesse quadro, o Paraná já estará apto a iniciar o processo de aquisição. “Ainda não temos uma vacina testada e comprovada no mercado, mas evitamos entraves burocráticos. Assim que tivermos uma resposta definitiva da ciência, o Paraná terá agilidade para adquirir as vacinas”, destacou.
A proposta foi entregue ao presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, e será encaminhada para a Comissão do Orçamento, que já avalia outras 124 emendas apresentadas pelo Poder Executivo e pelos 54 deputados estaduais. “Ainda não votamos a LDO. Essa proposta tem o objetivo de fazer uma emenda, um remanejamento orçamentário para garantir recursos para a compra de vacinas”, acrescentou Traiano. “É uma precaução importante diante do cenário atual da pandemia”.
PRIORIDADE – Segundo o líder do Governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri, a proposta será encaminhada com prioridade. “A emenda mostra que a Secretaria de Saúde está se preparando para o momento em que o mundo tiver uma vacina contra o novo coronavírus. Garantiremos recursos para atender os paranaenses assim que a ciência conseguir disponibilizar um método eficaz”, disse o deputado.
LDO – O Governo do Estado encaminhou a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício de 2021 em abril deste ano. A peça prevê uma arrecadação total de R$ 47,7 bilhões, valor 3,1% maior do que o estimado para 2020, de R$ 46,2 bilhões – estimativa que não deve ser correspondida diante da queda de arrecadação, que já alcançou R$ 1,5 bilhão.
A LDO para o próximo ano já prevê uma queda de R$ 2,1 bilhões na receita tributária do Estado, passando de R$ 38,9 bilhões para R$ 36,8 bilhões.
Todas as 125 emendas já apresentadas estão com o relator da LDO, deputado Tiago Amaral, para elaboração do documento final que será votado pela Comissão do Orçamento. Como não haverá recesso em 2020, por decisão da Mesa Diretora da Casa, os deputados terão prazo mais amplo para votar o texto em plenário.
Carregamento da vacina chinesa para testes chegou ao Brasil ontem
Importantes pesquisas de vacinas contra a Covid-19 divulgaram os promissores resultados de seus testes, nesta segunda-feira (20). A vacina experimental para a Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida na Universidade de Oxford, indicou que é segura e produziu resposta imune em ensaios clínicos iniciais em voluntários saudáveis, segundo informaram cientistas da instituição. Os testes desta vacina têm participação do Brasil.
Um outro projeto, da China, mostrou-se seguro para pacientes e provocou uma resposta imune significativa, de acordo com os resultados publicados também ontem. As farmacêuticas Pfizer e BioNTech, que também estudam uma vacina contra a Covid-19, anunciaram ontem resultados positivos nos estudos alemães da profilaxia.
Os resultados ainda preliminares causaram um clima de esperança no mundo, ainda que a produção em massa de qualquer uma delas ainda seja uma incógnita. Pode ocorrer no final do ano, ou levar ainda mais tempo. De qualquer forma, os resultados abrem uma perspectiva positiva para o mundo.
R$ 100 milhões
Diante deste quadro, o Governo do Estado apresentou, ontem, uma emenda ao projeto de lei 248/2020, que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2021, para alocar R$ 100 milhões no caixa da Secretaria de Saúde para aquisição de vacinas contra o novo coronavírus.
A iniciativa foi determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e apresentada para a Assembleia Legislativa para assegurar recursos para a compra futura da medicação. “Estamos trabalhando com planejamento e nos antecipando. É mais uma medida para proteger os paranaenses”, afirmou o governador.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Guto Silva, a expectativa é que a vacina esteja disponível no início de 2021 e, nesse quadro, o Paraná já estará apto a iniciar o processo de aquisição.
Boletins
A notícia do avanço das pesquisas pela vacina acontece num momento em que os casos de Covid-19 no Paraná e em Curitiba ainda não deram sinal de recuo significativo.
O Paraná atingiu nesta segunda-feira a marca de 55,2 mil casos e 1.338 mortes pela doença. Em Curitiba, o total de casos se aproximou de 14 mil, além de 339 óbitos confirmados, a maioria em julho.
O governo federal editou uma série de medidas provisórias para estabelecer ações e manejar recursos para o combate à Covid-19 no Brasil. De acordo com dados do Tesouro Nacional, de fevereiro até 17 de julho, estava previsto o investimento de R$ 509,3 bilhões em medidas que vão desde o pagamento do auxílio emergencial até o socorro a estados e municípios. Por enquanto, 47% desses recursos foram efetivamente pagos. Dos R$ 237,3 bilhões que já foram desembolsados pela União, mais da metade foi usada justamente para o pagamento dos R$ 600 aos trabalhadores informais.
Onze medidas provisórias editadas pelo governo regulamentaram esses gastos extras e são oito programas que concentram a maior parte dos recursos:
Auxílio emergencial;
Ampliação Bolsa Família;
Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda;
Auxílio financeiro aos estados, municípios e Distrito Federal;
Concessão de financiamento para pagamento de folha salarial;
Transferência para conta de desenvolvimento energético;
Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) para Pequenas e Médias Empresas – Programa Emergencial de Acesso a Crédito;
Fundo Garantidor de Operações (FGO) – Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
O restante do valor orçado – R$ 50,35 bilhões – é de despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais pastas. Esse montante foi obtido por meio de consolidação de valores em várias medidas provisórias editadas pelo governo. Desse total, já foram pagos R$ 24,46 bilhões.
Veja quanto foi previsto e efetivamente gasto com essas ações Os gastos extras
A Covid fez com que a União precisasse criar gastos extras para combater a pandemia e seus efeitos. Ao todo, foram previstos R$ 509,3 bilhões para essas ações, sendo que a União já executou o pagamento de R$ 237,3 bilhões. Conheça as principais ações e veja quanto já foi pago.
Para completar o total empenhado, há R$ 50,35 bilhões previstos em despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais pastas, que foram obtidos por meio de consolidação de valores em várias medidas provisórias editadas pelo governo. Desse montante, já foram pagos R$ 24,46 bilhões.
Os créditos efetivados com a Covid
Dentre essas despesas, apenas duas já foram integralmente pagas: a transferência para conta de desenvolvimento energético, com investimento de R$ 900 mil, e os valores para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) – o governo já repassou os R$ 15,9 bilhões previstos.
Na ponta das ações que tiveram menos recursos investidos está a ampliação do Bolsa Família. Apesar de ter R$ 3,04 bilhões reservados, só foram usados R$ 369,3 milhões – pouco mais de 12% do previsto.
Esse aparente baixo investimento é justificado pelo gasto maior com o auxílio emergencial. O benefício especial concedido a trabalhadores informais, microempreendedores, autônomos e desempregados acabou ajudando muitos então beneficiários do Bolsa Família. Enquanto o tradicional programa de transferência de renda para famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza costuma pagar, em média R$ 185 mensais, o auxílio emergencial paga R$ 600.
Os dados do Tesouro Nacional apontam previsão orçamentária de R$ 254,2 bilhões para o auxílio emergencial. Até 17 de julho, os pagamentos somavam R$ 121,8 bilhões – 48% do total. O benefício inicialmente havia sido previsto para ter três parcelas de R$ 600, mas acabou sendo prorrogado por mais dois meses. Na última semana, o governo anunciou o calendário de pagamento da quarta e quinta parcelas para ocorrerem escalonadamente entre julho e outubro.
Em relação aos gastos com empresas, as verbas para o Pronampe já foram todas usadas. Em contrapartida, o governo só “pagou” 25% do total reservado para o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). Essa ação, tocada em parceria com o BNDES, ainda está engatinhando: na última semana foram credenciadas 22 instituições financeiras para trabalharem com o programa, que é voltado para pequenas e médias empresas.
Embora haja previsão no orçamento e até liberações voltadas para as empresas, gestores de diferentes setores reclamam da dificuldade em obter esse crédito emergencial e da rapidez com que as verbas se esgotam, quando finalmente chegam aos bancos.
Outras ações visando a preservação de empregos deslancharam, ao contrário dos créditos para empresas. Um exemplo é o programa que criou o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda (BEm), que permitiu suspensão de contratos e redução de jornada e salários por período determinado durante a pandemia. O governo separou R$ 51,6 bilhões para o BEm, em que o governo compensa parte da redução salarial desses trabalhadores com o pagamento de uma verba calculada a partir dos valores de seguro-desemprego a que teriam direito.
Até 17 de julho, a União só havia usado 31% dos recursos separados – R$ 15,9 bilhões. De acordo com a Secretária de Trabalho, do Ministério da Economia, foram poupados 11,1 milhões de empregos com essa ação. A medida foi recentemente ampliada pela União – após proposta do Congresso, o governo sancionou a prorrogação da suspensão de contrato e redução de jornada e salário.
O programa criado para conceder financiamento para pagamento de folha salarial para pequenas e microempresas não “pegou”. A ideia era disponibilizar R$ 40 bilhões para ação – R$ 34 bilhões da União e R$ 6 bilhões dos bancos. O problema é que a responsabilidade pelo custeio dessas operações de crédito seria compartilhada entre o governo e as instituições bancárias, que arcariam com o risco de inadimplência. Isso acabou tornando a linha pouco atrativa e, até agora, o governo só transferiu metade do valor previsto, R$ 17 bilhões.
Por fim, há o pacote de socorro aos estados e municípios, que prevê repasse de R$ 79,1 bilhões. Pouco mais da metade desse recurso (R$ 39,9 bilhões) já foi transferida para prefeituras e governos estaduais e do Distrito Federal. Esses valores dizem respeito a transferências que serão feitas após a edição de duas medidas provisórias. Uma delas, que foi convertida na Lei Complementar 173/2020, também congelou o reajuste a servidores até 2021.
O Ministério Público do Trabalho no Paraná expediu recomendação a todos os municípios do estado, na última quinta-feira (16/07), para que os seus órgãos de vigilância sanitária realizem inspeções nos respectivos territórios com o intuito de verificar a existência de estruturas (câmaras, cabines e túneis) que sirvam para a desinfecção de pessoas como medida de combate à covid-19. Em caso de identificação de tais estruturas, o MPT recomenda que essas sejam imediatamente interditadas.
A medida do MPT/Paraná se baseia na nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aponta a inexistência de comprovação científica em relação à eficácia dessas estruturas e no alerta emitido pelo Conselho Federal de Medicina chamando a atenção para o risco de lesões respiratórias, oculares, alérgicas e dérmicas pelo contato com os produtos químicos supostamente utilizados nos equipamentos.
O não acatamento à recomendação do MPT/Paraná sujeitará os responsáveis pela administração dos municípios às penas previstas em lei.
Antes da pandemia de Covid-19, o home office já era uma tendência pela economia e logística, mas muitos empregadores e empregados ainda viam a alternativa com certa desconfiança, principalmente sobre a produtividade e sobre as condições de trabalho em casa. Mas com a necessidade de isolamento social, muitas empresas foram obrigadas a aderir à modalidade e se surpreenderam com o resultado.
Pesquisas têm revelado que tanto gestores como trabalhadores estão aprovando o trabalho neste novo molde e já comemoram a redução de custos. Empresas de Curitiba já anunciam que vão aderir ao modelo definitivamente.
Pesquisa da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) mostra que há um grande potencial de expansão do trabalho em home office no Brasil, pós pandemia da Covid-19, em cargos de nível superior, gestores e professores. O estudo ouviu 1.566 profissionais em home office.
Segundo a pesquisa, os trabalhadores ouvidos reportaram altos níveis de satisfação com seu trabalho em casa e uma percepção de que seu desempenho foi impactado positivamente com a modalidade do teletrabalho: 70% disseram que gostariam de continuar trabalhando em home office depois da pandemia; 19%, que não gostariam; e 11%, que são indiferentes.
De acordo com um dos coordenadores do estudo, professor da USP André Luiz Fischer, o isolamento, e o consequente trabalho em home office, desencadeados pela pandemia serviram para destravar a migração do trabalho no escritório para a casa. “O isolamento provocou um aprendizado forçado e imediato de ferramentas que antes apenas conhecíamos como facilitadoras de conversas e encontros virtuais sociais. Tornaram-se instrumentos de trabalho e deram certo”, destacou.
A pesquisa mostra ainda que, dos entrevistados, 94% consideram-se comprometidos com a empresa em que trabalham, indicando que a prática do home office não interferiu nessa avaliação. Para 71%, o trabalho em casa é percebido como uma possibilidade de aumentar a produtividade, precisão e qualidade; e 76% disseram concordar que o trabalho em home office é compatível com a convivência familiar.
