| 24 de MAIO de 2019
Sexta-feira
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Em 24/05/2019
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Fonte: BACEN
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestou contrária ao tabelamento do frete rodoviário, durante audiência pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nesta quinta-feira (23/5), em Brasília. O especialista da CNI Alberto Mendes defendeu a redução dos intermediários como forma de diminuir os custos tanto dos caminhoneiros quanto dos produtores industriais.
“Temos que aproximar essas duas pontas para possibilitar o ganho do caminhoneiro autônomo e reduzir o custo do embarcador. Ou resolvemos juntos esse problema ou vamos nos afogar juntos”, enfatizou o especialista da CNI.
Estudo da CNI revela que o tabelamento do frete elevou a inflação em 0,34 ponto e reduziu o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 em R$ 7 bilhões. A menor expansão da economia em razão da política de preços mínimos prejudicou, ainda, a recuperação do mercado de trabalho. Ao todo, 203 mil postos de trabalho deixaram de ser criados.
AUMENTO DOS CUSTOS - O gerente-executivo de Relacionamento com o Poder Executivo da CNI, Pablo Cesário, observa que, desde a criação do tabelamento do frete, as empresas transportadoras tiveram aumento de receita de 28%, enquanto os caminhoneiros autônomos foram impactados com redução de demanda por serviços na casa dos 20%. Ele lembrou ainda que há inúmeros casos da verticalização por empresas que optaram por montar frota própria de caminhões para reduzir os custos de transporte de cargas
“As empresas estão pagando mais pelo transporte e os autônomos estão transportando menos. Além dos caminhoneiros e da indústria/agronegócio, o grande prejudicado com o tabelamento é o consumidor, que paga o preço do aumento dos custos do transporte de carga”, afirma.
“Não é a tabela que vai resolver o problema. O caminho natural será a retomada da atividade econômica, que fará com que a indústria demande mais transporte e o preço do frete naturalmente suba. Mas enquanto isso não acontece há medidas a serem tomadas. A principal delas é a desintermediação dos transportes”, acrescenta o gerente da CNI.
Segundo Pablo Cesário, um caminho para o fim do impasse e para a eliminação do tabelamento do frete seria construir, junto ao governo federal, uma maneira de incentivar e proporcionar condições para os autônomos virarem microempreendedores individuais (MEI). “Assim, seria possível reduzir os intermediários, que, em muitas situações, ficam com uma fatia maior dos recursos que os caminhoneiros. Essa mudança aumentaria a receita dos autônomos, reduziria os custos das empresas e resultaria em melhores preços para o consumidor”, diz.
| CNI (publicado em 23-05-2019) | | | | Confira nessa edição as proposições apresentadas no Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.
ÍNDICE
NOVOS PROJETOS DE LEI FEDERAL
INTERESSE GERAL DA INDÚSTRIA
REGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA
DIREITO DE PROPRIEDADE E CONTRATOS
Pesquisa de preços nas contratações públicas
PL 2859/2019 do senador Flávio Arns (REDE/PR)
Facilitação para obtenção de alvarás de construção e funcionamento de empreendimentos e de atividades de baixo grau de risco
PL 2753/2019 do deputado Vinicius Poit (NOVO/SP)
INOVAÇÃO
Desenvolvimento de startups
PL 2831/2019 da senadora Leila Barros (PSB/DF)
INTEGRAÇÃO NACIONAL
Políticas de redução das desigualdades inter-regionais
PEC 64/2019 do senador Roberto Rocha (PSDB/MA)
RELAÇÕES DE CONSUMO
Vedação da obsolência programada de produtos no mercado consumidor
PL 2833/2019 do senador Jean Paul Prates (PT/RN)
Obrigatoriedade de aviso sobre inexistência de assistência técnica na localidade em que o produto ou serviço é ofertado
PL 2880/2019 do deputado Charlles Evangelista (PSL/MG)
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
GASTO PÚBLICO
Disponibilização de documentos necessários à promoção da transparência no âmbito das despesas públicas
PL 2695/2019 do senador Flávio Arns (REDE/PR)
MEIO AMBIENTE
Altera a distribuição de competências federativas em matérias ambientais
PLP 127/2019 do deputado Zé Silva (Solidari/MG)
Modificações na Política Nacional de Recursos Hídricos
PL 2671/2019 do deputado Nilto Tatto (PT/SP)
Medidas de incentivo para instalação de plantas de dessalinização de água salobra e do mar
PL 2715/2019 do deputado João Maia (PR/RN)
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
SISTEMA DE NEGOCIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
Ultratividade dos acordos ou convenções coletivas
PL 2699/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
JUSTIÇA DO TRABALHO
Isenção de depósito recursal ao trabalhador recorrente
PL 2761/2019 do senador Styvenson Valentim (PODE/RN)
Prazo para a decisão judicial ser levada a protesto
PL 2830/2019 do senador Styvenson Valentim (PODE/RN)
Adiantamento dos honorários periciais no processo de trabalho
PL 2687/2019 do deputado Hiran Gonçalves (PP/RR)
Competência da Justiça do Trabalho em ações referentes ao trabalho individual via plataformas digitais
PL 2884/2019 do deputado Celso Russomano (PRB/SP)
OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATOS
PL 2630/2019 do deputado Aécio Neves (PSDB/MG)
Regulamentação do trabalho autônomo
PL 2755/2019 do deputado Tiago Dimas (Solidari/TO)
BENEFÍCIOS
Incidência de pensão alimentícia sobre a Participação nos Lucros ou Resultados - PLR
PL 2703/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
Aumento da licença paternidade
PL 2786/2019 da deputada Luizianne Lins (PT/CE)
FGTS
Alteração da data de depósito do FGTS
PL 2923/2019 do deputado Aureo Ribeiro (Solidari/RJ)
RELAÇÕES INDIVIDUAIS DO TRABALHO
Proibição de concessão de benefícios fiscais para empresas que fazem uso do trabalho análogo ao de escravo
PLP 128/2019 do deputado Capitão Alberto Neto (PRB/AM)
Sanções administrativas pela redução da pessoa à condição análoga à de escravo
PL 2841/2019 do deputado Igor Kannário (PHS/BA)
INFRAESTRUTURA
Diminuição do prazo total da concessão em caso de atraso no cronograma de entrega
PL 2711/2019 do senador Jorginho Mello (PR/SC)
Implantação de iluminação pública em rodovias federais sob concessão
PL 2732/2019 do deputado Juninho do Pneu (DEM/RJ)
SISTEMA TRIBUTÁRIO
CARGA TRIBUTÁRIA, CRIAÇÃO DE TRIBUTOS E VINCULAÇÃO DE RECEITAS
Permissão para os Estados em regime de recuperação fiscal concederem benefícios e incentivos tributários
PLP 132/2019 do senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ)
OBRIGAÇÕES, MULTAS E ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAS
Impossibilidade da Fazenda Pública utilizar-se da averbação pré-executória para pagamento de crédito devido
PL 2700/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
INTERESSE SETORIAL
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
Regras para utilização da palavra “carne” e seus sinônimos nas embalagens, rótulos e publicidade de alimentos
PL 2876/2019 do deputado Nelson Barbudo (PSL/MT)
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Isenção do IPI para os veículos e motocicletas utilizados para prestação de serviço
PL 2774/2019 do deputado Acácio Favacho (PROS/AP)
Isenção do IPI para os veículos alocados à representação comercial
PL 2886/2019 do deputado Adriano do Baldy (PP/GO)
INDÚSTRIA DA MINERAÇÃO
Obrigatoriedade de contratação de auditoria externa por parte do empreendedor de barragens
PL 2707/2019 da senadora Rose de Freitas (PODE/ES)
Exclusão da isenção tributária de produtos primários da atividade mineral
PLP 126/2019 do deputado Zé Silva (Solidari/MG)
Tipificação de crimes de ecocídio e de conduta delitiva do responsável por desastre relativo a rompimento de barragem
PL 2787/2019 do deputado Zé Silva (Solidari/MG)
Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens
PL 2788/2019 do deputado Zé Silva (Solidari/MG)
Acréscimo nas alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM
PL 2789/2019 do deputado Zé Silva (Solidari/MG)
INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA
Obrigatoriedade de impressão em Braille de contas de serviço público de energia elétrica, gás, água e telefone
PL 2797/2019 do deputado Gustinho Ribeiro (Solidari/SE)
INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE HIGIENE E LIMPEZA
Obrigatoriedade de aviso nos rótulos de produtos de higiene pessoal apresentados sob a forma de aerossol
PL 2702/2019 do deputado Valtenir Pereira (MDB/MT)
INDÚSTRIA DO PLÁSTICO
Proibição de artigos e embalagens de plásticos em praias
PL 2727/2019 do deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB/MA)
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Prazo máximo para análise de registro de medicamentos aprovados por agências estrangeiras
PL 2730/2019 do deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP/RJ)
INDÚSTRIA MADEIREIRA
Obrigatoriedade do uso de madeira certificada por todos os órgãos da Administração Pública
PL 2852/2019 do deputado Felipe Carreras (PSB/PE)
INDÚSTRIA PETROLÍFERA
Revogação de benefícios fiscais das atividades de produção e extração de petróleo - REPETRO
PL 2764/2019 da deputada Maria do Rosário (PT/RS)
NOVOS PROJETOS DE LEI ESTADUAL
QUESTÕES INSTITUCIONAIS
Altera a organização básica administrativa do Poder Executivo Estadual
PL 378/2019 de autoria Poder Executivo
INTERESSE SETORIAL
INDÚSTRIA DO PLÁSTICO
Obriga os restaurantes, bares, lanchonetes, quiosques, ambulantes e similares a utilizarem guardanapos e canudos de plásticos individualmente e hermeticamente embalados
PL 377/2019 de autoria da Casa Civil
| FIEP | | | | Setor de serviços foi o que viu mais empresas se tornando inadimplentes em março, com um alta de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior
Além de sair do Simples, inadimplentes não podem obter financiamento nem participar de licitações
A indústria e o comércio vieram na sequência, com aumentos de 3,2 e 2,8 por cento respectivamente
O número de micro e pequenas empresas inadimplentes no Brasil chegou a 5,3 milhões em março, maior nível desde o início da série histórica iniciada em 2016 pela empresa de análise de informações de crédito Serasa Experian.
