| 06 de Junho de 2019
Quinta-feira
- Confederação questiona norma que dispensa a autorização sindical nas demissões coletivas
- Entre 2014 e 2017, indústria cortou 1,1 milhão de vagas e reduziu salários em 14,7%
- Tecnologia puxa para baixo a indústria, que já está em recessão
- Migração de profissionais estrangeiros para o Brasil cresce 13%
- Investidor estrangeiro não quer saber se somos bonzinhos, diz presidente da Firjan
- Congresso derruba veto que impedia retorno de inadimplentes ao Simples Nacional
- Por reforma, governadores vão a Brasília e devem assinar manifesto conjunto
- IPC-C1 (baixa renda) desacelera alta a 0,26% em maio ante 0,73% em abril, diz FGV
- Subsídios foram inócuos, diz governo
- Fux pede a Toffoli inclusão em pauta de ações sobre preço mínimo do frete
- Fiat Chrysler desiste de oferta de fusão para Renault
- BMW e Jaguar Land Rover se unem para desenvolver peças de veículos elétricos
- Não há necessidade de apressar negociações para fusão Renault-Fiat, diz ministro francês
- Vendas de veículos desabam na Argentina com queda próxima de 60%
- Argentina lança incentivo à compra de veículos
- Vendas de importadores de veículos recuam 9,4% no ano
- Incentivo a carro na Argentina ajuda Brasil
- Produção de veículos cresce 29,9% em maio ante maio de 2018, diz Anfavea
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Em 06/06/2019
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Fonte: BACEN
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| | | | | A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6142) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar dispositivo da chamada Reforma Trabalhista que tornou desnecessária a participação prévia de entidades sindicais ou da celebração de convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho na homologação de demissões imotivadas individuais, bem como nas coletivas de trabalhadores. O caso está sob relatoria do ministro Edson Fachin.
De acordo com a entidade, o artigo 477-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a redação dada pela Lei 13.467/2017, aponta não ser mais obrigatória a autorização prévia de entidade sindical para efetivação de dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas, e faculta ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato.
A Confederação argumenta, ainda, que o afastamento da presença sindical das rescisões de contratos de trabalho e das homologações de acordos extrajudiciais é fator que influencia e afeta, com veemência, economia, política, sociedade e ordenamento jurídico brasileiros, "abalando a tutela, proteção e regulação das relações de trabalho, um dos princípios vetoriais e basilares do Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil".
Lembrando que a Justiça Trabalhista entende que a dispensa em massa de trabalhadores, se não autorizada previamente pela entidade sindical, caracteriza abuso de direito, a Confederação pede que se dê aos textos questionados interpretação conforme a Constituição para que seja assegurada a presença do sindicato profissional nas dispensas em massa e nas conciliações extrajudiciais.
| Notícias STF (publicado em 05-06-2019) | | | | Nos três anos após o início da crise, receita da indústria brasileira caiu 7,7%, segundo IBGE
Atingida em cheio pela recessão, a indústria brasileira cortou 1,1 milhão de vagas entre 2014 e 2017, uma queda de 12,5% no período, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E as vagas remanescentes tiveram os salários achatados em 14,7%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quinta (6) pelo IBGE. A pesquisa mostra ainda que a receita da indústria brasileira caiu 7,7% entre 2014, quando o país entrou oficialmente em recessão, e 2017.
Em 2017, segundo o IBGE, haviam 7,7 milhões de brasileiros trabalhando na indústria, 12,5% a menos do que em 2014 e 1,9% a menos do que em 2008. Deste total, 97,5% trabalham na indústria de transformação e o restante, na extrativa.
A queda do emprego industrial se concentrou na indústria de transformação que perdeu 2,4% das vagas em uma década. Já as indústrias extrativas registraram crescimento de 22,1%.
O segmento com maior representatividade no emprego da indústria extrativa em 2017 foi a fabricação de produtos alimentícios (23,3% do total), seguido por confecção de artigos do vestuário e acessórios (8,2%) e fabricação de produtos de metal (6%).
Na indústria extrativa, os setores com maior fatia do emprego foram extração de minerais metálicos (41,4% do total do setor) e extração de minerais não metálicos (41,1%).
Entre 2008 e 2017, os segmentos que mais perderam postos de trabalho foram extração de carvão mineral (-38,7%), fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-32,9%) e fabricação de produtos de madeira (-22,4%).
Já os que mais abriram vagas foram extração de petróleo e gás (441,7%), extração de minerais metálicos (44,5%) e fabricação de bebidas (28,1%).
Em média, cada empresa industrial brasileira empregou 24 pessoas. O setor com maior número de empregos por empresa foi o de fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis, com 569 pessoas, em média.
Em 2017, a receita líquida de vendas da indústria brasileira somou R$ 3,9 trilhões, 7,7% menor do que em 2014, ano em que o país entrou em recessão. A perda foi mais intensa nas indústrias extrativas (16,9%) do que nas indústrias de transformação (-7,4%).
De acordo com o IBGE, a fabricação de produtos alimentícios continua sendo a atividade mais importante, ampliando sua participação na receita total da indústria brasileira para 22,9%, ante 16,1% dez anos antes.
| Folha de S. Paulo | | | | O PIB industrial brasileiro já acumula dois trimestres consecutivos de retração. O setor foi o principal responsável pelo recuo na atividade econômica no primeiro trimestre do ano. Embora alguns fatores pontuais tenham contribuído para o resultado global, a perda registrada pelo setor industrial mais sofisticado sinaliza a possibilidade de um quadro mais grave adiante, segundo um estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
Na indústria de transformação, o mau desempenho foi puxado pelo parque fabril de alta intensidade tecnológica, que possui maior produtividade e elevado encadeamento com outros segmentos da economia. A produção desse segmento despencou 12,5% no primeiro trimestre de 2019 em relação a igual período do ano anterior, depois de já ter registrado uma queda de 1,5% no quarto trimestre de 2018.
