| 18 de MARÇo de 2019
Segunda-feira
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| | | | | Estudo mostra que a alta registrada em 2018 foi a maior desde o início da série, em 2006. Os custos com energia aumentaram 18,2% e, os com bens intermediários, 13,4%
Pressionados pelos aumentos da energia e dos preços dos bens intermediários, os custos da indústria brasileira subiram 8,8% em 2018 frente a 2017. Foi a maior alta registrada desde o início da série em 2006, informa o Indicador de Custos Industriais, divulgado nesta sexta-feira (15), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Enquanto os custos subiram 8,8%, os preços dos produtos industrializados aumentaram 8,4%, conforme o Índice de Preços de Manufaturados Domésticos (IPA-Indústria de Transformação), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Isso mostra que a indústria reduziu sua margem de lucro pois enfrentou dificuldades para repassar o aumento de custos aos consumidores.
O Indicador de Custos Industriais é formado pelos índices de custo tributário, de custo com capital de giro e com custo de produção. O único componente do indicador que caiu no ano passado foi o custo com capital de giro, que recuou 15,5% em relação a 2017. O índice de custo tributário subiu 3,6% e o de produção aumentou 10,9% em 2018 na comparação com 2017.
O índice de custo de produção é composto pelos índices de custos com pessoal, energia e bens intermediários (insumos e matérias-primas utilizados na fabricação de um produto). O campeão dos aumentos no ano passado foi o custo com energia, que subiu 18,2% em relação a 2017. “Foi o segundo maior aumento da série iniciada em 2006, atrás apenas do aumento de 41,3% verificado em 2015”, diz o estudo da CNI. A energia elétrica subiu 12,8% e o óleo combustível aumentou 41,3% no período.
Os custos de produção também foram impulsionados pela alta de 13,4% nos custos com bens intermediários. O custo com intermediários domésticos subiu 11,9%, o maior da série histórica, que começou em 2006. Na avaliação da CNI, além da elevação dos custos com energia, a greve dos caminhoneiros, a tabela de preço mínimo dos fretes rodoviários e a alta de 22,3% nos insumos e matérias-primas importados também contribuíram para o aumento dos bens intermediários. O aumento dos custos com bens intermediários importados é resultado da desvalorização do real frente ao dólar ao longo de 2018.
CÂMBIO E COMPETITIVIDADE - Entretanto, a desvalorização do real ajudou a melhorar a competitividade dos produtos brasileiros. Isso porque, enquanto os custos da indústria nacional cresceram 8,8%, o preço dos manufaturados importados aumentou 22,5% em reais na comparação com a média de 2017. A indústria brasileira também ganhou competividade no mercado externo, pois os preços dos produtos manufaturados nos Estados Unidos subiram 20,8% no mesmo período em que os custos no Brasil subiram 8,8%. “A redução dos custos industriais é essencial para melhorar a competitividade da indústria brasileira no longo prazo, sem depender de desvalorização cambial”, diz a economista da CNI Maria Carolina Marques.
A CNI destaca que a desvalorização do real tem dois efeitos sobre a competividade brasileira. No curto prazo, há um impacto positivo porque a valorização do dólar encarece os produtos estrangeiros. No médio prazo, o impacto é negativo pois o dólar mais caro eleva os custos da indústria com insumos e matérias-primas importadas, o que acaba elevando os custos do produto nacional.
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| CNI (publicado em 15-03-2019) | | | | Elevado número de tributos, complexidade, instabilidade e falta de transparência estão entre os atributos mais mal avaliados. CNI defende reforma tributária com a adoção de um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA)
Oito em cada dez empresários das indústrias extrativa e de transformação reprovam o atual sistema tributário brasileiro. É o que revela a Sondagem Especial 73 - Qualidade do Sistema Tributário Brasileiro, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os empresários ouvidos pela entidade avaliaram mal o sistema tributário em todos os seis aspectos analisados: número de tributos; simplicidade; estabilidade de regras; transparência; direitos e garantias do contribuinte; e segurança jurídica. Todos esses atributos receberam, pelo menos, 79% de respostas negativas – soma das duas alternativas de resposta “muito ruim” e “ruim”.
Os dados constam da Sondagem Especial 73 “Qualidade do sistema tributário brasileiro”. O aspecto mais mal avaliado diz respeito ao número de tributos. Ao todo, 71% das empresas consideraram o número de tributos como muito ruim e 18% o avaliaram como ruim, totalizando 89% de marcações negativas. A avaliação é mais negativa entre as empresas do Lucro Real e do Lucro Presumido, com 93% de respostas muito ruim ou ruim; enquanto as do Simples Nacional registraram percentual negativo de 82%.
Na prática, quanto maior o número de tributos, maior o custo das empresas para apurar e calcular tudo o que elas devem pagar, bem como para acompanhar diferentes regras tributárias e cumprir obrigações como a prestação de informações junto ao Fisco.
“A pesquisa mostra que, não importa o porte das empresas ou o seu setor de atividade, praticamente todas elas avaliam o número de tributos como o pior aspecto do sistema tributário. Dentro de uma agenda de desburocratização, a CNI defende a redução no número de tributos”, afirma o gerente de Políticas Fiscal e Tributária da CNI, Mário Sérgio Carraro Telles.
Para o gerente, o resultado da pesquisa reforça a necessidade de se realizar a reforma tributária, logo após a aprovação da reforma da Previdência. O foco dessa reforma, na avaliação da CNI, deverá ser a adoção de um Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA) que permita a remoção da cumulatividade, a simplificação tributária e a redução das obrigações acessórias aos contribuintes.
Na maioria dos países, os seis tributos que, no Brasil, incidem sobre a circulação de bens e serviços – PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, Cide-Combustíveis e ISS – são substituídos por apenas um, o IVA.
SISTEMA COMPLEXO – No caso do atributo simplicidade, 65% das empresas o avaliaram como muito ruim e 21% como ruim – com um total de 86% de avaliações negativas. Na prática, isso demonstra que a indústria considera o sistema tributário brasileiro complexo, o que eleva os custos das empresas. A pesquisa mostra ainda que a frequência de assinalações negativas varia de acordo com o regime tributário: Lucro Presumido (90%) e Lucro Real (91%). Mesmo para as empresas do Simples Nacional, o atributo simplicidade é mal avaliado, com 74% de assinalações.
Em terceiro lugar, a estabilidade das regras foi considerada muito ruim por 47% das empresas e ruim por 35%, totalizando 82% de avaliações negativas. O percentual de reprovação é mais alto entre as empresas do Lucro Presumido e do Lucro Real, com 87%. Entre as empresas do Simples Nacional, o percentual é de 74%.
Uma parcela de 80% das empresas também avaliou negativamente o atributo direitos e garantias do contribuinte -- 40% muito ruim e 40% ruim. O percentual de empresas do Lucro Presumido (87%) e do Lucro Real (85%) que analisam negativamente esse aspecto é um pouco superior ao das empresas optantes pelo Simples Nacional (77%).
No quesito transparência, o percentual de avaliações negativas também é de 80%. Ao todo, 44% das empresas apontaram esse atributo como muito ruim e 36% como ruim. A rejeição é mais forte entre as empresas do Lucro Presumido (88%) e Lucro Real (85%). Entre as empresas do Simples Nacional, esse percentual é de 75%.
O aspecto segurança jurídica, por sua vez, foi apontado como muito ruim por 44% das empresas e como ruim por 35%, o que representa 79% de avaliações negativas. Entre as empresas do Simples Nacional, o percentual de reprovação é de 73%, enquanto que no grupo das empresas do Lucro Presumido é de 87% e de 83% entre as empresas do Lucro Real.
PRINCIPAIS PROBLEMAS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO – A pesquisa também perguntou aos empresários quais são os problemas do sistema tributário que eles consideram mais prejudiciais.
Ao avaliar um total de 11 itens, os empresários mostraram que não é apenas a elevada carga tributária que os incomoda. Depois da tributação excessiva, destacam-se como prejudiciais a tributação em cascata (quando um tributo compõe a base de cálculo de outro tributo) e o custo elevado para o recolhimento dos tributos (o que requer a contratação de grande número de profissionais e investimentos em sistemas de informática), ambos com 41% das assinalações. Na quarta posição, aparece a tributação sobre a folha de pagamento (39%), seguida do cálculo por dentro (quando o tributo faz parte da sua própria base de cálculo) com 19%.
"Para combater alguns desses problemas, a CNI defende a implantação de um sistema tributário mais simples, com menos tributos, crédito financeiro, sem tributação em cascata e sem cálculo por dentro (quando um tributo faz parte de sua própria base de cálculo), o que reduziria significativamente o custo de recolhimento dos tributos.", afirma Carraro Telles.
A pesquisa, realizada em parceria com as federações estaduais da indústria, ouviu mais de 2 mil empresas, entre pequenas, médias e grandes.
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| | | | | Decisão vale para quatro professores que solicitaram o repasse; diretor da faculdade vê inconstitucionalidade em exigência de boleto
A Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), uma das mais tradicionais do país, autorizou que quatro professores de seu quadro de docentes tenham contribuições sindicais descontadas diretamente de seus contracheques.
A decisão afronta determinação da Medida Provisória 873, publicada pelo governo no Carnaval, segundo a qual o recolhimento das contribuições deve ser feito exclusivamente por boleto bancário ou equivalente eletrônico.
O pedido para o repasse direto partiu dos próprios professores Jorre Luiz Souto Maior, Marcus Orione Gonçalves Correia, Flávio Roberto Batista e Ronaldo Lama dos Santos. Eles são filiados ao Sintusp (sindicato dos trabalhadores da USP) e à Adusp (associação dos docentes da universidade).