De acordo com o levantamento, o setor de serviços foi o que viu mais empresas se tornando inadimplentes em março, com um alta de 11,6 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior. A indústria e o comércio vieram na sequência, com aumentos de 3,2 e 2,8 por cento respectivamente.
A região Norte foi teve a maior alta na inadimplência de micro e pequenas empresas em março na comparação anual, de 8,2 por cento. No Sudeste, os calotes do segmento subiram 7,8 por cento, seguido pelo Centro-Oeste com aumento de 7,5 por cento, Sul (+6,9 por cento) e Nordeste (+3,4 por cento).
"O fraco desempenho da atividade econômica durante o primeiro trimestre acabou por não favorecer a ampliação da geração de caixa das empresas. Este fator e a alta da inflação foram os responsáveis pelo aumento do número de micro e pequenas empresas com dívidas atrasadas e negativadas", afirmou a Serasa Experian em comunicado à imprensa.
O mês de março também foi de quebra de recordes no número de empresas de todos os portes inadimplentes, 5,7 milhões, segundo a Serasa Experian. O número representa um aumento de 4,5 por cento na comparação anual.
As micro e pequenas empresas representaram 95 por cento do total das empresas com dívidas em atraso no país.
| DCI | | | | Um grupo de 30 industriais se reuniu nesta quinta-feira, 23, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para reivindicar medidas de estímulo de curto prazo. Na lista estão, por exemplo, medidas de aumento do crédito, redução de juros e uma nova liberação das contas inativas do FGTS.
O ministro, no entanto, teria sinalizado que não há espaço para estímulos antes da reforma da Previdência ser aprovada. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o recado seria de que isso poderia ser conversado após a aprovação das mudanças previdenciárias.
“Senti que não há espaço nenhum dessas coisas acontecerem antes da aprovação da reforma. (O ministro teria dito que) Vamos conversar sobre tudo após a reforma da Previdência”, disse Skaf após o almoço.
Guedes teria sinalizado, segundo fontes que estavam no encontro, que medidas de curto prazo antes da reforma da Previdência seriam inócuas.
Para Skaf, as medidas de estímulo de curto prazo serviriam para “dar uma oxigenada para se ter algum tempo”. A Fiesp estima que há pelo menos R$ 20 bilhões nas contas inativas do FGTS que poderiam colocar fôlego no consumo, assim como ocorreu há dois anos.
Skaf afirmou que há uma expectativa de aprovação “relativamente rápida” da reforma da Previdência. Ele estima uma aprovação ainda nesse semestre na Câmara, e uma evolução “bastante rápida” no Senado. “Temos que ter paciência de esperar de 30 a 40 ou 50 dias, até fim de junho, início de julho”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 23-05-2019) | | | | Fim da contribuição sindical obrigatória e pagamento por boleto tiram dinheiro e enfraquecem sindicatos
Os sindicatos lutam por aumentos salariais e outros benefícios, e mesmo quem não é filiado usufrui as conquistas
Especialista diz que defender os direitos dos trabalhadores é caro; "todos os dias há empregadores descumprindo alguma legislação"
O fim da contribuição sindical obrigatória e o pagamento por boleto, em vez de desconto na folha de pagamento, estão enfraquecendo os sindicatos. Fica uma discussão: é justo quem não paga o sindicato ter os mesmos benefícios dos trabalhadores filiados? Entre as conquistas, estão aumentos salariais, participação em resultados, plano de saúde e vale-refeição.
Os sindicatos perderam 90% da receita com contribuição sindical em 2018. Na prática, estão trabalhando de graça para os trabalhadores que não pagam a taxa.
Fim da obrigatoriedade e pagamento por boletos
A contribuição sindical, ou imposto sindical, antes cobrada automaticamente de todos os empregados, se tornou voluntária em 2017, com a reforma trabalhista. Ela é anual e tem o valor equivalente ao salário de um dia de trabalho.
A discussão voltou à tona neste ano, depois que o governo editou uma medida provisória que obriga a cobrança do imposto sindical a ser feita por boleto bancário, e não mais por desconto direto no salário. A regra já está valendo, mas, como é provisória, pode ainda ser derrubada pelo Congresso.
A intenção, segundo o governo, é reforçar a liberdade do trabalhador de escolher pagá-la ou não. A preocupação das entidades sindicais e de advogados trabalhistas, por outro lado, é que a arrecadação caia e enfraqueça os sindicatos ainda mais.
Se tem direito de graça, ninguém vai pagar
"Fecharam as torneiras, mas as obrigações continuam as mesmas", disse o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah. "Nos outros países, só quem é associado tem direito às negociações coletivos; aqui não, negociamos para todos, e a lei não permite que não seja assim."
"Por que a pessoa optaria por contribuir se ela vai receber os benefícios de qualquer maneira?", disse o advogado trabalhista Ricardo Calcini.
Sindicatos querem cobrar, mas é inconstitucional
"Os sindicatos representam os trabalhadores nas negociações, e esse é um trabalho caro", disse a advogada especializada em direito coletivo Lúcia Porto Noronha, sócia do escritório Crivelli Advogados. "Demanda estudos, advogados, consultoria. Uma campanha salarial começa seis meses antes, e todos os dias há empregadores descumprindo alguma legislação."
Alguns sindicatos começaram a ensaiar a possibilidade de aplicar os benefícios conquistados, como piso e reajuste, apenas para quem se sindicalizasse, mas é um movimento difícil, já que a avaliação majoritária é de que é algo inconstitucional.
Piso e reajuste salarial valem para todos
Piso salarial, reajustes anuais, participação nos lucros, plano de saúde, vale-alimentação e vale-refeição são exemplos de benefícios que não estão previstos em lei, mas que passam a ser obrigatórios em um determinado setor uma vez que sejam conquistados pelo sindicato nos acordos coletivos.
Apoio jurídico para demissões em massa, processos trabalhistas e previdenciários é outro serviço fornecido a todos os trabalhadores, independentemente de contribuírem ou não.
Lazer e atendimento médico só para quem paga
Algumas atividades dos sindicatos são exclusivas para quem é associado, como lazer, colônia de férias, atendimento médico e plano de saúde. Neste caso, o trabalhador paga uma mensalidade, como em um clube, que é independente do imposto sindical.
Lei fez surgir muitos sindicatos
A raiz do problema está na maneira como o sistema sindical foi estruturado no Brasil, junto com as leis trabalhistas, ainda durante o governo de Getúlio Vargas.
