| 14 de maio de 2020
Quinta-feira
Câmbio
Em 14/05/2020
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Obs.: A emissão de certificado será realizada por meio de preenchimento de formulário em link que será disponibilizado ao final da live.
Será preciso assistir até o final.
| Sistema FIEP | | | | A juíza Rafaela Mari Turra, da 1ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba, determinou nesta quarta-feira (13 de maio) que a Prefeitura de Curitiba reforce a fiscalização com relação ao respeito às medidas de isolamento social e que responsabilize administrativamente (com a aplicação de multa, por exemplo) os possíveis infratores, nos casos em que se esgotarem as tentativas de orientação e convencimento.
A decisão da magistrada, que deferiu parcialmente um pedido de antecipação de tutela feito no âmbito de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Paraná, pela Defensoria Pública do Estado do Paraná e pela Defensoria Pública da União, também determinou que o município deve disponibilizar para a população, no prazo de 30 dias, informações sobre a fiscalização.
Nos autos, a magistrada destaca não haver por parte do município de Curitiba um plano voltado à fiscalização do regime de distanciamento social, imposto pela própria Prefeitura e pelo Governo do Estado em decorrência da crise causada pela Covid-19.
"Por isso, torna-se crível a afirmação da inicial de que a vigilância sanitária/epidemiológica somente atua com base em denúncias, bem como a informação de que foram avistados inúmeros casos de aglomeração de pessoas em estabelecimentos comerciais e pontos turísticos", argumenta a juíza.
A preocupação, então, seria que a "aparente omissão do gestor público" causasse o descumprimento de orientações feitas pelo próprio município, isso "se é que já não estão sendo descumpridas, indo na contramão do enfrentamento do Coronavírus e podendo gerar um estado de desordem sobre as coisas."
Mari Turra aponta ainda que o mínimo esperado da cidade era que demonstrasse as ações concretas de fiscalização, tornando conhecida as condutas até para prestrigiar a transparência dos atos administrativos. Além disso, a magistrada também ressalta que "a divulgação em sítios na internet, de caráter geral, não substituem a necessária fiscalização “in loco”, bem como individualizada aos cidadãos que descumprem as orientações fixadas para o combate da pandemia, tudo em prol do bem comum."
Por fim, a magistrada ainda tratou de ressaltar que a decisão não caracteriza afronta à autonomia do Município ou violação ao princípio da Separação dos Poderes, representando, antes, a ingestão pontual do Judiciário para sanar omissão municipal, que, se mantida, representa risco de efetividade dos próprios comandos emanados da Administração Pública para enfrentamento da pandemia causada pelo Covid-19.
"Em outras palavras, não pode o Estado em situação de normalidade e, ainda mais na calamidade pública já declarada, esperar o total respeito às disposições normativas editadas, de modo que se justifica uma conduta proativa para retirá-lo da zona de conforto instaurada por essa presunção de consciência coletiva de autocuidado e respeito mútuo", escreve a juíza.
Juíza descarta invalidar resolução da Secretaria de Saúde
Outro pedido feito pelo Ministério Público e pelas Defensorias Públicas do Paraná e da União foi no sentido de invalidar a resolução nº 1 da Secretaria Municipal de Saúde e também de impedir que a Prefeitura de Curitiba tome decisões no sentido de autorizar e/ou incentivar o funcionamento de atividades comerciais tidas como não essenciais para enquanto durar po Estado de Emergência de Saúde Pública decorrente da pandemia de Covid 19. Nesses dois casos, contudo, os pedidos foram indeferidos, ou seja, negados.
Na visão da magistrada, a suspensão da resolução municipal não se justifica pelo fato de a mesma fazer expressa referência aos serviços considerados essenciais pelo próprio município em decreto anterior, que está em conformidade ainda com o Decreto Estadual nº 4317/2020, que trata do assunto. Dessa forma, a Resolução, argumenta a juíza, não regulamentaria serviços essenciais ou disciplçinaria o retorno de atividades comerciais.
"O que faz, apenas, é regulamentar as atividades dos “estabelecimentos abertos ao público”, no tocante às medidas de prevenção à contaminação pelo Covid-19. Não se pode ler a Resolução decotando-se de forma isolada seus dispositivos, mas realizar a leitura contextualizada, inclusive com seu preâmbulo, que faz expressa referência a atos normativos Municipais de maior magnitude. A interpretação, portanto, deve ser sistemática”, frisou a magistrada.
Já com relação a impedir a Prefeitura de tomar decisões que autorizem e/ou incentivem o funcionamento de atividades comerciais não essenciais, a juíza disse que não cabe ao Poder Judiciário substituir o Poder Executivo "nesta atividade que lhe é própria", conforme entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal.
"Impor condicionantes à gestão do Município acabaria por impor um governo do Estado-Juiz, em desrespeito ao povo, que elegeu seus governantes, bem como violando a autonomia do Município enquanto federativo e o próprio Estado Democrático de Direito", anota a magistrada.
Prefeitura de Curitiba já está com a decisão em mãos.
Procurada pelo Bem Paraná, a Prefeitura de Curitiba informou já ter recebido a decisão liminar e que ainda analisará o documento.
| Bem Paraná ( publicado em 13-05-2020) | | | | Circulação de pessoas pela região Central, ontem: regional Centro é a que tem mais casos de moradores contaminados pela Covid-19
A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba divulgou, nesta quarta-feira (13), uma informação importante sobre a circulação do novo coronavírus na Capital. O vírus está em todos os 75 bairros da cidade. Em todos as regiões da cidade há registro de moradores infectados pela Covid-19. Matriz e Santa Felicidade são as regionais com maior incidência de moradores com casos confirmados.
“Isso quer dizer que já estamos com o vírus espalhado por todos os cantos e que ele é democrático, não escolhe idade, classe social, muito menos bairro”, alerta Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde. O vírus chegou na cidade pela região central e foi se espalhando pelos 75 bairros da capital.
A Regional Matriz tem 189 infectados confirmados, o equivalente a 105, 6 casos por 100 mil moradores. Já Santa Felicidade, com 100 confirmados tem o equivalente a 64,3 casos para cada 100 mil moradores.
“Do ponto de vista dos cuidados, as recomendações são as mesmas para todos, e muito especialmente para os grupos de risco. É isolamento social, uso de máscaras, higiene e nada de aglomeração”, alerta a secretária. Tatuquara é a região com menos caso até o momento, nove moradores estão infectados.
À noite, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, voltou a insistir em isolamento social para conter a pandemia do coronavírus e lamentou a morte de uma criança de 5 anos, vítima da Covid-19. “Insisto no isolamento social, na necessária reclusão dos idosos – ontem andaram de ônibus 18.362 idosos isentos, que deveriam ter ficado em casa” disse o prefeito, em seu perfil no Facebook. “Não podemos abrir mão do isolamento das nossas crianças. Hoje morreu um Curitibinha de apenas 5 anos, nosso primeiro “Anjinho” da pandemia”.
Máscaras
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Comunicação Social e Cultura, lançou na quarta-feira a campanha “Vai de Máscara”, que orienta toda a população a usar máscaras de proteção individual durante suas atividades do dia a dia, como forma de prevenção ao coronavírus.
A campanha contará com cartazes que serão distribuídos entre diversos prédios públicos e no interior dos ônibus do transporte coletivo, adesivo nos vidros traseiros dos ônibus e anúncios em televisão e redes sociais do Governo do Estado.
Segundo o presidente da Comec, Gilson Santos, a ideia é reforçar a utilização das máscaras principalmente no interior dos ônibus. “Infelizmente ainda vemos casos de pessoas que não estão usando máscaras e o reforço nessa comunicação é fundamental para conscientizar a população da importância desse cuidado dentro dos ônibus”, destacou.
Especialistas afirmam que o uso de máscaras é um poderoso instrumento para frear a proliferação do vírus, pois impede que as gotículas de saliva de um possível portador sejam expelidas no ambiente e acabem contaminando outras pessoas.
| Bem Paraná ( publicado em 13-05-2020) | | | | O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, comentou nesta quarta-feira (13) os números do coronavírus em Curitiba. Ele voltou a insistir em isolamento social e lamentou a morte de uma criança de 5 anos, vítima da Covid-19.