“Parte do setor farmacêutico (queda de 10,6%) pode estar sendo puxado pela restrição do gasto público, pela redução nas compras para hospitais e serviços de saúde públicos. Mas o problema do complexo de eletroeletrônicos é demanda. O crédito não tem melhorado, o desemprego continua alto, e a renda não está conseguindo ganho substancial, o que explica também a redução no nível de confiança dos consumidores”, justificou Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi e responsável pelo estudo.
Risco. Nenhum ramo industrial da faixa de alta intensidade tecnológica conseguiu crescer em 2019. O segmento ainda convive com o avanço da penetração de insumos importados, com risco de desarticulação dessas cadeias produtivas.
“Essas atividades são a porta de entrada para as novas tecnologias, é importante que resistam, para assegurar o papel que o Brasil ainda desempenha no mundo. Esse setor de alta intensidade entrar em crise é fechar uma janela, significa que nossos problemas de competitividade e produtividade ficarão ainda maiores”, alertou Cagnin.
Outros desafios à indústria de transformação brasileira no cenário atual são a desaceleração do comércio internacional, o acirramento da concorrência com países asiáticos, a crise na Argentina e a perda prolongada de produtividade, completou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria subiu 0,8 ponto porcentual entre abril e maio, para 75,3%, mas o movimento foi acompanhado pelo acúmulo de estoques indesejados, segundo os dados da Sondagem da Indústria, apurados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“A confiança age de forma redutora do crescimento. Precisa de alguma notícia favorável, seja de reforma ou de outro campo, que possa mudar essa dinâmica”, disse Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
| Tribuna PR | | | | Entrada de doutores aumentou mais de 300% segundo dados do Ministério da Justiça
O número de profissionais estrangeiros no Brasil cresceu 13% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2018, conforme os dados da Coordenação Geral de Imigração Laboral, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Para Diana Quintas, sócia da multinacional de migração Fragomen no Brasil, há um detalhe que chama atenção: o aumento de profissionais com doutorado bate em 336%. Com mestrado, a alta é de 92%.
Retrato do camaronês Kouotou Yamaya Mouhamed, que trabalha em caminhão frigorífico de empresa logística, que usa agasalho e botas brancas, além de óculos de proteção. Opera uma máquina dentro de um caminhão.
Cresceram os vistos deferidos, mas também os indeferimentos (42%). Quintas atribui, entre outros fatores, à nova lei de migração.
“Apesar de ser mais aberta do ponto de vista das possibilidades de entrada, a nova legislação traz também mais rigor para a imigração laboral, como a definição da urgência para vistos de 180 dias e o aumento dos anos de experiência profissional a serem comprovados”, diz ela.
A sócia da Fragomen destaca também o ritmo de investimentos pessoais dos estrangeiros residentes no país, que saltaram de R$ 14 milhões no primeiro trimestre de 2018 para R$ 48 milhões neste ano. Os principais investidores este ano foram italianos e chineses.
| Folha de S. Paulo | | | | Executivo afirma ter certeza de avanço da Previdência e que ninguém vê outro cenário além deste
O presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Gouvêa Vieira, diz que o vigor do investimento estrangeiro no Brasil está atrelado a reformas estruturais e é indiferente ao teor mais ou menos incendiário de discursos e políticas na área comportamental.
“O capital é egoísta, por definição. Não quer saber se somos bonzinhos ou não, quer saber [qual é] o retorno possível”, afirma ele, que participa nesta quarta (5) de um fórum em Paris com empresários franceses.
Na delegação brasileira, estão também o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, e outros presidentes de federações estaduais da indústria.
Santos Cruz fala sobre o programa de privatizações do governo Bolsonaro e as parcerias público-privadas como janelas de entrada no mercado brasileiro. A agenda de reformas também deve ser tratada.
“A da Previdência é basal, mas há também a tributária e, para diminuir a dívida, as desestatizações”, diz Vieira. “Tenho certeza de que a da Previdência vai avançar. Ninguém trabalha com outro cenário.”
Para ele, “a dificuldade é transmitir a entrelinha, [mostrar que] o círculo próximo do presidente pode dizer o que bem entender, mas que ele não vai fazer maluquice”.
Vieira aponta a exploração do petróleo offshore como seara em que o aporte estrangeiro será instrumental nos próximos anos.
“Hoje, exportamos óleo cru e importamos derivados do petróleo, porque não investimos em refinarias. Quando se privatizar metade do parque de refino, haverá investidores interessados nisso.”
Na avaliação do dirigente, “estamos hoje em estado melhor do que em 2018: os poderes funcionam, goste-se ou não de suas decisões, a opinião pública está atenta, a imprensa é livre, e a democracia, sólida”.
“Onde você tem esses trunfos, e ainda por cima com uma enorme massa de consumidores potenciais? Na Índia? Vai viver lá, com a ‘democracia curiosa’ que eles têm. A China não existe como democracia. Não é por que o Brasil elegeu uma pessoa com quem não se concorda plenamente que o país vai piorar.”