No modelo brasileiro, todo trabalhador é representado por algum sindicato, mas não pode escolher. Existe apenas um sindicato para cada categoria, por cidade ou região, e é a ele que os empregados ficam vinculados. É a chamada unicidade sindical. A contribuição sindical obrigatória era um pilar dessa estrutura, já que a representatividade também é obrigatória.
Com isso, além de não haver concorrência, o fato de a representação ser quase municipal criou uma profusão gigante de sindicatos: são 18 mil atualmente, enquanto em outros países não é incomum esse número ser próximo de cem.
O resultado é uma rede altamente custosa e, em muitos casos, pouco eficiente no sentido de conquistar mais e melhores direitos para seus representados, base do argumento daqueles que acham que uma contribuição obrigatória é um abuso ao trabalhador.
Pluralidade sindical é alternativa
"A tendência, com a situação que foi criada, é que caminhemos para um modelo de pluralidade sindical", disse o sócio da área trabalhista do escritório Machado Meyer Advogados, Rodrigo Takano. A opção já chegou a ser considerada pelo governo.
É o modelo pelo qual existem mais opções de entidade por categoria, e o trabalhador pode escolher a qual se filiar de acordo com os melhores benefícios para ele. Por outro lado, quem não for sindicalizado não teria direito a nada, incluindo os pisos e reajustes negociados.
Segundo Takano, com o tempo, isso tende a enxugar a estrutura atual e fazer com que apenas os sindicatos realmente atuantes sobrevivam.
"[O fim da unicidade] pode até ser uma alternativa de mudança na estrutura sindical, mas isso não pode ser enfiado goela abaixo como foi feito", disse Patah, da UGT. "Toda e qualquer mudança, com diálogo, traz benefícios para todos."
| UOL | | | | O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 5,4 pontos na passagem de abril para maio, em 91,4 pontos, informou nesta sexta-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,9 pontos, a terceira queda consecutiva.
“A nova queda expressiva da confiança do comércio sugere que os empresários do setor ainda estão encontrando dificuldades com o ritmo de vendas no 2º trimestre. Os indicadores de situação atual refletem o fraco desempenho da atividade no início de 2019”, diz a nota divulgada pela FGV, em comentário assinado por Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O Índice de Situação (ISA-COM) recuou 4,0 pontos para 88,3 pontos, menor nível desde janeiro de 2018. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) voltou a registrar valor abaixo de 100 pontos (94,8 pontos em maio) ao cair 6,6 pontos, pior nível desde setembro de 2018 (93,2 pontos).
“Os empresários continuam revendo suas expectativas, resultado de uma frustração com o cenário apresentado até agora. A volta da recuperação da confiança ainda depende da redução dos níveis de incerteza, dos números mais positivos do mercado de trabalho e da retomada da confiança do consumidor”, diz a nota da FGV.
O Icom de maio caiu em 11 dos 13 segmentos do comércio.
A Sondagem do Comércio da FGV também identificou o ambiente político como principal problema a atrapalhar o ambiente de negócios, na visão dos empresários do setor. Isso é medido na pergunta sobre os fatores que estão limitando a melhora dos negócios. Ali, há um espaço para que as empresas descrevam fatores que considerem importantes e que não estejam listados entre as opções de resposta oferecidas no questionário. As respostas abertas são agregadas em três principais temas: fatores políticos, fatores econômicos e outros.
“O resultado sugere que os fatores políticos continuam contribuindo para a limitação da melhoria do ambiente de negócios do setor e também com a cautela adotada pelas empresas na hora de planejar os próximos meses. O porcentual de empresas citando fatores políticos como uma limitação ficou em 6,7%, o maior desde outubro passado quando registrou 9,4%”, diz a nota da FGV.
A coleta de dados para a edição de maio da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 1º e 22 do mês e obteve informações de 843 empresas.
| Tribuna PR | | | | Apoio ocorre após adoção de postura favorável a Israel pela diplomacia brasileira
A candidatura do Brasil a uma vaga na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), apoiada oficialmente pelos EUA nesta quinta-feira (23), deve contar com o auxílio de Israel.
A promessa foi feita durante a visita do presidente Jair Bolsonaro àquela nação, no início de abril, e reforçada em discurso feito pelo embaixador israelense no Brasil na noite de quarta (22).
Yossi Shelley, durante comemoração aos 71 anos de Israel, disse que seu país também está "lutando" para que o Brasil ingresse na OCDE.
O apoio ocorre num momento em que israelenses comemoraram uma mudança da diplomacia brasileira num sentido de adotar uma postura mais favorável a Israel.
De acordo com pessoas próximas às tratativas, a ideia é que Israel possa ajudar o Brasil a fazer adaptações legislativas e regulatórias para ser aceito no órgão.
O argumento é que como tornou-se membro há menos de dez anos —em 2010— o país tem a "memória fresca" sobre o que é necessário fazer.
Na cerimônia de quarta, Shelley falou sobre o apoio à entrada do Brasil ao comentar a ausência do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na comemoração de quarta, em Brasília. Ele está em Paris, na França, onde participa de reunião do órgão ao qual o Brasil pleiteia uma vaga.
"O chanceler está na OCDE para fazer uma luta para o Brasil entrar nessa organização (OCDE). Israel também está lutando por isso", afirmou.
Ainda em seu discurso, o embaixador disse que o Brasil é "uma grande potência que pode ajudar o mundo e pode receber em troca disso".
Ao falar sobre a troca, disse que Bolsonaro está cumprindo a promessa de campanha de mudar o posicionamento da diplomacia brasileira de forma a torná-la pró-Israel.
"Parabéns, as relações entre Brasil e Israel nesses cinco meses trocou muito nas organizações como a ONU, Conselho de Direitos Humanos ... Trocou [mudou] de uma maneira que o presidente prometeu na campanha dele", disse.
O embaixador citou como exemplo uma votação feita esta semana na OMS (Organização Mundial da Saúde), dizendo que com a ajuda do Brasil, Israel aumentou seu apoio no organismo internacional.
"O Brasil, como outros 11 países votaram conosco, ano passado havia cinco a favor de Israel. Vamos melhorar pouco a pouco para chegar ao nosso desafio", afirmou.
Nesta quinta, o governo dos EUA cumpriu a promessa feita pelo presidente Donald Trump, ao seu par brasileiro, Jair Bolsonaro, de apoiar a candidatura do Brasil à OCDE.
O anúncio oficial foi feito em Paris, a portas fechadas, durante a reunião ministerial da entidade, um think tank de melhores práticas econômicas que reúne a maior parte dos países desenvolvidos.
A promessa de Trump a Bolsonaro havia sido feita quando da visita do brasileiro a Washington, em março. Na oportunidade, o presidente brasileiro prometeu em troca que o Brasil abriria mão do tratamento especial e diferenciado na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao qual tinha direito por ser um país em desenvolvimento.
O perfil oficial do Itamaraty no Twitter comemoraram a concordância americana: ”Hoje na OCDE os EUA expressaram de modo claro e oficial seu apoio ao pleito do Brasil de ingressar na OCDE, uma prioridade do presidente Jair Bolsonaro”.
Em sua conta, o presidente também replicou mensagens de comemoração.
O apoio desta quinta superou as expectativas da comitiva brasileira, que não esperava uma manifestação formal da delegação americana. Isso não quer dizer, contudo, que o caminho esteja aberto ao Brasil, já que por ora não há uma data prevista nem mesmo para o início do processo de adesão, que se estenderia pelos próximos anos –entre dois e cinco, usualmente.
Até aqui, os Estados Unidos bloqueavam a aspiração brasileira de se tornar membro permanente da OCDE, mas manifestavam apoio à candidatura da Argentina. Agora, segundo um dirigente da comitiva brasileira envolvido nas negociações, há um consenso entre os membros da entidade de que Brasil, Argentina e Romênia devem iniciar seus processos de adesão.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | Promessa de apoio havia sido feita pelo presidente americano a Bolsonaro em visita a Washington
O governo dos Estados Unidos cumpriu nesta quinta-feira (23) a promessa feita pelo presidente Donald Trump, ao seu par brasileiro, Jair Bolsonaro, de apoiar a candidatura do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O anúncio oficial foi feito em Paris, a portas fechadas, durante a reunião ministerial da entidade, um think tank de melhores práticas econômicas que reúne a maior parte dos países desenvolvidos.