“Insisto no isolamento social, na necessária reclusão dos idosos – ontem andaram de ônibus 18.362 idosos isentos, que deveriam ter ficado em casa” disse o prefeito, em seu perfil no Facebook. “Não podemos abrir mão do isolamento das nossas crianças. Hoje morreu um Curitibinha de apenas 5 anos, nosso primeiro “Anjinho” da pandemia”.
Greca disse que a situação de Curitiba não é desanimadora, se comparada com a de outros lugares do Brasil. Mesmo assim, a transmissão comunitária está acontecendo, o coronavírus já está presente nos 75 bairros da de Curitiba”, afirmou ele.
O prefeito pediu solidariedade e consciência da população para buscar proteção. “Quem for incapaz de solidariedade, ou desprovido de cultura sobre prevenção sanitária, deve, no mínimo, pensar em instinto de sobrevivência”, afirmou. “Usem máscara, afastem-se uns dos outros. Este vírus mata. Mas vai passar, se nos aplicarmos com prudência e sem pressa em combatê-lo”.
Alguns seguidores reclamaram ao prefeito de uma falta de fiscalização, citando que muitas pessoas estavam caminhando sem usar máscara. “Bocós sem máscaras sempre os teremos”, disse Greca.
| Bem Paraná ( publicado em 13-05-2020) | | | | Um estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, divulgado na terça-feira, 12, estimou que o custo do isolamento social para a economia do País é de R$ 20 bilhões por semana.
Segundo o documento, o custo imediato foi estimado com base em levantamento detalhado de informações para os 128 produtos da Tabela de Recursos e Usos do IBGE. O isolamento social é defendido por autoridades sanitárias, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como forma de evitar propagação veloz da covid-19 e o colapso do sistema hospitalar.
O estudo do Ministério da Economia afirma que os impactos econômicos podem ser divididos em três pontos: impacto imediato diante das restrições à produção e ao consumo; duração do período de recuperação; e impacto sobre a trajetória de longo prazo da economia.
No caso do efeito sobre a trajetória de longo prazo da economia, o documento alerta que as projeções podem ser muito piores caso a paralisação dure por um período maior do que até 31 de maio. A SPE destaca que os efeitos da quarentena não se dão somente para o período em que vigora, mas tem efeitos para os trimestres e anos posteriores.
| Bem Paraná | | | |
Na média geral do país, indústria brasileira desabou 9,1% em março com a pandemia. Maiores tombos ocorreram no Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%).
A produção industrial registou queda, na passagem de fevereiro para março, em todas as 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme dados divulgados nesta quinta-feira (14).
Foi a primeira vez na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, que houve queda em todos os locais. O mais próximo desse resultado aconteceu em maio de 2018, com a greve dos caminhoneiros, que derrubou a produção industrial em 14 dos 15 locais.
Os maiores tombos em março ocorreram nas indústrias do Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%).
Na média geral do país, a produção industrial desabou 9,1% em março, na comparação com fevereiro, conforme divulgou na semana passada o IBGE. Foi o pior resultado para meses de março da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002, e a queda mensal mais acentuada desde a greve dos caminhoneiros de maio de 2018 (-11%).
“Os dados de março são efeitos diretos do isolamento social que afetou o processo de produção no Brasil”, afirma o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Ele explicou ainda que, no formato antigo da pesquisa, com 14 locais pesquisados, a única queda generalizada ocorreu em novembro de 2008, por consequência da crise financeira global. A série passou a contar com 15 locais em 2012, quando foi incluído o Mato Grosso.
Coronavírus provocou redução ou paralisação da produção de 76% das indústrias, diz CNI
Em São Paulo, tombo foi de 5,4%
Pará (-12,8%), Amazonas (-11,0%) e Região Nordeste (-9,3%) também mostraram em março recuos mais intensos do que a média nacional (-9,1%).
Em São Paulo, a queda foi de 5,4% na comparação com fevereiro. Por concentrar mais de um terço (34%) da indústria nacional, São Paulo foi o local que mais influenciou para o resultado geral de março. Essa foi a segunda taxa negativa do estado consecutiva, acumulando em fevereiro e março perda de 6,6%.
No Rio de Janeiro, a queda foi de 1,3%. Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), São Paulo (-5,4%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%), e Minas Gerais (-1,2%) também tiveram taxas abaixo da média nacional.
Veja o resultado em cada um dos locais:
Amazonas: -11%
Pará: -12,8%
Região Nordeste: -9,3%
Ceará: -21,8%
Pernambuco: -7,2%
Bahia: -5%
Minas Gerais: -1,2%
Espírito Santo: -6,2%
Rio de Janeiro: -1,3%
São Paulo: -5,4
Paraná: -4,9%
Santa Catarina: -17,9%
Rio Grande do Sul: -20,1%
Mato Grosso:-4,1%
Goiás: -2,8%
Média Brasil: -9,1%
Produção industrial teve queda de mais de 9% em março
Em março, houve queda de produção generalizada no setor, evidenciando o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia de Covid-19. Entre as atividades, a queda que exerceu a maior pressão no índice geral, entretanto, foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%), pior resultado desde maio de 2018 (-29%).
Com o tombo de 9,1% em março, a indústria brasileira passou a acumular no ano uma retração de 1,7%. Em 12 meses, tem queda de 1%. No 1º trimestre, o setor acumulou queda de 2,6% no 1º trimestre, na comparação com o 4º trimestre.
No acumulado no ano, 10 dos 15 locais têm queda
No acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, a produção industrial registra queda em 10 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%), pressionados pela atividade das indústrias extrativas e metalurgia.
Santa Catarina (-5,1%), Rio Grande de Sul (-4,7%), São Paulo (-2,3%) e Mato Grosso (-1,8%) também tiveram baixas mais acentuadas do que a média nacional (-1,7%). Já Ceará (-1,4%), Goiás (-1,2%), Amazonas (-1,2%) e Pará (-0,8%) completam o conjunto de locais com queda na produção.
Os maiores avanços no acumulado do ano foram no Rio de Janeiro (9,8%) e Bahia (7,1%), impulsionados, principalmente, pelo desempenho positivo das atividades de indústrias extrativas e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, além da de celulose, papel e produtos de papel, no segundo. Pernambuco (5,6%), Região Nordeste (4,3%) e Paraná (2,6%) também acumulam avanço no ano.
Perspectivas
De acordo com último boletim Focus do Banco Central, o mercado financeiro passou a projetar retração de 4,11% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. Já a previsão dos analistas para a produção industrial no ano é de uma queda de 3%.
| G1 | | | | Queda registrada em março é reflexo direto de medidas de isolamento social, diz IBGE
A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial em todo o Brasil no mês de março. Foi a primeira vez em oito anos que todos os 15 locais pesquisados apresentaram queda, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado é reflexo direto das medidas de isolamento social que afetou o processo de produção no Brasil desde meados de março, quando a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou pandemia do novo coronavírus. Nas semanas seguintes, estados e municípios impuseram restrições à circulação de pessoas. Até esta quarta-feira (13), o país tinha 13.149 mortes confirmadas pela doença.
No formato antigo da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), com 14 locais pesquisados –Mato Grosso entrou na lista apenas em 2012–, a única queda generalizada havia ocorrido em novembro de 2008, por consequência da crise financeira global.
Segundo o IBGE, o mais próximo do resultado divulgado nesta quinta (14) aconteceu em maio de 2018, com a greve dos caminhoneiros, que derrubou a produção industrial em 14 dos 15 locais.
Epicentro da Covid-19 no país, com 51.097 casos, e local onde se concentra mais de um terço da indústria nacional, São Paulo foi a região que mais influenciou o resultado nacional (-9,1%), com queda de 5,4%. Em fevereiro e março, o estado acumulou perda de 6,6%. motivado principalmente pela queda nos setores de veículos e bebidas.
O Ceará, que nesta quarta (13) ultrapassou o Rio de Janeiro em número de casos confirmados do novo coronavírus, com 19.156 infectados, e agora ocupa o segundo lugar da lista no Brasil, teve o maior recuo industrial em termos absolutos, com queda de 21,8%.