“Vale deixar claro que essas constatações se aplicam a trabalhadores mais qualificados e de boa renda mensal. Tanto no que se refere ao maior potencial para o trabalho em domicílio, como na maior motivação para aderir a essa proposta”, disse Fisher. Segundo a pesquisa, os entrevistados têm, em média, 40 anos de idade, e oito anos na empresa atual, alta qualificação e ocupam posições de chefia. Os salários das pessoas ouvidas giram em torno de R$ 9,4 mil.
Pesquisa revela o que curitibanos pensam sobre trabalhar em casa
Pessoas que estão trabalhando de casa forçadas pela quarentena encontram-se mais sobrecarregadas e em um ritmo mais acelerado. Em contrapartida, a flexibilidade no horário e não precisar enfrentar o trânsito no deslocamento são os pontos positivos da modalidade. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Grupo Estudo Trabalho e Sociedade (GETS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a Rede de Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir).
O estudo, que teve o objetivo de compreender as condições gerais dos trabalhadores e a adaptação quanto à mudança do trabalho presencial para o trabalho remoto em razão da crise causada pela covid-19, alcançou cerca de mil respostas de profissionais dos mais diferentes segmentos, categorias e funções, contemplando, na maior parte, trabalhadores do setor público (65,12%) e com alto nível de escolaridade da cidade de Curitiba.
O aumento considerável de dias e horas de trabalho durante a pandemia foi um dos aspectos constatados nos resultados da pesquisa. Do total de trabalhadores entrevistados, 34,44% estão exercendo suas atividades laborais por mais de oito horas diárias, isso é mais que o dobro de pessoas que antes adotavam essa prática, e 17,77% trabalham os sete dias da semana. Para quase metade dos respondentes (48,45%), o ritmo de trabalho ficou mais acelerado no home office.
A maior dificuldade apontada pelos entrevistados foi a falta de contato com os colegas de trabalho (60,55%), seguida pelo número de interrupções (54,59%) e dificuldade em separar a vida familiar da vida profissional (52,91%). Sendo que a maioria (61,15%) afirmou ter experimentado alguma dificuldade ao executar o trabalho remotamente. Nesse quesito as pessoas puderam marcar mais de uma alternativa.
Por outro lado, a flexibilidade de horários (69,09%), não enfrentar trânsito (66,23%) e a menor preocupação com a aparência (58,61%) foram citadas como facilidades dessa forma de trabalho. Também nessa questão os respondentes tinham a possibilidade de assinalar mais do que um aspecto.
Para quase metade dos entrevistados (47,91%), o trabalho remoto não é uma preferência, ainda que parte deles tenha a possibilidade de continuar na modalidade quando o período de isolamento deixar de ser necessário. Contudo, 40,29% dos respondentes afirmam que gostariam de permanecer trabalhando remotamente.
Startup curitibana adota modelo e vê economia de R$ 1 milhão por ano
A startup de Curitiba ROIT Consultoria e Contabilidade, que também tem unidades em São Paulo e Brasília, é uma das empresas que já decidiu manter o trabalho de seus 175 trabalhadores em home office, mesmo quando a pandemia acabar. A empresa já fechou três de suas unidades físicas, prevê a economia anual de R$ 1 milhão por ano com a medida, além de comemorar o aumento da produtividade da equipe.
“A redução de aluguel, energia elétrica, internet, telefonia, manutenção de elevador, jardinagem, seguro, vigilância, IPTU gerou uma economia muita significativa. Na verdade a economia será de R$ 1,7 milhão, mas a intenção é reinvestir R$ 700 mil nos funcionários”, explica Lucas Ribeiro, sócio e CEO da ROIT.
A decisão de mudar para home office não foi unilateral.: “Fomos para o home office no dia 18 de março e após 2 meses pedimos, quem quisesse, voltar. Pouca gente se sentiu confortável com o retorno. Resolvemos fazer uma pesquisa e 83% escolheu home office permanente. Foi aí que mudamos!”. A produtividade costuma ser uma preocupação dos gestores, mas, segundo Ribeiro, o que está acontecendo na ROIT prova o contrário:
“Nossa produtividade aumentou muito, agora as pessoas trabalham 8 horas líquidas por dia, antes eram 8 horas brutas, com muitas perdas durante o dia, com café, deslocamento interno, reuniões improdutivas. Mudamos a política de controle das atividades. A produtividade aumentou, em média 2 horas por dia, por pessoa. Não há tantas interrupções e as reuniões online têm sido mais eficazes e objetivas”, explica Lucas Ribeiro.
A empresa não precisou investir muito para a mudança, porque já tinha soluções para trabalho à distância e segurança. Os investimentos se resumiram ao software de gestão tempo, que custa R$ 9 por mês por colaborador e mais alguns extras para o bem-estar dos funcionários.
A empresa criou um vale home office de R$ 170, além de fornecer em comodato, computadores, mesas e cadeiras para os funcionários, a fim de garantir a saúde do funcionário. Para organizar o trabalho, há reuniões todos os dias pela manhã, do Head de cada área com seu time, para acompanhamento, além de avaliações quinzenais. Além disso, a ROIT criou três encontros online semanais com 100% dos colaboradores: nas segundas-feiras toda a empresa tem a pipocada online, nas quartas o cappuccino ROIT e nas sextas-feiras, é dia de cerveja. Tudo fornecido pela empresa.
Para quem não se adaptou ao home office ou têm algum problema por alguns dias em trabalhar em casa, a empresa mantém um escritório com estrutura também para reuniões: “Agora o nosso escritório é mais um coworking”.
Dicas para o home office
1. Mantenha-se “isolado”
Isso mesmo, isole-se do que pode interferir no seu trabalho, afinal de contas, naquele momento é o horário no qual você irá desempenhar suas atividades.
2. Cuidado com as distrações
Complementando o tópico anterior, fique atento às “coisas” que te cercam, evite as fontes de entretenimento (TV, Plataformas de Streaming, etc.), mantenha o foco no trabalho. Além disso, é necessário prestar atenção na circulação de terceiros (familiares, amigos, etc.) que possam tirar a sua atenção.
3. Concentre-se
Até mesmo a sua postura pode acabar atrapalhando, escolha um local adequado, utilize meios para atingir o conforto necessário com o uso dos seus equipamentos (Computador, Laptop, impressora e afins). Usa uma mesa, se necessário até mesmo livros para adaptar a altura do seu equipamento, o que não vale é perder tempo.
4. Faça um checklist
Elenque algumas atividades a serem realizadas durante sua jornada home office e, à medida que for realizando-as, marque-as como feitas, isso ajuda a ter um controle do que fazer, como fazer e saber quando já foi feito.
5. Vestimentas
Por mais que o ambiente fora do escritório ou da empresa seja menos formal, preste atenção nas suas vestimentas, pois poderá surgir alguma videoconferência e não é legal aparecer na frente dos seus gestores e colegas usando um pijama. Faça uso de roupas um pouco menos informais, esteja sempre em condições de contato por vídeo ou áudio.
A pandemia da Covid-19 gerou uma crise sem precedentes na economia brasileira, afetando de forma contundente as empresas e os postos de trabalho.
Mas, neste cenário de crise, o trabalho temporário pode ser uma saída para desempregados e empregadores, transformando-se em uma espécie de “respirador” para as atividades.
Essa é a perspectiva da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) para o segundo semestre.
Em recente pesquisa realizada pela Asserttem com as agências associadas, 66,7% delas afirmaram que as expectativas de contratação para o segundo semestre de 2020 são positivas.
Trabalhadoras devem ser as mais afetadas no mercado de trabalho porque têm menos acesso ao teletrabalho, sofrem com a informalidade e se dedicam mais aos afazeres domésticos.
A crise econômica provocada pelo coronavírus ameaça reverter os ganhos econômicos das mulheres no mercado de trabalho, de acordo com um relatório publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (21).
A diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho segue elevada, mas houve avanços nos últimos 30 anos, destaca o Fundo.
Segundo o FMI, as mulheres devem ser mais prejudicadas porque trabalham em setores - como varejo e turismo - afetados pela prática de distanciamento social.
Nos Estados Unidos, por exemplo, 54% das mulheres atuam em setores em que o teletrabalho não é utilizado. No Brasil, essa relação é de 67%. "Em países de renda baixa, no máximo, apenas 12% da população é capaz de trabalhar remotamente", diz o FMI.
Coronavírus: a pandemia vai tornar o mercado de trabalho ainda mais difícil para as mulheres?
Mulheres na Liderança: as barreiras que ainda prejudicam a ascensão feminina no mercado de trabalho
As mulheres também estão concentradas na informalidade, grupo mais afetado pela crise econômica atual.
"Os meios de subsistência dos trabalhadores informais foram muito afetados pela crise do Covid-19", diz o FMI. "Na Colômbia, a pobreza das mulheres aumentou 3,3% por causa da paralisação das atividades econômicas."
O FMI também aponta que as mulheres são mais propensas a fazer trabalhos domésticos não remunerados - são 2,7 horas a mais por dia do que os homens. Dessa forma, a interrupção de várias atividades por causa da pandemia deve fazer com que as trabalhadoras regressem ao mercado de forma mais lenta.
"No Canadá, o relatório de empregos de maio mostrou que o emprego das mulheres aumentou 1,1% em comparação com 2,4% para os homens, uma vez que a necessidade de cuidados infantis (em casa) persiste. Além disso, entre os pais com pelo menos um filho menor de 6 anos, os homens estavam aproximadamente três vezes mais propensos a voltar ao mercado de trabalho do que as mulheres", destaca o órgão.
Por fim, o FMI afirma que a pandemia aumenta mais o risco de perda de capital humano entre as mulheres. Nos países em desenvolvimento, muitas estudantes deixam a escola e passam a trabalhar para complementar a renda familiar.
Na Libéria, a parcela de meninas que deixou de frequentar a escola praticamente triplicou depois da crise do Ebola, segundo o relatório do FMI com base em dados do Fundo Malala. Na Índia, desde o início da crise provocada pelo coronavírus, os sites que organizam casamentos mensuraram um aumento de 30% em novos registros de famílias que dizem querer garantir um futuro para as suas filhas.
"Sem educação, essas meninas sofrem uma perda permanente de capital, sacrificando o crescimento da produtividade e perpetuando o ciclo de pobreza entre mulheres", afirma o FMI.
O que fazer
O relatório do Fundo recomenda que os países adotem medidas para mitigar os efeitos da pandemia entre as mulheres.
O FMI afirma que os governos devem garantir uma renda para os mais vulneráveis, promover incentivos para que haja um equilíbrio entre trabalho e responsabilidades familiares, além de melhorar o acesso aos cuidados de saúde e planejamento familiar.
O órgão também sugere que os países ampliem o apoio às pequenas empresas e aos trabalhadores independentes e eliminem as barreiras legais que impeçam o empoderamento econômico das mulheres.
Adaptabilidade e resiliência são as competências mais valorizadas pelos recrutadores neste momento; dados fazem parte da 12ª edição do ICRH
A pandemia da Covid-19 tem imposto a boa parte dos profissionais uma nova rotina. Home office, reuniões virtuais, processos seletivos online e pouco ou nenhum contato presencial são algumas das mudanças na rotina de trabalho, que têm evidenciado a importância das habilidades comportamentais. Neste cenário, a adaptabilidade é a competência mais valorizada, seguida da resiliência e da flexibilidade, na opinião dos recrutadores ouvidos para a 12ª edição do Índice de Confiança (ICRH) da empresa de recrutamento especializado Robert Half.
Ao responderem à pergunta "qual habilidade passa a ser valorizada por conta da pandemia?", eles destacaram as seguintes:
De acordo com os dados da 12ª edição do ICRH, os profissionais empregados estão alinhados com a opinião dos recrutadores. As competências “adaptabilidade” (39%) e “resiliência” (22%) foram as mais apontadas por eles quanto às habilidades nas quais mais se aprimoraram durante a crise da Covid-19.
“Durante os processos de recrutamento, as empresas se preocupam em entender a capacidade de adaptação da pessoa ao trabalho remoto e a resiliência do candidato para iniciar uma atividade sem conhecer fisicamente seus gestores e colegas”, explica Bruno Barreto, especialista em recrutamento da Robert Half.
E complementa: “Em função do momento atípico, o perfil valorizado é aquele que se adapta rapidamente a uma condição desafiadora, além de ser autogerenciável, capaz de trabalhar com autonomia e de não ter medo de perguntar para garantir que as entregas sejam realizadas com a máxima qualidade possível”, diz.
Entre os profissionais desempregados, a quarentena também tem sido de aperfeiçoamento. Aproximadamente 70% dos entrevistados disseram ter realizado algum tipo de curso ou treinamento nesse período de pandemia. A prioridade, no entanto, foi em especialização técnica na área de atuação (56%), seguida por aperfeiçoamento das habilidades socioemocionais (17%).