Apesar da convulsão política e econômica fluminense dos últimos anos, completada por uma crise de segurança pública, Vieira insiste que “o Rio vai bombar”.
“Precisamos ter um pouco de juízo para eleger dirigentes normais. É difícil pedir isso? Como pode dar certo um estado que passa 20 anos nas mãos de bandidos?”
| Folha de S. Paulo | | | | O Congresso Nacional derrubou nesta quarta-feira, 5, um veto do presidente Jair Bolsonaro que impedia retorno de microempreendedores inadimplentes ao Simples Nacional. Durante a sessão, 15 vetos foram mantidos e outros 5 serão analisados na semana que vem.
Os demais foram rejeitados parcialmente, como o que proibia a União de conceder subsídio ao BNDES nas operações de financiamento de infraestrutura para programas de financiamento no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo a líder do governo, caso todos os vetos da pauta desta quarta fossem derrubados, o impacto fiscal seria na ordem de R$ 600 milhões.
Entre os vetos que ficaram para próxima semana está a análise da medida do ex-presidente Michel Temer sobre o programa Rota 2030. O veto de Jair Bolsonaro ao dispositivo que desobrigava partidos de devolver aos cofres públicos as doações que receberam de servidores comissionados filiados às próprias siglas, não chegou a ser avaliado e estará na pauta da próxima semana também.
O fim da sessão foi marcado por um desentendimento entre parlamentares do partido de Jair Bolsonaro, o PSL. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), chegou a anunciar que havia um acordo para que nove vetos fossem derrubados. Entre eles, um que trata sobre a equiparação da carreira dos agentes penitenciários à dos policiais, com o argumento de que a atividade dos agentes não é de natureza policial.
A derrubada desse veto era uma demanda do senador Major Olímpio (PSL-SP). Ao fim da votação, no entanto, a medida foi mantida. Olímpio foi ao plenário e disse que Hasselmann e o líder do Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), tinham dado um “passa moleque”. Houve bate-boca e confusão e a sessão foi encerrada. O presidente do Congresso Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou nova sessão do Congresso para 14h da próxima terça-feira (11).
| Tribuna PR (publicado em 05-06-2019) | | | | Chefes dos Executivos tentam convencer deputados federais a aprovarem reforma com validade para servidores estaduais
Preocupados com a possível exclusão dos estados da reforma da Previdência, governadores se reúnem em Brasília na terça-feira (11) e planejam a divulgação de manifesto conjunto.
Ao intensificar a articulação no Congresso, eles tentam convencer deputados a aprovarem uma reforma que também tenha validade para servidores estaduais.
Governadores ouvidos pela Folha dizem que, com o encontro, eles pretendem mostrar "unidade em torno da necessidade de aprovar uma reforma por completo".
A ideia é que um texto assinado pelos chefes dos Executivos estaduais dê força ao discurso uníssono.
O encontro em Brasília acontece depois de os governadores constatarem, em encontro com suas bancadas, que há forte rejeição na Câmara à proposta de validar uma reforma que tenha efeito imediato para os estados e municípios.
Embora o déficit previdenciário dos estados ultrapasse os R$ 90 bilhões por ano, líderes da Câmara se recusam a aprovar regras mais duras para aposentadorias de servidores estaduais e municipais.
No Congresso, a avaliação é que governadores e prefeitos também assumam o desgaste político de aprovar medidas impopulares nos órgãos legislativos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já defendeu a permanência de estados e municípios na reforma da Previdência.
A reunião do Fórum dos Governadores, em Brasília, já estava prevista para terça, mas, diante do clima no Congresso, a reforma da Previdência deve dominar a pauta do encontro.
A pedido dos governadores correligionários, o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), sugeriu ao relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), que o novo texto fosse apresentado apenas na tarde de terça, e não na segunda, como tem sido cogitado.
Moreira respondeu que isso precisa ser conversado também com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos principais fiadores da proposta que reestrutura a Previdência.
Governadores querem ter tempo suficiente na próxima semana para buscar um acordo com a Câmara em relação aos efeitos das medidas para servidores estaduais.
O presidente da comissão especial da reforma, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que a maioria do colegiado deve votar para que estados e municípios fiquem fora da proposta.
Segundo ele, a rejeição é inclusiva à ideia de possibilitar que governadores e prefeitos entrem na reforma após aprovar um projeto de lei ordinário nos respectivos órgãos legislativos.
"Cada um [governador] manda um projeto de reforma para as Assembleias. Esse é o melhor sinal que eles podem dar", disse. "Essa Casa não age por pressão dos governadores", disse.
| Folha de S. Paulo | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) desacelerou o ritmo de alta para 0,26% em maio, após 0,73% em abril, informou nesta quinta-feira, 6, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre um e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumulou variação positiva de 2,79% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi de 5,50%.
Em maio, o IPC-C1 ficou acima da variação da inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, obtida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que teve elevação de 0,22% no mês. No acumulado em 12 meses, a taxa do IPC-BR também foi inferior, aos 4,99%.
Alimentos
As famílias de baixa renda gastaram menos com alimentação em maio, desacelerando a inflação medida pelo IPC-C1 no mês.
Sete das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas em maio: Alimentação (de 0,76% em abril para -0,26% em maio), Transportes (de 1,67% para 0,28%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,08% para 0,75%), Vestuário (de 0,71% para 0,13%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,35% para 0,03%), Despesas Diversas (de 0,24% para 0,08%) e Comunicação (de -0,02% para -0,12%).