O Estado foi pressionado principalmente pelas quedas no setor de couros e calçados, além de vestuário. A indústria cearense vinha com dois meses de resultados positivos e alcançando um acumulado de 2,4% em janeiro e fevereiro.
Terceiro local em número de casos de Covid-19, o Rio de Janeiro apresentou recuo de 1,3% no setor industrial, também influenciado pela queda no setor de veículos e bebidas. O Estado já vinha de retração no mês anterior, acumulando perda de 2,1%. Rio Grande do Sul (-20,1%) e Santa Catarina (-17,9%) foram outros estados que contribuíram para o recuo na média nacional.
Ainda apresentaram recuos mais intensos do que a média nacional o Pará (-12,8%), o Amazonas (-11%) e toda a Região Nordeste (-9,3%). Também caÍram os estados de Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%) e Minas Gerais (-1,2%).
Nas últimas 24 horas antes da última divulgação, na noite desta quarta-feira, foram 749 novas mortes e 11.385 novos casos confirmados da doença. No total, o país tinha 13.149 óbitos confirmados pelo novo coronavírus, 188.974 casos.
De acordo com o instituto, o desempenho de março de 2020 coloca a produção industrial brasileira no mesmo nível de agosto de 2003. A queda afetou todas as categorias econômicas e 23 dos 26 ramos pesquisados.
Em relação a março de 2019, que teve três dias úteis a menos que o mesmo mês de 2020, a indústria teve queda de 3,8%, com 11 dos 15 locais pesquisados mostrando resultados negativos. As consequências da pandemia ficam ainda mais claras nessa comparação.
"O chamado ‘efeito-calendário’ foi positivo em março de 2020, que teve 22 dias úteis, três a mais que 2019”, disse o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. “O isolamento social teve efeito direto na cadeia produtiva. Os dados de março mostram esses efeitos diretos que afetaram o processo de produção no Brasil”, acrescentou o analista.
Ainda na comparação com março de 2019, São Paulo também teve influência direta no resultado negativo, com queda de 4,2% e recuo em 14 das 18 atividades pesquisadas. Produção de automóveis e outros equipamentos de transporte, como produção de aviões, foram os ramos que puxaram a taxa para baixo.
A queda na indústria foi um dos indicadores que mostram os efeitos do isolamento social sobre a economia brasileira. acompanhada pelo recuo recorde de 6,9% no setor de serviços e de 2,5% nas vendas do comércio, o pior desempenho desde março de 2003. A taxa de desemprego avançou para 12,2% no trimestre encerrado em março, com 1,2 milhão de pessoas a mais na fila por uma vaga.
| Folha de S.Paulo | | | | Medida provisória que corta jornada e salário permite negociação individual com quem ganha mais de R$ 3,135
As maiores centrais sindicais do país tentam, por meio de negociação no Congresso, reduzir o alcance da regra que permite a adoção de acordos individuais de salário e jornada ou da suspensão de contratos de trabalho.
As duas possibilidades foram criadas pelo Medida Provisória 936, publicada em 1º de abril pelo governo Jair Bolsonaro. Se a negociação avançar, trabalhadores com salários a partir de R$ 1.500 só poderão ter redução de salário e jornada e suspensão de contrato após acordo coletivo com participação do sindicato da categoria.
No texto em vigor atualmente, as empresas só ficam obrigadas a negociar com os sindicatos a intenção de aplicar as regras da MP para quem ganha a partir de R$ 3.135. Mesmo nesses casos, se o corte de salário e jornada for de 25%, a mudança pode ser feita por acordo individual.
Apesar de a MP referir-se à necessidade de realizar um acordo com o funcionário, muitas empresas passaram a adotar a redução de salário e jornada de maneira unilateral.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse defender a criação de uma política para a manutenção de empregos no período mais agudo da crise econômica, mas que a central é contrária ao modelo proposto pelo governo Bolsonaro.
“Nosso apoio não é ao programa [de redução de salário e jornada]. Achamos que deve haver, sim, medidas anticíclicas e que o governo tem que atuar. Mas nada disso pode excluir os sindicatos, porque o que passa existir é imposição patronal”, afirma.
Torres diz que as medidas adotadas pelo governo até agora não contemplam de maneira satisfatória micro e pequenas empresas, que não conseguem acesso a crédito, e concentram parte relevante de empregos no país.
Nas negociações com o relator da MP, deputado Orlando Silva (PCdoB), os sindicatos tentaram acabar com o limite de renda que demanda acordo coletivo –quem ganha acima de R$ 12.202 e tem ensino superior é considerado hipersuficiente pelas legislação e também pode negociar diretamente com a empresa.
A proposta não vingou, então a conversa passou a ser para reduzir a renda limite. Dos R$ 1.500 da última proposta, fala-se em um acordo para deixar o limite em R$ 1.800.
As centrais também querem que o valor de referência para o cálculo dos benefícios seja de R$ 3.000. Hoje, a conta vem sendo feita sobre o seguro-desemprego, que é de R$ 1.813, no máximo.
O presidente da CUT, Sergio Nobre, não quis falar sobre o assunto. A central, porém, reafirmou o entendimento de que a MP é prejudicial aos trabalhadores. Reivindica também que o governo transforme o auxílio emergencial de R$ 600 em política permanente.
Em nota divulgada quando a medida provisória foi apresentada, Nobre disse que o texto violava a Constituição ao permitir a redução de salário em negociação individual. A constitucionalidade dessa permissão foi discutida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou a realização desses acordos durante a pandemia do coronavírus.
As três maiores centrais se aproximaram desde o fim do imposto sindical, que praticamente drenou a fonte de receita dos sindicatos. Nos últimos dois anos, a comemoração do 1º de maio foi unificada e os grupos têm fechados pautas conjuntas.
Nos bastidores, porém, nem sempre há acordo. A CUT, tradicionalmente aliada ao PT, defende que o governo garanta 100% do salário para quem tiver alteração na jornada ou suspensão no salário e que isso só possa ser aplicado após decisão coletiva.
A UGT, fundada como braço sindical do PSD, partido criado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, considera fundamental a manutenção da negociação por meio dos sindicatos.
Ricardo Patah, presidente da central, diz que, para o momento de excepcionalidade, o programa do governo é conceitualmente correto quanto à compensação paga aos trabalhadores.
“Diante de uma pandemia, de desemprego iminente, de empresas fechando, a reposição é bem razoável. Poderia ser melhor, mas há essa complementação do governo”, diz. “O que não dá é para excluir os sindicatos. Nós é que temos contato com a ponta, não é o governo.”
Patah afirma que para quem ganha até R$ 2.000, o valor final da renda não é tão baixo –com esse salário, o trabalhador receberia R$ 1.635,92 se tiver o contrato suspenso, por exemplo. O benefício pago pelo governo é calculado tendo como referência o seguro-desemprego.
O presidente da UGT defende a criação de uma política permanente para períodos de crise. “O governo demorou muito para dar respostas. Sabe-se lá quantas empresas não fecharam as portas. Então, a gente precisa de uma garantia de reação mais rápida e que proteja os empregos”, afirma.
Já a Força Sindical foi comandada por anos pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, hoje no Solidariedade.
Torres, presidente da Força, diz que a legislação já contempla que empresas negociem soluções extraordinárias em momentos de aperto financeiro, como a regra do lay-off, em que o contrato fica suspenso. A aplicação dessas medidas, porém, depende de acordo com sindicatos. O esforço do governo é justamente para tirá-los da negociação.
Além da mudança no valor do salário que permite a negociação individual, as centrais também negociam incluir no texto final da MP a obrigatoriedade da homologação de demissões e a ultratividade das convenções -na prática, todos os direitos previstos em convenções coletivas ficariam mantidos até o fim da pandemia, mesmo que o vencimento dos acordos ocorra no período.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Ministro afirmou que prepara ações voltadas à recuperação da economia após a pandemia do novo coronavírus
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (14) que o governo vai apresentar proposta de redução de encargos trabalhistas como forma de estimular a produção do país e a geração de empregos.