“É fundamental que o profissional que está desempregado aproveite para aprimorar suas competências técnicas e comportamentais, pois isso será valorizando no momento da entrevista de emprego”, explica Barreto, ao destacar que “aqueles que tiverem usufruído do período desafiador para o aperfeiçoamento profissional levarão vantagem nos processos de seleção”.
A 12ª edição do ICRH foi feita entre os dias 12 a 26 de maio, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); e profissionais qualificados empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior). Todos distribuídos regional e proporcionalmente pelo Brasil, de acordo com os dados do mercado de trabalho coletados na PNAD do IBGE.
Estudo realizado pela FGV mostra que pequenos empresários têm a confiança mais baixa; são os que menos conseguiram recuperar a demanda desde o início da crise e encontram dificuldades de acesso ao crédito.
As pequenas empresas do comércio são as que mais sofreram com a crise provocada pela pandemia de coronavírus. E o pior: o ritmo de recuperação tem sido fraco.
Os dados estão em um estudo inédito realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e têm como base a pesquisa da sondagem do comércio realizada mensalmente pela instituição.
O levantamento mostra o seguinte em relação ao empresário de pequeno porte:
O índice de confiança é o mais baixo;
A recuperação da demanda é a mais fraca desde o início da crise;
Há mais relatos de dificuldade para conseguir crédito;
Quase 40% deles esperam a normalização da economia só em 2021.
A dificuldade apontada pela pesquisa indica mais um entrave para a recuperação econômica do país. As pequenas empresas são responsáveis por 54% dos empregos com carteira assinada e respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Pela pesquisa realizada pelo Ibre, a confiança dos pequenos empresários ainda segue num patamar bastante ruim e não deu mostras de uma retomada mais robusta.
Em junho, o índice de confiança dos pequenos empresários marcou 58 pontos, enquanto a dos grandes estava em 80,6 pontos.
Desde abril, quando foi possível capturar todos os efeitos da crise provocada pela pandemia de coronavírus, as grandes empresas do comércio perderam 58,8 pontos de confiança e já recuperaram 36,1 pontos. As pequenas registraram uma queda de 69,5 pontos no período e recuperaram 37,3 pontos.
"O fundo do poço é maior para as pequenas empresas e elas têm tido mais dificuldade para sair dele", afirma o economista do Ibre/FGV e responsável pelo levantamento, Rodolpho Tobler.
O quadro de dificuldade das pequenas também fica evidente quando se analisa o comportamento da demanda para cada grupo de empresas. Em março, o indicador que apura esse quesito na pesquisa do Ibre estava em 94,4 pontos para as pequenas. Em junho, marcou apenas 48,6 pontos. No mesmo período, a demanda das grandes empresas passou de 91,7 pontos para 88,7 pontos.
"O patamar de antes da pandemia já não era tão forte. E, mesmo assim, não está sendo fácil para as pequenas empresas retornar para esse patamar", diz Tobler. O indicador do volume de demanda vai de 0 a 200 pontos – a marca de 100 pontos indica um nível normal de atividade.
O pequeno empresário ainda tem sido prejudicado por ter menos acesso aos programas de crédito do governo.
Segundo o levantamento da FGV, das empresas que tentaram obter algum tipo de crédito, mas não conseguiram, 64,4% são de pequeno porte, 30,5% estão no grupo das companhias de médio porte e apenas 5,1% são de grande porte. "A falta de crédito continua sendo o principal problema para a retomada", diz o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Em maio, o governo criou o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e liberou linhas de crédito para pequenos negócios. Os empresários, no entanto, relatam dificuldades para ter acesso aos recursos. Na quinta-feira (16), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o governo pretende anunciar novas medidas para esse segmento.
As pequenas enfrentam esse quadro de maior dificuldade porque elas têm uma margem de manobra menor de atuação. Quando a pandemia se agravou no país e boa parte do comércio teve de baixar as portas, as grandes conseguiram transferir parte das suas operações para o e-commerce com alguma rapidez.
Em relação ao crédito, as companhias de menor porte lidam com uma burocracia maior. Nem todas, por exemplo, têm uma folha de pagamento atrelada a uma instituição financeira, o que dificulta um relacionamento com o banco para a tomada de recursos em momentos de necessidade.
"As grandes empresas têm uma estrutura melhor e mais preparada para enfrentar os tipos de problema que surgem", diz Tobler. "É o caso das vendas online. No início da pandemia, as grandes já estavam preparadas (para o e-commerce). As pequenas nem sempre estão prontas."
Da ampliação para a sobrevivência
Com lojas de acessórios femininos em dois shoppings de Goiânia, Goiás, a empresária Karla de Assis viu a sua fonte de renda ser bruscamente interrompida com o fechamento do comércio.
Pouco antes da crise sanitária se agravar, Karla conseguiu um crédito do governo de Goiás. O objetivo era ampliar o negócio com uma terceira loja ou com um quiosque num shopping. Mas, diante do agravamento da situação econômica com a pandemia, os recursos do empréstimo acabaram se tornando a única renda.
"Assim que veio a pandemia, nos primeiro 15 dias, 30 dias, eu fiquei preocupada. Eram poucos recursos para um custo operacional tão alto, como é ter uma loja num shopping", diz Karla. "O crédito que seria utilizado para o crescimento do meu negócio foi destinado para a sobrevivência dele."
Para o seu negócio não fechar durante a crise, Karla também teve de reduzir o seu quadro de funcionário de 6 para 3 vendedores e decidiu apostar nas vendas online. "Minha empresa não estava preparada para vender online, mas eu tinha uma presença nas redes sociais. Eu sempre fiz vídeos da loja, mostrei os produtos."
As vendas online demoraram para engrenar. O primeiro mês foi o pior, segundo a empresário. Mas hoje já representam 30% do faturamento que ela obtinha com a venda física. "Eu acho que foi uma vitória muito grande ter conseguido esse resultado com quase nada de ferramentas em mão."
Futuro de dificuldade
Na leitura dos pequenos empresários, o quadro de dificuldade não deve mudar tão cedo. O levantamento da FGV mostra que 38,8% dos empresários de pequeno porte esperam uma normalização da economia apenas em 2021. Essa relação é de 31% entre os empresários de médio porte e de 28,8% entre os de grande porte.
Hoje, somente 12,4% das empresas de pequeno porte dizem estar operando normalmente.
Levantamento da Urbanização de Curitiba (Urbs), que administra o transporte coletivo em Curitba, revela que o número de passageiros voltou a subir com o fim da quarentena restritiva, que ficou em vigor de 1 a 14 de julho. O aumento de idosos, no entanto, foi menor que o de passageiros em geral. Enquanto houve crescimento de 6,87% de passageiros nos ônibus de Curitiba, o número de idosos cresceu 2,2% como fim do 'lockdown parcial'.
A Urbs reforça o apelo para que a população idosa, considerada de risco para a Covid-19, evite pegar ônibus. E só o faça se for muito necessário e mesmo assim fora do horário de pico, que são no início da manhã e no fim do dia. A Urbs já colocou cartazes nos ônibus e terminais alertando essa população para evitar o transporte coletivo como forma de evitar a contaminação pela Covid-19.
Movimento passageiros nos ônibus de Curitiba por dia (média semanal)
16/06 a 21/06 272.482 passageiros (17.347 idosos)
22/06 a 28/06 263.752 passageiros(16.113 idosos)
29/06 a 05/07 237.714 passageiros (15.748 idosos)
06/07 a 12/07 232.658 passageiros (16.087 idosos)
13/07 a 19/07 248.646 passageiros (16.454 idosos)
A região Sul do Brasil perdeu o controle da pandemia, virou epicentro da covid-19 e se vê obrigada a fechar comércio e praias para conter a explosão do novo coronavírus. Na soma dos três Estados, o número de casos triplicou, saindo de 49.908 no dia 20 de junho para 155.078 na manhã desta segunda-feira, 20.
As mortes acompanharam a escalada de casos, passando de 1.095 para 3.264. O governo de Santa Catarina voltou a fechar as praias em todo o litoral, um dos mais procurados pelos turistas no País. No Rio Grande do Sul, com a capital ameaçada de lockdown, 18 das 20 regiões foram para a fase vermelha, de alto risco de infecção.
O maior salto da doença aconteceu no Paraná, onde os casos saíram de 13.662 para 54.629 - quatro vezes mais - e as mortes aumentaram de 428 para 1.327 - mais que o triplo. O governo paranaense confirmou mais 1.062 casos e 19 mortes neste domingo. Só na capital, Curitiba, já são 13.398 casos e 350 mortes. No domingo, foram registrados 307 casos novos e 14 óbitos. Desde meados de abril, o comércio vem abrindo e fechando conforme a evolução dos casos.
No último dia 14, um decreto do prefeito Rafael Greca (DEM) liberou atividades não essenciais, mas manteve proibidos missas e cultos presenciais na capital. O comércio, incluindo shoppings, só podem funcionar de segunda a sexta, com horário restrito. Nesta segunda, Curitiba tinha 2.206 pacientes internados com sintomas ou resultado positivo para a doença, dos quais 964 em UTI.
O novo coronavírus avança também no interior. Dos 399 municípios paranaenses, apenas 11 não tinham casos confirmados de covid-19. Em 201 já houve mortes. Em Sarandi, com 97 mil habitantes, no noroeste do estado, em um mês, o número de casos subiu de 34 para 297 e de um óbito para cinco.
"Antes, tínhamos o comércio funcionando de segunda à sexta, das 9 às 17, e aos sábados das 9 às 13 horas. Agora, estamos fechando o comércio aos sábados e domingos", disse o assessor de comunicação do município, Roberto Lima. Nesta segunda, quatro moradores estavam internados com a covid-19, três delas em hospitais de Maringá, cidade polo da região.
Alto risco
No Rio Grande do Sul, de 20 de junho para cá, o número de casos passou de 19.138 para 47.113, enquanto as mortes subiram 430 para 1.252. A capital, Porto Alegre, já luta contra a falta de leitos. Na noite de domingo, 270 pacientes estavam em UTIs, 24% a mais que no domingo anterior. Incluindo outras doenças, havia 671 pessoas internadas, com 92% de ocupação dos leitos hospitalares.
A maioria dos municípios gaúchos está na fase mais restritiva do distanciamento controlado, plano de reabertura gradual que funciona desde 10 de maio no Estado, mas muitas prefeituras pressionam o governo para ficar em fase de menor restrição.
O governador Eduardo Leite (PSDB) disse que a situação atual é preocupante e que o isolamento social se impõe. "Estamos acompanhando este momento mais crítico na demanda pelas UTIs, mas o nosso grande esforço é para garantir o atendimento.
No entanto, é impossível fazer a ampliação para atender uma demanda que não para de crescer. Há limitação física, há limitação de estrutura e de recursos humanos", afirmou. Ele fez um apelo aos prefeitos para uma política de cogestão do modelo de distanciamento. "Esse sistema precisa de um pacto entre as partes para que seja efetivo."
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior (PSDB) chegou a cogitar a adoção de um lockdown na capital. Ele disse que a demanda por leitos de UTI vem acelerando desde a primeira semana de julho, por isso foram adotadas restrições de forma gradual, mas não houve o isolamento necessário.
"Não consigo impor (o lockdown) sozinho se não houver uma parte da cidade trabalhando em unidade. Essa tem de ser uma decisão de consciência da nossa sociedade. É uma opção que parece hoje recomendada, mas se for apenas no decreto, não vai surtir efeito", disse.
Nesta segunda, o novo mapa do distanciamento controlado no estado colocou 18 das 20 regiões na fase vermelha, considerada de alto risco. É o maior número de regiões na fase mais crítica desde o início do plano. Apenas duas - as regiões de Bagé e Pelotas - estão com a bandeira laranja. No interior gaúcho, prefeituras se rebelam contra as restrições. Dos 497 municípios, 59 entraram com pedidos de mudança para faixa menos restrita.
A prefeitura de Uruguaiana, no extremo oeste, vai entrar com recurso contra a inclusão na fase vermelha. De acordo com o secretário de administração, Ricardo San Pedro, a cidade tem autossuficiência hospitalar, baixa incidência de óbitos e elevado número de pessoas curadas, além de alta testagem. "Estamos com barreiras sanitárias em quatro pontos da cidade e até o momento não temos um único óbito confirmado", disse.
Sem praia
Em Santa Catarina, os casos de coronavírus evoluíram de 17.108 há um mês para 53.336 na manhã desta segunda. As mortes cresceram de 237 para 685. Além da capital Florianópolis, cidades do interior já enfrentam saturação nos hospitais. Em todo o estado, dos 1.376 leitos, 1.042 estavam ocupados, taxa de 75,7%, a maior desde o início da pandemia. Nesta segunda, o governo usou escolta policial para enviar respiradores e monitores para hospitais de Blumenau, Timbó e Curitibanos.