Houve influência dos itens hortaliças e legumes (de 7,84% para -3,91%), tarifa de ônibus urbano (de 2,12% para 0,06%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,91% para -0,26%), roupas (de 0,81% para 0,16%), passagem aérea (de -0,69% para -7,17%), bilhete lotérico (de 31,63% para 11,44%) e pacotes de telefonia fixa e internet (de 0,09% para -0,70%).
Na direção oposta, a taxa foi mais elevada no grupo Habitação (de 0,31% para 0,79%), pressionado pela tarifa de eletricidade residencial (de 0,29% para 2,60%).
| Tribuna PR | | | | O aumento das renúncias tributárias no Brasil entre 2003 e 2015 gerou efeito contrário ao verificado em países como Canadá e Coreia do Sul, onde a ampliação de uma política de subsídios impulsionou a atividade econômica e a própria arrecadação de receitas para esses governos.
A disparidade nos resultados encontrada pelo Ministério da Economia em estudo sobre o tema aponta, na visão do governo Jair Bolsonaro, que os subsídios concedidos pelos governos do PT no País foram ineficientes para alavancar o crescimento porque foram aplicados onde não deveria e merecem ser revistos.
No boletim, a Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap) analisa o desempenho da arrecadação de outros quatro países (Canadá, Coreia do Sul, Austrália e México), além do Brasil. Eles foram selecionados por terem participado de um seminário sobre o tema realizado em maio pelo Banco Mundial.
No caso da Austrália, as renúncias tributárias saíram de 8% do PIB em 2011 para mais de 10% do PIB neste ano. Em contrapartida, a arrecadação passou de 32% para quase 36% do PIB no período.
No Canadá, os subsídios passaram de 6% para 7% do PIB entre 2009 e 2017, enquanto as receitas saíram de 38% para 40% da renda gerada no País.
O estudo mostra ainda que, na Coreia do Sul, os gastos tributários ficaram estáveis em cerca de 2,5% do PIB entre 2011 e 2017, mas a arrecadação cresceu de 22% a quase 25% do PIB. No México, as receitas também acompanharam a alta nos benefícios concedidos.
No Brasil, por sua vez, o que se verificou foi o contrário. O gasto tributário saiu de 2% para 4,5% do PIB entre 2003 e 2015. A arrecadação, que era de 22% do PIB, chegou a se aproximar aos 24% do PIB em 2006, mas perdeu fôlego e tem se mantido na casa dos 22% nos últimos anos.
“Diferentemente dos outros países analisados, encontramos fortes indícios de que a política de renúncia tributária feita pelo governo federal entre 2003 e 2015 comprometeu a arrecadação de tributos federais, ou seja, foi uma política que, além de não contribuir com o fomento da atividade econômica, foi decisiva para deteriorar as contas públicas”, afirma o secretário da Secap Alexandre Manoel.
Para o governo, os subsídios precisam ser reavaliados. O relatório sugere como “uma possível estratégia” a realização de ajustes por tipo de tributo, em vez de atacar uma política pública específica. A ideia seria reonerar, em determinado porcentual, todos os programas que resultaram em renúncia de determinado tipo de tributo, como Cofins ou contribuição previdenciária, por exemplo. Só esses dois tributos responderam por 71% do aumento nas renúncias entre 2009 e 2015.
A maior parte dos subsídios só pode ser alterada com aval do Congresso Nacional, geralmente sensível ao lobby de categorias para manter ou até ampliar seus benefícios. Mas a (Secap) defende, em boletim mensal sobre os subsídios da União, que a iniciativa seria “uma reoneração justificada na ausência dos efeitos dessa política”.
O Ministério da Economia tem pregado a necessidade de reavaliar e diminuir os subsídios e trabalha com uma agenda de revisão por programas específicos. Como antecipou o Estadão/Broadcast, a primeira lista mira em oito programas que serão alvo de um pente-fino ainda neste ano, entre eles a Zona Franca de Manaus. A ideia é que todos os anos haja nova agenda de revisão dos benefícios, que será conduzida pelo Comitê de Monitoramento e Avaliação dos Subsídios (CMAS).
Até o fim de 2022, a equipe econômica pretende reduzir os subsídios em mais de um terço do montante atual. A tesourada será equivalente a 1,5% do PIB até o fim de 2022, ou cerca de R$ 102 bilhões em valores de hoje. Só no ano passado, o governo abriu mão de R$ 292,8 bilhões em receitas, ou 4,3% do PIB.
| Tribuna PR | | | | O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quarta-feira (5) a inclusão em pauta de ações da Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR Brasil), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra a política de preços mínimos do frete. A medida foi tomada pelo governo Michel Temer como resposta à greve dos caminhoneiros no ano passado.
Cabe agora ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, definir a data do julgamento. Segundo o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou, Toffoli pode marcar a análise do tema para o segundo semestre deste ano – a pauta do Supremo para o mês de agosto já está fechada e a de setembro deve ser divulgada nos próximos dias.
A ATR-Brasil, a CNA e a CNI apontam desrespeito aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência com a adoção do tabelamento do frete.
Crise
Em manifestação encaminhada ao Supremo em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que a medida não fere a Constituição Federal. Segundo Raquel, a regulação dos preços é uma forma legítima de enfrentar uma situação excepcional de crise e assegurar a regularidade do mercado.