A promessa de Trump a Bolsonaro havia sido feita quando da visita do brasileiro a Washington, em março. Na oportunidade, Bolsonaro prometeu em troca que o Brasil abriria mão do tratamento especial e diferenciado na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao qual tinha direito por ser um país em desenvolvimento.
Via Twitter, o Itamaraty comemorou a concordância americana: ”Hoje na OCDE os EUA expressaram de modo claro e oficial seu apoio ao pleito do Brasil de ingressar na OCDE, uma prioridade do presidente Jair Bolsonaro”.
O apoio desta quinta superou as expectativas da comitiva brasileira, que não esperava uma manifestação formal da delegação americana. Isso não quer dizer, contudo, que o caminho esteja aberto ao Brasil, já que por ora não há uma data prevista nem mesmo para o início do processo de adesão, que se estenderia pelos próximos anos –entre dois e cinco, usualmente.
Até aqui, os Estados Unidos bloqueavam a aspiração brasileira de se tornar membro permanente da OCDE, mas manifestavam apoio à candidatura da Argentina. Agora, segundo um dirigente da comitiva brasileira envolvido nas negociações, há um consenso entre os membros da entidade de que Brasil, Argentina e Romênia devem iniciar seus processos de adesão.
O empecilho, no momento, fica a cargo países da Europa, que desejam que um outro membro europeu, no caso a Bulgária, seja incluído na próxima leva de adesões. A priori o governo americano não deseja a ampliação “excessiva" da OCDE.
Questionado pela Folha, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, confirmou que o caminho do Brasil está mais livre. "A questão não é se apoiam ou não. Creio que já superamos essa etapa. A questão é: como vamos traduzir esse desejo político em instruções específicas para avançar”, explicou. "O que aconteceu agora é que houve novos eventos, novas informações. E dados esses eventos e informações, nós vamos começar a discutir de novo e tentar movimentar a agenda."
Segundo Gurría, com a sinalização será possível avançar mais rápido em todas as adesões, mas o Brasil pode ser beneficiado em termos de tempo de processo por já ter aderido a 73 de um total de 248 "instrumentos" –decisões, recomendações, declarações, acordos internacionais e entendimentos– que a OCDE preconiza aos seus países-membros.
"Todos os países, e o Brasil em primeiro lugar, estão todos os dias entrando em um novo instrumento, juntando-se a um novo comitê, um novo subcomitê. Isso significa que quando você tem o início oficial (da adesão), eles vão cortar o processo por todos os esforços que já estão fazendo. Porque todos esses esforços terão de ser feitos de toda forma ao longo do processo”, afirmou.
Ainda que não tenha uma data iniciar seu processo de ingresso na OCDE, por outro lado ainda não teve perdas ao renunciar ao tratamento especial na OMC. A opinião é do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da instituição.
"O Brasil adotou uma postura de que, no futuro, não vai fazer uso de todas as flexibilidades (a que hoje tem direito). Meu entendimento é de que na medida em que possa fazer mais, vai fazer mais. Outros países não anunciaram, mas pensam mais ou menos da mesma forma”, explicou Azevêdo. "O Brasil disse que nas negociações futuras, vai abrindo mão. Mas o futuro ainda não é presente."
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | Chanceler diz acreditar que negociações para acordo entre EU e Mercosul possam acabar bem
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, considera que o apoio dos Estados Unidos à candidatura brasileira na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), expresso nessa quinta-feira (23), abre enfim as portas da instituição ao país. A avaliação foi feita ao término da reunião ministerial realizada pela entidade em Paris.
O apoio foi manifestado por representantes da delegação dos Estados Unidos, que, a portas fechadas, levantaram o veto em vigor desde o início da gestão de Donald Trump à frente da Casa Branca.
Ministro Ernesto Araújo em entrevista coletiva
Até aqui, Washington apoiava a abertura de processo para a adesão da Argentina, mas não do Brasil. Trump havia prometido ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em março, em Washington, que seu governo levantaria o bloqueio à candidatura do país.
"Isso foi extremamente relevante (porque) talvez fosse a principal peça que faltava para que possamos, no mais breve prazo, começar o processo de adesão. Em termos práticos essa confirmação do apoio americano foi o principal avanço aqui”, confirmou Araújo.
“Temos a coisa específica do apoio americano e esse sentimento difuso, mas muito presente, de expectativa positiva em relação ao Brasil.”
O chanceler não demonstrou preocupação com a resistência manifestada pela Europa, que impediria indiretamente o curso da adesão brasileira. Os países europeus não são contra o ingresso do Brasil, mas pedem que mais um país do continente possa ser incluído entre os futuros membros, ao lado da Romênia, o que ainda é motivo de impasse.
"Não temos nenhum sinal negativo em relação ao Brasil, só positivos, tanto de membros europeus quanto de não europeus”, afirmou. "Em relação ao caso específico do Brasil, só recolhemos palavras favoráveis.”
Sobre os próximos passos da adesão, Araújo acredita que novos avanços possam acontecer na reunião de cúpula do G20 que será realizada em Osaka, no Japão, entre 26 e 28 de junho. Dos 20 países do bloco, 14 são membros da OCDE, o que cria um clima propício ao debate político sobre o tema – ainda que não para uma decisão oficial.
"Tenho a impressão de que existe, não sei se consenso, mas um grande movimento no sentido que a ampliação é um tema importante e que não deve ficar bloqueado por muito tempo”, estimou. "Há um certo sentimento de urgência de que é preciso começar esse processo.”
Mercosul
Se a postura americana foi saudada como um avanço pelo governo, outra notícia importante do dia para os interesses diplomáticos do Brasil não foi boa.
No início da tarde o governo da França emitiu nota na qual adverte que “não ratificará nenhum acordo que prejudique os interesses dos agricultores e consumidores franceses, as exigências de qualidade sanitária e alimentar dos standards europeus, e a nossos engajamentos ambientais no Acordo de Paris”.
As questões ambientais estão no centro dos mais recentes discursos políticos do presidente francês, Emmanuel Macron.
A informação é encarada como um possível freio nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia para um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. Autoridades de ambos os lados do Atlântico haviam manifestado nos últimos dias otimismo quanto às perspectivas de um entendimento, que colocaria fim a 19 anos de discussões formais e até aqui mal-sucedidas.
"A França tradicionalmente é um dos países que mais resistiram à concessões necessárias para acordos com o Mercosul”, disse Araújo.
"É importante mencionar que o caso do Mercosul, e muito especificamente do Brasil, nesses últimos meses temos feito grandes esforços para renovar nossas posições e atualizá-las de uma maneira que permitam a conclusão do acordo”, afirmou o chanceler. “Esperamos o mesmo tipo de esforço da parte europeia.”
Araújo disse ter pareceres de governos como o da Alemanha e o da Itália em favor da assinatura. "Com Alemanha e Itália tivemos expressões de muito interesse pela conclusão do acordo e acho que tem há também uma sensação de que esse é o momento depois de 20 anos de negociação”, alegou. "Sigo otimista.”
Questionado sobre se os últimos dados a respeito do aumento do desmatamento no Brasil e a repercussão negativa de políticas ambientais do governo Bolsonaro na Europa não prejudicam os argumentos brasileiros na negociação, Araújo afirmou que é preciso esclarecer os europeus sobre o assunto.
"O que há é um certo déficit de conhecimento em relação às políticas ambientais e agrícolas brasileiras”, sustentou, afirmando que o compromisso ambiental do governo, que já existia, “é até maior hoje hoje do que em um passado recente”.
Repórter associada da Folha, escreve sobre economia há 18 anos.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | Bolsonaro faz um governo truculento que ainda não emplacou
País paga um preço alto demais para bancar presidente 'machão'
Na tarde dos protestos contra os cortes no orçamento na educação, no dia 15 de maio, esta colunista conversava com uma das principais lideranças empresariais do país.
No escritório havia uma TV sintonizada em um canal de notícias, que começou a mostrar cenas das manifestações, principalmente na avenida Paulista (região central de São Paulo). Foi quando o empresário afirmou: este é um governo truculento.
Desde então, passei a ouvir cada vez mais essa palavra vinda de representantes dos setores produtivo e financeiro para definir a atual administração. Os acontecimentos da última semana não ajudaram em nada a modificar a percepção.
O presidente Jair Bolsonaro utilizou mais uma vez as redes sociais para insuflar suas hostes contra o Congresso e convocá-las para um ato a favor de seu governo no domingo. Aconselhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que acertadamente se preocupou com o impacto de mais um conflito com deputados e senadores para aprovação da reforma da Previdência, voltou atrás.