A doença se espalhou em 284 dos 295 municípios. Joinville lidera com 4.517, seguida por Blumenau (3.366) e Balneário Camboriú (3.144). Na capital são 2.495 pessoas infectadas. Nesta segunda-feira, entraram em vigor novas medidas decretadas pelo governador Carlos Moisés (PSL) para aumentar o isolamento em sete regiões classificadas como "em situação gravíssima". Nos 111 municípios, o transporte coletivo urbano foi suspenso por 14 dias. A suspensão das aulas presenciais foi adiada até 7 de setembro.
A proibição da frequência às praias entrou em vigor neste fim de semana e atinge todas as cidades da Grande Florianópolis, além de Balneário Camboriú e cidades praianas da região de Joinville. Já o fechamento de parques e praças vale para todo o Estado.
"Como já havíamos falado, a primeira quinzena de julho foi um das mais difíceis. Ampliamos os leitos de UTI, contratamos profissionais e aumentamos a testagem, mas o esforço do governo em proteger o cidadão tem que ser aliado ao esforço da população em manter o distanciamento social", disse o governador.
Em Blumenau, após a cidade atingir 96% de ocupação dos leitos de UTI e registrar o 28.o óbito nesta segunda, a prefeitura suspendeu a circulação dos ônibus urbanos e de veículos de fretamento e turismo. Também pararam as academias, shopping centers e o comércio em geral. Restaurantes só podem funcionar em delivery.
O decreto suspendeu a entrada de novos hóspedes em hotéis e motéis. Todas as atividades coletivas, inclusive em clubes sociais, foram suspensas. Com 358 mil habitantes, a cidade turística do interior catarinense chegou a 5.585 infectados pelo novo coronavírus.
Neste fim de semana, a Polícia Militar atendeu quase 7 mil ocorrências ligadas ao novo coronavírus no estado. Destas, 3,4 mil se converteram em autuações, sendo 583 pelo não uso de máscara, 615 em estabelecimento sem álcool gel e 312 interdições por funcionamento irregular de comércio. Foram lavrados 1.089 registros de infração de medida sanitária, incluindo aglomerações em festas e bailes, além de 51 prisões por crime de desobediência. "Infelizmente, a sociedade catarinense não está acreditando na necessidade de manutenção do distanciamento social", disse o comandante geral, coronel Dionei Tonet.
Para o infectologista Alexandre Vargas Schwarzbold, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, não há dúvida que o agravamento da pandemia se deve ao isolamento social ineficaz.
"A população não respeitou as medidas de distanciamento, que foi controlado, permitindo até que a vida econômica, de algum modo, com restrições, prosseguisse. A circulação viral veio para região sul e, com o relaxamento social, ela explodiu. A velocidade de transmissão se deve esse isolamento social inefetivo, o que exige agora do poder público uma acentuação do isolamento. No cenário atual, no máximo 25% das atividades poderiam estar presentes."
No último dia 17, a Sociedade Riograndense de Infectologia, presidida por Schwarzbold, divulgou nota de alerta sobre o avanço do novo coronavírus e a grave situação epidemiológica vivida pelo estado. "Na região metropolitana de Porto Alegre, estamos na iminência de um lockdown, que entendemos necessário, mas de uma forma que o governante possa ter o respaldo da população. Claro que, se o isolamento social tivesse sido respeitado, não precisaríamos disso hoje."
O geógrafo Eduardo Augusto Werneck Ribeiro, professor do Instituto Federal Catarinense (IFC) e especialista em geografia da saúde, vê a explosão de casos nos estados do Sul como uma segunda onda da covid-19. "A mobilidade foi a responsável por essa maior contaminação. Houve o bloqueio, a adesão por cerca de 8 dias, quando o índice de isolamento social chegou a 70%, e depois o relaxamento. Quando houve a flexibilização, as pessoas já estavam na rua."
Uma pesquisa feita por Ribeiro pela internet em Camboriú, litoral catarinense, deu a medida de como as pessoas, mesmo com mais instrução, relativizam a importância do isolamento social frente à pandemia. "Ouvimos 129 pessoas com curso superior e 30% disseram que não correriam risco de contágio indo à praia. É um porcentual elevado." Ele observou também que, nos dias de sol, muitos moradores de Blumenau deixavam o isolamento para passear e ir à praia. "O que estamos vendo agora é o resultado da irresponsabilidade associada à mobilidade".
Custos industriais aumentam no primeiro trimestre de 2020, influenciados pela depreciação da moeda brasileira.
O Indicador de Custos Industriais cresceu 2,4% no primeiro trimestre de 2020, puxado sobretudo por aumento dos custos de produção sensíveis a variações da taxa de câmbio: custo dos insumos importados e custo com óleo combustível (alta de 7,9%).
O Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou em reunião na segunda-feira o Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE), com o qual o governo espera destravar até 120 bilhões de reais em crédito a micro, pequenos e médios empresários a condições mais favoráveis do que encontram hoje no mercado.
Em nota nesta terça-feira, o Banco Central informou que o crédito concedido pelos bancos no âmbito do CGPE será destinado exclusivamente ao capital de giro das empresas, tendo prazo mínimo de 36 meses, bem como carência mínima de seis meses para o início da amortização da dívida.
Pelo menos 80% do programa será direcionado a empresas menores, com receita bruta anual de até 100 milhões de reais, acrescentou o BC.
Na mesma reunião do CMN, o governo também regulamentou o compartilhamento de alienação fiduciária de bens imóveis, abrindo caminho para que o mutuário possa usar parte do que já foi pago no seu financiamento imobiliário, podendo tomar esse dinheiro emprestado da instituição financeira ao mesmo custo acertado no contrato original.
“Como o compartilhamento de alienação fiduciária possui caráter permanente, a medida deve gerar impactos significativos positivos para o mercado de crédito também no médio e no longo prazos, haja vista a qualidade da modalidade de garantia envolvida e os consequentes impactos em relação à segurança jurídica das operações e ao custo de crédito para os tomadores”, disse o BC.
A pesquisa Indicador de Custos Industriais, da CNI, mostra um aumento de 2,4% nas despesas do setor entre janeiro e março provocado pelo valorização do dólar em relação ao real
O Indicador de Custos Industriais, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra os reflexos das variações do câmbio no aumento nas despesas das indústrias, no primeiro trimestre deste ano. O Indicador cresceu 2,4% em relação ao último trimestre de 2019. Essa variação ocorre, sobretudo, pelo aumento de 6,8% no custo dos insumos importados e de 7,9% no custo de óleo combustível.
O aumento de custos, influenciado pelo câmbio, indica ainda perda de lucratividade da indústria brasileira pois os custos aumentaram 2,4%, mais que o aumento de preço das mercadorias produzidas, 1%.
Por outro lado, a desvalorização do real aumentou a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e no mercado doméstico. O preço, em reais, dos produtos manufaturados nos Estados Unidos aumentou 7,4%, enquanto o preço dos produtos manufaturados importados, em reais, teve um aumento de 6,1%.
“Essa pesquisa mostra o impacto da valorização do dólar nos custos das indústrias, um fato que se intensificou neste ano. Ela mostra que a desvalorização da moeda brasileira aumenta a competitividade, mas também impõe custos à indústria”, avalia o gerente-executivo de Economia, Renato da Fonseca.
Custo com capital de giro cresceu apesar da redução da taxa Selic
O custo com capital de giro cresceu 3,7% no primeiro trimestre de 2020, apesar de um recuo de 15% na média trimestral da taxa Selic, na comparação com o quarto trimestre de 2019. No primeiro trimestre de 2020, houve um aumento da inadimplência na carteira de crédito de capital de giro de pessoas jurídicas dos bancos, segundo o Banco Central, e grande aumento da incerteza e aversão ao risco, por conta da pandemia. Esses fatores podem explicar o maior custo com capital de giro da indústria.
O PIB brasileiro cresceu 1,1% em 2019, desempenho mais fraco em três anos
O Indicador de Custos Industriais cresceu 2,4% no primeiro trimestre de 2020, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 20, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa alta foi puxada sobretudo pelo aumento dos custos de produção sensíveis a variações da taxa de câmbio. De acordo com a pesquisa, o custo dos insumos importados teve alta de 6,8% e o custo com óleo combustível subiu 7,9%.
A CNI destaca que os custos cresceram mais que os preços das mercadorias produzidas, indicando perda de lucratividade da indústria no primeiro trimestre do ano. Enquanto os custos cresceram 2,4%, os preços das mercadorias produzidas tiveram incremento de apenas 1%.
Já o preço dos produtos manufaturados importados, em reais, teve alta de 6,1%, refletindo sobretudo a depreciação do real. O preço dos manufaturados nos Estados Unidos aumentou 7,4%.
"Essa pesquisa mostra o impacto da valorização do dólar nos custos das indústrias, um fato que se intensificou neste ano. Ela mostra que a desvalorização da moeda brasileira aumenta a competitividade, mas também impõe custos à indústria", avalia o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.
De acordo com a CNI, o custo com produtos intermediários foi um dos principais determinantes para a alta dos custos industriais. Aumentou 3,3% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao 4º trimestre de 2019.
Os produtos intermediários nacionais ficaram 2,6% mais caros e os importados, 6,8%. Se comparado com o 1º trimestre de 2019, os produtos intermediários importados nos primeiros três meses deste ano ficaram 12,5% mais caros.
O levantamento mostra ainda que os custos com pessoal tiveram aumento de 1,4% no 1º trimestre de 2020.
"Uma razão para o aumento é o aumento das demissões em março de 2020, com o consequente pagamento de indenizações, com a queda da demanda e da atividade industrial que teve início no mês de março. Além disso, muitas indústrias optaram por adiantar as férias de seus empregados como resposta à pandemia de covid-19, adiantando assim, em parte, o custo de férias dos empregados, que sob condições normais se concentraria em dezembro", destaca a CNI.
Mesmo com o recuo de 15% na média trimestral da taxa Selic, o custo com capital de giro cresceu 3,7% no 1º trimestre do ano em relação ao último trimestre de 2019.
Nos primeiros três meses de 2020, houve alta da inadimplência na carteira de crédito de capital de giro das pessoas jurídicas dos bancos e aumento da incerteza e aversão ao risco, em razão da pandemia, o que ajuda a explicar o maior custo com capital de giro da indústria, destaca a CNI.
Quais são os critérios que definem uma empresa de sucesso? Seja qual for sua resposta, é bem possível que você tenha citado lucro ou marca como itens fundamentais. Afinal, esses são dois pontos vitais para qualquer negócio. Mas, em tempos de Transformação Digital, alta concorrência e mudanças de hábitos de consumo, é possível incluir um terceiro fator: a eficiência operacional.
Em linhas gerais, podemos dizer que a eficiência operacional é a capacidade que uma empresa tem de diminuir seus custos sem comprometer a qualidade e a entrega para seus clientes. De forma prática, estamos falando em como aprimorar os processos internos em busca de opções mais econômicas e rentáveis, sem afetar o valor oferecido em cada novo negócio.
Isso não significa, porém, que as companhias devam demitir seus funcionários em busca de mão de obra mais barata nem tampouco trocar fornecedores por insumos mais em conta. Não se trata de cortar custos sem razão. Na verdade, o foco da eficiência operacional é justamente encontrar os meios certos para maximizar os resultados. Por exemplo: já parou para pensar em como funciona o processo de compras da sua empresa? Ou como é feita a gestão financeira? A resposta deve ser diferente para cada companhia, mas uma opção certamente seria adicionar a automação como um mecanismo para agilizar iniciativas e reduzir falhas.
A tecnologia, aliás, tem um papel fundamental nessa busca por eficiência operacional, principalmente por representar cada vez mais uma oportunidade prática de simplificar e otimizar o dia a dia das equipes. Ao adotar ferramentas mais inovadoras, quase sempre as organizações conseguem liberar o potencial de seus colaboradores para propor soluções e serviços que, de fato, ajudarão a operação a ser mais lucrativa e reconhecida pelos clientes no futuro.
Em minha experiência no mercado, posso afirmar que conheci diversos exemplos de empresas que conseguiram reduzir em pelo menos 30% os custos e o tempo de produção, ao utilizar tecnologias voltadas à melhora da eficiência de suas operações. Algumas marcas, inclusive, atingiram níveis ainda maiores com a transformação de suas rotinas. O que todas elas tinham em comum era o desejo de ouvir as pessoas, melhorar as ofertas para os clientes e estabelecer um plano confiável e sólido para os negócios em médio e longo prazo.