Floriano de Azevedo Marques Neto, diretor da faculdade que concedeu a autorização, ressaltou que a MP exige expressa autorização do empregado para o recolhimento da contribuição, o que, segundo ele, foi cumprido com folga pela solicitação dos professores.
O diretor reconheceu que o pedido dos docentes para desconto em folha desafia a nova redação dada à lei, mas considerou a regra do boleto bancário "bastante discutível".
"Neste ponto, não se pode desconhecer a inconstitucionalidade pontual da MP. Tal como posto, o dispositivo tolhe o direito individual do servidor de solicitar que se faça um desconto em folha para mobilizar uma contribuição de seu interesse."
Marques Neto comparou a determinação a uma proibição de que o servidor fizesse um empréstimo consignado, modalidade em que o crédito também é descontado diretamente de contracheques.
"Tomamos a iniciativa de fazer esse requerimento mesmo sabendo que contraria o texto do novo artigo da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], modificado pela MP, porque acreditamos que essa nova redação viola frontalmente a Constituição e afeta uma das liberdades civis mais básicas que existem, que é liberdade de associação", disse à Folha o professor Flávio Roberto Batista.
A Conacate (Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado) já entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) questionando a constitucionalidade do trecho da MP que revoga a possibilidade de o servidor público autorizar o desconto da contribuição na folha.
BRIGA NA JUSTIÇA
A Medida Provisória com alterações no recolhimento da contribuição sindical tem sido alvo de questionamentos também na Justiça comum.
Na sexta-feira (15), a Petrobras avisou a FUP (Federação Única dos Petroleiros) que não descontará contribuições sindicais do contracheque de seus funcionários já a partir de março.
"A responsabilidade pela emissão do boleto será de cada sindicato", disse a estatal em carta à federação, destacando que a empresa está se adequando à MP.
Mas o Sindipetro (sindicato dos petroleiros) de Alagoas e Sergipe havia obtido na mesma sexta uma decisão liminar (de caráter temporário) na Justiça de Sergipe determinando que a Petrobras não suprima da folha os descontos das mensalidades dos empregados filiados ao sindicato.
Varas federais do Rio de Janeiro já acataram dois pedidos de servidores públicos e autorizaram, também por liminar, os respectivos sindicatos das categorias a descontarem contribuições sindicais mensais aprovadas em assembleia direto do contracheque dos funcionários.
Alguns magistrados, no entanto, começam a discordar.
Mauricio de Moura Pecanha, juiz substituto na 3º Vara do Trabalho de São Leopoldo (Rio Grande do Sul), rejeitou liminar do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários da cidade solicitando que os descontos de contribuições sindicais e assistenciais fossem feitos dos salários dos funcionários e repassados à entidade.
O sindicato argumentou que as convenções coletivas das quais é signatário preveem contribuições recolhidas em folha e disse que a ausência dessa sistemática causa imenso prejuízo às entidades sindicais.
No entendimento de Pecanha, no entanto, "nem a entidade representativa, nem a negociação coletiva, detêm poder jurídico de criar obrigações para os trabalhadores que não desejam ser associados daquela entidade".
"É certo que prever que a contribuição sindical é devida por todos os trabalhadores da categoria, exceto por aqueles que manifestarem oposição, significa criar obrigação para pessoas que não mantém qualquer vínculo associativo com a entidade, em evidente afronta à lei", afirmou o juiz.
Pecanha disse também que, apesar de o sindicato assegurar o direito de oposição a quem não quiser ter a contribuição recolhida, "exigir dos trabalhadores, muitas vezes pessoas humildes, que busquem tomar conhecimento do conteúdo de cláusulas normativas, de negociações coletivas que jamais participaram, que compareçam em assembleias de categoria, comparecimento que não tem nenhum cunho de obrigatoriedade, que tomem ainda conhecimento de prazos para lançar oposição (sendo que muitas vezes terão que tomar conhecimento até mesmo do que é oposição), significa impor obrigações que na maioria das vezes se tornarão inexequíveis".
O magistrado afirmou, no entanto, não ignorar "as insuperáveis dificuldades financeiras enfrentadas pelas entidades sindicais" e "o risco concreto e iminente de completa inviabilização, pela simples falta de arrecadação, da continuidade das atividades" dos sindicatos.
Para ele, a situação é fruto da atual legislação "elaborada e aprovada com nítido conteúdo ideológico contrário ao da proteção do trabalho e das entidades que o representam". A reforma trabalhista aprovada no governo de Michel Temer acabou, por exemplo, com o imposto sindical, que era recolhido obrigatoriamente de todos os trabalhadores em março.
"No entanto, entendimento ou vontade alguma podem prevalecer frente à lei, ainda que não seja uma boa lei. E neste caso, a lei me parece clara, ainda que não me pareça a melhor", completou o magistrado.
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | Governo de Donald Trump quer limitar medidas em prol de países em desenvolvimento na OMC
Em reunião na semana passada que marcou o início das pré-negociações do acordo de ecommerce da OMC (Organização Mundial de Comércio), os Estados Unidos deixaram claro que não vão desistir de acabar com facilidades oferecidas a alguns países em desenvolvimento em acordos comerciais.
“Essa iniciativa será bem-sucedida se conseguirmos concluir um acordo ambicioso que possa ser fiscalizado e que imponha as mesmas obrigações a todos os participantes”, disse o embaixador dos EUA na OMC, Dennis Shea.
O acordo visa regular o mercado mundial de comércio eletrônico, estimado em US$ 27,7 trilhões (R$ 106,2 trilhões), e foi abraçado por 76 países.
Em janeiro, os EUA já haviam apresentado um relatório pressionando para a “graduação” de alguns países na organização. Alguns países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, têm direito a tratamento “especial e diferenciado” na OMC, como prazos maiores para se adequar a exigências de negociações, exceções, e outras flexibilidades.
Mas os próprios países é que se declaram “em desenvolvimento” —não há parâmetros objetivos para isso. Assim, nações como Coreia do Sul e Qatar, que têm renda per capita de US$ 29,9 mil e US$ 61 mil, autodeclaram-se em desenvolvimento e participam das negociações como “café com leite” se quiserem.
Os EUA querem critérios para diferenciação e acabar com essa autodeclaração. Propõe a exclusão de países-membros da OCDE, ou em processo de adesão; dos classificados como “países de alta renda” pelo Banco Mundial; dos integrantes do G-20; e dos que respondem por mais de 0,5% do comércio mundial de bens.
Segundo esses critérios, países como Brasil, China, Índia, México, Israel, Chile, Argentina, Coreia do Sul, Turquia, Indonésia, África do Sul, Singapura e Arabia Saudita perderiam o tratamento diferenciado.
Esse tratamento foi criado para contemplar a necessidade de países mais pobres de preservarem proteções ou receberem concessões porque ainda estão em um estágio anterior de desenvolvimento.
Os EUA há muito tempo se opõem à graduação. Afirmam que a autodeclaração vai levar a OMC à “irrelevância institucional” e que economias que já cresceram se aproveitam disso para evitar assumir obrigações —referindo-se principalmente a China e Índia.
China, Índia, África do Sul e Venezuela lançaram documento se opondo à proposta e argumentando que a melhor forma de se determinar se um país está “em desenvolvimento” é a renda per capita.
Dizem que, enquanto o PIB per capita de EUA, Canadá, Austrália e União Europeia vai de US$ 33 mil (R$ 126,5 mil) a quase US$ 60 mil (R$ 230 mil), na China, Índia e no Brasil fica abaixo de US$ 10 mil (R$ 38,3 mil).
No comunicado, alfinetaram a política protecionista do presidente americano, Donald Trump, afirmando que a autodeclaração não é a real ameaça à relevância e legitimidade da OMC.
Dizem que o perigo são “a proliferação de medidas protecionistas não conformes com a OMC, o unilateralismo, o bloqueio do órgão de apelação e o impasse na rodada Doha.”
O governo brasileiro não se juntou à reivindicação dos chineses. Mas tampouco concorda com a proposta americana.
O Itamaraty quer que sejam definidas flexibilidades específicas em cada acordo. O Brasil acredita ser necessário reconhecer as diferenças dos países dependendo dos contextos de cada negociação.
Em alguns temas, a capacidade do país permite que ele assuma mais obrigações; em outros, não. Pode ter tratamento diferenciado em negociações de propriedade intelectual, mas não em acordos agrícolas, por exemplo.
Mas reconhece que certamente sempre haverá um descompasso entre o nível de exigências que um país acha que pode cumprir e o que seus competidores acham, com risco de impasse em negociações que já são lentas e difíceis.
Além disso, críticos apontam que o Brasil precisa decidir o que quer ser —café com leite ou potência. Na opinião deles, não dá para querer entrar na OCDE e manter tratamento especial e diferenciado ao mesmo tempo.
Se a proposta dos EUA for implementada, o Brasil tem muito a perder, segundo Welber Barral, sócio da consultoria Barral M. Jorge e ex-secretário de Comércio Exterior.
O acordo de preferências entre Mercosul e Índia, que reduz tarifas para cerca de 900 produtos, só foi possível por causa do tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento, que os desobriga de eliminar barreiras.
Várias regras da OMC tratam os autodesignados países em desenvolvimento de forma diferenciada —a forma de cálculo de subsídios à exportação é diferente, bem como as medidas compensatórias.
“Além disso, o Brasil é um dos países que mais usa o sistema de solução de controvérsias da OMC, que está quase paralisado”, diz Barral.