“A regulação estatal de preços é legítima para fazer frente à situação excepcional de crise, a fim de assegurar a regularidade do mercado e preservar os princípios da dignidade humana e da valorização do trabalho”, escreveu Raquel Dodge.
| Tribuna PR (publicado em 05-06-2019) | | | | Grupo ítalo-americano alegou incapacidade de chegar a acordo com governo francês
A montadora ítalo-americana Fiat Chrysler retirou a oferta de fusão com a Renault na noite desta quarta (5), depois de o governo da França, acionista da segunda, pedir o adiamento de um voto sobre a operação no conselho de administração da firma francesa.
A decisão sobre a junção de forças, que criaria a terceira maior empresa mundial do setor, avaliada em US$ 35 bilhões, já havia sido postergada na terça, quando os administradores da Renault se reuniram pela primeira vez para avaliar a proposta da FCA.
A FCA emitiu nota em que diz que "se mantém firmemente convencida" do interesse da oferta, mas que "as condições políticas não existem atualmente na França para levar adiante" o negócio.
Segundo o Wall Street Journal, o obstáculo nas últimas horas vinha sendo a Nissan, que tem uma aliança de duas décadas com os franceses para intercâmbio de tecnologia e componentes –além de deter 15% das ações da companhia, que, no sentido inverso, controla 43% do negócio japonês.
Os dois representantes da firma asiática no conselho da Renault, de acordo com a publicação americana, sinalizaram que se absteriam da votação, o que levantou dúvidas sobre o interesse da Nissan em manter a parceria longeva após a hipotética incorporação da FCA ao “casamento”.
Desde que a oferta veio a público, em 27 de maio, o governo francês insistia, entre outros pontos, na importância de a fusão não afetar seu elo com a aliada japonesa.
Na última segunda (3), o diretor-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, disse que a possível entrada da FCA no consórcio “demandaria uma revisão profunda da relação atual” entre Paris e Yokohama.
Na quarta, já indicando a hesitação do governo, o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, afirmou a um canal de TV que era preciso dar tempo “para garantir que as coisas sejam [fossem] bem feitas”.
Segundo a imprensa francesa, a Nissan vinha expressando dúvidas sobre as vantagens competitivas de um alinhamento com a FCA. A ítalo-americana é vista como concorrente direta dos japoneses em várias frentes, notadamente no mercado norte-americano, mais do que como dona de uma carteira de produtos e tecnologias potencialmente complementares à operação da montadora asiática.
Outro motivo de desconfiança seria a dificuldade da FCA de ingressar no front asiático e de avançar no desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos, seara em que a Nissan é bastante forte.
A aliança Renault-Nissan vive um período de estremecimento desde a prisão, em novembro de 2018, do ex-presidente e ex-diretor-executivo de ambas, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, sob a acusação de não declarar parte de seu salário no comando da firma japonesa.
Mais tarde, ele também passaria a ter de responder sobre a suposta transferência, para os cofres da Nissan, de perdas com investimentos pessoais. Atualmente, Ghosn aguarda seu julgamento no Japão, de onde não pode sair, segundo o juiz que mandou soltá-lo no fim de abril.
Na terça (4), soube-se que uma auditoria realizada na joint venture da aliança, sediada na Holanda, identificou gastos não justificados da ordem de US$ 11 milhões atribuídos a Ghosn.
As despesas incluem viagens particulares em aviões da empresa, a compra de um relógio de uma grife de luxo e idas ao Festival de Cannes, luxuoso balneário da Côte d’Azur.
O executivo deverá responder na Justiça holandesa, indicou o conselho da Renault.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-06-2019) | | | | Montadoras estão sob pressão para lançar veículos de emissão zero para cumprir regras de combate à poluição
A BMW e a Jaguar Land Rover disseram nesta quarta-feira (5) que desenvolverão motores elétricos, transmissões e eletrônica de potência em conjunto, revelando ainda outra aliança industrial destinada a reduzir os custos de desenvolvimento de carros elétricos.
Ambas as montadoras estão sob pressão para lançar veículos de emissão zero para cumprir regras rigorosas de combate à poluição, mas têm lutado para manter as margens de lucro diante do aumento dos custos de fabricação de carros elétricos, carros conectados e autônomos.
"Juntos, temos a oportunidade de atender com mais eficiência às necessidades dos clientes, reduzindo o tempo de desenvolvimento e trazendo veículos e tecnologias de última geração mais rapidamente ao mercado", disse o membro do conselho da BMW, Klaus Froehlich.
A BMW e a Jaguar Land Rover disseram que vão economizar custos por meio de desenvolvimento compartilhado, planejamento de produção e compra conjunta de componentes de carros elétricos. Ambas as companhias produzirão unidades de transmissão elétricas em suas próprias fábricas, disse a BMW.
Nick Rogers, diretor de engenharia da Jaguar Land Rover, disse: "Provamos que podemos construir carros elétricos superando o mundo, mas agora precisamos expandir a tecnologia para dar suporte à próxima geração de produtos Jaguar e Land Rover".
A BMW já tem um acordo para fornecer um motor de 8 cilindros para a Jaguar Land Rover.
"As montadoras estão muito menos hesitantes em compartilhar a tecnologia de carros elétricos porque é muito mais difícil criar diferenciação de produto com a tecnologia de carros elétricos. Todos eles aceleram rapidamente e todos podem fazer um trabalho de qualidade na condução e manuseio", diz Carl-Peter Forster, executivo da Tata Motors e ex-executivo da BMW.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-06-2019) | | | | Bruno Le Maire, ministro das Finanças da França, afirmou que país quer fazer o negócio
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que não há necessidade de se apressar em relação às conversas para fusão de US$ 35 bilhões de dólares entre as montadoras Renault e Fiat Chrysler.