Todo esse cenário exige, entretanto, um grande período de mapeamento, análise e aprimoramento dos mínimos detalhes das companhias. Os líderes são aconselhados a investigar os fatores que, de alguma forma, impactam no andamento das ações e que geram reflexos à rentabilidade dos trabalhos. Investir em diversidade de equipe, protocolos de governança e melhoria da segurança também é bastante indicado.
Entre outras coisas, é preciso avaliar quais as ações consomem mais tempo dos colaboradores, quais são os principais focos de erros e desperdícios, em que etapas suas vendas poderiam ser melhoradas etc. Há uma enorme possibilidade aberta às companhias que buscam melhorar suas próprias ações – o que invariavelmente amplia as possibilidades de lucro e de conquista de novas vendas.
O grande ponto é, portanto, repensar todas as ações e processos de uma empresa, buscando opções práticas para aprimorar o funcionamento da organização como um todo. Bater as metas no fim do mês não é sinônimo de que aquele é o máximo a ser alcançado pela companhia. Um plano de maximização da eficiência interna não deve ser pautado em conquistas rápidas, mas sim em ganhos duradouros. O que pode ser feito melhor para gerar melhores retornos para a organização? Essa é a pergunta que precisa ser feita repetidamente pelos líderes de tecnologia e negócios.
Evidentemente, esse trabalho de aprimoramento deve ser feito de maneira contínua. A eficiência operacional precisa ser pensada em conjunto com uma estratégia sólida de inovação e transformação. Identificar para onde a companhia quer ir é o primeiro passo para saber como melhorar um processo interno e, com isso, reforçar os ganhos.
Estamos em uma era que exige das marcas a reinvenção de seus modelos de negócios. Somos desafiados pelos consumidores a fazer algo novo todos os dias. Por isso mesmo, agir apenas para alcançar os números do mês não é mais a ideia a ser perseguida. É hora de entender que as mudanças estão ocorrendo e que as empresas devem evoluir também, encontrando os caminhos mais adequados para se diferenciar diante da concorrência e dos consumidores.
Shanghai MingShi Investment Management usa deep learning para recomendar os melhores negócios
A inteligência artificial deve tomar parte das mais diversas áreas do dia a dia no futuro. No entanto, algumas notícias sobre a tecnologia ainda surpreendem, como um fundo de investimentos hedge usando IA para gerenciar um montante de US$ 1 bilhão. É o caso do Shanghai MingShi Investment Management.
Em março deste ano, o fundo que usa inteligência artificial para realizar investimento no mercado chinês levantou US$ 600 milhões. Agora, pretende conseguir mais US$ 400 nos próximos meses. O fundo usa o deep learning (aprendizado profundo, em tradução livre) para combinar algumas centenas de milhares de fatores nas recomendações de investimentos.
Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, um dos parceiros do fundo chinês explica que a pandemia atrapalhou a captação de recursos. “É preciso fazer pesquisas sérias antes de enteder [o mercado]”, comenta o parceiro Stephan Zhou.
Fundada em 2010, por Yu Yun e Robert Stambaugh, professor da Universidade da Pennsylvania, a companhia tem um objetivo obter entre 15% até 20% de retorno sobre investimentos neste ano. Com isso, o plano do fundo é dobrar seu time de pesquisadores para 80 no mesmo período.
No entanto, empresa separou seus times em grupos separados para evitar que os cientistas concentrem seus esforços nos mesmos fatores. Afinal de contas, é importante manter a inteligência artificial treinada para o melhor investimento.
A inovação tecnológica no Brasil não entrou em quarentena
“A China oferece uma ótima chance de aplicar princípios científicos e uma abordagem bastante disciplinada com base em pesquisas acadêmicas”, comenta Stambaugh, que atua como um conselheiro do fundo de investimento MingShi.
Na semana passada tive o prazer de acompanhar o maior evento de investimentos do mundo, a Expert XP 2020. Foram cinco dias com mais de 200 palestras sobre investimentos, aspectos sociais e políticos e o mundo dos negócios em geral.
Dentro do rol de palestrantes, estavam os principais gestores de fundos de investimento e personalidades do país, além de gestores de renome mundial. Ainda a ativista Malala, o ex-jogador de basquete Earving “Magic” Johnson, o ex-premiê do Reino Unido Tony Blair, a vencedora do prêmio Nobel da Economia em 2019, Esther Duflo, a CEO da Nasdaq Adena Friedman, entre outros.
Diante de tantos nomes conhecidos e vitoriosos em suas respectivas carreiras, posso afirmar que foram dias extremamente proveitosos para adquirir muito conhecimento sobre o que é pensado para presente e futuro por essas personalidades.
Dessa forma, coloco abaixo os cinco principais aspectos que considerei mais relevantes de tudo que pude acompanhar: (1) a importância da evolução da tecnologia, (2) investimentos ESG (ambientais, sociais e de governança), (3) momento da bolsa de valores, (4) ascensão da China como possível nova potência global e (5) a importância da diversificação numa carteira de investimentos.
A evolução da tecnologia
O setor de tecnologia, que já era discutido há meses, é colocado cada vez mais em evidência. Desde o início da pandemia, o índice da Nasdaq, que mede o retorno das empresas do setor, não para de subir. Nos últimos três meses a alta ultrapassa 25%, algo muito acima de tempos “normais”.
O grupo das gigantes FAANMGs (Facebook, Amazon, Apple, Netflix, Microsoft e Google) é o centro das atenções e principal destaque do índice, que também tem nomes como Tesla, Mercado Livre, Intel, entre outros. No Brasil, o que se pode verificar é que as empresas de varejo online são as que mais se destacam na bolsa brasileira, em especial neste momento.
Outro tema que foi muito abordado é a entrada do 5G, que poderá colocar a internet em outro patamar no cenário global. Diante desse movimento, grandes gestores citam uma mudança de paradigma no business global, com os dados de consumidores sendo grande ativo, além da mudança comportamental que vivenciamos.
Investimentos ambientais, sociais e de governança
O ESG (Environmental, Social, and Governance ou ambiental, social e de governança, na tradução do inglês) é uma preocupação demonstrada há anos - até décadas - nos EUA e nos demais países desenvolvidos em geral, mas pouco explorado no Brasil. Esses fatores são cada vez mais utilizados como critérios de análise, para além de questões econômico-financeiras. Na prática, a análise de um investimento inclui mais do que risco e retorno, a avaliação do impacto que ele causa na sociedade.
Os investimentos que levam em consideração fatores ESG se preocupam com mudanças climáticas, poluição e resíduo, relação da empresa com a comunidade, diversidade, a composição do conselho de administração. O próprio Howard Marks, gestor que detém mais US$ 100 bilhões em seus fundos, menciona que inclui o ESG em tudo que realiza, pois empresas que "fazem mal ao mundo" têm dificuldades em levantar capital.
O momento da bolsa de valores
Não há um consenso sobre o momento que atravessamos, mas em geral grande parte dos profissionais estão animados com o mercado de renda variável no curto prazo e por duas razões específicas que tenho comentado neste espaço semanalmente: injeção de recursos por parte dos bancos centrais muito acima de outras crises já vividas e taxas de juros próximas de zero (ou até negativas) em alguns casos, como na Europa.
Mesmo no Brasil, com a Selic perto de 2%, a busca por ativos com perspectiva de melhor rentabilidade é a bola da vez. O ambiente político mais conciliador, ao menos nas últimas semanas, também contribui para o ânimo atual.
China como possível nova potência global
Outro tema bastante discutidofoi a China, inclusive com gráficos apresentados por Ray Dalio, outro grande gestor de fundos global. Aliás, este também não é um tema que surgiu recentemente nas mesas de operações. A discussão que Donald Trump vem enfrentando em sua guerra comercial com os chineses tem um grande propósito e passa por esse rápido crescimento do país asiático.
O tema será sem dúvida um mote de sua campanha à reeleição, assim como foi o muro na fronteira com o México quatro anos atrás. Certamente ainda veremos muitos capítulos deste tema que trará volatilidade às bolsas pelo mundo, em função de novas barreiras de entrada que poderão ser criadas no comércio internacional.
Importância da diversificação da carteira de investimentos
Por fim e algo quase unânime foi o tema diversificação de carteira de investimentos. Como temos visto nova entrada de fluxo de pessoas no mercado de renda variável, todos os especialistas sugerem cautela e a não realização de aportes exclusivos em ações. Para tanto foi sugerido ter parcela do dinheiro em outros produtos de aplicações financeiras como renda fixa – sim, há boas oportunidades -, câmbio, ouro e até investimentos no exterior.
Interessante este último, pois com a possibilidade de negociação de BDRs (ou seja, recibos de ações de empresas americanas no Brasil) por parte do investidor pessoa física até o final do ano, abre-se uma janela de participação maior e com leque mais abrangente para os investimentos. No entanto, vale sempre ressaltar que, como cada indivíduo tem um perfil e objetivos diferentes, cabe a cada um realizar suas carteiras em termos percentuais por produto. Lembre-se, não há uma bala de prata ou uma regra fixa sobre quanto deverá ser investido.
Roberto Indech - Colunista do Jornal Gazeta do Povo
De tanto ser batida, repetida, a tese que a recuperação econômica brasileira depende de um amplo plano de investimentos está consolidada, não há dúvida econômica e política a respeito, e nunca é demais insistir nela. Alguns aspectos da realidade nacional precisam ser lembrados.
Primeiro, os investimentos devem ser dividido em três partes: infraestrutura física (rodovias, ferrovias, energia, gás, portos, aeroportos, comunicações, sistemas de água e esgoto), infraestrutura empresarial (armazéns, máquinas, equipamentos, prédios industriais e comerciais, sistemas tecnológicos, veículos) e infraestrutura social (hospitais, postos de saúde, escolas, instituições sociais).
Essa divisão é necessária no mínimo porque a infraestrutura física ainda é basicamente estatal, a infraestrutura empresarial é essencialmente privada e a infraestrutura social é um misto de organizações estatais, organizações privadas e instituições não governamentais.
Apesar dessa configuração, todas dependem de um ambiente institucional favorável aos investimentos e um corpo de leis e regulamentos capazes de estimular o investidor privado nacional e os investidores estrangeiros. O Brasil tem duas deformidades graves, prejudiciais ao crescimento econômico e que, apesar disso, não causam indignação explícita na sociedade e nos políticos, talvez sendo esta a razão pela qual há décadas fala-se em solucioná-las e nunca são.
A primeira mazela causadora de atraso é o conjunto de amarras e a falta de regulamentação clara e eficiente relativa aos setores e subsetores da infraestrutura. Há algumas semanas, o Congresso Nacional deu um passo importante aprovando o marco legal do saneamento básico, o qual tem condições de provocar um choque de eficiência na gestão das empresas estatais de saneamento, que respondem pelo atendimento de água e esgoto em mais de 90% dos 5.570 municípios, e deve atrair investimentos privados no setor.
Vale lembrar que mais de 40% da população brasileira não dispõe de rede de esgoto tratado, coisa que os países desenvolvidos resolveram há muitas décadas. Apesar da importância do regulamento aprovado, ele se limita a um único subsetor: o de saneamento básico.
A segunda mazela, até certo ponto inexplicável e que, entra governo e sai governo, nunca é atacada definitivamente, refere-se à praga das obras paralisadas. Além de investir muito pouco em infraestrutura, mesmo nos setores estatizados, parte substancial dos investimentos se perde em obras paralisadas, inservíveis para uso e verdadeiros sorvedouros de dinheiro público desperdiçado.
Aí está uma prática nociva e causadora de pobreza sobre a qual os sociólogos e cientistas políticos deveriam pesquisar e publicar, seja pelo atraso que produz ou pelo traço nocivo da gestão pública brasileira. Segundo o governo federal, no fim do primeiro semestre deste ano existiam catalogadas 6 mil obras federais interrompidas ou adiadas. No total do setor estatal, incluindo estados e municípios, já passa de 11 mil obras paralisadas.
É impensável, e deveria ser motivo de indignação e manifestação social, que um país pobre e tão carente de crescimento se dê o luxo absurdo de manter esse estado de coisas, numa demonstração que o setor estatal anula parte dos resultados obtidos nos bons programas governamentais, pela via de ineficiências, desperdícios e corrupção.
Vale mencionar o esforço do ministro da Economia, Paulo Guedes, para conseguir melhorar o atual estágio da legislação sobre investimentos. "Após a aprovação do saneamento no fim de junho, o governo espera que o Congresso vote uma série de marcos legais entre os próximos 60 a 90 dias. O objetivo é que os novos marcos regulatórios destravem investimentos privados da ordem de bilhões de reais nos próximos anos. A aprovação dos textos faz parte da agenda de recuperação da economia no pós-coronavírus”, são palavras ditas pelo ministro recentemente.