Os EUA acusam o órgão de apelação de fazer ativismo judicial, tomando decisões que não estão previstas nas regras comerciais. “Os EUA têm uma implicância com a OMC como um todo, acham que as regras são injustas, e que dão benefícios a quem não precisa delas, como a China”, diz.
Essa demanda é apenas um dos fronts da guerra dos EUA contra a OMC, que consideram defasada e injusta.
Desde 2017 o governo de Donald Trump bloqueia a nomeação de juízes para o Órgão de Apelação da OMC, que funciona como um tribunal de segunda instância para os países recorrerem de decisões de painéis a respeito de controvérsias comerciais, como queixas contra subsídios agrícolas e de tarifas que podem estar violando regras comerciais.
Por causa disso, o órgão trabalha com 3 de seus 7 juízes, o número mínimo para funcionar. Caso os EUA mantenham o bloqueio, o órgão deixará de funcionar em dezembro.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-03-2019) | | | | China salvou a economia durante a recessão de 2008, mas como já dá sinais de esgotamento, não há quem nos socorra
Há nuvens negras se formando no horizonte econômico mundial. Estados Unidos, Europa e China, os motores do mundo, dão sinais de estarem batendo o pino. Se isso acontecer, vamos voltar à máxima de que quando os ricos pegam resfriado, os emergentes pegam pneumonia.
Poucos países emergentes grandes estão crescendo de forma significativa (exceções são Índia, Vietnã e Polônia). Na grande crise de 2008, quem segurou a economia mundial foi a China, mas agora, com a economia chinesa dando sinais de esgotamento, não vai ter ninguém que nos salve.
Pior é que os dados sobre o crescimento chinês podem estar sendo superfaturados há anos. Estudo recente do Brookings Institute revelou que até 2008 os dados oficiais batem com o real, mas que desde então o PIB chinês estaria, na verdade, crescendo 2% a menos do que o anunciado.
Ou seja, a China teria crescido cerca de 5% em 2018, em vez de quase 7% (fora esses dados, os que vêm do país são muito mais confiáveis).
Mas o passado importa muito menos do que as expectativas sobre o futuro. Qualquer forte desaceleração chinesa é transmitida para o resto do mundo por meio de comércio e mercados financeiros.
As exportações chinesas caíram 4% em relação ao mesmo período do ano passado e as importações estão quase 8% menores. Isso por si só não quer dizer que a China está desacelerando fortemente, mas não é um sinal alentador.
As expectativas de investimento da indústria também estão mais fracas do que o esperado. Mas na verdade, o que importa hoje é o comportamento dos consumidores chineses (e do resto do mundo).
A China deixou de ser somente uma economia industrial para se transformar em uma economia de consumo. São os chineses que ditarão o crescimento mundial. E os sinais não são claros.
Por um lado, o consumo no ano novo chinês, equivalente a nossas vendas de final de ano, cresceu somente 8,5% em 2019, abaixo dos 12% de 2018, e a confiança dos consumidores vem caindo. Por outro lado, as vendas ainda estão crescendo acima do PIB e podem ajudar a levantar a economia chinesa e a mundial.
A fraqueza industrial chinesa já é sentida na Alemanha, país que depende sobremaneira dos mercados asiáticos. A economia alemã contraiu-se no último trimestre e as expectativas iniciais para 2019, de alta de 1,3%, já estão sendo revisadas para baixo.
Nos Estados Unidos, outro grande motor da economia mundial, os dados de emprego trouxeram uma surpresa ruim. O número de contratações no mês passado, 20 mil, veio muito abaixo do esperado, 180 mil. Isso já deve ser resultado da guerra comercial imposta por Donald Trump e outras políticas estapafúrdias.
A economia americana estava indo bem apesar, e não por causa, do seu presidente. Mas os dados recentes colocam todo o mundo de sobreaviso.
Um outro sinal de perigo é a inflação, baixa demais. Economistas se preocupam quando preços sobem pouco se isso for por causa de demanda fraca, o que parece ser o caso no mundo hoje. Na China, na Alemanha e nos EUA, a inflação está entre 1,5% e 1,7% ao ano, abaixo das metas dos Bancos Centrais desses países (2%).
Com o PIB da economia italiana ainda menor do que era dez anos atrás, as outras economias que não decolam e os problemas da Alemanha, a área do Euro, que dava alguma esperança de sair da estagnação em que se encontra desde 2008, parece que vai continuar estagnada.
É por isso que o BCE, numa medida inesperada, anunciou pacote de estímulos meses após acabar sua política de quantitative easing.
De março de 2015 até dezembro de 2018, o BCE injetou € 2,6 trilhões na economia dos países da zona do Euro, comprando títulos públicos e privados. O plano era deixar a economia europeia avançar sem mais intervenções de peso.
Mas no dia 7 de março cortou projeção para o crescimento da economia europeia, de 1,7% para 1,1%, e anunciou outro programa de estímulos por meio de mais empréstimos ba-ratos para bancos europeus.
Na China, o banco central também anunciou uma grande surpresa. Estímulos anteriores ajudaram os montantes de empréstimos no país a atingirem mais de US$ 34 trilhões (R$ 130,2 trilhões). As autoridades monetárias estavam limitando o crescimento de empréstimos. Mas mudaram e vão continuar deixando que empréstimos privados cresçam acima da inflação.
Nos EUA, o grande debate é sobre o que o Federal Reserve, o Banco Central do país, vai fazer. Até o ano passado, a autoridade monetária tinha anunciado uma lenta, mas constante, política de aumentar os juros para frear o aquecimento da economia americana. Mas, também preocupado com o cenário da economia americana e mundial, já suavizou o discurso.
Parece que novos aumentos de juros não devem acontecer e se a economia americana entrar em recessão, os juros devem cair.
As economias mundiais se comportam em ciclos de crescimento e recessão. No Brasil, estamos saindo muito lentamente da última crise.
Nas grandes economias, se acontecer o pior, o crescimento dos últimos anos pode se traduzir em recessão, levando todo o mundo a reboque. Há nuvens negras no horizonte, agora é nos preparar se vier uma tempestade.
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | Anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma das medidas para retomar o crescimento do País, o “choque da energia barata” já movimenta a indústria. Sob a liderança da Associação Brasileira de Grandes Consumidores (Abrace), empresários têm levantado dados para a equipe econômica na esperança de acelerar as iniciativas para abrir o mercado de gás e acabar com o monopólio da Petrobras na área.
Mesmo sem um plano ainda estruturado, Guedes tornou o assunto público, deixando claro que não vai aceitar propostas intervencionistas que criem ou ampliem subsídios, como a famosa Medida Provisória 579, de 2012. Lançada pela ex-presidente Dilma Rousseff, ela reduziu a conta de luz em 20% em 2012, mas acabou resultando num reajuste de 50% em 2015. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, o ministro afirmou que deseja promover um “choque liberal na energia”, com o aumento da concorrência e fomentando investimentos no setor. Seu foco, afirmou, é baratear em até 50% o custo do gás natural para “reindustrializar” o País.
O anúncio de Guedes pegou alguns de seus auxiliares de surpresa, já que o tema ainda não está maduro dentro da equipe econômica. Há, por ora, iniciativas que já vinham sendo tocadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), com regulamentações do setor, e pela Petrobras, com a venda de ativos.
A fala de Guedes, porém, foi suficiente para animar o setor privado. Em carta assinada por 15 associações, o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, reconhece que medidas de intervenção e o uso de estruturas estatais para financiar o setor já se esgotaram e se mostraram ineficientes. O grupo defende medidas que elevem a competição e a competitividade no setor, além do enfrentamento de questões como privilégios e subsídios que, na avaliação dele, elevaram o insumo a um nível “insustentável”. “Não é uma redução de custos por mágica, mas por mérito”, disse.
Segundo a Abrace, cada R$ 1 a menos no custo da energia representa um aumento da riqueza nacional de quase R$ 4 bilhões em dez anos. “Preços competitivos de gás e energia podem agregar 1% de crescimento anual ao PIB e gerar 12 milhões de empregos no mesmo período”, diz o documento. A entidade destaca que, para a indústria, a energia aumentou três vezes mais que a inflação desde 2000. No caso do gás, o aumento foi quase sete vezes superior à inflação no período.
Para Pedrosa, o ministro tem liderança para promover a modernização do setor, com apoio de governadores e do setor privado. A carta é assinada por associações de indústrias de alimentos, cloro, têxtil, vidro, ferroligas, cerâmica, veículos, mineração, aço e de defesa do consumidor.
O presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego, disse que o custo da energia é essencial para o setor. Segundo ele, o Brasil produziu no ano passado 700 mil toneladas de alumínio, menos da metade dos 1,7 milhão de 2008. “Temos de abrir o mercado. Casos como vimos em São Paulo, com reajuste da ordem de 30%, acontecem porque temos pouquíssimos players no mercado, e eles compram tudo de uma empresa só: a Petrobras.”
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, disse que o setor é o maior consumidor de gás do País. “Não queremos energia barata, mas, sim, energia competitiva. Somos totalmente contra mais subsídios e intervenções”, disse Figueiredo.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, disse que a ideia do ministro é bem-vinda, mas também levanta preocupações. “Só vamos baixar o preço se houver aumento de oferta. Não é com a caneta do ministro, do regulador ou do presidente. Já vivemos isso antes e sabemos quem paga a conta no final”, disse, em referência à MP 579.