Disse que não era bem assim, que quem defende o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal está no protesto errado, mas o estrago já havia sido feito.
A truculência de Bolsonaro se espraia entre seus ministros, com exceção paradoxalmente do núcleo militar. Abraham Weintraub, da Educação, é o exemplo mais bem acabado disso. Foram sua ferocidade e preconceitos que detonaram as passeatas a favor da educação, já que contingenciamento de despesas sempre ocorreram no Brasil e não devem acabar tão cedo.
O grande problema de um governo truculento é que política é feita de diálogo —coisa que Bolsonaro deveria ter aprendido em 27 anos no Congresso que agora demoniza. E aqui entra outra percepção corrente no empresariado: o governo ainda não emplacou.
Pode até ter conseguido aprovar a medida provisória que organizou os ministérios —era o mínimo, e ainda deixou um envergonhado Sergio Moro para trás—, mas foi só.
Não consegue fazer nada além de confusão e vai minando a confiança dos agentes econômicos.
Como o governo não emplacou, ninguém investe, não se contrata e o otimismo com a economia do início ano se esvaiu. O país está à beira de uma nova recessão, se considerarmos que a anterior realmente havia ficado pra trás.
Um preço alto demais a pagar para bancar o “machão”.
Raquel Landim - Repórter associada da Folha, escreve sobre economia há 18 anos.
| Folha de S. Paulo | | | | Décio Oddone diz que é necessário eliminar diferença de preços entre os diversos usos do combustível
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Décio Oddone, defendeu nesta quinta (23) que o governo precisa fomentar a competição na oferta de gás de cozinha para que o produto seja vendido a "preço justo" no país.
Para isso, afirmou, é necessário eliminar a diferença de preços entre os diversos usos do combustível vigente desde 2002. "A diferença de preços é inibidora de investimentos. O Brasil tem que encarar essas discussões", disse ele.
Distribuidoras de GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha) dizem que a Petrobras está vendendo o produto acima da cotação de referência no mercado americano desde novembro de 2018. A estatal, por sua vez, alega que sua política comercial segue referências europeias de preços.
Segundo dados da ANP, a paridade de importação (conceito que considera o custo para importar o combustível) na segunda semana de maio era de R$ 20,75 por quilo em Suape, principal porto de entrada do combustível.
A Petrobras, porém, tem vendido o gás para envase em botijões de 13 quilos, em média no país, a R$ 26,20 por cada 13 quilos desde o último reajuste, no dia 5 de maio. Antes, entre novembro e o início de maio, vendia a R$
Os reajustes são realizados a cada três meses, com base nas cotações internacionais e no custo de importação. A Petrobras alega que o transporte do gás correspondo a uma parcela relevante no cálculo final.
"Como os preços são livres, não posso dizer que estão caros", disse Oddone. "Só a transparência e competição vão fazer com que os preços sejam justos", defendeu. Em 2018, a ANP pediu ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigação sobre os efeitos do monopólio da Petrobras no refino.
Ao contrário do que ocorre com gasolina e diesel, não há infraestrutura no país para importações privadas de GLP quando os preços nacionais estão acima do mercado internacional. Para empresas do setor, os investimentos só virão quando o produto tiver preço único.
Hoje, o preço do gás para envase em botijões de 13 quilos equivale a 80% do preço cobrado pela estatal para a venda em outros vasilhames ou a granel.
A diferença foi estabelecida em 2002, depois de um período de alta que levou o então candidato à presidência José Serra (PSDB) a criticar publicamente a Petrobras por efeitos negativos em sua campanha.
Foi reafirmada em 2005, por resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) quando a ex-presidente Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia. O governo Michel Temer falou em abolir, mas não avançou.
No governo Jair Bolsonaro, o tema já foi levado duas vezes ao CNPE, mas o temor de novos aumentos de preços segura a decisão. Oddone alertou para a necessidade de resolver a questão antes da venda de refinarias da Petrobras, já que a intervenção no preço do combustível pode afastar investidores.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) desacelerou em seis das sete capitais analisadas na terceira quadrissemana de maio ante a segunda leitura do mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (24). No período, o índice passou de 0,42% para 0,34%.
As cidades que registraram alívio nas taxas de variação na terceira medição do mês foram Salvador (de 0,90% para 0,77%), Brasília (de 0,43% para 0,32%), Recife (de 0,45% para 0,43%), Rio de Janeiro (de 0,34% para 0,15%), Belo Horizonte (de 0,37% para 0,34%) e São Paulo (de 0,34% para 0,28%).
A única capital que apresentou aceleração no período foi Porto Alegre, cuja taxa passou de 0,33% para 0,36%, de acordo com a FGV.
| Tribuna PR | | | | A fraqueza dos preços de artigos de residência, alimentação e comunicação ajudaram a prévia da inflação oficial brasileira a desacelerar a alta em maio, mas ainda assim o acumulado em 12 meses foi ao nível mais alto em dois anos, no momento em que o Banco Central busca tempo para avaliar a economia antes de eventual mudança nos juros.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou em maio 0,35%, contra alta de 0,72% em abril, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse resultado foi o mais elevado para o mês desde 2016 (0,86%), mas ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,42%.
Em 12 meses, o IPCA-15 passou a acumular avanço de 4,93%, sobre 4,71% antes e expectativa de 4,98%. Esse patamar é o mais alto desde fevereiro de 2017 (5,02%).
Com isso, o índice permanece acima da meta oficial de inflação do governo para 2019, de 4,25 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em maio, os grupos Artigos de residência e Comunicação registraram deflação, respectivamente de 0,36% e 0,04%. Já Alimentação e bebidas e Educação tiveram estabilidade no mês.
Os custos de alimentos, que respondem por cerca de 25% das despesas das famílias, perderam força após alta de 0,92% em abril, com quedas em feijão-carioca (-11,55%), frutas (-3,08%) e carnes (-0,52%).
Por outro lado, os preços de Saúde e cuidados pessoais subiram 1,01%, enquanto os de Transportes avançaram 0,65%. Embora ambos tenham mostrado desaceleração da alta, foram responsáveis pelo maior impacto sobre o índice, de 0,12 ponto percentual cada.
Nesses dois grupos, destacaram-se os aumentos de 2,03% nos preços dos remédios e de 3,30% dos combustíveis.
Depois de manter a taxa básica de juros em 6,5%, o BC apontou uma "probabilidade relevante" de que a economia brasileira tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, e manteve o discurso de que precisa de tempo para analisar a fundo o quadro antes de eventual mudança na rota dos juros.
O BC destacou na ata de sua última reunião que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico "no curto prazo", para depois recuar e fechar 2019 "em torno da meta", enquanto o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, ressaltou que o BC não pode trocar inflação controlada por crescimento econômico.
A mais recente pesquisa Focus com economistas mostra que a expectativa dos economistas é de que a inflação termine este ano a 4,07%, indo a 4,0% em 2020.
| DCI | | | | Governo elege 11 setores para montar pacote de benefícios, como regimes tributários e financiamentos
Na contramão da equipe econômica federal, que é contrária a qualquer tipo de incentivo fiscal ao setor produtivo, o governador de São Paulo, João Doria, anuncia nesta quinta-feira (22) um programa de política industrial.
A administração estadual elegeu 11 setores, que representam 75% da indústria da transformação do estado, e delimitou sua área geográfica de atuação. A ideia é montar um pacote de benefícios específico para cada área/setor nos próximos dois meses.
Entre as benesses que podem ser concedidas, estão regimes tributários especiais, financiamentos mais vantajosos, programas de qualificação de mão de obra, implantação de infraestrutura e estímulo à pesquisa e tecnologia, além de medidas para desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios.
O objetivo da política é gerar novas vagas de trabalho para reduzir o nível de desemprego em São Paulo, que atinge 3,7 milhões de pessoas. Assim, Doria tenta firmar a imagem de político preocupado com o desemprego --área em que o presidente Jair Bolsonaro é percebido como insensível.
Os chamados polos de desenvolvimento econômico de São Paulo serão: saúde e fármacos, como antecipado pelo Painel S.A.; metal-metalúrgico, máquinas e equipamentos; automotivo; químico, borracha e plástico; derivados de petróleo e petroquímico, biocombustíveis; alimentos e bebidas; têxtil, vestuário e acessórios; couro e calçados; tecnologia e ecoflorestal.