Em reunião com representantes da indústria, o ministro disse que estão em avaliação “duas ondas” de ações voltadas à recuperação da economia após a pandemia do novo coronavírus. A primeira seria relacionada à simplificação tributária e barateamento das folhas de pagamento.
“Vamos soltar duas ondas de crescimento. Uma de produção e emprego. Vem redução de encargo trabalhista. Produzir emprego no país vai ser algo bom”, disse.
O ministro não apresentou detalhes da proposta e afirmou que os pontos ainda estão em discussão com o presidente Jair Bolsonaro.
Durante os debates sobre reforma tributária no ano passado, Guedes e sua equipe chegaram a defender a volta de um imposto sobre transações financeiras, aos moldes da extinta CPMF, para compensar a perda de arrecadação que seria gerada pela redução de encargos trabalhistas.
Na reunião desta quinta, o ministro disse que a segunda onda de recuperação virá por meio de investimento privado após a aprovação de medidas que já eram defendidas pelo governo antes da crise do coronavírus.
Entre as propostas mencionadas estão o novo marco legal do saneamento, alterações nas regras de petróleo e gás e aprimoramento de normas de logística e infraestrutura.
“Temos uma onda de investimentos, produção e emprego. Vamos disparar daqui a um ou dois meses, vamos voltar para o trilho, o caminho da prosperidade turbinado”, afirmou.
Ao dizer que os empresários têm “acesso e intimidade” com os presidentes da Câmara e do Senado, ele pediu apoio para que parlamentares sejam convencidos a aprovar os textos e viabilizar os investimentos no país.
Na reunião, Guedes deu mais sinais de que defende uma retomada das atividades nas cidades. Segundo ele, a preocupação de Bolsonaro sempre foi com a saúde e a economia.
O ministro afirmou que diversos setores têm salvado vidas ao funcionarem respeitando protocolos de segurança. Para ele, uma retomada com essa cautela tende a ser mais eficaz do que o isolamento social.
“Em várias indústrias, o que tem se observado é que os protocolos têm salvados muitas vidas, mantido pessoas ocupadas, os sinais da economia brasileira pulsando e salvando vidas. As pessoas estão melhor protegidas do que se estivessem em casa”, disse.
Na avaliação de Guedes, a velocidade de retorno das empresas ao trabalho vai impactar o ritmo de retomada da economia.
Durante a conferência, empresários defenderam que Bolsonaro vete a liberação de reajustes a carreiras do serviço público. A medida foi aprovada no Congresso no pacote de socorro a estados.
Ao comentar o tema, Guedes disse que o dinheiro da saúde não pode virar aumento de salário e farra eleitoral. O ministro então traçou um paralelo com uma guerra e acabou comparando servidores a mercenários.
“Entra na guerra, vamos lutar. Quando o Brasil estiver forte daqui a um ano e meio, aí vamos distribuir quinquênio, milênio, oxigênio, vamos dar tudo para todo mundo depois da guerra. Você não dá medalha antes da guerra. Os nossos heróis não são mercenários, eles não precisam de dinheiro para ir à luta, eles vão à luta primeiro, depois recebem as medalhas”, disse.
O ministro afirmou que Bolsonaro deve vetar os reajustes e ressaltou que seria “moralmente errado” uma eventual derrubada do veto pelo Congresso.
| Folha de S.Paulo | | | | Pauta pós-Covid-19 foi apresentada a líderes do centrão e aliados, mas conteúdo foi criticado
Em meio à pandemia do coronavírus, o governo apresentou a líderes do chamado centrão uma lista de pautas prioritárias para serem votadas na Câmara até junho que inclui a proposta de autonomia do Banco Central e o projeto da Lei de Falências.
O governo também quer tentar aprovar o projeto de lei que amplia o porte de armas para diversas categorias do serviço público e o novo Código Brasileiro de Trânsito.
O Planalto ainda listou como prioridade outras seis propostas, entre projetos de lei e emendas constitucionais, e mais 14 medidas provisórias que vencem até agosto.
O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) apresentou a relação de textos na segunda-feira (11) a líderes de siglas do centrão que tenta atrair para a base, como PP, Republicanos, PSD e PL.
Estavam também no encontro representantes do DEM e do PSL aliados a Jair Bolsonaro.
A ideia do governo, segundo quem esteve na reunião, é propor uma pauta pós-Covid-19, embora o Brasil registre no momento um aumento no número de mortes pela doença, que já passam de 11 mil.
O Planalto diz acreditar que as propostas relacionadas diretamente à pandemia logo vão se esgotar e por isso eles precisam criar pautas positivas para fazer acenos à base do governo e ao mercado.
Esse seria o motivo da inclusão do PL das armas e da autonomia do BC na lista.
Boa parte dos textos elencados, porém, sofre resistência. O conteúdo da pauta também foi criticado.
Um dos vice-líderes do governo na Câmara, coronel Armando (PSL-SC), diz que desde o início do ano o Planalto já havia elencado a autonomia do banco como prioritária e que isso foi reforçado pela equipe econômica.
Embora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenha dito na semana passada que estava recebendo ligações de economistas questionando sobre a possibilidade de votação dessa medida, Armando nega que a proposta do governo ocorra por pressão do setor.
"Desde hoje de manhã, vários economistas começaram a perguntar se era viável a aprovação da autonomia. Ficaram preocupados com a independência que existe hoje do Banco Central", disse Maia na semana passada.
O presidente da Câmara afirmou também que seria difícil votá-la no curto prazo por causa da resistência da oposição.
"Isso [a proposta de autonomia do BC] faz parte da pauta acertada para retomar as atividades pós pandemia. Não tem a ver com interferências externas de mercados", diz Armando.
Segundo líderes ouvidos pela Folha, a Lei de Falências e o novo Código Brasileiro de Trânsito, ambos os quais o governo gostaria de votar ainda na primeira quinzena de maio, teriam mais chance de ir para frente.
A Lei de Falências regulamenta a recuperação as empresas e dos empresários para submeter todos os créditos tributários à recuperação judicial.
Para deputados ouvidos pela Folha, a proposta pode ser votada porque pode ser adaptada para favorecer as pessoas jurídicas que estão sendo prejudicadas durante a pandemia do coronavírus.
"Seria importante avançar. [...] Muitas empresas já estão passando por sérias dificuldades por conta da pandemia, e o cenário a curto prazo é muito ruim", diz o deputado Juscelino Filho (DEM-MA).
O deputado é o relator do projeto que estabelece o novo código de trânsito e diz que retomou as conversas para construir um texto de consenso e ver se há ambiente nas bancadas.
O projeto previa inicialmente a suspensão da obrigatoriedade da cadeirinha para crianças, mas ele foi alterado.
De todo modo, flexibiliza a quantidade de pontos que o motorista pode ter na carteira antes de perdê-la e também aumenta o prazo de validade da CNHs.
O fato de ela ter sido incluída entre as medidas prioritárias do governo, inclusive para ser votada até a próxima semana, é alvo de críticas.
"É inacreditável que no meio dessa pandemia o governo esteja preocupado com o projetos sobre armas e trânsito. É muita falta de noção e prioridade", diz o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que embora seja do centrão, não se declara aliado do governo.
"Bolsonaro parece vive em outro planeta. Não vejo ambiente para o Congresso Nacional discutir essa pauta do governo. O foco total deve estar no combate ao coronavírus", afirma o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
"Aliás, o governo revela total indiferença a dor de milhares de famílias que perderam entes durante a pandemia", diz.
Para a primeira quinzena de maio, o governo incluiu o projeto sobre segurança de barragens, que dificilmente andará agora, segundo congressistas.
A autonomia do BC está na lista prioritária do governo para a segunda quinzena de março, que também inclui a lei das startups, que prevê medida de estímulo à criação das empresas, cujo texto esta em análise pelo governo.
O documento da secretaria de governo também incluiu para esse período a proposta de "depósito compulsório", que obriga bancos a usarem o que o Banco Central liberou de compulsório para crédito. Segundo a lista entregue pelo governo, Maia vai retomar essa proposta.