O presidente da Abegás, Augusto Salomon, disse esperar que o governo cumpra os contratos de concessão com as distribuidoras até o fim. Ele destacou que os próprios Estados têm participação relevante nessas empresas.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reconheceu que o gás é um custo importante para a indústria e que o tema está sendo debatido com o governo. “Estamos trabalhando com os Ministérios da Economia, de Minas e Energia e ANP para mudar esse ambiente, esse arcabouço institucional, tanto no que diz respeito às regulações, às leis e, principalmente à Constituição, para que esse potencial de riqueza do Brasil seja explorado”, disse.
| Tribuna PR (publicado em 16-03-2019) | | | | O setor automotivo, já abalado pela crise argentina, está prestes a sofrer mais um golpe.
O governo americano anunciará em breve resulta- do de investigação do Depar- tamento de Comércio que pode resultar em barreiras sobre a importação de autopeças e carros de vários países, inclusive do Brasil.
Segundo levantamento da consultoria Barral M. Jorge, o país perderia US$ 115 milhões em exportações entre 2019 e 2023 (o equivalente a R$ 88 milhões p0r ano) com essas barreiras.
As exportações de autopeças concentram as maiores perdas, de US$ 100 milhões. As de carros teriam US$ 15 milhões de impacto, embora o Brasil, hoje, não tenha nenhum modelo vendido para os EUA.
Mas isso no melhor cenário, caso o Brasil consiga negociar acordo semelhante ao de 2018. No ano passado, o presidente Donald Trump impôs tarifas sobre aço e alumínio importados de vários países, incluindo o Brasil, com base na Seção 232 da Lei de Expansão de Comércio de 1962.
Essa seção estabelece que os EUA podem criar barreiras se o Departamento de Comércio concluir que um produto está sendo importado em quantidades ou circunstâncias "que ameaçam a segurança nacional".
O conceito amplo permite diversas interpretações --seriam indústrias estratégicas para a segurança nacional do país, que não podem ficar enfraquecidas ou ser ameaçadas por causa de aumento nas importações.
No caso do aço, a tarifa imposta inicialmente era de 25%. Mas o Brasil negociou e trocou por cotas equivalen- tes à média das exportações de 2015 a 2017, no caso dos aços semiacabados(80% das vendas) e limitados a cota de 70% da média dos três anos no caso dos aços acabados. O alumínio ficou com a sobretaxa de 10%.
O relatório sobre o setor automotivo foi concluído pelo Departamento de Comércio em fevereiro, usando a mesma seção 232, e deve ser anunciado em breve.
O Brasil exportou US$ 1,108 bilhão em autopeças e cerca de 200 veículos BMW para o mercado americano no ano passado.
O impacto calculado pela consultoria parte do pressuposto de que o Brasil conseguiria negociar cotas semelhantes às acordadas para o aço em 2018. Mas a investigação corre em sigilo, portanto ainda não se sabe que tarifas seriam propostas, nem quais produtos seriam atingidos.
Segundo a última versão do relatório do Departamento de Comércio, uma ideia é impor tarifas apenas sobre itens de alta tecnologia dos veículos, mas outra opção é baixar sobretaxas de 20% a 25% para automóveis e autopeças, indiscriminadamente.
Segundo Barral, apesar de o impacto sobre as exportações não ser tão acentuado, as perdas serão maiores porque as cotas criam um clima de incerteza, reduzem a rentabilidade das montadoras e afetam os planos de produção.
Se uma indústria trabalha com estoque baixo, por exemplo, a possibilidade de precisar conseguir licenças de importação ou ter atrasos na importação de peças representa um grande custo.
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | Decisão vai na contramão da efetuada pela corretora XP em fevereiro
Instituições financeiras têm reduzido o valor mínimo para investir em produtos ofertados por elas e por terceiros.
O movimento vai na contramão da decisão da XP Investimentos de aumentar para R$ 30 mil o piso para renda fixa em fevereiro —a alta foi revista após críticas de clientes.
As alterações feitas pelos bancos estão ligadas à maior concorrência e à popularização de corretoras menores, segundo Michael Viriato, professor do Insper.
Cédulas de real
Um dos objetivos ao diminuir o valor mínimo de aplicação é facilitar a diversificação da carteira clientes, segundo bancos - João Wainer/Folhapress
“Quando bancos abaixam o valor mínimo, facilitam o acesso aos produtos. É uma estratégia de marketing, vários aproveitaram para dizer ‘aqui não elevamos’”, afirma.
O Itaú reduziu o valor mínimo para CDBs de terceiros de R$ 75 mil para R$ 50 mil, em uma tentativa de aumentar a diversificação no portfólio de clientes, diz Claudio Sanches, diretor do banco.
“Já baixamos para fundos, em parte para previdência e, agora, CDB. A tendência é jogar o tíquete para baixo. Onde não fizemos ainda é por restrição [dos fundos] ou por questões operacionais nossas.”
O BTG Pactual também tem diminuído os valores mínimos, assim como as taxas de administração, segundo Marcelo Flora, sócio do banco.
“Temos uma estrutura de custo enxuta, então é uma decisão que não nos afeta e que é simpática para clientes.”
No Santander, a estratégia é diferente: o piso segue inalterado, mas o que se considera é o patrimônio do investidor, afirma o diretor Gilberto Abreu.
“Em títulos com tíquete de R$ 25 mil, por exemplo, em vez de olharmos se o cliente tem o montante para aplicar, vemos se ele tem R$ 25 mil no banco, o que na prática dá acesso a mais produtos.”
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | O caminho em direção à indústria 4.0 traz inúmeros desafios em sua implantação, mas pode trazer resultados significativos: dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que atualmente 42% das companhias desconhecem a importância das tecnologias digitais e mais da metade não utiliza nenhuma tecnologia em uma lista de dez opções.
“Na prática, além de realizar investimentos em produtos e serviços modernos, capazes de atender à demanda que a companhia precisa, é necessário ter profissionais cada vez mais qualificados, aptos a entender o processo produtivo de maneira mais ampla, pensando em logística, clientes e fornecedores de maneira conjunta”, afirma Hélio Sugimura, gerente de Marketing da Mitsubishi Electric.
Com o objetivo de ajudar as companhias a entenderem o que esse momento representa e quais são as habilidades necessárias para fazer com que a tecnologia fique mais perto da indústria, a Mitsubishi Electric, uma das principais companhias de automação industrial do mundo, vai realizar um webinar gratuito exclusivamente focado nesse tema.
Além de apresentar os primeiros passos para a indústria 4.0, a apresentação on-line vai abordar como é possível ter conectividade integrada do chão de fábrica aos sistemas corporativos, além de explicar o que é manufatura avançada, assim como uma breve introdução aos sistemas MES, fundamentais para o gerenciamento integrado da produção.
A sessão ao vivo do webinar acontecerá online no dia 19 de março, às 19 horas. A participação é gratuita e destinada a todos que desejam aprender um pouco mais sobre o tema. O link para inscrições é o: https://bit.ly/2Hdew5v e o webinar ficará disponível posteriormente no canal do Youtube da companhia (mitsubishielectric.com.br/youtube).
| CIMM (publicado em 18-03-2019) | | | | Estudo mostra que funcionários felizes produzem até 12% a mas no dia a dia do trabalho
A felicidade e a satisfação dos funcionários são temas cada vez mais recorrentes nas discussões sobre produtividade. Um estudo conduzido pelo especialista Andrew Oswald, da Universidade de Warwick (Reino Unido), apontou que empregados felizes são 12% mais produtivos. Isso pode ser explicado baseado no livro a Lei do triunfo, de Napoleon Hill, onde são expostas dezessete regras para o sucesso empresarial e pessoal baseadas em entrevistas com as pessoas mais influentes da sociedade norte-americana e retidas em escritos do autor. Uma das leis – a sétima – fala do entusiasmo, a força interna que nos leva a realizar as atividades do dia-a-dia e superar as metas e o desempenho. Muitas vezes nos falta o combustível para seguir adiante, nos deixando parados no lugar, sem progresso.
Jairo Ferreira Filho, CEO da MasterMind Curitiba e Campos Gerais – treinamento certificado pela Napoleon Hill Foundation, presente em mais de vinte países – realiza um trabalho baseado nos ensinamentos do escritor estadunidense e destaca a importância da aplicação das leis do triunfo presentes na obra de Hill para o bem estar e o sucesso. “O aprendizado de si mesmo, a mudança comportamental que a gente percebe é gigantesca em nós e nos colegas. A gente muda a nossa visão da vida”, afirma Jairo.
Klaus Stromberg já fez o curso MasterMind e hoje exerce o papel de planejamento e marketing na empresa que trabalha. Stromberg afirma que buscar as metas desejadas é o que motiva e a motivação aumenta sua produtividade, numa espécie de ciclo. “O resultado no ambiente de trabalho é maior produtividade, mais engajamento das pessoas e satisfação no trabalho”, completa.
Outro estudo, agora da Universidade da Califórnia (EUA), mostra que há aumento de 37% nas vendas e três vezes mais criatividade dos funcionários mais satisfeitos. No entanto, caso haja uma insatisfação, o desempenho pode ser prejudicado. Geralmente isso será possível se houver paixão naquilo que se faz. Fazer o que gosta cria ímpeto para alavancar nas metas e alcançar sucesso. Estar insatisfeito no trabalho gera insucesso e queda de produtividade.
| Tribuna PR (publicado em 18-03-2019) | | | | Birôs de análise ainda levarão um tempo para ter dados suficientes do consumidor
A queda nos juros para quem honra seus pagamentos, principal argumento em defesa do cadastro positivo, deve demorar a ser sentida pelo mercado.
O projeto que torna automática a inclusão de consumidores no banco de dados foi aprovado pelo Senado na última semana e aguarda apenas sanção presidencial para virar lei.