"Devemos ter tempo para garantir que as coisas sejam bem feitas", disse Le Maire à BFM TV nesta quarta-feira (5). "Queremos fazer essa fusão", acrescentou, afirmando também que o governo queria garantias sobre os empregos da nova empresa.
Fontes disseram à Reuters que a Fiat Chrysler havia resolvido diferenças importantes com a França sobre a proposta de fusão com a Renault, já que as negociações sobre o plano avançaram para um possível acordo nesta quarta.
Um acordo sobre a influência francesa pode abrir caminho para que o conselho da Renault aprove uma diretriz e inicie o longo processo de uma fusão completa.
A FCA, a Renault e seu acionista de 15%, o Estado francês, negociam sobre a tentativa do fabricante ítalo-americano de criar a terceira maior montadora do mundo.
A França acolheu amplamente o acordo, com a condição de garantir os empregos e as fábricas domésticas da Renault, além de preservar a aliança existente entre a Renault e a parceira japonesa Nissan.
| Folha de S. Paulo (publicado em 05-06-2019) | | | | Com exportações também em baixa, produção cai 32,5% no acumulado do ano até maio, apontam fabricantes
Em cenário de profunda recessão econômica, a indústria automotiva na Argentina registra mais uma queda das vendas de veículos. Em comunicado divulgado na quarta-feira, 5, pela Adefa, associação das fabricantes, o balanço do setor referente aos números acumulados de janeiro a maio mostra que as entregas diminuíram 58,9% no período quando comparadas com iguais meses do ano passado, para pouco mais de 150,5 mil unidades. O volume se refere às vendas no atacado (das montadoras para a rede de concessionárias).
No resultado isolado de maio, as entregas à rede somaram 27,9 mil veículos, volume 1,8% abaixo do verificado em abril, quando o setor registrou 28,4 mil unidades. No comparativo com maio do ano passado, quando o volume foi de 75,7 mil, a queda é de 63,1%.
Da mesma forma, as exportações esfriaram: entre janeiro e maio, a indústria argentina vendeu 8,5% menos veículos ao exterior, para 90,2 mil unidades. Para o Brasil, as exportações de veículos a partir da Argentina caíram 12,7%, passando de 69,1 mil em 2018 para 60,3 mil este ano, sempre considerando o acumulado de cinco meses.
Com vendas internas em queda livre e exportações fracas, a produção do setor recuou 32,5% no período, passando de 203,2 mil para 137,2 mil. Só em maio, o volume entregue pelas fábricas, de 30,2 mil unidades, ficou 35,3% abaixo do registrado em mesmo mês de 2018. Contra abril, a queda foi bem menor, de 0,05%, indicando atividade estável na passagem de um mês para o outro.
“Para reativar a atividade setorial inicialmente a partir da demanda, lançamos o ‘plano Junho 0km’. Entendemos que, no contexto atual, é importante ter um plano para melhorar a atividade e embora seja prematuro estimar seu resultado, entendemos que nos permitirá gerar uma mudança de expectativas e, consequentemente, uma maior circulação nas redes de concessionárias a fim de melhorar os volumes”, disse em nota o presidente da Adefa, Luis Fernando Peláez Gamboa, se referindo ao programa lançado em conjunto com o governo nesta mesma data.
O executivo disse ainda que que o Junho 0km se soma a outras ações que foram implementadas, como o aumento das restituições às exportações e a redução de tarifas de importação para autopeças que não têm produção local. “Esperamos que essas medidas nos permitam reverter a tendência negativa ao comparar a atividade com resultados de base anual”, complementou.
| Automotive Business (publicado em 05-06-2019) | | | | Programa Junio 0Km tenta reaquecer o mercado com descontos que vão valer 30 dias
O governo da Argentina e a Adefa, associação que reúne as fabricantes de veículos no país, lançaram em conjunto o programa de incentivos Junio 0Km (Junho Zero-Quilômetro), que garante descontos sobre o preço de veículos novos, com a intenção de impulsionar as vendas do setor, que vêm registrando quedas contínuas nos volumes desde o meio do ano passado. A medida entrou em vigor a partir da quinta-feira, 6, e terá duração de 30 dias.
O programa prevê um bônus combinado entre governo e as fabricantes. Será aplicado desconto de 50 mil pesos (20 mil do governo e 30 mil do fabricante), equivalente a R$ 4,3 mil, sobre o preço de tabela de carros até 750 mil pesos, perto de R$ 64,6 mil. Modelos acima deste valor terão incentivo de 90 mil pesos (40 mil do governo e 50 mil da montadora), ou R$ 7,76 mil.
Cada empresa ficará livre para conceder descontos maiores, se assim desejar. A contribuição do governo será contabilizada com medidas para reduzir custos locais de produção, enquanto as fabricantes, por meio de sua rede de concessionárias, se comprometem a não aumentar os valores vigentes durante junho. Por sua vez, as províncias (estados) concederão a redução de imposto aplicável ao licenciar um veículo novo (equivalente ao IPVA).
O programa é aplicável apenas para modelos de marcas associadas à Adefa, que têm fábricas no país, as marcas importadoras não serão beneficiadas. Segundo o Ministério da Produção e do Trabalho da Argentina, a medida vale para veículos adquiridos por meio de financiamento e pode ser acumulada com outras promoções oferecidas pelas fabricantes. Esses benefícios não se aplicam a carros concedidos por planos anteriores ligados à poupança.