Para junho, o governo elencou como prioritários o projeto de lei que amplia o número de servidores públicos que podem ter porte de armas, o novo marco regulatório de gás natural.
A relação da Secretaria de Governo também incluiu o Fundeb, mecanismo de financiamento da educação básica, mas faz uma ponderação de que "deve ser apresentada proposta de impacto menos imediato devido ao aumento de gastos com a Covid-19".
| Folha de S. Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | O novo coronavírus fez a indústria automobilística brasileira levar um tombo inédito. Desde que o setor se instalou no país, no final dos anos 1950, não havia um mês de abril com produção tão baixa como o de 2020. Números divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelam que a produção do mês passado, de 1.847 veículos, foi 99% menor que a de março. Em relação a abril de 2019, a queda foi de 99,4%.
Dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, referentes a março já apontavam que o setor seria um dos mais penalizados pela crise. O indicador mostrou que, como um todo, a indústria brasileira teve queda de 9,1% na produção em relação ao mês anterior. No mesmo período, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias caiu mais que o triplo: 28%.
Não é difícil entender os motivos do tropeço. Em uma ponta, as medidas de isolamento social obrigaram as montadoras a paralisar atividades, já que a produção de veículos automotores – à exceção das máquinas agrícolas – não é considerada essencial.
O reflexo aparece na subutilização das fábricas: em abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a indústria de veículos automotores brasileira usou apenas 12,5% de sua capacidade instalada. Em tempos normais, a média é de 78,6%.
"Estávamos caminhando para uma redução da capacidade ociosa no país. Agora, com a crise, com certeza vamos ter um número muito ruim, que vai aumentar ainda mais a ociosidade da indústria", projeta Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
Mesmo com produção em baixa, pátios estão abarrotados
Na outra ponta, a do consumidor, há concessionárias fechadas e clientes receosos. Resultado: pátios repletos de veículos novos à espera de um comprador. Segundo a Anfavea, na virada do mês havia 237 mil unidades paradas em fábricas e concessionárias – o suficiente para quatro meses de venda, se o ritmo continuar como está.
O cenário aparece, também, no informativo de maio da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a instituição, o mês de abril teve queda de quase 70% no número de emplacamentos (foram registrados 39.498), em comparação com março (131.249). Em relação a abril de 2019 (189.076 emplacamentos), a queda é de quase 80%.
"As pessoas estão preocupadas com as suas necessidades básicas de sobrevivência. É claro que, em um momento como esse, ninguém está usando seu poder de compra em carros ou motos", diz Fábio Braga, country manager da consultoria MegaDealer.
O contexto não é ruim só no Brasil. Com a demanda retraída em países que tradicionalmente compram veículos brasileiros, como os vizinhos Argentina e Chile, o valor exportado caiu 64% em abril, na comparação com março. Em relação a 2019, a queda foi de 70%.
Dólar em alta pressiona preços dos automóveis
Com os ingredientes à mesa, o bê-a-bá da economia aponta o caminho: quando a oferta é muita e a demanda, pouca, o resultado é a queda dos preços. Mas na crise do coronavírus nada parece ser como o esperado, e o preço dos veículos também vem tendo comportamento contra-intuitivo. Apesar dos estoques cheios e do sumiço dos clientes, a tendência é de aumento do valor cobrado nas concessionárias.
A explicação está no câmbio. Com a taxa básica de juros (Selic) em seu menor patamar histórico e investidores buscando ativos mais seguros, o valor do dólar disparou para perto dos R$ 6 – e parece longe de se estabilizar ou cair significativamente.
Como muitos dos componentes de veículos são importados – e, portanto, comercializados em dólar –, o aumento da cotação da moeda se reflete no preço cobrado do consumidor final.
"De modo geral, administramos muito bem a volatilidade de custos por conta da competitividade do setor. Mas, com uma alta tão grande do dólar, não tem milagre. Cada montadora está vendo até que ponto tem fôlego para suportar [sem repassar o aumento]", diz Luiz Moraes, da Anfavea.
Uma das soluções seria nacionalizar parte da produção de peças. Esse processo, porém, leva mais tempo do que a indústria gostaria. "Estamos vivendo uma combinação explosiva: volume de vendas caindo drasticamente e custos subindo absurdamente. Uma saída seria aproveitar o câmbio mais alto para a exportação, mas os países da América Latina também estão sofrendo com a pandemia e comprando menos. É um dilema", diagnostica Moraes.
Montadoras demandam ajuda do governo para que cadeia de produção mantenha liquidez
Enquanto a crise se arrasta, as montadoras têm utilizado os mecanismos oferecidos pelo governo para diminuir os custos, especialmente com mão de obra. Por meio de negociações com os sindicatos em cada região, as empresas estão aplicando a redução de jornada e salários e/ou a suspensão dos contratos de trabalho, conforme previsto na medida provisória 936.
Apesar de consideradas positivas, as medidas anunciadas pelo governo ainda não atacaram o problema da liquidez, considerado urgente para o setor. Por e-mail, a assessoria de comunicação da Fiat Chrysler afirmou à Gazeta do Povo que as necessidades de caixa das empresas do segmento superam os R$ 40 bilhões. "É preciso resolver este problema com urgência, garantindo a abertura de linhas de crédito e financiamento ao setor, sob pena de sufocar as empresas", diz o texto.
A própria Anfavea já apresentou essa demanda ao governo federal. Em reunião com o Ministério da Economia, a entidade propôs que créditos tributários possam ser utilizados como garantia em empréstimos com bancos privados.
O presidente da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si, afirma que a necessidade de crédito não é diretamente para as montadoras, e sim para fornecedores e concessionários, os "elos mais fracos da cadeia". "Há fornecedores que não estão conseguindo pagar a folha de pagamento. Enquanto nós pensamos, a vida continua e a conta precisa ser paga", disse Di Si em entrevista à Gazeta do Povo.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Economia, questionando a pasta a respeito da proposta das montadoras. Por meio de sua assessoria, o ministério informou, apenas, que "não comenta medidas antes do anúncio oficial".
Retomada inclui novos protocolos de segurança e reforço de canais de venda digitais
Mesmo com o cenário desolador, as montadoras já planejam a retomada. Algumas, como Fiat, Jeep, Mercedes-Benz, Renault e Volvo, já voltaram às atividades, mesmo que em ritmo menor. Outras, como Nissan, Volkswagen e Hyundai, planejam fazer recomeçar a produção em maio.
"As datas são diferentes porque cada empresa tem um estoque na rede ou na fábrica. O retorno foi definido em função disso e da perspectiva de demanda que cada montadora está imaginando que possa ocorrer", explica o presidente da Anfavea.
Para minimizar a possibilidade de contágio do coronavírus entre os funcionários, a entidade desenvolveu um protocolo com medidas de prevenção aos colaboradores, que incluem rotinas de higiene no acesso à fábrica e durante o trabalho.
De qualquer modo, a crise já está provocando mudanças de rumos. A Fiat Chrysler, por exemplo, adiou o lançamento de modelos, como a nova picape Strada. A Volkswagen, por sua vez, congelou investimentos por no mínimo três meses. Além disso, as empresas estão atentas à possibilidade de reforçar as vendas por canais digitais, diminuindo o contato entre clientes e funcionários nas concessionárias.
"Em países que já passaram pela fase aguda da pandemia, como China e Coreia do Sul, os consumidores querem estar no controle: agendar uma visita para ver o carro e resolver o que for possível pela internet. Nem mesmo os concessionários querem ter muita gente no showroom. Quando tudo isso passar, teremos uma nova realidade", diz Fábio Braga, da MegaDealer.
Este texto é o segundo da série de reportagens "Retratos da economia", que aborda os efeitos da crise do coronavírus nos diversos setores da economia brasileira. Na primeira reportagem, o tema foi o impacto do coronavírus na indústria."
| Gazeta do Povo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Termômetro do Setor indica tombo nas projeções dos 522 profissionais do setor automotivo que responderam ao estudo
As expectativas da indústria sofreram tombo entre março e abril com a chegada da pandemia de Covid-19. A ruptura foi captada pelo Termômetro do Setor Automotivo, pesquisa mensal desenhada por Automotive Business em parceria com a Roland Berger para sentir o fôlego das empresas do segmento para atravessar o atual momento.