Segundo analistas, porém, vai levar um tempo até os birôs de crédito (os gestores do cadastro) reunirem informações suficientes sobre as pessoas.
Se o presidente Jair Bolsonaro der seu aval, passa a valer um prazo de 90 dias para que o cadastro comece de fato a ser usado por quem concede crédito para análise do risco de calote de clientes.
O período serve como uma transição mais suave para quem não quer estar no cadastro se manifestar junto aos birôs —embora o pedido para exclusão possa ser feito a qualquer momento, ressalta Marcelo Fortes, do Fortes & Prado Advogados.
É também um momento para as instituições financeiras desenvolverem formas de enviar os dados para os birôs irem engordando sua base.
“Imediatamente, não muda nada. As pessoas não vão começar instantaneamente a pagar menos [juros]. O cadastro vai sendo construído conforme as pessoas vão tendo seu escore [nota que mede o risco de calote] levado em conta”, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.
Na estimativa de Dirceu Gardel, do birô Boa Vista Serviços, a queda nos juros deve começar a ocorrer no início de 2020.
Hoje, a adesão ao cadastro positivo, que existe desde 2011, é voluntária, e a base agrega cerca de 11 milhões de nomes.
O que predomina no Brasil é o cadastro negativo, com informações de inadimplência.
“Apesar de o cadastro positivo existir há um tempo, muitas pessoas não formaram nota. Vamos começar quase do zero. Nos Estados Unidos, quando o indivíduo nasce já começa a contar ponto”, diz Viriato.
O cadastro positivo terá dados de todas as contas do consumidor: despesas mensais —água, luz, condomínio— e dívidas bancárias, como cartão de crédito e cheque especial.
A ideia é que quanto mais longo for esse histórico, mais fácil prever o comportamento do consumidor. É como o histórico construído em redes sociais: depois de muitas curtidas e compartilhamentos, o app consegue prever melhor os gostos do usuário e mostrar anúncios mais certeiros.
A inadimplência elevada é usada pelos bancos para explicar o custo dos juros. Uma ferramenta de medição melhor do risco de inadimplência permitiria que bons pagadores passagem menos taxas, segundo as instituições.
“Com esse tipo de análise, conseguimos em 82% dos casos taxas mais próximas do que é o risco do consumidor”, diz Renata Feijó, diretora institucional da fintech Guiabolso.
Quem teve dificuldade de pagar contas em dia porque ficou desempregado por três meses, por exemplo, continuaria visto como um boa pagador se nos últimos cinco anos sempre foi pontual.
Sem o histórico, teria a nota de crédito reduzida de forma significativa, porque apareceria, aos olhos dos bancos, apenas como um devedor.
O cadastro positivo deve ainda trazer para a mira dos bancos mais clientes. Segundo Gardel, o sistema não vê 20 milhões das 130 milhões de pessoas economicamente ativas.
“Imagine a faxineira sem emprego formal, mas que tem renda e paga a conta de luz direitinho. Essa pessoa ninguém vê, e o banco vai passar a olhar. Você vai ampliar a massa de crédito”, afirma.
Em nota, a Febraban (federação dos grandes bancos) disse que o cadastro vai beneficiar o bom pagador que não era incluído por ter pouca ou nenhuma atividade bancária.
Para Luciano Godoy, professor da FGV Direito SP, a ampliação do número de bancarizados, bem como a diminuição da concentração bancária, não é fator colateral, mas agente direto para a queda dos juros.
“O discurso é que o juro é alto porque bons e maus pagadores são colocados na mesma cesta. Isso é verdade em parte, mas a questão é mais complexa”, afirma.
O mau pagador, porém, pode até ver suas taxas aumentarem, pondera Viriato, do Insper. Ainda que com uma nota baixa, o professor recomenda que os consumidores permaneçam no cadastro.
“Como estarão automaticamente registrados, quem sair é provavelmente o mau pagador. É melhor ter alguma nota e ser o ‘menos ruim’ do que estar fora e ser o pior.”
O Procon-SP tem uma percepção diferente. A entidade diz que a ideia da lei é boa, mas aguarda decreto com critérios de composição das notas, o que, segundo o Procon, evitaria arbitrariedades.
“Caso não haja regulamentação, vamos agir, com o Ministério Público ou por Ação Civil Pública. E se a aplicação do sistema começar a levar a risco, nós temos que orientar o consumidor a sair do cadastro”, afirma Fernando Capez, presidente do Procon-SP.
Órgãos de defesa do consumidor conseguiram acrescentar no texto da lei a responsabilidade solidária de birôs, bancos e instituições por eventuais prejuízos ao consumidor caso informações inverídicas sejam incluídas no cadastro.
Os bancos não gostaram. A Febraban disse que é essencial para o bom funcionamento do sistema a mudança dessa regra. O setor tem a avaliação de que existe uma predisposição da Justiça para condenar as instituições com base em sua capacidade financeira.
O projeto de lei caminha para entrar em vigor menos de um ano após ser aprovada a Lei Geral de Proteção de Dados, que deve estar em pleno funcionamento em 2020.
A normativa sancionada em agosto regula como empresas devem tratar os dados pessoais que coletam dos cidadãos.
Ao impor o cadastramento automático, o projeto entra em rota de colisão com a ideia de que as pessoas devem possuir controle sobre o fluxo de seus dados —a chamada autodeterminação informativa, um dos pilares da lei de dados—, afirma Rafael Zanatta, pesquisador do Núcleo de Ética, Tecnologia e Economias Digitais do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
Para Rafael Pereira, presidente da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital), a proposta deveria, no sentido contrário, ter se aprofundado mais, permitindo o acesso das instituições a informações detalhadas de cada dívida.
Pela nova lei, os birôs acessam todas as informações e atribuem, a partir delas, a nota que mede o risco de inadimplência daquele consumidor.
Mas um banco ou loja que quiser emprestar dinheiro ou vender um produto a prazo a só conseguirá ver essa nota. Os detalhes seguem privados, a não ser que o consumidor permita expressamente àquele credor consultá-los.
“Esse poder vai estar na mão do titular dos dados”, diz Gardel, da Boa Vista. Ele não descarta, porém, que algumas instituições financeiras possam pressionar clientes a liberarem o acesso às informações detalhas em troca da aprovação do empréstimo.
Pontuação de crédito
O que é o escore?
Nota que os birôs de crédito dão a consumidores a partir de modelos estatísticos que calculam as chances de eles não pagarem suas contas
O que ele considera?
Uma centena de variáveis, como idade do consumidor, sexo, local onde mora, renda e pontualidade no pagamento
O que melhora o escore
Pagar as contas em dia;
Manter as informações atualizadas no banco ou no birô de crédito;
Ter menos de 30% da renda comprometida com dívidas;
Estar no cadastro positivo
O que piora o escore
Empréstimos e dívidas atrasados;
Elevado comprometimento da renda com dívidas;
Estar com o nome sujo
Faixas de risco
0 a 200 pontos
Dificilmente o consumidor obtém crédito em bancos;
Ficou com nome sujo mais de uma vez nos últimos 5 anos;
Potencial alto de calote
201 a 400 pontos
Obtém crédito a uma taxa de juros mais elevada;
Risco elevado de dar calote;
Teve o nome sujo ao menos uma vez nos últimos 5 anos
401 a 600 pontos
Consegue crédito, mas a uma taxa de juros ainda salgada;
Risco médio de dar calote;
Não teve o nome sujo
601 a 900 pontos
Tem facilidade em obter crédito e a uma taxa de juros menor;
Risco baixo de dar calote;
Não teve o nome sujo
+ de 900 pontos
Paga as contas em dia;
Não teve o nome sujo;
Chance baixíssima de ficar inadimplente
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,57% na segunda quadrissemana de março, conforme divulgou na manhã desta segunda-feira, 18, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,12 ponto porcentual acima da taxa da última leitura de fevereiro, de 0,45%.
Na leitura da inflação ao consumidor na segunda quadrissemana do mês, cinco das oito classes de despesas analisadas registraram aceleração, sendo que a maior contribuição para o avanço do IPC-S foi do grupo Transportes, que passou de 0,20% para 0,66%, na passagem da primeira para a segunda quadrissemana. Dentro do grupo, o destaque foi o item gasolina, cuja taxa passou de uma queda de 0,79% para uma taxa positiva de 0,40%.
As outras classes de despesa que registraram acréscimo da primeira para a segunda quadrissemana de março foram: Educação, Leitura e Recreação (-0,36% para 0,07%), Vestuário (0,08% para 0,32%), Comunicação (0,00% para 0,32%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,48%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: show musical (-1,26% para 2,11%), roupas (0,11% para 0,38%), pacotes de telefonia fixa e internet (0,00% para 1,49%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,58% para 0,89%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,37% para 0,30%) e Despesas Diversas (-0,01% para -0,14%) apresentaram variações menos intensas. Nestas classes de despesa, vale citar os itens: tarifa de eletricidade residencial (1,00% para 0,62%) e cigarros (-0,31% para -0,46%). O grupo Alimentação repetiu a taxa de variação de 1,18%, registrada na última apuração.
| Tribuna PR (publicado em 18-03-2019) | | | | Para executivo, desvinculação do Orçamento seria mais difícil de ser implementada e outras mudanças precisam ser feitas
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, cobra foco do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a aprovação da reforma da Previdência e diz que é preciso “ter cuidado com as coisas que a gente coloca na rede social”.
Lazari diz que, se a reforma não sair no primeiro semestre, o mercado pode começar a questionar o quanto o governo conseguirá implantá-la.
“Em isso acontecendo, pode ter desdobramentos muito prejudiciais à economia.”