“Com esta iniciativa nós fornecemos um forte apoio para que a indústria automotiva e os consumidores sejam mais dinâmicos, à medida que continuamos a apoiar a melhoria das exportações como um todo para o setor”, disse em nota o ministro da Produção e do Trabalho, Dante Sica.
“O objetivo é impulsionar o consumo nesta fase em que notamos que grandes montadoras estão em um investimento de transição: todas as empresas terão entre 2020 e 2021 projetos de escala visando as exportações”, disse também em nota o secretário de Indústria, Fernando Grasso.
“No contexto atual do setor, é importante ter um plano para incentivar a demanda. Embora seja prematuro estimar seu resultado, entendemos que isso gerará uma mudança nas expectativas e, consequentemente, uma maior circulação nas revendas, o que melhorará os volumes”, declarou o presidente da Adefa, Luis Fernando Peláez Gamboa.
O executivo reforçou a importância do setor, uma vez que toda a cadeia responde por quase 2% do PIB argentino e por 8% do total de empregos da indústria no país. “É necessário que governo e empresas do setor continuem trabalhando em conjunto com a cadeia de valor para a geração de medidas que melhorem a competitividade e potencial acesso a mercados externos”, concluiu.
A indústria automotiva na Argentina vem sendo um dos setores mais afetados pela crise econômica que se instalou no país. Dados divulgados pela própria Adefa na quarta-feira apontam mais uma queda das vendas, exportações e da produção no acumulado do ano até maio.
| Automotive Business (publicado em 06-06-2019) | | | |
Associados à Abeifa atribuem resultado negativo à alta do dólar e à falta de confiança do consumidor
As vendas de veículos importados recuaram 9,4% no acumulado de janeiro a maio quando comparado com o resultado de iguais meses do ano passado. Dados divulgados na quarta-feira, 5, pela Abeifa, associação dos importadores, mostram que o segmento atingiu as 13,5 mil unidades emplacadas no período, enquanto há um ano este volume era de 14,9 mil veículos.
Para o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, a constante alta do dólar, acima dos R$ 4,00, e a falta de confiança do consumidor brasileiro ainda impactam o setor.
“Com pouco mais de 13 mil unidades importadas em cinco meses, se anualizarmos esses números estamos falando de 32 mil unidades em 2019, quando nossa previsão inicial é chegar a 50 mil veículos importados. Por isso, estamos apreensivos”, diz o presidente da Abeifa.
Por outro lado, o executivo comemora o fato das vendas terem crescido no comparativo mensal. Os licenciamentos de maio foram 4,9% maiores do que os de abril. “Já é um alento, mas poderíamos ter tido resultados mais promissores”, aponta Gandini.
No entanto, o volume de pouco mais de 3 mil unidades vendidas no mês passado representa queda de 4,4% sobre maio de 2018.
Entre as associadas que têm produção nacional - BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki – as quatro fecharam maio com 2,6 mil veículos nacionais emplacados, aumento de 4,3% sobre abril e também um avanço de 37,5% quando comparado com maio do ano passado.
Por marcas, a Caoa Chery, com 1.749 unidades emplacadas, obteve crescimento de 20,8% contra abril. A BMW viu as vendas de seus nacionais diminuírem 2,6% em maio, com 568 unidades, e a Land Rover também registrou queda de 43% de um mês para o outro com 191 carros emplacados em maio. Por sua vez, a Suzuki reduziu o volume produzido em 18,3% entre abril e maio, para 147 unidades licenciadas. Vale lembrar que estes volumes só consideram os carros produzidos no Brasil e não fazem parte do volume total de veículos importados.
| Automotive Business (publicado em 05-06-2019) | | | |
A cinco meses das eleições presidenciais, o governo argentino de Mauricio Macri lançou um novo plano para tentar impulsionar sua debilitada economia. Na noite de terça-feira, anunciou que fechou parceria com o setor automotivo para oferecer descontos na venda de carros, que caíram 56% em maio. Segundo o ministro da Produção e do Trabalho, Dante Sica, não se trata de uma medida eleitoreira, mas de uma decisão tomada para melhorar a atividade econômica sem alterar o equilíbrio fiscal.
A medida, diz ele, pode também favorecer o Brasil, que tem visto uma queda em suas exportações para o país vizinho. Na véspera da visita do presidente Jair Bolsonaro à Argentina, Sica recebeu o Estado e afirmou que a convergência na política econômica dos dois países deve ajudar na redução da incerteza dos investidores. Assim como o governo brasileiro, Sica defendeu reformas no Mercosul que permitam negociações comerciais entre países do bloco e terceiros sem que todos os membros estejam de acordo – o que é proibido hoje. A seguir os principais trechos da entrevista.
O governo Macri anunciou um programa para impulsionar o setor automotivo que prevê desconto na venda de carros, em uma parceria entre setor público e privado. Não é uma medida intervencionista para um governo que pretende ser liberal?
Mantemos um programa econômico que procura estabilizar a economia, recuperar o valor da moeda e combater a inflação. Por outro lado, adotamos um pacote de medidas para impulsionar e melhorar a competitividade da economia. Também sofremos crises que geraram impacto na atividade e nos salários. Em março, houve um pico inflacionário (4,7%) que castigou um pouco mais todos os consumidores.