Na primeira medição, feita no início de março, a maior parte dos respondentes (43%), projetavam estagnação das exportações do segmento para 2020, com variação de 0% a -2% em relação aos volumes do ano passado.
No segundo levantamento, realizado em abril com 522 profissionais, a expectativa encolheu para uma forte retração de mais de 5%. O mesmo aconteceu com as projeções de mercado. Entre março e abril a perspectiva de vendas domésticas para o segundo trimestre diminuiu 21%.
Em relação ao futuro, cresceu o porcentual de profissionais do setor que esperam que o mercado brasileiro demore mais para voltar ao patamar recorde de 3,6 milhões de unidades, registrado em 2012. Para 67% dos respondentes, este volume só poderá ser alcançado novamente após 2024.
CAPACIDADE PRODUTIVA REDUZIDA
A pesquisa também apurou que 70,6% dos respondentes apontam que as empresas programam redução de pelo menos 25% na capacidade produtiva para os próximos três meses, acompanhando a drástica queda da demanda. Parcela minoritária trabalha com cenário de corte dramático de 75% do potencial produtivo.
Para os entrevistados, os negócios mais afetados pela pandemia são os fornecedores e, em seguida, as concessionárias. Em terceiro lugar aparecem as fabricantes de veículos. Empreendimentos mais ligados ao aftermarket, como lojas de peças e oficinas mecânicas são indicados como menos expostos à crise.
CRISE REEMBARALHA CARTAS
Diante de um cenário tão crítico, Marcus Ayres, sócio da Roland Berger, diz que não existe “solução de prateleira” para atravessar a crise. Segundo ele, é importante que cada empresa avalie a própria posição no setor para entender quais medidas tomar.
“Algumas companhias vão precisar focar 100% na gestão do estresse financeiro, mas há aquelas que podem até florescer após esta crise, encontrar novas oportunidades, crescer no aftermarket, por exemplo”, diz.
Ayres avalia que a pandemia é devastadora para muitos negócios, mas pode representar também uma “reembaralhada das cartas”, permitindo que alguns empreendimentos ganhem protagonismo no novo normal pós-pandemia.
| Automotive Business ( publicado em 13-05-2020) | | | | A crise gerada pelo novo coronavírus deixou alguns setores à beira do colapso. O presidente da multinacional Whirlpool, João Carlos Brega, afirma que, apesar das dificuldades sem precedentes, o governo federal precisa ser cirúrgico ao liberar recursos.
"Todo mundo está tendo dificuldade - e há algumas situações extremas, como a das companhias aéreas", disse o executivo, durante a série de entrevistas ao vivo Economia na Quarentena, do jornal O Estado de S. Paulo.. "(Mas a liberação) não pode ser a fundo perdido, pois é o dinheiro do contribuinte, dos impostos."
O executivo também criticou a falta de sintonia entre as várias esferas do governo no que se refere ao combate à pandemia de covid-19. "A prioridade deve ser a crise sanitária, que gerou a crise econômica. Sem se resolver a crise sanitária, vai ser como vender geladeira para esquimó." A americana Whirlpool fabrica e distribui as marcas de eletrodomésticos Brastemp, Cônsul e Kitchen Aid no Brasil. A companhia está presente no País há mais de 60 anos.
Brega disse ainda que a crise deve se estender mais do que se imaginava inicialmente. Ele prevê um segundo semestre ainda marcado por período recessivo "muito forte". "O Brasil e a América Latina sentiram os efeitos do vírus mais tarde do que outras regiões do mundo. E eu pessoalmente lamento o desalinhamento entre os governantes para termos uma solução mais adequada na parte sanitária", disse.
O segmento de linha branca vem sofrendo com o fechamento das lojas físicas de eletrodomésticos, que concentram cerca de 50% da demanda. Embora as vendas online tenham crescido em março e abril e ajudado um pouco o Dia das Mães, o resultado nem de longe foi suficiente para compensar a perda de metade do movimento.
Mesmo depois que o comércio não essencial puder abrir as portas, Brega projeta um problema de demanda. Isso porque, segundo ele, o segmento de eletrodomésticos é puxado por dois fatores. "O primeiro é de reposição: se quebrou, você precisa substituir os produtos essenciais. E a segunda alavanca é a compra planejada, motivada por uma reforma ou casamento, por exemplo. Essa segunda deixou de existir. Hoje nós vivemos da reposição."
É só mais adiante, depois que a questão da pandemia estiver equalizada, que o executivo da Whirlpool vê algums movimentos positivos para o setor - entre eles, a tendência de as pessoas cozinharem mais em casa e, por isso, comprarem eletrodomésticos de mais qualidade. No Brasil, uma das demandas que teve crescimento durante a pandemia foi por máquinas de lavar louça. Brega afirma que é um campo ainda inexplorado. Hoje, segundo ele, menos de 2% dos domicílios brasileiros utilizam o aparelho.
Contratos suspensos
Embora tenha criticado a crise política e as discordâncias entre diferentes esferas de governo, o executivo elogiou a medida provisória do Ministério da Economia que flexibilizou as relações de trabalho durante o período da pandemia de coronavírus - ele classificou a decisão como "muito feliz".
"Na parte administrativa (da Whirlpool), parte dos funcionários está em home office e outra parte que está com contrato suspenso. Na manufatura, não houve suspensão, mas houve redução de jornada (e de salário). E isso descontando as pessoas do grupo de risco, que estão afastadas desde o início de março", explicou Brega.
| Bem Paraná | | | | Lideranças da Bosch, Cummins e ArcelorMittal falaram sobre os desafios da pandemia durante Live #ABX20
Se a pandemia de Covid-19 já causa estragos significativos nos negócios de companhias automotivas globais, a situação é ainda mais crítica entre as empresas menores, de capital nacional. “Já começamos a ver baixas na cadeia de valor e esta é uma realidade inevitável. Estamos desenvolvendo um trabalho para apoiar estes parceiros”, conta Besaliel Botelho, presidente da Bosch América Latina.
O executivo participou de Live #ABX20 na quarta-feira, 13, ao lado de Luís Afonso Pasquotto, presidente da Cummins América do Sul, e de Gustavo Levy Canaan, diretor de vendas corporativas da ArcelorMittal. Os três concordaram que o momento demanda uma dose extra de colaboração.
Botelho contou que a Bosch tem apoiado seus parceiros na busca por crédito e liquidez, já que as iniciativas anunciadas pelo governo neste sentido “não estão chegando na ponta”, onde são mais necessárias. Já a Cummins tem oferecido ajuda técnica aos parceiros até mesmo na gestão para atravessar este momento, como conta Pasquotto.
Na estratégia de negócio, a empresa está priorizando o aumento da nacionalização para reduzir custos com o dólar elevado – o que também pode trazer fôlego aos fornecedores. Segundo ele, os principais componentes usados pela companhia já são feitos no Brasil, mas há uma série de outras possibilidades para localizar itens menores.
“Aumentar a nacionalização é uma prioridade para nós. Todos os fornecedores que enxergarem oportunidades neste sentido podem nos procurar porque o nosso time de compras está disponível”, diz o Pasquotto.
Canaan, da ArcelorMittal, aponta que a companhia tem recebido uma série de consultas justamente por causa da demanda por produzir no Brasil componentes que eram importados até então. “Neste momento, estamos sensíveis para ajudar nossos clientes e fornecedores que estão precisando ou tinham projetos de investimento nesse sentido”, afirma.
O FUTURO APÓS A PANDEMIA
Besaliel, da Bosch, aponta que depois do baque inicial da crise, que forçou a empresa a dar férias coletivas e adotar medidas de redução da jornada e dos salários por meio da MP 936, a expectativa é de que as atividades sigam fortemente afetada nos próximos meses. O executivo avalia que os resultados dos anos seguintes também serão afetados pela atual crise.
“Nós já vínhamos com volumes baixos nos últimos anos no Brasil. Esta crise agrava ainda mais a situação”, diz Botelho.