Questionado sobre o comportamento um tanto errático de Bolsonaro até aqui, o executivo afirma: “Todo mundo erra. Não estou dizendo que ele errou, mas estou dizendo que faz parte do ser humano essa curva de aprendizado.”
“Como presidente, vai ser orientado e terá uma postura de ter esse foco naquilo que a gente precisa fazer no país.”
O novo governo começou com tropeços, caso Queiroz [ex-assessor de Flavio Bolsonaro suspeito de desvio de verba de gabinete], a queda do ministro Gustavo Bebianno [Casa Civil] e ainda os tuítes polêmicos no Carnaval. Qual é a sua avaliação desse início de governo? A gente tem uma expectativa muito boa, o mercado está apostando nisso. Pode ter tido alguns desencontros, mas a gente tem uma pauta preponderante, a Previdência. O que o governo precisa fazer é focar absolutamente essa reforma, trabalhar com muito afinco e concentrar as forças para que ela possa andar rápido. O ideal é que a gente tivesse [a aprovação] no primeiro semestre. Se isso não acontecer o mercado pode começar a questionar o quanto o governo conseguirá implantar da reforma. Em isso acontecendo, pode ter desdobramentos muito prejudiciais à economia brasileira.
O governo está perdendo tempo em pautas não essenciais? Na iniciativa privada, quando assume uma empresa, a primeira coisa que um executivo faz é ter foco. Elege dois, três, quatro índices que precisa trabalhar e foca para resolver rapidamente. Essa receita se aplica também ao setor público. Se temos uma pauta prioritária, precisamos lutar por ela. E todo o governo, Paulo Guedes [ministro da Economia] e o próprio presidente Bolsonaro, [Sergio] Moro [Justiça], têm o foco para fazer com que a reforma saia.
O comportamento um pouco errático do presidente, colocando assuntos fora da pauta, criticando a imprensa, atrapalha o foco que o sr. cobra? Eu acho que sim. Tudo é uma curva de aprendizado. As pessoas têm livre arbítrio para fazer o que precisam, mas a gente tem que saber as nossas necessidades. E ele, como presidente, vai ser orientado e terá postura de ter foco naquilo que a gente precisa fazer no país.
Todo mundo erra. Não estou dizendo que ele [Bolsonaro] errou; estou dizendo que faz parte do ser humano essa curva de aprendizado, especialmente quando você está enfrentando um cargo novo e da importância que tem.
Notícia falsa viraliza mais que informações verdadeiras. As postagens de Bolsonaro sobre a Previdência mostraram isso. A gente tem quer ter cuidado com as coisas coloca na rede social. Acho que aí é critério de cada um o que vai postar. Volto a repetir, a gente tem prioridades que devem ser colocadas em primeiro plano para que as coisas possam acontecer na velocidade que a gente precisa. Esses desvios vão ser solucionados.
O projeto da Previdência prevê economia de R$ 1,1 trilhão. Mas logo na saída, Bolsonaro disse que poderia reduzir a idade mínima para mulher e flexibilizar outros pontos. Ele está sendo um bom vendedor da reforma? A gente tem que lutar pelo projeto da forma como foi escrito. É lógico que talvez algumas concessões precisem ser feitas para atender os interesses da nação. Não interesses de grupos específicos, isso tem que deixar claro. E, lógico, proteger as pessoas que mais necessitam. Se tivermos que abrir mão de alguns valores por conta disso, vamos ter que encontrar outras fontes para supri-los.
Qual piso o mercado consideraria? R$ 1 trilhão. O mercado estava satisfeito com os R$ 700 bilhões do Temer, só que as coisas mudam. Qualquer número abaixo de R$ 1 trilhão não é adequado. Isso é o que eu estou dizendo e é o que ouço dos analistas do mundo inteiro: de R$ 800 bilhões a R$ 900 bilhões seria razoável, acima de R$ 1 trilhão seria essencial. Se for mais que isso, R$ 1,2 trilhão, R$ 1,3 trilhão, passa a ser excepcional.
O crescimento de 2019 foi atrelado à reforma, mas ela não deve passar no primeiro semestre. Se a reforma escorregar para o segundo semestre, não vamos conseguir crescer o que prevíamos, 2,8%, 2,9%.
Alguns analistas já não contam com essa alta. Estão falando em 2,4%, 2,3%, porque estão prevendo que até passar no Congresso, vai para o segundo semestre e então o PIB não vai vir na velocidade que a gente gostaria. Toda a recuperação que poderia ter, vamos escorregar para 2020. É um ano a menos para aproveitar as benesses que um crescimento maior pode fazer.
O governo diz que a reforma fará o país voltar a crescer. Foi o que Temer fez com a reforma trabalhista, dizendo que criaríamos 10 milhões de empregos, o que não se concretizou. Isso não coloca areia na venda da reforma? E Temer não errou ao aprovar o teto de gastos antes da Previdência? Tenho convicção de que não há bala de prata, um só movimento não vai resolver. A reforma trabalhista foi importante, desonerou ou vai desonerar as empresas porque diminui o volume de ações trabalhistas. Aqui no banco a redução foi de 47%. Isso dá tranquilidade maior para prever o que pode acontecer no futuro. Quer queira, quer não, nós temos 70 mil ações trabalhistas.
A reforma trabalhista é importante, a da Previdência é importante, a simplificação tributária é importantíssima para o crescimento, a desoneração da atividade produtiva é importantíssima. Mas não dá para fazer tudo de uma vez. Você depende de uma para que outras possam acontecer. A urgência da reforma da Previdência não é só por conta dela, é por outras coisas que também precisam ser feitas.
Há espaço para tocar uma reforma paralela, como sugerido por Paulo Guedes com a desvinculação do Orçamento? Essa seria a segunda opção caso a da Previdência não possa sair nos moldes que deveria. Nós temos que dar foco, olhar a Previdência. Se o governo não tiver o sucesso que pretende, você pode voltar energias para outra pauta. Só que eu acho ela muito mais difícil de ser implementada.
A Previdência, bem ou mal, a população já sente que vai mudar; só precisa saber qual é a regra do jogo. Tenho 55 anos de idade e 40 de trabalho, não vou mais me aposentar aos 55, vou me aposentar aos 60, 62, 65. Não importa. Se a nova é que tenho que trabalhar mais dois anos, deixe isso claro.
O sr. completou um ano na chefia do Bradesco. Os resultados de 2018 foram elogiados pelo mercado, e as metas de 2019 são ambiciosas. Será possível entregar os resultados se o PIB não tiver o desempenho esperado? A gente vem observando um crescimento dos retornos do banco nos últimos 13 meses, e o último trimestre foi particularmente muito bom. Óbvio, depende de o país crescer. Sei que os guidances [projeções] são audaciosos, mas não posso fazer um guidance tímido, pensando no pior. Eu tenho que fazer acreditando que as coisas vão melhorar.
Existe um questionamento sobre a lucratividade dos bancos, e a própria Febraban (federação de bancos) fez campanha para esclarecer os juros cobrados. Não dá para dar uma resposta mais objetiva para a população? Esse assunto tem que ser discutido. Dos spreads no Brasil —e isso falado pela Febraban e comprovado por BC e consultorias—, o que fica como resultado do banco é 14%. Todo o resto vai em tributo, inadimplência, vários outros custos.
Se pegar carteiras que cresceram em 2018 no Bradesco, e também nos outros bancos, foi principalmente crédito imobiliário, que tem uma taxa que não é nenhum absurdo.
O problema é a taxa do cheque especial. Sou o maior defensor de baixar para 3% ou 4%. Por que que ela não é 3% ou 4%? Porque a inadimplência é muito diferente de um consignado. Em qualquer país do mundo o cheque especial tem tarifa. Quando o sujeito vê que estourou a conta e pagou uns R$ 20, vai pensar duas vezes antes de estourar de novo. Isso é educação financeira. Nós não podemos cobrar tarifa, é proibido.
O que eu digo é o seguinte: deixem as pessoas terem direito a seu livre arbítrio e tomarem suas decisões, e deixem que os bancos cobrem tarifas.
O sr. diz que gostaria de cobrar mais tarifas em um ambiente em que fintechs estão crescendo com serviços sem tarifas. Eu estou fazendo um trade-off, estou dizendo que vou reduzir juros de 14% para 3%, 4%. É diferente. A partir da cobrança da tarifa, será que a inadimplência não vai cair? Se cair, os juros podem diminuir, ou até a tarifa. Não dá para conviver com o cheque especial a 14%.
No rotativo, o juro caiu bastante, mas voltou a subir Algumas casas sim, aí é de cada um. Agora, a entrada das fintechs é uma concorrência sadia. Se estão dando um serviço melhor, uma taxa de juro melhor e uma tarifa melhor, nós vamos ter que nos adaptar.
Octavio de Lazari, 55
Presidente do Bradesco há um ano, começou sua carreira no banco como office-boy em 1978
Passou a integrar a diretoria em 2017, quando assumiu a Bradesco Seguros.
É formado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Osasco e possui especializações pela FIA (Fundação Instituto de Administração), FGV e Fundação Dom Cabral
| Fonte: Folha de S. Paulo (publicado em 18-03-2019) | | | | Governo estuda medida para recompensar concessionárias por alta de preços do insumo praticada pela Petrobras
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, avalia com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e o TCU (Tribunal de Contas da União) permitir que as concessionárias de rodovias possam reajustar o pedágio para compensar as perdas bilionárias que sofreram com a alta desenfreada do asfalto.
Desde que implementou sua nova política de preços, a Petrobras vem repassando as oscilações diárias do petróleo para seus derivados.