Dentro do nosso programa e mantendo a disciplina fiscal, adotamos medidas que gerem algum alívio na demanda. Em março e abril, trabalhamos em um pacote que permitiu melhorar alguns preços de bens, não como uma política anti-inflacionária, mas basicamente como uma melhora no poder aquisitivo, mantendo o preço de alguns bens com um compromisso muito importante do setor privado.
Na semana passada, trabalhamos com os bancos para que eles pudessem diminuir a taxa de juros. Agora, vimos o impacto que estava tendo a taxa de juros e as expectativas na demanda de carros e fizemos um esforço com o setor para dar um incentivo e tentar gerar uma melhora na confiança. Nosso programa econômico continua sendo consistente. Somos muito ortodoxos na política fiscal e monetária, que foi o que todos os governos que derrotaram a inflação fizeram. Por outro lado, utilizamos todas as ferramentas que nos permitem nos integrar ao mundo, melhorar a competitividade e, em alguns casos, aliviar as situações de impacto da crise.
Mas são medidas que Macri antes criticava, de intervenção na economia.
O que criticávamos eram intervenções que modificavam o comportamento dos mercados, como foi o caso do congelamento das tarifas elétrica e de gás durante mais de uma década, das restrições para a compra e a venda de dólares ou para importar e exportar. Respeitamos a concorrência dos mercados, não geramos medida que possa distorcer o mercado e, em alguns assuntos pontuais, adotamos políticas que gerem um alívio para o consumidor e alguma melhora na atividade. Mas são medidas pontuais e temporárias.
Medidas tomadas pensando nas eleições presidenciais em outubro?
Não. Medidas tomadas pensando nos consumidores e trabalhadores e no impacto que a crise teve nos últimos meses.
Qual o impacto se espera da medida anunciada na terça? A indústria brasileira automotiva também está sofrendo com a crise argentina. Pode haver um alívio?
Deve dar impulso nas expectativas e no emplacamento de carros. No último mês, tivemos uma queda forte (de 56%) no emplacamento. Pensamos que uma medida dessa pode dar impulso para que o mercado comece a se recuperar. Do que se vende de carros na Argentina, 70% são importados e 55% do Brasil. Portanto, sim, isso pode ajudar no Brasil também.
Analistas dizem que, se as eleições fossem hoje, a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner ganhariam, principalmente por causa da crise econômica…
Nós não temos essa opinião. A percepção está mudando e a imagem do presidente, melhorando. Até agora, o presidente estava sozinho no terreno eleitoral. Nos próximos 15 dias, vão se confirmar as alianças políticas e começaremos a ter uma visão mais sólida das intenções de voto. A estabilidade nos mercados, a percepção por parte dos consumidores da queda da inflação, as obras que fizemos, tudo isso começará a aparecer na conversa. Claramente vamos ganhar as eleições. As pesquisas que começam a ser feitas agora, depois que o kirchnerismo definiu sua chapa, mostram uma melhora importante na imagem do presidente.
O governo Bolsonaro defende reformas no Mercosul. Para a Argentina, como o Mercosul deve ser?
Nos últimos 20 anos, o Mercosul avançou muito pouco na área institucional e de negociações internacionais. Se fechou sobre si mesmo e sobre o mercado brasileiro, que, quando colapsou, gerou uma caída muito forte no PIB da região. Isso também fez com que os países perdessem competitividade. Nossa visão, e que é compartilhada com o Brasil, é que temos que adequar o Mercosul à mudança que há internacionalmente.
O Mercosul tem de ter uma estratégia de negociação internacional mais agressiva, o que significa finalizar as negociações que estão se arrastando há anos, como a de livre comércio com a União Europeia, e aí começar negociações novas, com a Coreia do Sul e a Indonésia, por exemplo. Também temos que discutir ter flexibilidade no bloco: se alguns países quiserem ir a alguma negociação e o resto do bloco não quiser, pelo menos dar a liberdade para que alguns possam começar a avançar nessas negociações. O ideal é que avancemos os quatro países juntos.
| Tribuna PR | | | | A produção de veículos cresceu 29,9% em maio ante igual mês do ano passado, informou nesta quinta-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 275,7 mil unidades produzidas no mês, soma que considera os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. É o maior volume para o mês desde 2014, quando a produção chegou a 281,3 mil unidades.
Boa parte do crescimento é explicada pela greve dos caminhoneiros do ano passado, que ocorreu na segunda quinzena de maio. À época, o bloqueio das estradas obrigou todas as montadoras a interromper suas produções por alguns dias.
Em relação a abril, a produção do mês passado também teve alta, porém menos expressiva, de 3,1%.
No acumulado de janeiro a maio, as montadoras somam 1,241 milhão de veículos produzidos, expansão de 5,3% em relação a igual período de 2018. O crescimento só não é maior porque o setor enfrenta queda nas exportações, em razão da crise na Argentina, principal destino dos veículos exportados.
Emprego
Apesar do aumento na produção, as fabricantes eliminaram 146 vagas de emprego em maio. Em 12 meses, o saldo também é negativo, com o fechamento de 2.357 postos de trabalho.
O setor terminou o mês passado com 130.008 funcionários, queda de 1,8% na comparação com o resultado de igual período do ano passado.
Vendas
Nas vendas ao mercado interno, o balanço da Anfavea confirma números divulgados na segunda-feira pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os emplacamentos cresceram 21,6% em maio ante igual mês passado, para 245,4 mil unidades.
Em relação a abril, houve alta de 5,8%.
No acumulado, foram 1,085 milhão de unidades vendidas, aumento de 12,5% sobre o resultado de igual período do ano passado.
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