Na Cummins, Pasquotto conta que a produção de motores foi retomada com capacidade reduzida em 50%. O executivo diz que a diminuição do ritmo foi menor na área de filtros e aftermarket, que está em compasso 25% inferior ao de antes da pandemia. O executivo conta que o cenário futuro ainda é muito nebuloso porque qualquer evolução está relacionada ao controle ou não da contaminação por coronavírus.
Na ArcelorMittal, Canaan identificou redução imediata de 70% na demanda por aço para o setor automotivo. “Este número melhorou um pouco e esperamos fechar o ano com ritmo 30% menor”, projeta.
EURO 6 E ROTA 2030 NÃO SÃO PRIORIDADE
Apesar da crise, o setor automotivo têm marcos regulatórios importantes pela frente, com metas de segurança para 2022, eficiência energética para veículos leves em 2023 e, no caso dos pesados, o Proconve P8, ou Euro 6, nova legislação de emissões do segmento.
Botelho entende que não é o momento de discutir uma revisão de prazos para estas regulamentações. “É uma discussão que precisaremos fazer depois – até porque atender metas de segurança e emissões é essencial”, avalia. E prossegue:
“Não podemos dizer ao governo neste momento que vamos continuar a fazer carros mais poluentes e menos seguros porque estamos com problemas de caixa.”
Já Pasquotto diz que a Cummins está preparada para o Euro 6, mas que este não é o principal desafio do setor. O executivo lembra que a renovação da frota com substituição de veículos antigos que estão em circulação geraria um impacto ambiental maior do que simplesmente introduzir tecnologia em caminhões novos.
Sem dar números, o executivo admite que, por causa da pandemia, a empresa vai reduzir os investimentos programados para o Brasil, mas que fará isso de forma inteligente. “Vamos esperar para fazer melhorias nos nossos prédios, por exemplo, mas manter aportes em saúde, nas pessoas, e também em digitalização para melhorar a competitividade e sustentabilidade do negócio”, esclarece.
| Automotive Business ( publicado em 13-05-2020) | | | | Ministério espera queda de 4,7% no PIB em 2020 e risco de falências e desemprego no 2º semestre
Projeções realizadas pelo Ministério da Economia identificam forte retração na atividade a partir de julho, com impactos no mercado de trabalho e riscos para a estabilidade social.
O cenário foi identificado há algumas semanas. As simulações incluem os efeitos do distanciamento social e o fechamento de empresas para evitar o contágio pelo coronavírus. Como essa alternativa para deter a doença tem forte oposição do presidente Jair Bolsonaro, a divulgação do trabalho vinha sendo adiada para evitar que a discussão fosse contaminada pela política.
O ministro Paulo Guedes (Economia), porém, autorizou a apresentação do trabalho nesta quarta-feira (13). Ele planeja uma retomada controlada das atividades para evitar o que considera um mergulho do país no caos social. Guedes vem abordando o tema de forma esporádica em algumas de suas falas públicas, sem, no entanto, apresentar detalhes.
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, divulgou nesta quarta-feira uma projeção de queda de 4,7% no PIB (Produto Interno Bruto). Antes, havia previsão de alta de 0,02%.
Nota técnica do órgão estimou que cada semana de isolamento impediu o país de produzir R$ 20 bilhões em riquezas. Se confirmado, será o maior recuo do PIB desde 1901, segundo dados do IBGE.
Nesse cenário, há uma mudança de discurso no time de Guedes de afrouxamento das medidas de isolamento social. A guinada vai ao encontro das declarações do presidente Jair Bolsonaro.
Diferentemente do chefe, o ministro havia apoiado o confinamento como forma de conter o avanço do coronavírus. As medidas em estados e municípios já perduram dois meses.
Agora diversos fatores levam a equipe de Guedes a prever que a economia entrará na UTI com as atividades paradas. A deterioração comprometerá o bem-estar da população a partir do segundo semestre.
Na avaliação dos técnicos, como continuam de portas fechadas, empresas de pequeno porte passaram dois meses sem acesso ao crédito diante das dificuldades do governo em estruturar mecanismos de garantias para os empréstimos.
Segundo dados internos da pasta, essas companhias registram um índice de falência sem precedentes. Elas respondem por mais de 80% dos postos formais de trabalho.
Projeções da Economia com base nos dados do seguro-desemprego indicam que, por enquanto, as demissões decorrentes da crise gerada pelo coronavírus representaram menos de 800 mil postos.
No entanto, a avaliação é a de que poderá superar 5 milhões até o fim do ano se a paradeira for prolongada nos estados e municípios. Essas empresas são as grandes empregadoras, especialmente nas regiões mais afastadas do país.
A preocupação de Guedes é que não haverá dinheiro disponível no caixa se, após junho, for preciso renovar o prazo das políticas emergenciais de socorro à população e empresas.
Os gastos da União com a pandemia, incluindo a ajuda de R$ 600 para os trabalhadores informais, já levam o Orçamento deste ano para um déficit de R$ 600 bilhões.
Até o momento, o governo conseguiu minimizar o aumento do desemprego formal com uma medida provisória que autorizou a redução de jornada e de salário por três meses.
Muitos setores pedem que essa política seja renovada para até o fim do ano. Sachsida rejeita prorrogação e diz que uma ampliação no período de restrições elevará as perdas da economia.
A projeção considera que quanto maior o prazo de isolamento, maior o número de falências e demissões. A medida também amplia o endividamento corporativo.
"Essa nota não tem conotação de crítica sobre as políticas de isolamento social", disse Sachsida. "[Essa nota] foi feita exclusivamente para mostrar o custo econômico dessas políticas e fazer as estimativas para o PIB."
Assessores de Guedes disseram que o cálculo das perdas com o isolamento estava pronto há semanas. Porém, Guedes preferiu segurá-lo para não parecer que estava defendendo a economia em vez da saúde.
Essa "primeira onda" do coronavírus, como Guedes chama a quarentena, levou o governo a liberar recursos para evitar desemprego e manter as pessoas em casa. Com isso, a dívida pública baterá em 90% do PIB neste ano.
A equipe econômica preparou medidas como a do corte de jornada e de salários, direcionou recursos para o crédito corporativo, abriu mão de receitas (taxas, impostos e contribuições) para tentar evitar que uma contaminação em massa levasse ao colapso do sistema público de saúde.
Nesse período, Bolsonaro defendeu a retomada das atividades minimizando os efeitos do coronavírus.
Esse posicionamento deflagrou uma disputa política com governadores e prefeitos, que, em diversos casos, ignoraram o decreto federal que ampliou a lista de serviços essenciais.
Na semana passada, o presidente se aproveitou da visita de representantes da indústria no Palácio do Planalto para pressionar o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli.
Depois de ouvir dos empresários que a economia parou e que os efeitos seriam danosos, Bolsonaro solicitou uma audiência surpresa à corte.
Ele levou os empresários para tentar dividir com Toffoli o ônus da crise. Durante a visita, os representantes de 15 setores da economia afirmaram a Toffoli que estão prontos para a retomada.
Eles disseram que conseguiriam voltar às atividades com protocolos seguros de saúde.
O presidente do Supremo pediu responsabilidade. Ele propôs a criação de um comitê envolvendo todos os Poderes, inclusive entes federados –estados e municípios.
Na conversa, Guedes disse que o pulso da economia estava fraco e que corríamos o risco de "virar uma Venezuela" se o isolamento persistir por mais tempo.
Nos bastidores, o chefe da Economia avalia propor que o grupo proposto por Toffoli possa discutir um programa de "retomada controlada". A medida valeria para setores aptos, como montadoras e indústrias.
O controle seria garantido por um protocolo a ser definido pelo Ministério da Saúde com os procedimentos necessários (adaptações de linhas de montagem, como distanciamento entre funcionários) para evitar contágios. Para isso, seriam exigidos testes em massa.
Outra ideia em curso seria retirar a população que faz parte do grupo de risco, como idosos, da casa desses trabalhadores, especialmente os mais carentes.
Pessoas que participam das discussões na Economia afirmam que uma proposta em análise na Casa Civil prevê seleção de idosos, especialmente nos grandes centros urbanos, e transferência para hotéis que, neste momento, estão fechados.