Conhecido como CAP, o asfalto subiu acima da inflação, gerando um impacto de cerca de R$ 5 bilhões, tanto para o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pelas estradas federais mantidas pelo governo, quanto para as concessionárias.
Ainda não se sabe se o pedágio subirá na mesma proporção do aumento de custo.
Técnicos do ministério e da agência analisam as contas das concessionárias. Nas próximas semanas, a ANTT deve baixar uma norma definindo os parâmetros do reajuste.
Somente no caso da Arteris, que tem como sócios a espanhola Arbetis e a canadense Brookfield, pelo menos 20% do aumento de custo ocorreu por causa da alta do asfalto.
Entre 2007 e 2014 —período da segunda e terceira etapas do programa de concessões—, o preço do asfalto manteve-se praticamente estável.
A partir de meados de 2016, os reajustes iniciaram uma escalada muito acima da inflação. Um estudo da ANTT mostrou que, entre setembro de 2014 e setembro de 2018, essa alta foi de 72,7%, enquanto a previsão de reajuste dos valores previstos em contrato seria de, no máximo, 33,5%.
Essa diferença comprometeu o caixa das empresas, que já vinham enfrentando problemas em razão da recessão e da Operação Lava Jato.
Na semana passada, o Dnit baixou uma portaria para tentar resolver esse problema.
A Aneor (associação que representa as construtoras de obras rodoviárias) já tinha recorrido à Justiça contra o governo, exigindo o reequilíbrio dos contratos de recapeamento das rodovias federais.
Os contratos não previam gatilhos de segurança caso a alta do preço do petróleo fosse integralmente repassada pela Petrobras ao asfalto.
Agora, o Dnit estabeleceu as regras de cálculo para possíveis reembolsos quando a oscilação de preço impactar o asfalto acima da inflação.
Essa fórmula também deve ser usada pela ANTT para definir o cálculo no caso das concessionárias. A medida, segundo Freitas, está sob avaliação da área técnica.
Nem mesmo as concessionárias têm certeza de qual prejuízo sofreram com a política de preços do asfalto imposta pela Petrobras.
Segundo a ABCR (associação que reúne essas empresas), há vários componentes na formação do custo.
O peso do insumo asfáltico no caso de manutenção é mais baixo (cerca de 30% em relação ao total) do que se for na construção de uma nova via (70%).
Para as concessionárias que têm obras pesadas de pavimentação, como a CCR e a Arteris, ou tráfego pesado, esse impacto é bem maior.
Caso esse reequilíbrio seja levado adiante, será a segunda vez que o governo estuda autorizar o aumento de tarifas para reequilibrar contratos de concessão.
Como a Folha antecipou, o ministério quer conceder um aumento médio de 25% para as tarifas dos contratos da segunda etapa do programa de concessões, feitos sob a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O impacto do aumento do asfalto atingiu com mais força os contratos de concessão da terceira etapa, feitos pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Para esses contratos, a solução do governo seria uma renegociação prevendo mais prazo para a concessão.
A ideia é evitar ao máximo a devolução desses contratos, o que significaria pelo menos mais três anos até um novo leilão.
| Folha de S. Paulo (publicado em 17-03-2019) | | | | Concorrentes terão modelos elétricos antes de Model Y chegar às lojas
A Tesla revelou o novo utilitário esportivo elétrico Model Y, mas o cronograma de lançamento pode prejudicar o futuro da empresa presidida por Elon Musk.
Elon Musk, presidente da Tesla, apresenta o novo utilitário esportivo model Y - Frederic J. Brown - 14.mar.2019/AFP
A chegada da primeira versão está prevista para o segundo semestre de 2020, com preço a partir de US$ 47 mil (R$ 180,2 mil). A opção mais em conta, de US$ 39 mil (R$ 149,5 mil) só deve estrear em março de 2021. Até lá, concorrentes da marca americana já terão colocado seus veículos não poluentes nas ruas.
Sem o fator surpresa de antigos lançamentos —ser elétrico, esportivo e bem desenhado não é mais exclusividade dos carros Tesla—, o Model Y segue a tendência e se encaixa no segmento de maior sucesso no mundo atualmente. SUVs de porte médio ou compacto se destacam em todos os continentes.
Marcas de luxo alemãs terão em breve suas opções nesse nicho. O Audi E-Tron chega neste ano —inclusive no mercado brasileiro— e o Mercedes EQC estreia em 2020. Deverão custar a partir de US$ 60 mil (R$ 230 mil), valor próximo do pedido nos Estados Unidos pelo inglês elétrico Jaguar I-Pace (R$ 266,4 mil), que já está à venda.
É a segunda vez que a Tesla frusta as expectativas ao anunciar um carro de menor preço que ainda não está pronto para ser produzido em grande escala. O primeiro foi o sedã Model X, cuja versão de US$ 35 mil (R$ 134,2 mil) só chegou às concessionárias no mês passado.
Para Elon Musk, a demora não deve prejudicar as vendas do Model Y. Durante a apresentação do SUV em San Francisco, na última quinta-feira (14), o presidente da Tesla disse que, provavelmente, a produção do Model Y será maior que a dos modelos S e X somados, que são os veículos mais caros da marca.
Assim sendo, o novo utilitário esportivo deverá ter cerca de 200 mil unidades comercializadas por ano.
Contudo, altos volumes não são suficientes para fazer a Tesla torna-se rentável. Sem grandes parcerias e com a redução de incentivos fiscais nos EUA, os custos de produção elevados limitam as margens de lucro.
A apresentação do Model Y ocorre após um início de ano turbulento para a montadora. Suas ações caíram 17% nos últimos dois meses, quando cortou funcionários e revelou um cenário pouco animador no curto prazo.
A marca que lidera o segmento de veículos elétricos no mundo tem de lidar também com a própria inexperiência na produção em larga escala.
Donos dos carros postam em redes sociais fotos de alguns modelos sem o para-choque traseiro. A razão do problema parece ser o acúmulo de água da chuva: a peça se solta devido ao excesso de peso. Em nota, a montadora afirmou que está investigando o problema.
Além disso, Musk tem enfrentado problemas legais recorrentes. O caso mais recente ocorreu há um mês.
O empresário disse que a Tesla fabricaria por volta de 500 mil veículos em 2019, número acima das estimativas anteriores. Quatro horas depois, publicou outra informação, esclarecendo que a empresa produziria somente 400 mil carros neste ano, mas esperava acelerar a montagem nos últimos meses.
Ao fazer uma estimativa prévia mais positiva, Musk poderia levar investidores a negociar ações da Tesla com base em dados errados.
| Folha de S. Paulo (publicado em 16-03-2019) | | | | A Mercedes-Benz informou que teve um aumento de 47% nas vendas de ônibus no primeiro bimestre deste ano. Segundo a empresa, foram 1.481 unidades vendidas em janeiro e fevereiro deste ano, comparadas a 1.007 no mesmo período de 2018.
Desta forma, a montadora continua líder de mercado, com quase 50% de participação no segmento acima de oito toneladas de PBT – peso bruto total.
Segundo Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, foram comercializados 817 ônibus urbanos, 374 micros e 110 rodoviários.
“Para o mercado total, a tendência é de um crescimento sustentável de 7 a 10% ao ano nos próximos anos”, pontuou o executivo. “Em urbanos, há tendência de aumento nas vendas por conta do recente aumento das tarifas”, avaliou.
Sobre os segmentos de fretamento e rodoviários, a tendência também é de crescimento, na visão do diretor de vendas da montadora.
“São vários fatores que contribuíram para o crescimento nos segmentos, como a situação econômica ter melhorado, as renovações de frota e a obrigatoriedade da plataforma elevatória”, disse.
| CIMM (publicado em 18-03-2019) | | | | Depois de iniciar a produção da nova geração do Série 3 em julho – o carro começa este mês a ser vendido no Brasil ainda importado –, a fábrica brasileira da BMW em Araquari (SC) deverá receber novo investimento para fazer um quinto modelo no País, ainda não revelado. A planta produz atualmente o X1, X3 e o novo X4 entrou na linha de montagem em dezembro passado. Com o aporte de R$ 125 milhões, várias áreas foram modernizadas, mas a maior parte dos recursos foi usada para fazer a ainda inédita por aqui plataforma do novo Série 3.
Aksel Krieger, novo presidente do BMW Group Brasil que assumiu o posto em janeiro, não revela o tamanho do investimento nem o novo modelo a ser produzido em Araquari, onde em 2018 foram produzidos 75% dos 11,3 mil BMW vendidos no mercado brasileiro – foi a segunda marca premium mais vendida do País no ano passado, cerca de mil unidades atrás da Mercedes-Benz.
“Os custos para produzir aqui são parecidos com os da importação, mas é importante ter a fábrica para atender a demanda do mercado, que está voltando a crescer. Por isso trabalhamos muito para tornar a planta viável. Nosso papel é fazer o Brasil voltar a ter mais importância”, diz Aksel Krieger.
A BMW trabalha com projeção de crescimento de 10% do mercado de carros premium no Brasil em 2019. “Vemos o mercado brasileiro voltando a crescer e estamos otimistas, estamos em boa posição com os 20 lançamentos que faremos este ano”, revela Krieger, sem no entanto abrir a projeção da BMW. “Devemos avançar acima [da média de 10%], diz.
MODERNIZAÇÃO CONSTANTE DA FÁBRICA
Em outubro a fábrica de Araquari completa cinco anos sem nunca ter utilizado nem metade de sua capacidade de 32 mil unidades/ano. A decisão de montar carros no País foi anunciada em 2012, motivada principalmente pelas restrições às importações impostas pelo Inovar-Auto, que vigorou de 2013 a 2017.