"Esperamos com esses incentivos setoriais atrair novos investimentos ainda neste ano", diz Patrícia Ellen, secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo.
Ela afirma que a inspiração do programa vem de experiências semelhantes com zonas econômicas especiais nos EUA, em Israel, no Reino Unido e na Coreia do Sul.
A adoção de políticas industriais foi uma marca dos governos petistas nas gestões Lula e Dilma e sofreu duras críticas por gastos fiscais excessivos e poucos resultados. Para especialistas, subsídios excessivos quebraram o governo federal e havia excesso de protecionismo para as empresas.
Nos últimos meses, Doria dava mostras de enveredar por caminho semelhante ao reduzir o ICMS de hortaliças, querosene de aviação e automóveis e vinha sendo acusado pelos demais estados de promover a guerra fiscal.
Para o professor da UFRJ e especialista em política industrial David Kupfer, a iniciativa de São Paulo é positiva, porque identifica gargalos e busca como dissolvê-los, mas não soluciona o problema.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 23, que as duas empresas interessadas em comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) estão dispostas a investir pelo menos R$ 1 bilhão na planta e a gerar no mínimo 400 empregos novos, condições necessárias para que o comprador possa fazer parte do programa do governo estadual de incentivo fiscal ao setor automotivo, chamado Incentivauto.
“Sem isso (as duas condições), nós nem teríamos sentado para conversar (com essas empresas)”, disse o governador, que desde fevereiro tem ajudado a Ford a encontrar um comprador para a fábrica. “E muito provavelmente o investimento (a ser anunciado pelo comprador) será superior a R$ 1 bilhão”, acrescentou.
A Ford anunciou em fevereiro que encerraria as atividades da planta ao longo de 2019, após decisão de sair do segmento de caminhões – a fábrica de São Bernardo é a única da empresa no mundo que produz veículos pesados.
A declaração de Doria foi dada à imprensa após o governador participar de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no escritório do ministério em São Paulo. Também participou do encontro o dono do grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, um dos interessados em adquirir a fábrica. A outra empresa prefere se manter em sigilo. Até o fim do mês de junho haverá uma definição sobre o futuro da fábrica, disse Doria.
Ainda segundo o governador, as duas empresas interessadas, além de terem se comprometido a gerar 400 novos empregos na fábrica, também estão dispostas a preservar todos os atuais empregados da Ford. A fábrica tem cerca de 3 mil pessoas empregadas. A montadora, no entanto, abriu um programa de demissão voluntária, após um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
| Tribuna PR (publicado em 23-05-2019) | | | | Catorze setores da indústria são contemplados em onze centros industriais, incluindo o automotivo
O governo do estado de São Paulo anunciou na quinta-feira, 23, a criação de onze polos de desenvolvimento econômico envolvendo pelo menos 14 setores da indústria, entre eles o automotivo (veja lista completa abaixo). Os polos contarão com pacotes de benefícios setoriais, segundo comunicado.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o objetivo é fomentar e incentivar o aumento da produtividade na indústria, atrair investimentos e impulsionar a inovação e a geração de empregos. O plano é reunir na mesma região geográfica políticas para determinado setor produtivo.
Sobre os benefícios, a pasta informa que serão concedidos em torno de seis pilares, mas não detalhou como serão: simplificação tributária e regulatória, financiamento competitivo voltado ao adensamento da cadeia produtiva, tecnologia e inovação, qualificação de mão de obra, infraestrutura e serviços e ambiente de negócios e desburocratização.
“Cursos customizados e adequados às demandas das regiões, por meio das Fatecs e Etecs, instituições sólidas, capacitadas, historicamente”, comentou o governador, João Doria.
Além do automotivo, os polos anunciados contemplam os setores saúde e farma; metal-metalúrgico, máquinas e equipamentos; químico, borracha e plástico; derivados do petróleo e petroquímico; biocombustíveis; alimentos e bebidas; têxtil, vestuário e acessórios; couro e calçados; tecnologia e eco florestal.
“A atuação dos polos é para identificar falhas de mercado e atuar nas falhas de governo”, comentou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen. “Nosso trabalho é alavancar a produtividade e a competitividade do setor privado impulsionando e melhorando as políticas públicas nas regiões onde as cadeias produtivas estão instaladas”, disse.
Os onze polos industriais e que cobrem todas as regiões do estado são:
1. Agritech, Aeroespacial, Serviços Tecnológicos: Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto
2. Alimentos e Bebidas: Marília, Bauru, São Carlos, Barretos, São Paulo e Região Metropolitana, Piracicaba, Campinas
3. Automotivo: Sorocaba, Campinas, Piracicaba, ABC, Alto Tietê, São Paulo e Região Metropolitana, Vale do Paraíba
4. Biocombustíveis: Barretos, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente
5. Couro e Calçados: Franca, Bauru, Araçatuba
6. Derivados de Petróleo e Petroquímico: Baixada Santista, Piracicaba, Bauru, São Paulo, Alto Tietê, Vale do Paraíba
7. Eco Florestal: Vale do Ribeira
8. Metal-metalúrgico, Máquinas e Equipamentos: Ribeirão Preto, Central, Piracicaba, Sorocaba, São Paulo, Alto Tietê, Vale do Paraíba
9. Químico, Borracha e Plástico: Baixada Santista, São Paulo e Região Metropolitana, Campinas, ABC, Alto Tietê, Vale do Paraíba
10. Saúde e Farma: Ribeirão Preto, Campinas, São Paulo e Região Metropolitana, Alto Tietê
11. Têxtil, Vestuário e Acessórios: São Carlos, Itapetininga, Sorocaba, São Paulo e Região Metropolitana, Vale do Paraíba.
| Automotive Business (publicado em 23-05-2019) | | | | Secretário da Fazenda paulista Henrique Meirelles também vai participar do encontro
O dono da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, se reúne nesta quinta-feira (23) com o ministro Paulo Guedes e o governador de São Paulo, João Doria, para tratar da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP).
A Caoa está em negociação com a Ford para comprar a unidade da montadora no município.
O secretário da Fazenda paulista Henrique Meirelles, que ficou responsável pelo esforço do governo de São Paulo em ajudar a encontrar um comprador para a Ford, também vai participar do encontro.
O empresário esteve com o ministro Paulo Guedes no dia 13 de maio e saiu da reunião negando que esteja atrás de qualquer incentivo de governos para tomar suas decisões de investimento.
Após assumir o cargo, o governador de São Paulo lançou um programa de incentivo tributário, com redução de ICMS, para o setor automotivo em troca de investimentos, ao qual a GM e a Scania já aderiram.
Enquanto isso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, segue na direção contrária, na tentativa de melhorar as finanças do estado com aumento da arrecadação.
Na ocasião da reunião com Paulo Guedes, em Brasília, há dez dias, a presença de Doria estava prevista, mas o governador acabou não participando porque viajou aos Estados Unidos para outros compromissos.
| Folha de S. Paulo (publicado em 23-05-2019) | | | | A avaliação negativa do governo do presidente Jair Bolsonaro subiu 5 pontos e atingiu 36%, ficando pela primeira vez numericamente à frente da avaliação positiva, que oscilou 1 ponto para baixo e atingiu 34%, apontou pesquisa XP/Ipespe nesta sexta-feira.
Segundo a pesquisa, a avaliação negativa do governo de Bolsonaro cresce desde fevereiro, quando estava em 17 por cento. Já a avaliação positiva tem recuado, em fevereiro era de 40 por cento.
De acordo com o levantamento, o segundo realizado dentro do mês de maio, o número de pessoas que consideram o governo regular caiu para 26% na terceira semana ante 31% na primeira semana, indicando uma migração desse grupo para o campo da avaliação negativa. Não responderam ou não sabiam avaliar 4% dos entrevistados, ante 3% no levantamento passado.
A pesquisa também apontou uma piora na expectativa da população para o restante do mandato de Bolsonaro. Aqueles que esperam que o restante do governo seja ótimo ou bom caíram para 47% ante 51% na primeira semana de maio, enquanto o percentual dos que têm expectativa de que o restante do mandato será ruim ou péssimo subiu para 31% ante 27%.
Manteve-se estável em 17% o número daqueles que esperam que o restante do governo seja regular, e também permaneceu em 5% o percentual dos que disseram não saber ou que não responderam sobre a expectativa para o restante do mandato.
A margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais. Foram feitas 1.000 entrevistas telefônicas nos dias 20 a 21 de maio. A pesquisa foi realizada pela XP Investimentos em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
Pela primeira vez a pesquisa XP/Ipespe questionou os entrevistados sobre o andamento da agenda de Bolsonaro no Congresso, e apenas 4% avaliaram como satisfatório. Para 35%, a agenda tem prosseguido lentamente por culpa do governo e do Congresso, enquanto 30% creditaram o ritmo lento à atuação apenas do Congresso e 20% culparam só o governo pela lentidão.
Sobre as manifestações de 15 de março contra o congelamento de verbas para a educação, 57% disseram que os atos tiveram importância, enquanto 38% disseram que o movimento não teve relevância. Para 86% dos entrevistados, os protestos provavelmente vão voltar a ocorrer.
| Reuters | | | | Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar
Sinônimo da quarta revolução industrial ou da Indústria 4.0, a automação é cada vez mais presente no dia a dia da produção. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Automação, GS1 Brasil, o consumidor, no geral, relaciona a automação diretamente à tecnologia e inovação. Segurança e economia foram outros benefícios apontados.
Essa mesma pesquisa avalia que a indústria cada vez mais busca se relacionar de forma próxima à automação, aumentando rendimento e diminuindo custos. Ferramentas usadas para se relacionar com o cliente já atingem 37% das empresas, o sistema de processamento de dados é usado em 34% dos casos e o material que planeja a necessidade de materiais ou estoque é usado por 33% das indústrias entrevistadas.
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a expectativa é que, em dez anos, 15% das indústrias de todo o território nacional atuem no conceito da indústria 4.0, que se dá principalmente pela automação. Hoje, menos de 2% das empresas estão inseridas nesse conceito.
“O emprego da automação é um conceito que comunga com o uso das novas tecnologias para promover um melhor serviço. Precisamos, sempre, focarmos em quem está na ponta, o paciente”, diz Roberto Vilela, presidente da RV Ímola, empresa especializada no transporte de medicamentos.
Em um cenário aparentemente dominado por máquinas, um estudo feito pela multinacional britânica Pearson, empresa especializada em educação, vai na contramão do imaginário popular que relaciona automação com a invalidação da mão de obra humana. O estudo defende que sim, haverá impacto na criação de empregos, mas que isso não é culpa única da automação e que os cargos e funções serão modificados até 2030 em todos os ramos profissionais, colocando um mercado de trabalho apenas diferente dos dias de hoje, não, consequentemente, menor.
Automação x Emprego
Um estudo realizado pela Universidade de Oxford aponta que 800 milhões dos empregos no mundo estão ameaçados pelas novas tecnologias. Mas, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em pesquisa mais recente, esse número baixou drasticamente e foi para 66 milhões. Números ainda relevantes, mas menos drásticos e que abrem a discussão para novos mercados de trabalho.
De olho nessas novas profissões e na realocação de colaboradores que, em tese, seriam substituídos por máquinas, muitas empresas preferem explorar as competências humanas em diferentes funções e não diminuir o quadro de funcionários. “Não podemos enxugar o RH da empresa com a bandeira da automação, afinal, nossos colaboradores constroem diariamente nosso nome. Desde o início do nosso processo de automação, nem um funcionário foi demitido devido a ela, nós realocamos todos em funções que eles precisam ser mais criativos e pensantes, que é o real motivo deles estarem conosco”, explica Vilela.
A empresa começou a investir em automação ano passado quando disponibilizou R$ 3 milhões na compra de três máquinas que promovem o estoque vertical de medicamentos fracionados de forma automatizada. Em 2019, ela pretende investir mais de R$ 11 milhões para ampliar esses processos. “Nós investiremos pesado para que a RV Ímola seja vanguarda na automação hospitalar no Brasil. Isso sem deixar de lado, é claro, a permanência do nosso quadro de colaboradores”, completa o presidente.
| CIMM | | | | Concremat/CCCC diz que fornecedor de aço para laminadora no Pará está em estudo
A Concremat, controlada pelo grupo chinês CCCC, afirmou que o canal de fornecimento de aço bruto para a laminadora de 450 milhões de dólares que anunciou na véspera junto ao governo do Pará está em estudo e não informou quando o fornecedor será escolhido.
Na véspera, o grupo China Communications Construction Company (CCCC) e a Vale anunciaram assinatura de memorando de entendimento para a instalação de uma laminadora de aço em Marabá (PA) de 300 mil toneladas anuais, que poderia entrar em operação em 2023.
Contudo, as empresas não afirmaram de onde virá o aço a ser utilizado pela laminadora. A Vale produz minério de ferro em larga escala no Pará, onde a companhia opera o complexo de Carajás, mas os grupos não divulgaram se o projeto prevê uma usina produtora de aço bruto, que poderia ser aproveitado pela laminadora.
Questionada sobre o assunto, a Concremat enviou breve comunicado em que afirma que o fornecedor das placas para laminação na usina “ainda é objeto de estudo, existem algumas alternativas e dependerá do parceiro de operação e comercialização”.
Apesar disso, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou em comunicado distribuído à imprensa que Marabá tem atributos como “localização geográfica estratégica” e “excelentes malhas ferroviária e hidroviária disponíveis para atender as regiões mais distantes dos grandes centros produtores de aço no Brasil”.
Se levado adiante, o projeto tende a agravar o quadro de excesso de capacidade produtiva no país em um momento de redução das projeções de crescimento da economia. Segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), até o primeiro trimestre deste ano o setor operava a apenas 66,6 por cento de sua capacidade, abaixo do nível considerado ideal de 80 a 85 por cento. Atualmente, a região Sudeeste é responsável por 83 por cento da produção brasileira de aço.
| Reuters | | | | Conheça 5 gargalos da logística no Brasil
CEO da empresa de transporte logístico Moove, Guilherme Juliani, cita cinco dos muitos obstáculos enfrentados
Uma mercadoria chega ao seu destino e o responsável finalmente dá o visto, atestando que o produto foi realmente entregue. Poucos sabem, mas para que essa cena aconteça em milhares de estabelecimentos pelo país, uma grande e desafiadora jornada é necessária. Isso porque a logística para transporte de mercadorias no Brasil enfrenta muitos gargalos: são as estradas que dificultam o caminho e aumentam os custos, são as greves trabalhistas que param o País, são os altos custos com combustível, que encarecem muito o serviço.
“Para minimizar os impactos, investimos constantemente no aperfeiçoamento dos equipamentos de roteirização e movimentação de carga, no desenvolvimento do aplicativo de entrega a fim de garantir a identificação de possíveis falhas na operação, além de disponibilizar aos nossos clientes um sistema que ajuda na medição do estoque atual e previsão de demanda. Essas ações amortizam os problemas, mas a resolução definitiva desses problemas demanda a mobilização do poder público”, explica Guilherme Juliani, CEO da Moove.
Confira os cinco principais gargalos logísticos citados pelo executivo:
1. Mobilidade nas capitais
Os problemas de mobilidade das grandes cidades afetam diretamente a logística de transporte de cargas no Brasil. Além do desafio mais óbvio, que é o trânsito, são empecilhos as ruas estreitas que mal cabem um caminhão, a inexistência de área adequada para carga e descarga, além das diferentes regras e restrições de circulação, que por serem tão rigorosas acabam gerando multas para as transportadoras.
2. Custo operacional para acessar cidades no interior
Se, por um lado, as cidades no interior não apresentam os mesmos problemas de mobilidade de uma capital, por outro, elas oferecem seus próprios desafios à logística. Além de terem acessos precários, o que gera um custo operacional maior, essas cidades normalmente têm baixa densidade populacional. Isso quer dizer que o número de entregas nesses municípios é menor e, portanto, gera um custo muito elevado. Em um país com dimensões continentais, poucos aeroportos e péssimas estradas acessar essas cidades se torna um desafio demorado e caro.
3. Transporte aéreo restrito
Transportar uma carga via aérea é uma alternativa às rodovias, muitas operadoras logísticas contam com esse meio de transporte, mas no Brasil ainda são poucas as companhias que têm uma área realmente estruturada para transporte de cargas. Além disso, esse é um serviço custoso e que, muitas vezes, enfrenta a demora de processos de fiscalização e liberação das mercadorias para coleta nos aeroportos. Vale ressaltar ainda a infraestrutura inadequada da maioria dos aeroportos brasileiros.