O governo federal entrega ao Congresso nesta terça-feira (21), às 14h30, o projeto inicial de reforma tributária elaborado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A cerimônia representará um passo importante na luta que o Palácio do Planalto trava para tentar reverter um jogo que, hoje, tem placar desfavorável ao governo de Jair Bolsonaro: a manutenção do veto presidencial ao projeto de lei que instituiu a desoneração na folha de pagamentos até o fim de 2021.
O veto foi imposto por Bolsonaro durante sua sanção à lei que o Congresso aprovou como produto da Medida Provisória (MP) 936, que criou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e permitiu a empresas reduzirem jornadas de trabalho e salários, em virtude da pandemia de coronavírus. No processo de conversão da MP em lei, os congressistas estenderam até 2021 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores. A medida, na opinião dos parlamentares, ajuda na geração de empregos. Já o Executivo considerou a decisão inconstitucional e onerosa aos cofres públicos, por isso o veto.
A apresentação do projeto da reforma tributária ao Congresso indica aos parlamentares uma alternativa às desonerações estipuladas no projeto derivado da MP. A ideia do governo é convencer os deputados e senadores de que a proposta de reformulação abordará a desoneração de modo mais qualificado do que o contemplado na lei sancionada recentemente. O projeto que Guedes deve levar ao Congresso é um esboço inicial da reforma completa, focado no momento apenas em dois tributos federais, PIS e Cofins.
Antes da apresentação da proposta, o governo executará outra etapa de sua estratégia para tentar reverter o jogo. Será a realização de uma reunião virtual entre seus líderes no Congresso, incluindo as bancadas de todas as casas. O encontro está previsto para a manhã desta terça, com o objetivo de criar um discurso a favor do veto.
A proposta de reforma e a reunião se soma ao fator tempo, que o governo espera que jogue a seu favor. Havia a expectativa, há alguns dias, de que a análise do veto se desse na semana corrente. Isso seria prejudicial ao governo, já que o cenário atual é pela rejeição do veto —- o que se tornou mais complexo após Guedes sugerir que a alternativa à desoneração pode ser a criação de um novo imposto, que seria aplicável sobre transações via internet e foi apelidado de "CPMF digital".
Mas a votação para agora foi descartada: a Câmara encontra-se envolvida nas discussões relacionadas ao projeto do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que tem monopolizado as atenções de parlamentares de governo e oposição. No Senado, a agenda da semana ainda não foi definida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Mas como a apreciação de um veto é feita em sessões do Congresso, onde estão presentes deputados e senadores, não haveria como deliberar agora sobre a decisão de Bolsonaro.
Congresso avalia que já cedeu
A derrubada do veto tem sido mencionada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com frequência desde a sanção da lei por Bolsonaro, ocorrida no último dia 6. Por exemplo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no dia 12, Maia alegou que a ideia de desonerar a folha de pagamento não é incompatível com a reforma tributária: “a reforma tributária tem uma transição de dez anos. O Congresso aprovou a prorrogação (da desoneração) por apenas um ano. Uma coisa não inviabiliza a outra".
Nesta segunda-feira (20), em entrevista coletiva na Câmara, o deputado disse que "a proposta [de reforma tributária] do governo vem em boa hora". Maia destacou que tanto Câmara quanto Senado têm projetos de reforma em curso, mas disse que isso não o levará a reprovar a iniciativa do Executivo: "o governo trata de dois impostos. Nós tratamos dos cinco. PIS-Cofins ele trata, nós incluímos IPI, ICMS, ISS. Nós achamos que o impacto para a melhoria do ambiente de crescimento do Brasil é muito grande. Mas se as condições existirem apenas para votação do projeto do governo, nós vamos avançar do mesmo jeito".
Maia também disse que a desoneração não deve ser compensada pela criação de novos impostos. Sem citar diretamente a proposta de Guedes, lembrou da CPMF ao dizer que "a política de gerar um imposto para financiar um bom programa, ela foi feita entre 1994 e 2008. Gerou 9% de carga tributária nova e o impacto foi muito pequeno na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros".
O líder do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), disse que acredita na derrubada do veto e também que a bancada do seu partido votará contra a decisão de Bolsonaro. Para ele, "o Congresso já cedeu" ao concordar com a extensão das desonerações até 2021, já que inicialmente se discutia a manutenção do quadro até 2022. "Não podemos abrir mão de um veto por conta de uma promessa de uma 'semireforma' por parte do governo", acrescentou.
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) também aposta na derrubada do veto, como "um movimento do Parlamento de defesa de si mesmo". "Foi um projeto que teve muito respaldo no Congresso, por isso a tendência de rejeição", afirmou. Para a petista, o governo "age com chantagem" ao indicar a apresentação da reforma tributária como alternativa às desonerações. "Isso é ação de um governo que não tem coragem de tributar quem deveria", disse.
O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) colocou que outra dificuldade para o governo é que a votação tende a ocorrer em um período de baixa harmonia entre Congresso e Palácio do Planalto. "O atraso da liberação de recursos gerou um mal-estar na base", disse o deputado, em relação ao pagamento de emendas parlamentares que não foram efetivados. Ele acrescentou que o tema gera controvérsia, assim como o Fundeb, e que negociações serão necessárias até o dia da votação.
Queremos a sua opinião sobre a CPMF. Você concordaria com um novo imposto sobre transações financeiras?
Sim, desde que realmente ocorra a desoneração da folha de pagamento das empresas.
Não, a criação de um novo imposto sequer deveria estar nos planos do governo.
Desoneração foi decisão do Congresso
A extensão da desoneração da cobrança até o fim de 2021 foi decidida pelos parlamentares durante a tramitação da MP no Congresso. A medida contou com apoio de associações patronais. Desde o anúncio do veto de Bolsonaro, instituições têm divulgado notas e posicionamentos sobre os impactos que o fim da desoneração poderia causar ao mercado de trabalho.
Documento da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), por exemplo, alega que "a tributação da folha no Brasil é de 43%, uma das maiores do mundo. Na contramão das melhores práticas econômicas dos países mais desenvolvidos. Nos Estados Unidos, a tributação é 29% e no Chile 9%. Por outro lado, temos 13 milhões de desempregados, sendo que o setor é o que tem mais capacidade de gerar empregos".
A desoneração tem sido tentada, nos últimos anos, por diferentes governos. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse, em entrevista de 2017, quando já estava distante do Palácio do Planalto, que determinar desonerações ao setor produtivo foi um dos seus principais arrependimentos na gestão da política econômica. "Eu acreditava que, se diminuísse impostos, teria um aumento de investimentos. Eu diminuí e me arrependo disso. No lugar de investir, eles aumentaram a margem de lucro", disse, em referência aos empresários brasileiros.
Segundo Guilherme Afif Domingos, assessor especial do ministro Paulo Guedes, nova modalidade é uma das medidas para diminuir desemprego; direitos trabalhistas serão proporcionais
Dentro do que chama de economia social e de mercado, o governo proporá ao Congresso, no pacote que reunirá a reforma tributária e incentivos ao emprego, a contratação de trabalhadores por hora trabalhada, em substituição ao salário mínimo tradicional. É o que diz Guilherme Afif Domingos, assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao programa CB.Poder.
Segundo ele, o público alvo serão aposentados e idosos que não querem mais cumprir a jornada tradicional de oito horas, mas precisam de uma outra fonte de renda. “Por que tenho que ser contratado por oito horas se posso trabalhar três?”, questiona Afif. Que responde: “Para isso, vamos propor o salário mínimo por hora, como existe nos Estados Unidos”.
Afif ressalta que o governo precisa flexibilizar as regras de contratação no país, que vê o desemprego em disparada, acima de 13%. “Salário é muito para quem paga e pouco para quem recebe. O custo de aquisição de mão de obra é muito alto no país. Então, temos que fazer uma redução desse custo, facilitar as contratações e flexibilizar o número de horas trabalhadas”, afirma.
Para que a proposta não seja rejeitada pelo Congresso, porém, o governo garantirá que todos os trabalhadores contratados por hora tenham direito, proporcionalmente, a benefícios como 13º salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e férias. Na primeira versão do projeto, esses benefícios não estavam contemplados.
O assessor especial de Paulo Guedes diz que o salário mínimo por hora trabalhada virá dentro do contexto da reforma tributária, que, na segunda fase, proporá a criação de um imposto sobre transações eletrônicas, uma espécie de CPMF, que permitirá a desoneração da folha de pagamento das empresas e o financiamento do programa Renda Brasil, que nada mais será do que o Bolsa Família turbinado por outros programas sociais.
Também está prevista a criação de um fundo previdenciário para bancar a aposentadoria de empreendedores informais. Eles terão cerca de 20% da renda registrada no programa devolvidos para esse fundo. O dinheiro poderá ser sacado quando esses trabalhadores se aposentarem. É o sistema de capitalização, que já foi proposto por Guedes para todos os trabalhadores e rejeitado pelo Congresso durante a reforma da Previdência.
“Tudo está interligado”, diz Afif, ressaltando que, no Renda Brasil, haverá uma rampa de saída dos beneficiários para o mercado de trabalho formal por meio de um processo de qualificação profissional e conclusão de pelo menos o ensino fundamental.
As tarifas de pedágio foram reajustadas no sábado (18) pela Autopista Régis Bittencourt, no trecho entre Curitiba e São Paulo. O preço para carros de passeio ou por eixo de veículos pesados passou de R$ 3,20 para R$ 3,30. Para quem circula de moto naquele percurso da BR-116, o preço passou a ser de R$ 1,65.
O reajuste costuma acontecer em 29 de dezembro, aniversário da assinatura do contrato de concessão, mas estava atrasado quase sete meses. Também a reavaliação das tarifas de outras concessões federais que cortam o Paraná, como a BR-116 até Lages (SC), administrada pela Planalto Sul, e a ligação até Florianópolis, pela Litoral Sul, ainda não foram autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A Gazeta do Povo questionou a agência reguladora e recebeu como resposta que os reajustes não precisam acontecer na data do aniversário do contrato e que os processos das concessões "precisaram de uma análise mais detalhada dos cumprimentos contratuais". A ANTT também confirmou que o atraso será compensado financeiramente no próximo reajuste. Em anos anteriores, a demora na autorização não passou de alguns dias.
As novas concessões de pedágio nas rodovias paranaenses que serão licitadas no ano que vem devem ter um modelo híbrido, que leva em conta tanto a menor tarifa quanto o valor da outorga a ser paga pelas empresas.
A informação foi dada nesta segunda-feira (20) pelo secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex (PSD), em reunião por videoconferência com a bancada federal do Estado e o governador Ratinho Júnior (PSD).
As concessões atuais, que envolvem 2,5 mil quilômetros vencem em 2021. Além disso, o governo pretente incluir mais 1,3 mil quilômetros na nova concessão, totalizando 4,1 mil quilômetros de rodovias no Estado.
De acordo com o secretário, além de uma redução em relação aos preços praticados atualmente, as empresas interessadas poderão oferecer mais descontos tarifários até atingir um teto. Se todas as concorrentes alcançarem esse teto, a disputa será pela maior outorga.
“Estamos fazendo ajustes para apresentar para a população paranaense um projeto robusto na fase de consultas. Estamos debatendo com as bancadas federal e estadual para decidir em conjunto a melhor forma de encaminhar o novo Anel de Integração para leilão.
O paranaense quer uma tarifa justa”, afirmou Sandro Alex. “O modelo precisa evitar que o contrato se torne inexequível porque os estudos indicam pelo menos R$ 40 bilhões de investimentos em operação, além de R$ 42 bilhões em obras que se concentram nos primeiros anos de contrato”, defendeu.
O desenho final do Anel de Integração será divulgado apenas no ano que vem, depois das consultas públicas, quando será encaminhado para licitação. De acordo com o governo, a intenção é buscar um modelo de licitação que contemple obras fundamentais para o setor produtivo e a segurança dos usuários, além de desonerar os bolsos dos usuários. O estudo é elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL), em parceria com o IFC, braço de projetos do Banco Mundial.
Mancha
Segundo o coordenador da bancada do Paraná na capital federal, deputado Toninho Wandscheer (PROS), os parlamentares e o governo do Estado têm compromisso com o desenvolvimento econômico e com o fim da mancha de corrupção sobre as concessões. “Já tivemos uma reunião com a EPL e ainda faltam ajustes nos estudos, precisamos chegar no equilíbrio, entender mais os processos. Queremos uma versão equilibrada para esses contratos de longo prazo”, disse.
Também foi agendada uma reunião com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para apresentar as demandas e dúvidas dos parlamentares. Um dos objetivos é indicar ao estudo contratado pelo governo federal especificidades regionais do Estado, uma vez que os novos traçados ficarão sob responsabilidade da iniciativa privada por 30 anos.