Desde 2014, quando foi inaugurada, a planta recebeu investimentos que rondam R$ 1 bilhão e já produziu mais de 50 mil veículos; 17,8 mil unidades foram do sedã Série 3 – o primeiro BMW a ser montado no Brasil. As áreas foram evoluindo gradualmente, conforme as novas gerações de veículos da marca alemã foram sendo introduzidas no País. “Com tudo que já foi feito nos últimos anos, hoje temos uma fábrica muito melhor”, afirma Gleide Souza, diretora de relações governamentais do BMW Group Brasil.
No mais recente ciclo de investimento a área de armação de carrocerias (solda) recebeu quatro novos robôs, para operar em partes mais difíceis. Mas a Magna, que opera uma linha com investimento feito pela BMW a 30 km de distância na vizinha Joinville, já faz a soldagem de partes menores com 90% da linha automatizada.
Outra modernização foi a linha de transporte de portas, hoje operada por AGVs, transportadores automatizados que rodam sem operadores, seguindo trilha magnética no chão.
A planta de Araquari é completa, com áreas de armação de carroceria (solda), pintura e montagem final, que hoje operam em apenas um turno de produção. As chapas estampadas são importadas da Alemanha. Entre fábrica e escritórios em São Paulo, o grupo emprega hoje cerca de mil pessoas no País, incluindo uma equipe de engenharia que vem exportando projetos para outras unidades da BMW, especialmente sistemas de conectividade e motorização bicombustível etanol-gasolina.
| | | | | Enquanto a Ford está com operações paradas em protesto de trabalhadores contra o anúncio de fechamento da fábrica no ABC paulista, a vizinha Volkswagen suspenderá parte da produção por 12 dias, a partir do dia 25, por razões diferentes. O grupo dará férias coletivas a 4,5 mil funcionários para preparar a fábrica para produzir um novo carro, um modelo inédito desenvolvido no País.
O presidente da empresa na América Latina, Pablo Di Si, não dá detalhes sobre o novo carro, que está na lista dos 20 lançamentos prometidos até 2020. Ainda faltam oito.
Segundo sindicalistas, trata-se de um carro compacto, com características de utilitário-esportivo. “O que posso dizer é que, daqui para frente, vamos focar nos SUVs, que é a tendência do mercado global e também do brasileiro, e modelos de segmento superior”, afirma Di Si. “Os populares não vão desaparecer, mas o segmento vai encolher.”
Como está a Volkswagen nesse contexto de anúncio de fechamento da fábrica da Ford e de ameaçadas por parte da GM?
Estamos numa situação diferente, de investimento, de crescimento, de uso de novas tecnologias. Seguimos com o plano anunciado em 2016 de investir R$ 7 bilhões até 2020 e lançar 20 produtos. Já lançamos 12. Faltam quatro para este ano e quatro para 2020. E espero nos próximos meses anunciar novo ciclo para 2021 a 2025.
Do que depende esse anúncio?
Estamos desenhando os carros, com base em um mapeamento de mercado futuro. Precisamos negociar com sindicatos, revendas, governos. Estou feliz com os avanços até agora. Com os sindicatos está bem encaminhado, com acordos de flexibilização de jornada e produtividade. Com os concessionários discutimos margens de lucro e novos formatos de vendas, como as lojas digitais. Com fornecedores há um trabalho para melhorar qualidade e reduzir custos.
E com os governos?
Estamos conversando com o governo de São Paulo há um ano e meio, principalmente, sobre créditos do ICMS. O governador (João Doria) publicou um decreto que é ótimo. Envolve investimentos, empregos e redução de até 25% do ICMS. Mas, para a Volkswagen, e acho que para a maioria das indústrias, não resolve o problema principal, que são os créditos das exportações. Ninguém está falando de subsídio. Quero o dinheiro que pertence à Volkswagen. Somos a maior exportadora da indústria automobilística. Exportamos entre 130 mil e 160 mil carros ao ano. Quando compramos as peças pagamos em média 14% de ICMS, mas exportamos o carro com ICMS zero. Isso gera um dinheiro que o governo nos deve e que tenho de colocar no balanço financeiro. Alguns Estados, como o Paraná, resolveram isso e não geram créditos.
O crédito retido influencia na escolha do local para investir?
Queremos exportar mais e temos fábricas em São Paulo, no Paraná e na Argentina e podemos escolher qual delas é melhor. O T-Cross, nosso primeiro SUV nacional feito no Paraná, será exportado para 50 países, inclusive de fora da América Latina, como Egito e Tunísia. Nosso portfólio futuro vai ganhar mais SUVs, que são veículos de maior valor agregado. Quanto maior o valor do carro mais ICMS acumula. Estamos acumulando de R$ 3 mil a R$ 4 mil por carro exportado, dependendo do modelo. Quando a indústria investe no Brasil não é só para o mercado interno. Precisamos concorrer com o mundo e essa questão é uma das várias ineficiências que temos.
Segundo analistas, a Volks teve prejuízo de R$ 4 bilhões no Brasil desde 2013. Está correto?
Não reportamos resultados por país. Temos um objetivo arrojado, mas possível, de encerrar o ano no break-even (equilíbrio) em nossas finanças. Temos prejuízos, mas mais importante do que olhar o passado é olhar o futuro e virar essa chave. Os acionistas não vão continuar investindo aqui pelo resto da vida. Acreditamos no Brasil no curto e médio prazos, mas há um plano que precisa ser executado. Se peço dinheiro para investir e prometo um retorno, preciso cumprir.
Como estão as vendas?
A América do Sul é a região que mais cresce em vendas da marca, resultado que se deve, principalmente, ao Brasil. Em 2018 crescemos 13,1%, enquanto nossas vendas globais aumentaram 0,2%, com a Europa crescendo 3,6%, a América do Norte caindo 3% e a China, 2,1%.
Que novo modelo será produzido no ABC?
Dentro dos 20 lançamentos vamos ter mais um em São Bernardo, mas ainda não posso revelar qual. Estamos em plena preparação. O lançamento será em 2020. O que posso falar é que nossos novos carros vão para o segmento superior, seja um SUV ou um CUV (intermediário entre sedã e SUV).
Não vai ter mais carro popular?
O popular não vai desaparecer, mas o segmento vai encolher. É o mesmo que está acontecendo com os sedãs – é um ótimo carro, mas está sendo comido pelos CUVs e SUVs. Esses segmentos são os que mais crescem no Brasil e no mundo e a Volkswagen também vai entrar nessa ofensiva.
Carros de entrada representam 15% das vendas. Esse segmento vai para segundo plano?
Em 2020 a 2025, com o programa Rota 2030, haverá mudanças para atender a níveis de emissão e de segurança, o que é positivo para o consumidor. Em 2002, 2003, os carros não tinham a segurança que têm hoje e que será maior em 2025. Alguns modelos morreram porque não conseguiram passar no crivo da segurança atual. Um exemplo é a Kombi. Muitos dos populares de hoje não vão passar nos novos testes. Não significa que não vai ter mais carro pequeno. Vai continuar existindo, mas ao colocar maior segurança, mais conectividade, o preço vai mais para cima. Não tem como fazer diferente. É um processo e estamos vivenciando isso na Europa, nos EUA. Se tivéssemos volume maior de produção para vendas internas e exportação conseguiríamos reduzir o custo. Para isso, reformas são fundamentais. Já foi um ótimo passo a reforma trabalhista. Mas são necessárias outras, como a da Previdência e a tributária.
Como o sr. vai conseguir exportar T-Cross para 50 países?
Não vamos ter a melhor rentabilidade nos negócios. Não vamos perder dinheiro, mas o retorno sobre o investimento será pequeno. Mas se ficarmos só na América Latina vamos perder no longo prazo.
| Tribuna PR (publicado em 17-03-2019) | | | | A produção de motos em fevereiro somou 101,2 mil unidades, registrando alta de 20,5% na comparação com janeiro. Em todo o ano passado, as empresas instaladas em Manaus (AM) só superaram a marca mensal de 100 mil motocicletas no segundo semestre e por duas vezes, uma em agosto (105,3 mil) e outra em outubro (101,1 mil).
A produção total do primeiro bimestre de 2019 foi de 185,2 mil unidades, resultando em alta de 12,3% sobre o mesmo período do ano anterior. As vendas no atacado (das fábricas para a rede) alcançaram as 177,1 mil motos no período, anotando alta de 20,7% na comparação interanual. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne fabricantes do setor de motos e bicicletas.
“Os números comprovam a retomada do crescimento do mercado. O consumidor se sente mais seguro em investir em um bem de maior valor agregado. Essa confiança está baseada num cenário econômico mais favorável”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
MERCADO EXTERNO EM QUEDA
As fábricas brasileiras exportaram neste primeiro bimestre 7,8 mil motocicletas, anotando forte queda de 49,5% em relação ao primeiro bimestre de 2018. A retração no mercado argentino, principal parceiro comercial, explica o tombo.
Com isso os Estados Unidos se tornaram este ano o principal destino das motos brasileiras, com 31,4% de participação (1,6 mil unidades), seguidos da Argentina, com 22,8% (1,2 mil), e da Austrália, com 10% (512 motocicletas).
Os emplacamentos no bimestre totalizaram 174,9 mil unidades, resultando em alta de 24,9% sobre o mesmo período do ano passado. Outro dado relevante foi o aumento da média diária de janeiro para fevereiro, que passou de 4,1 mil para 4,2 mil motos emplacadas.
| Fonte: Automotive Business (publicado em 15-03-2019) | | | |
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