4. Insegurança jurídica
A existência de regras rigorosas no setor de logística dificulta o trabalho das empresas e traz insegurança jurídica para as operações. Isso porque a legislação exige monitoramento e registro eletrônico de cada deslocamento da mercadoria dentro das empresas. Tal exigência acaba obrigando que os negócios do segmento sejam muito mais do que transportadoras ou armazéns logísticos, mas empresas com expertise em tecnologia da informação, processos e consultorias fiscais.
5. Controle de estoque
A gestão do estoque pode se tornar um grande gargalo logístico se não for feita adequadamente. Situações como pedidos incorretos, informações divergentes e falta de produtos podem gerar atrasos no carregamento e, consequentemente, em toda rota de entregas. É essencial que as empresas tenham processos adequados e eficientes que permitam a fluidez do embarque das mercadorias.
| CIMM | | | | A ZF planeja adquirir 90% da Simi Reality Motion Systems, especialista em sistemas 3D baseados em imagem para gravação e análise de movimentos humanos
A ZF planeja expandir sua rede de cooperação e investimentos por meio da aquisição de 90% das ações da Simi Reality Motion Systems GmbH. A empresa e seus 35 funcionários têm décadas de experiência em sistemas 3D baseados em imagens para gravação e análise de movimentos humanos. Trata-se de um conhecimento altamente valioso para o desenvolvimento de sistemas de reconhecimento de ocupantes, considerados elementos fundamentais para garantir a segurança integrada em direção autônoma.
O desenvolvimento de novos conceitos de interior para direção altamente automatizada ou autônoma inclui a possibilidade de novas posições dos assentos, uma vez que o motorista pode abrir mão da responsabilidade de conduzir o veículo, parcial ou completamente. Para relaxar durante a viagem, por exemplo, em veículos do futuro, o ocupante pode mover seu assento para trás ou inclinar o assento além do permitido pelas configurações dos veículos atuais. Para proteger os ocupantes nestas posições não convencionais, os sistemas do veículo devem ter a posição exata dos ocupantes, seu tamanho e localização.
“A chave para garantir a segurança dos ocupantes do futuro inclui sistemas de reconhecimento de ocupantes altamente eficientes”, explica Norbert Kagerer, Head de Segurança Integrada da ZF. “Esta é exatamente a área na qual queremos nos tornar mais fortes com o nosso investimento na Simi Reality Motion Systems, com o intuito de oferecer sistemas de segurança integrados, a partir de uma única fonte”.
O investimento da ZF na Simi ampliará sua competência atual em sistemas de segurança de ocupantes, tais como cintos de segurança, airbags e sistemas de direção. Aliados a sensores de reconhecimento do ambiente externo, interiores e softwares correspondentes, a ZF é hoje o fornecedor com a base mais ampla no mercado de tecnologia de segurança automotiva.
“Nas últimas décadas, nos tornamos reconhecidos como fornecedores de softwares 3D de primeira classe, baseados em imagens para análise de movimentos e comportamentos humanos”, afirma Andreas Ruß, fundador e Diretor Geral da Simi Reality Motion Systems GmbH. “Nossa experiência atual se baseia nos conhecimentos adquiridos em áreas como medicina e esportes de alto desempenho. Este investimento da ZF nos permitirá utilizar este conhecimento de forma mais efetiva para a indústria automotiva, e aproveitar mais rapidamente as oportunidades de crescimento”. Após a aquisição pela ZF, Andreas Ruß passará a responsabilidade da empresa para seus dois filhos Philipp e Pascal.
A Simi Reality Motion Systems foi fundada em Unterschleißheim, cidade próxima a Munique, em 1992, e atualmente emprega 35 funcionários, na maioria envolvidos em desenvolvimento de softwares. Atualmente, a Simi conta com mais de mil sistemas instalados no mercado global.
| CIMM | | | | Avanços nas células a combustível tornam a tecnologia barata o suficiente para substituir os motores a gasolina dos automóveis híbridos.
As células a combustível andam sumidas dos noticiários, apesar de sua promessa de produzir eletricidade limpa, a partir do hidrogênio, por exemplo, liberando apenas água como resíduo.
Uma equipe da Universidade de Waterloo, no Canadá, contudo, parece disposta a trazer novo ânimo ao campo.
Eles anunciaram avanços nas células a combustível que poderão tornar a tecnologia barata o suficiente para substituir os motores a gasolina ainda presentes nos automóveis híbridos.
A nova célula de combustível dura pelo menos 10 vezes mais do que a tecnologia atual, uma melhoria que as tornaria economicamente práticas, se fabricadas em escala industrial, para alimentar veículos elétricos, podendo substituir as baterias, outra área na qual as inovações tecnológicas têm andado devagar.
"Com nossa abordagem de projeto, o custo poderia ser comparável ou até mais barato que os motores a gasolina," disse o professor Xianguo Li. "Descobrimos uma maneira de reduzir custos e ainda satisfazer as expectativas de durabilidade e desempenho. Estamos atingindo as metas econômicas e, ao mesmo tempo, fornecendo zero emissões para uso no transporte".
Energia constante
As células a combustível já existentes poderiam teoricamente substituir os motores a gasolina que alimentam geradores de energia para recarregar as baterias dos veículos híbridos, mas isso ainda não é prático porque elas são muito caras.
Os pesquisadores canadenses chegaram mais perto da solução desse problema com um projeto que torna as células de combustível muito mais duráveis. Isso foi possível fazendo-as fornecer um nível constante, e não flutuante, de eletricidade. Isso significa que as células podem ser mais simples e, portanto, mais baratas.
"Os resultados indicam que a durabilidade das células de combustível embarcadas pode ser aumentada 11,8, 4,8 e 6,9 vezes para ciclos de condução urbano, rodoviário e misto, respectivamente. Essa durabilidade da célula de combustível é derivada do fato de que a a demanda média de energia dos ciclos de condução em tempo real é apenas uma fração da potência máxima que as FC-PHEVs poderiam fornecer, e a durabilidade substancialmente maior pode ser usada para reduzir o excesso de projeto, daí o custo, das células de combustível," escreveu a equipe.
A sigla FC-PHEV que os pesquisadores citam refere-se às células a combustível para veículos híbrido-elétricos.
Quente demais
A introdução das células a combustível em veículos híbridos levaria à sua fabricação em massa e, pelos cálculos da equipe, isso levaria a custos unitários baixos o suficiente para que elas venham a substituir as baterias e os motores a gasolina, fornecendo uma fonte de energia elétrica acessível, segura, confiável e limpa.
Antes disso, porém, resta outro desafio a ser vencido para que as células a combustível cumpram sua promessa de eletricidade limpa: A necessária redução de sua temperatura operacional, que atinge várias centenas de graus centígrados, considerada alta demais para aplicações automotivas.
| CIMM (publicado em 24-05-2019) | | | | Unidade industrial de Itupeva concentra fabricação mundial do componente
A Knorr-Bremse, fabricante de sistemas de freios e controles para veículos comerciais rodoviários e ferroviários, está ampliando seu portfólio para o mercado latino-americano com a produção de colunas de direção em sua fábrica de Itupeva, no interior paulista.
“Nossa unidade fabril brasileira será a única do Grupo Knorr-Bremse no mundo a produzir colunas de direção, aplicáveis em veículos comerciais e agrícolas”, revela Jefferson Germano, gerente de aftermarket para o Brasil e América Latina.
Resultado da aquisição dos ativos e das tecnologias da NFP, fabricante e fornecedora de colunas de direção originais para as principais montadoras de veículos comerciais do país, a produção local de colunas de direção começou em janeiro e a empresa já está fornecendo o componente para as montadoras como equipamento original.
Segundo Germano, outras peças que complementam o sistema de direção serão produzidas por instalações da Knorr-Bremse na Alemanha e no Japão, em decorrência de processos de aquisições de negócios iniciados em 2016 com a compra da Steering Technology Specialists Tedrive e dos negócios da NFP e, agora, da Hitachi em abril de 2019″.
Tanto as iniciativas que beneficiam os negócios de direção como os de freio da Knorr-Bremse têm como objetivo contribuir para a evolução do mercado de veículos rodoviários autônomos.
“O início das operações da nova linha de produção das colunas de direção e a expansão de nossas ofertas significam mais um passo marcante na história da Knorr-Bremse e na viabilização dessa estratégia de crescimento”, afirma Jefferson Germano.
| CIMM (publicado em 23-05-2019) | | | |
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