A produção de minério de ferro da Vale no segundo trimestre somou 67,6 milhões de toneladas, aumento de 5,5% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 13,4% ante o primeiro trimestre de 2020, apesar de efeitos negativos relacionados à pandemia do coronavírus, que reduziu o número de funcionários nas operações.
Já a comercialização de minério de ferro caiu 11,8% na comparação anual, devido ao tempo de espera de logística entre produção e vendas, com muitas delas ficando para o próximo trimestre.
Mas houve aumento de 5,7% ante o primeiro trimestre, quando a empresa sofreu com problemas climáticos, atrasos na retomada de produção em minas e outros impactos causados pelo coronavírus.
A companhia explicou ainda nesta segunda-feira, em seu relatório de produção, que a abordagem de vendas segue "uma estratégia de maximização de margem, priorizando produtos blendados em seu portfólio, o que aumenta o 'lead time' (tempo de espera) entre produção e vendas".
A Vale, que vem lidando para retomar parte da produção suspensa pelo acidente com uma barragem em Brumadinho (MG), em 2019, informou que a extração de minério de ferro em junho ficou acima de 25 milhões de toneladas, "apresentando forte aceleração em relação aos níveis de abril e maio", e entrando em um período sazonalmente forte, com níveis mais baixos de chuva.
Segundo a Vale, o empreendimento S11D, no Pará, atingiu um "run-rate" de 91 milhões de toneladas em junho, que provavelmente melhorará no segundo semestre, "em direção a uma produção anual ligeiramente acima" de 85 milhões de toneladas.
No entanto, a empresa disse que impactos relacionados à Covid-19 somaram 3,5 milhões de toneladas no segundo trimestre. A companhia também sofreu com eventos não recorrentes, como manutenção de correias transportadoras de longa distância no S11D, com um impacto negativo de 2,1 milhões de toneladas e a parada prevista da mina de Fazendão em fevereiro, devido ao esgotamento da área de mineração licenciada.
A companhia declarou que o guidance para a produção de finos de minério de ferro em 2020 permanece inalterado em 310-330 milhões de toneladas, mas salientou que o cenário mais provável é que "fique na extremidade inferior" da meta.
Além da suspensão das operações no complexo de Itabira (MG) no segundo trimestre por 12 dias, onde autoridades entenderam que havia riscos relacionados ao coronavírus, a empresa está lidando com o aumento do absenteísmo de funcionários relacionado à quarentena nas operações do Sistema Norte, a partir da abordagem "teste-rastreamento-tratamento".
Diante disso, a empresa estima uma perda de produção adicional, devido à pandemia, de 6,3 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo semestre.
"Perdas de volumes adicionais relacionadas ao absenteísmo pelos efeitos da Covid-19 não podem ser completamente descartadas para os próximos trimestres. No entanto, os níveis de absenteísmo estão em 2/3 de seu pico em abril, e existe um 'buffer' importante para ajudar a mitigar esse risco", comentou.
Segundo a Vale, os marcos para alcançar o guidance incluem produção próxima a 200 milhões de toneladas em 2020 no Sistema Norte, um sólido desempenho no S11D e o reinício da Serra Leste, com capacidade para 6 milhões de tonelada/ano, esperado para o quarto trimestre, após a companhia receber autorizações para retomar as atividades nessa unidade.
Além disso, o guidance prevê melhorias operacionais no Complexo de Itabira, que foi impactado por manutenção no primeiro trimestre e pela Covid-19 no último trimestre.
A pandemia também tem causado lentidão nos planos da empresa para retomar plenamente as minas de Timbopeba, Fábrica, Vargem Grande e Brucutu, em Minas Gerais.
A companhia ainda está tendo que lidar com regras mais rigorosas para produzir minério de ferro, por parte dos reguladores, após o desastre de Brumadinho.
"Os impactos relacionados à Covid-19 nas obras de Timbopeba, Fábrica e Complexo de Vargem Grande... refletem níveis mais baixos de pessoal nas construções e, portanto, menor progressão das obras", disse a empresa, lembrando que o ritmo das construções também deve ser desacelerado na estação chuvosa, com início esperado em novembro.
O guidance da Vale para produção de pelotas em 2020 foi revisado de 35-40 milhões de toneladas para 30-35 milhões, devido principalmente a ajustes de produção que refletem a disponibilidade de "pellet feed" na unidade de Itabira; ao adiamento da retomada da planta de pelotização de Vargem Grande para 2021; e à menor demanda do mercado.
No segundo trimestre, a produção de pelotas somou cerca de 7 milhões de toneladas, queda de 22% na comparação anual, enquanto as vendas tiveram recuo semelhante, para 6,95 milhões de toneladas.
Já a produção de níquel acabado atingiu 59,4 mil toneladas no segundo trimestre, aumento de 32% ante o mesmo período do ano passado, principalmente, devido ao forte desempenho nas refinarias do Atlântico Norte.
As vendas de níquel, por sua vez, atingiram 42,4 mil toneladas, ficando 26,3% abaixo do mesmo período do ano passado principalmente por causa da contínua demanda fraca decorrente das condições econômicas provocadas pela pandemia da Covid-19.
A produção de cobre atingiu 84,5 mil toneladas no segundo trimestre (-14% ante o mesmo período do ano passado), com volumes afetados também por fatores relacionados ao coronavírus.
Governo revisa metas de aquisição dos títulos diante de queda no consumo de combustíveis
A crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus emperra as negociações dos primeiros créditos de carbono lançados na B3, a bolsa de valores de São Paulo e abriu uma frente de batalha entre distribuidores de combustíveis e produtores de etanol e biodiesel sobre os rumos de programa de incentivo a combustíveis renováveis lançado no governo Michel Temer.
Os primeiros certificados, chamados de Cbios, foram registrados na B3, a bolsa de valores de São Paulo, no dia 25 de abril. Até a sexta (17), apenas cerca de 1% do estoque de títulos registrados havia sido negociado. E, ainda assim, em valores bem inferiores aos esperados.
A ausência de negócios reflete uma disputa de bastidores no setor sobre a revisão das metas do programa devido à pandemia. As distribuidoras de combustíveis alegam que o consumo despencou e pedem o adiamento das obrigações de compra de títulos para 2021.
O agronegócio, que é o vendedor dos títulos, é contra. O MME (Ministério de Minas e Energia) já propôs a redução em 50% das metas de 2020, com efeitos na evolução das obrigações pelos próximos dez anos, mas vem sendo pressionado pelos dois lados para rever a proposta.
O programa prevê que distribuidoras de combustíveis comprem certificados para compensar a emissão de poluentes no consumo dos produtor. O objetivo é transferir recursos da venda de combustíveis fósseis para a produção de energia renovável, barateando seu custo e incentivando o consumo.
Tem como objetivo ajudar o Brasil a cumprir metas de descarbonização prometidas no Acordo de Paris. Cada título equivale à emissão de uma tonelada de carbono na atmosfera. As metas de cada distribuidora são calculadas de acordo com a projeção de equivalente ao volume de combustíveis fósseis que cada uma põe no mercado.
Os primeiros Cbios foram registrados já com atraso: o programa previa o início das negociações já em janeiro, mas dificuldades na certificação dos títulos atrasaram o processo. A primeira operação de compra foi realizada no dia 12 de junho, quando a consultoria Datagro, especializada no mercado de etanol adquiriu 100 Cbios por R$ 50 cada um.
Embora não opere no setor de combustíveis, a empresa diz que fez o negócio para neutralizar as emissões de carbono dos eventos que produz. O valor pago ficou dentro do que o mercado previa antes do início da pandemia, em torno de US$ 10 por título.
As compras seguintes, porém, tiveram preços médios bem inferiores, entre R$ 15 e R$ 21, em um indicativo de que o interesse do mercado depende da definição das novas metas de aquisição pelo governo. As distribuidoras de combustíveis têm até o fim do ano para comprovar que têm em mãos títulos suficientes para cobrir suas emissões.
A meta original previa a compra de 29 milhões de títulos em 2020, com acréscimos anuais até atingir 95 milhões em 2028. Após o início da pandemia, o MME (Ministério de Minas e Energia) propôs reduzir a metade (14,5 milhões de Cbios) no primeiro ano. Em 2028, seriam 90 milhões de títulos.
O assunto foi tema de consulta pública encerrada no último dia 5. Entre as contribuições do mercado, empresas de etanol e biodiesel questionaram os cálculos do governo e querem um corte menor. A Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), por exemplo, fala em ao menos 16 milhões de Cbios em 2020.
A entidade alega que a meta proposta "é substancialmente inferior" à quantidade de títulos disponíveis, o que deve gerar superoferta de títulos, eliminando a eficácia do programa.
"Entendemos que essa redução drástica superestima os efeitos da atual pandemia sobre a atividade econômica e, particularmente, sobre o mercado de combustíveis no país", escreveu a entidade, em sua manifestação na audiência pública.
Já as distribuidoras reforçam o discurso de que a queda nas vendas demanda uma revisão das metas de longo prazo e alegam que o curto período disponível para cumprir a meta de 2020 pode gerar movimentos especulativos sobre o preço dos títulos.
Por isso, pedem o adiamento do início de vigência para 2021. Para convencer o governo, têm apelado também para o bolso do consumidor, ao defender que o programa gerará aumento no preço da gasolina em um cenário de crise econômica.
Até esta sexta, havia pouco mais de dois milhões de Cbios registrados na B3, valor muito inferior, de fato, à nova meta proposta pelo MME. Apenas 22 mil haviam sido negociados. Para a Unica, porém, que a disponibilidade chegará a 19,3 milhões de títulos.
O MME concluiu na semana passada a avaliação das contribuições à consulta pública e deve fechar na semana que vem uma proposta final. A Folha apurou que a ideia de adiar o início da vigência do programa já foi descartada e a tendência é que não haja mudanças significativas em relação à proposta original.
A revisão será levada para apreciação do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e a expectativa é que os novos números sejam aprovados até meados de agosto.
O ritmo de exportações de minério de ferro do Brasil apresentou aumento no acumulado do mês até a terceira semana de julho, na comparação com a média diária de embarques do mesmo mês do ano passado, colocando o país no caminho para ter crescimento nos despachos da commodity pelo terceiro mês consecutivo.
Até o dia 17 de junho, o Brasil havia embarcado 20,6 milhões de toneladas de minério de ferro, com uma média por dia útil de 1,58 milhão de toneladas, versus 1,49 milhão em julho do ano passado, quando o país fechou o mês com embarques de 34,2 milhões de toneladas.
Se a média diária da primeira metade do mês se mantiver nesta e na próxima semana, muito provavelmente o Brasil superaria julho de 2019 e também as exportações de junho deste ano, quando o embarque de minério de ferro atingiu cerca de 30 milhões de toneladas, marcando o maior nível do ano.
O preço médio do minério de ferro no porto, de acordo dados do governo, ainda está mais baixo na comparação com o mesmo período do ano passado, mas vem reagindo.
No acumulado de julho, o produto exportado foi cotado a 68 dólares por tonelada, ante 62,7 dólares em junho, segundo dados do governo. Isso acontece em meio a ganhos nas cotações do minério de ferro na China, em meio a uma forte demanda das siderúrgicas do maior importador global e menor oferta do Brasil.
A commodity na China terminou a semana passada a mais de 110 dólares, no mercado físico.
Neste início de semana, os contratos futuros refletiram um aumento nos estoques nos portos do país asiático e foram pressionados.
Em teleconferência no início do mês, o CFO da Vale , Luciano Siani, disse que os preços internacionais do minério de ferro tendem a recuar no segundo semestre, à medida que a gigante mineradora pretende retomar parte de seu potencial produtivo.
Após um primeiro trimestre fraco, no qual a companhia teve de reduzir seu guidance para 310-330 milhões de toneladas em 2020, em meio a atrasos na retomada de produção de minas paradas após Brumadinho (MG) e impactos do coronavírus, o executivo sinalizou que a empresa estará em posição de ofertar maior volume no segundo semestre.
O Brasil fechou o primeiro semestre deste ano com cerca de 145 milhões de toneladas de minério de ferro exportadas, ante 162,5 milhões de toneladas embarcadas em igual período de 2019, segundo números do governo.
A Vale deverá divulgar nesta segunda-feira, após o fechamento do mercado, as informações sobre a produção nos segundo trimestre.
Todos os modelos da fabricante serão oferecidos na plataforma de compras online
A Nissan anuncia a abertura de uma loja virtual no Mercado Livre a partir deste mês. Na plataforma de compras online, serão oferecidos todos os modelos da marca, do hatch March à picape Frontier.
Os consumidores terão acesso à ofertas nacionais da marca, informações detalhadas sobre os veículos (com fotos e fichas técnicas) e opção de reserva online. Em caso de dúvidas, o cliente pode utilizar a ferramenta “Perguntar”. Após a reserva, o cliente é direcionado ao concessionário de sua preferência.
“O Mercado Livre, que observou um crescimento de 5 milhões de novos e recuperados compradores na América Latina, apenas no período de 24/02 a 03/05, oferece uma audiência bastante qualificada: 25% dos visitantes da plataforma estão em busca de comprar ou vender um veículo”, explica o diretor de Veículos, Imóveis e Serviços do Mercado Livre, Luis Paulo dos Santos.
Outra ferramenta online inaugurada recentemente pela Nissan é o agendamento de test-drive via Whatsapp.
Grupo atribui resultado aos fortes impactos da pandemia nos principais mercados
Com o fim do primeiro semestre, o Grupo Renault computou queda de 35% em suas vendas globais em comparação ao mesmo período do ano passado, ao emplacar pouco mais de 1,25 milhão de veículos, considerando a soma de automóveis e utilitários leves. O conglomerado, que além da Renault reúne as marcas Dacia e Lada (Avtovaz) atribui o resultado ao forte impacto da pandemia de coronavírus nos mercados em que atua.
“O mundo atravessou uma crise sem precedentes, com um grande impacto em nosso negócio. Com o início da recuperação das vendas, nossas fábricas e nossa rede de concessionárias souberam se mobilizar rapidamente para atender as necessidades dos nossos clientes, com uma demanda alavancada em junho pelas medidas governamentais de incentivo na Europa.
Além disso, estamos iniciando o segundo semestre com um nível bastante alto de pedidos, um nível de estoques satisfatório, um posicionamento de preços em alta em toda a gama de produtos”, declarou Denis le Vot, membro do comitê executivo do grupo e vice-presidente sênior de vendas e regiões do Grupo Renault.
Entre os principais mercados, a maior queda porcentual foi registrada no Brasil, onde a Renault vendeu 59,9 mil veículos no primeiro semestre, 47% menos do que no mesmo intervalo de 2019. O País é o sexto no ranking dos 15 maiores países em volume de vendas para o grupo, atrás de França, Alemanha, Rússia, China e Itália. Por aqui, a companhia também atribui o resultado negativo à pandemia, mas indica que a queda das vendas ocorreu principalmente por causa da nova estratégia de melhorar a lucratividade com o reposicionamento de preços dos veículos (aumento de preços).
Em geral, na região Américas, o Grupo Renault teve queda de 44,7% ao entregar 113,8 mil veículos nos seis primeiros meses de 2020. A Argentina aparece na última posição do ranking de 15 países, com 19,8 mil unidades vendidas. Na região, o grupo espera melhorar seu desempenho com a chegada do novo Duster previsto para este segundo semestre.
A segunda maior queda foi registrada na Europa, cujo volume foi 42% menor na comparação anual do primeiro semestre, para 623,8 mil unidades. Na Rússia, segundo maior país em volume de vendas, o Grupo Renault emplacou 192,1 mil veículos, recuo de 19,5%.
China e Índia acumulam queda de 21% e 29%, respectivamente, com 70,7 mil e 26,2 mil veículos negociados.
Na contramão de todo o mundo, o grupo registrou crescimento de 51% de suas vendas na Coreia do Sul, onde o volume fechou em 55,2 mil de janeiro a junho.
No mercado de veículos elétricos, os volumes de vendas alcançaram 42 mil unidades, em alta de 38% sobre a primeira metade de 2019. Para o segundo semestre deste ano, a companhia prevê o lançamento da linha de motorizações Híbrida E-Tech e do Renault Twingo 100% elétrico na Europa.
Empregados rejeitaram proposta e sindicato ameaça com greve a partir de quarta-feira, 22
A Renault apresentou semana passada um plano demissões voluntárias (PDV) para a fábrica de São José dos Pinhais (PR) com o objetivo de cortar 800 empregos do quadro total de 7,2 mil (5,1 mil na produção). Caso o número de cortes planejado não seja alcançado, a empresa informou que irá começar a demitir a partir de agosto com menos benefícios do que os propostos no PDV.
Reunidos na tarde de sexta-feira, 17, em assembleia convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) em frente ao Complexo Ayrton Senna, os empregados rejeitaram a proposta da fabricante, que também prevê novo acordo coletivo de trabalho, reajustes (data-base) e programa de participação nos resultados (PPR) até 2022. Os trabalhadores ameaçaram entrar em greve caso a Renault não desista dos cortes e apresente nova proposta até a quarta-feira, 22.
A empresa vem enfrentando resistência dos empregados para adotar medidas de ajustes trabalhistas na planta do Paraná desde que a produção foi paralisada por causa da pandemia de coronavírus, em março. No início de abril, com a fábrica parada, os trabalhadores rejeitaram a aplicação de redução de jornada e salários permitida pela Medida Provisória 936 editada pelo governo.
Com isso, os funcionários continuaram em férias coletivas e voltaram ao trabalho em 4 de maio. Duas semanas depois eles aceitaram a flexibilização, mas na ocasião a Renault não renovou o contrato de 300 temporários. Os que ficaram seguiram trabalhando em três turnos com diminuição de 70% no tempo de trabalho e manutenção de 100% dos vencimentos líquidos pelo prazo que foi estendido a dois meses e terminou esta semana.
A avaliação da direção da Renault no Brasil é que não é possível manter o mesmo quadro de funcionários diante do cenário de demanda e produção muito reduzidas nos próximos anos. A marca esteve entre as que mais sofreram com a retração e fechou o primeiro semestre com queda de quase 48% nas vendas (apenas 60 mil emplacamentos) em comparação com a primeira metade de 2019; resultado nove pontos porcentuais pior do que o recuo médio do mercado de veículos leves no período, de 39%. Por isso, segundo a montadora, não há intenção no momento de estender o uso de redução de jornada e salários – o que há duas semanas foi aprovado pelo Congresso para durar por até 120 dias.
RENAULT VAI INSISTIR NO PDV A Renault informa que vem negociando propostas de acordo coletivo com o sindicato de Curitiba desde fevereiro e que a chegada da pandemia ao País impediu a evolução para um entendimento. Agora, diante da nova realidade de recessão econômica, a empresa defende que não tem proposta melhor a fazer.
O plano de demissão voluntária apresentado pela empresa, além das verbas rescisórias legais, prevê o pagamento para quem quiser sair de 1,5 a 4 salários extras, conforme o tempo de casa, em graduação que começa de zero a seis anos (1,5) e aumenta para até oito (2,0), onze (2,5), quinze (3,5) e mais de dezesseis anos (4,0). A empresa também pagará mais dois salários referentes aos dois meses de estabilidade que os funcionários têm pela adesão por igual período da redução de jornada e salários conforme as regras da MP 936.
Entre os benefícios adicionais previstos está a manutenção do plano médico integral, incluindo dependentes, até junho de 2021; vale mercado até o fim deste ano; além do pagamento da primeira parcela do PPR deste ano, de R$ 8,5 mil. Em nota, a Renault argumenta que “em alguns aspectos esta proposta é melhor do que a aprovada pelo mesmo sindicato e colaboradores de outra empresa da região (a Volvo)”.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, Sérgio Butka, criticou a proposta da Renault e dias antes da assembleia veiculou um vídeo aconselhando os trabalhadores a rejeitarem integralmente o plano.
“O acordo proposto é ruim para quem sai e para quem fica. PDV deve ser voluntário, sem essa meta de 800 cortes e a ameaça de demitir sem benefícios para quem não aceitar. É muito pouco o que a empresa oferece para demitir agora”, defendeu Sérgio Butka.
Caso a meta de 800 adesões ao PDV não seja atingida, a empresa pretende completar os cortes com demissões sem incentivos a partir de agosto, mantendo plano médico só até o fim de 2020 e vale mercado até outubro.
ACORDO COLETIVO ATÉ 2022, MAS SE NOVO INVESTIMENTO FOR APROVADO A Renault também propôs aos empregados acordo coletivo de três anos, mas condicionado à aprovação de um plano de investimento para fazer novos produtos na fábrica do Paraná, que está sendo negociado com a matriz na França – o programa atual de R$ 3,2 bilhões de 2017 a 2019 terminou com o lançamento do novo Duster, em março passado.
Caso o acordo tivesse sido aprovado até a última sexta-feira, os funcionários ficariam sem correção salarial pela inflação em 2020 e 2021, que seria substituída por abonos fixos de R$ 1,5 mil e R$ 2 mil, respectivamente, a serem pagos de uma só vez ainda este mês, junto com a primeira parcela de R$ 8,5 mil do PPR.
Em 2022 seriam retomados os reajustes pelo INPC, a empresa poderia terceirizar 350 cargos não ligados à sua atividade fim e o piso para novas contratações seria reduzido em 20%. “Isso é ruim para quem fica porque vai correr o risco de ser demitido para dar lugar a quem ganha menos”, afirma Butka.
A Renault também apresentou um novo programa de participação nos resultados (PPR) de R$ 13.500 e R$ 13,750 em 2021 e 2022, mas que só será pago integralmente se for atingida produção mínima de 376 mil veículos/ano – resultado que o sindicado considera “impossível” de ser alcançado diante das condições atuais do mercado.
“Não vamos atingir esse número em 2020 ou 2021, nem em 2022. Ou seja, a empresa só vai pagar de 40% a 60% do PPR proposto”, criticou Butka. A montadora contrapõe, informando que nos últimos anos pagou os maiores valores de PPR do Brasil e que agora não pode premiar se a produtividade cai.
Segundo a Renault, a fábrica do Paraná opera com redução de 70% na jornada, mas seguiu em três turnos para acomodar os protocolos sanitários e evitar o contágio pela Covid-19 em suas instalações. Uma dessas regras é afastar não só o funcionário que tenha sido contaminado, mas todos que trabalham com ele no setor. Com isso, 7% do contingente da produção estão afastados em quarentena. Para contornar o problema, na semana passada foi necessário realocar trabalhadores do terceiro turno para cobrir ausências nos outros dois períodos.
O Complexo Ayrton Senna abriga atualmente quatro fábricas: Curitiba Veículos de Passeio (CVP), onde são produzidos os modelos Kwid, Sandero, Stepway, Logan, Duster, Oroch e Captur; Curitiba Veículos Utilitários (CVU), que produz a van Master; Curitiba Motores (CMO), responsável pela produção dos motores 1.0 SCe e 1.6 SCe, além do K4M para exportação; e a Curitiba Injeção de Alumínio (CIA), inaugurada em 2018, que faz blocos e cabeçotes.
Santa Catarina deve ser o primeiro estado a implementar o programa ainda este ano
Um projeto piloto para testar a implementação do programa de renovação de frota de veículos no Brasil deve ser colocado em prática em breve. Na última sexta-feira, 17, uma reunião entre representantes do governo e de entidades de classe determinaram que Santa Catarina será o primeiro estado a testar o programa Frota Verde, que neste primeiro estágio está sendo desenvolvido pelo Ministério da Economia em parceria com a Secretaria da Fazenda catarinense e com a federação de empresas de transporte de cargas do estado.
Segundo a Secretaria de Fazenda do estado, a ideia é que o governo estadual conceda crédito presumido para o frotista comprar outro caminhão com até 10 anos de uso em cooperativas e bancos e descartar o veículo mais antigo como sucata. Além disso, prevê revisão de impostos e criação de melhores condições aos frotistas e empresários do ramo.
O modelo de taxas de juros e de prazo para pagamento do veículo ainda não foi definido. Também não há informações sobre de onde virá o crédito presumido destinado à compra dos veículos.
A iniciativa é um dos mais antigos pleitos da indústria automotiva no Brasil junto com outras entidades. O projeto mira retirar de circulação mais de 100 mil veículos com mais de 30 anos de idade e que ainda rodam pelas estradas do País. O programa que está sendo desenhado visa incluir não só caminhões, mas também ônibus, micro-ônibus e implementos rodoviários, tais como reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis.
“O programa é uma integração em rede entre os governos federal e estadual e o setor produtivo de bens e serviços, para a reciclagem dos veículos pesados, já que temos uma frota antiga que é muito poluente”, pontua a coordenadora-geral de Ambiente de Negócios do Ministério da Economia, Margarete Gandini.
Margarete acompanha há anos e desde outros governos os temas relacionados ao desenvolvimento da indústria dentro da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (antigo Ministério da Indústria, MDIC).
Além dela, também participaram do encontro virtual o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Paulo Eli, o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), José Sprícigo, o vice-presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, o representante da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Samy Kopit, o coordenador das Indústrias do complexo automotivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Thomas Caldellas e o representante do Ministério da Infraestrutura, Antônio Ferreira.
Ainda de acordo com a Secretaria de Fazenda de SC, nesta semana haverá mais um encontro, desta vez com os empresários de médio e pequeno porte do setor.
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