A organização dessa força-tarefa ficaria a cargo do Exército.
| Folha de S.Paulo | | | | Além de permitir que os governos controlem nossas vidas, o pânico em torno da Covid-19 reflete nosso desejo de controle e fascínio pelas catástrofes.
Um homem sábio sabe que tem de pôr as coisas em perspectiva, mas um homem mais sábio ainda sabe em que perspectiva pôr as coisas. Um médico que diz à viúva de um paciente que acabou de morrer que, no final das contas, a morte do marido dela foi apenas uma entre as 2,8 milhões de morte anuais nos Estados Unidos (ou 56 milhões de mortes no mundo todo) é um monstro insensível. Mas um epidemiologista que tenta expressar sua compaixão por toda morte que tabula jamais irá além da sua primeira planilha estatística. A perspectiva mais adequada muda de acordo com o contexto.
Sob que perspectiva correta o cidadão médio deveria ver a pandemia atual de coronavírus, supondo que haja uma única perspectiva correta para isso? A maioria das pessoas, suponho, oscila entre a complacência e o pânico. Elas são como pequenos investidores que acompanham as flutuações do mercado acionário com uma atenção febril. Um gráfico mostrando o crescimento exponencial nos casos leva a um estado de ansiedade; um gráfico mostrando uma queda no número de mortes no dia anterior leva à sensação de alívio, de que o pior já passou.
Ouça o que dizem os cientistas, você talvez pense. Este é o caminho para você se tornar um ser humano totalmente racional. Sobre isso, a ciência se manifesta com uma única voz, ex cathedra. Ela expõe uma doutrina que a Humanidade, composta na maior parte por pessoas alheias à ciência, deve aceitar com humildade. Mas claro que nem o mundo nem a ciência são assim.
Preso em meu apartamento de Paris (como um verdadeiro prisioneiro, tenho permissão para uma hora de exercício por dia), acabei de ler dois livros extremamente relevantes para a situação atual: The Rules of Contagion [As regras de contágio], de Adam Kucharski, epidemiologista da London School of Hygiene & Tropical Medicine, e Épidémies: vrais dangers et fausses alertes [Epidemias: perigos reais e alarmes falsos], de Didier Raoult, um dos mais importantes médicos especialistas em doenças infecciosas do mundo e que mora em Marseille.
Ninguém duvida da importância dos dois cientistas, embora suas ideias sejam tão discordantes quanto as de um secularista militante e um teocrata. O leigo que está fazendo o seu melhor para ser racional está à mercê do último especialista cuja opinião ele leu ou ouviu falar. Raoult talvez arruíne sua reputação por conta de sua barulhenta e nada científica defesa do tratamento com a hidroxicloroquina, enquanto Kucharski não reconhece os limites da epidemiologia, que às vezes é uma ciência inexata e, pior, às vezes pode ser um instrumento poderoso para o controle da população por parte de burocratas.
Ilusão de controle
Raoult despreza os modelos epidemiológicos cujos históricos de acertos são duvidosos, para dizer o mínimo. Ele lista epidemias recentes, incluindo duas gripes aviárias, a doença da vaca louca, ebola, chicungunha, zika, SARS e MERS, a partir das quais os epidemiologistas criaram ousados modelos de progressão, e diz:
Foram feitos modelos matemáticos e previsões para todas essas doenças, prevendo a morte de milhões de pessoas. Nada disso aconteceu, exceto por uma epidemia de gripe que foi tão fatal quanto qualquer gripe normal.
Erros como o que ele descreve não têm apenas importância intelectual. Eles têm consequências práticas graves naquele que podemos chamar de mundo real. Eles desorientam os esforços de saúde, tirando o foco de problemas muito maiores. Raoult calcula que, para cada uma das doenças mencionadas, existem 61 artigos científicos nos melhores periódicos médicos para cada morte causada por elas. O pânico é geralmente mais perigoso do que aquilo que o causou.
Entre as doenças que Raoult considera as de pouco impacto, em termos estatísticos, está a Covid-19. (O livro dele foi publicado em março). Ele está certo ou está sendo insensível? Como o pobre leitor leigo é capaz de decidir? Confesso-me num estado de dissonância cognitiva – e claro que não estou sozinho nessa — quando leio que a mortalidade na população como um todo não foi afetada pela pandemia, mas ainda assim há matérias confiáveis em todos os cantos que mostram cenas apocalípticas em hospitais como nunca se viu antes.
Claro que as piores cenas são localizadas: nenhuma epidemia atinge todos os lugares com a mesma força. Mas a Covid-19 claramente não é a Peste Negra, que matou algo entre 1/3 e metade da população europeia e que ninguém na época podia dizer que não se tratava de uma ameaça à espécie, porque ela realmente foi.
O pânico mundial em torno da Covid-19 nos diz algo sobre nós mesmos e sobre o mundo contemporâneo? Em 1957, a gripe asiática teria matado até 2 milhões de pessoas, enquanto a gripe de Hong Kong de 1968 teria sido responsável por mais de um milhão de mortes, e ainda assim elas desapareceram completamente da memória coletiva, talvez sem jamais ter entrado nela.
De acordo com Raoult, pânicos quanto a epidemias em potencial são ainda mais frequentes. Por que isso acontece, já que a expectativa de vida média mundial é a mais alta na história da Humanidade? Será que esses pânicos são um sintoma da nossa falta de contato cada vez maior com a morte como o fim natural da vida?
Um dos problemas é que o medo não é exatamente proporcional ao risco, nem mesmo quando se sabe disso. Por mais que saibamos que as viagens aéreas são o meio de transporte mais seguro que existe, será que existe alguém que não sente um medo momentâneo quando o tubo de metal no qual ele se encontra se aproxima do solo a mais de 200 km/h? As estatísticas de mortos em acidentes aéreos não servem de nada para acalmá-lo.
O pânico em torno da Covid-19, supondo que ela continue sendo uma epidemia de consequência relativamente menor na mortalidade geral da população mundial, se deve em parte ao caráter apocalíptico da morte causada pela doença. Se em vez de um sofrimento tão horrível o doente simplesmente morresse dormindo, a epidemia mal seria notada, muito menos por nossa imprensa, e ainda mais sendo que as mortes ocorrem predominantemente entre os mais velhos. Apegado à vida como sou, não posso ignorar que a morte, na minha idade, não seria tão trágica quanto a morte de uma pessoa de vinte anos.
A Covid-19 sem dúvida será controlada em breve. Haverá uma vacina, talvez um tratamento. Mas ela terá feito um estrago na crença, ou ilusão, da Humanidade de que tudo está sob controle, exceto por um bipe aqui e ali no caminho de uma vida sem sofrimento, inconvenientes ou imprevistos. Para nós que sobrevivermos à pandemia, a ciência terá ganhado força, mas terá perdido alcance.
Eu me lembro de um tempo antes do colapso do Lehman Brothers (o epidemiologista Adam Kucharski menciona isso), quando matemáticos diziam ter elaborado um modelo que eliminava o risco de um calote epidêmico nas hipotecas. Isso, claro, provou ser uma ilusão, e é sempre uma tolice. Mas se a comparação é válida, também sugiro que a ilusão de controle retornará em breve, depois que a epidemia passar. A ilusão é eterna.
A sedução da catástrofe
O catastrofismo é o contrário da sensação de controle total. Podemos passar de uma coisa a outra sem recorrermos ao realismo, assim como somos capazes de mudar a forma de ver as coisas quando nos deparamos com um desenho que pode ser um pato ou um coelho, mas não conseguimos ver as duas coisas ao mesmo tempo. O utópico de hoje é o distópico de amanhã.
Cenários catastróficos sempre atraem a mente humana, ainda mais em tempos de segurança. (Eu cheguei aos 70 anos sem passar por guerra, sem sofrer opressão e sem qualquer ameaça séria à minha saúde, provavelmente algo inédito na história humana). A literatura e o cinema demonstram nosso amor pelas catástrofes imaginadas. O realismo, por outro lado, é chato, desinteressante. As pessoas no conforto de seus lares gostam do perigo, desde que ele não as ameace.
Não posso provar, claro, mas sinto um quê de deleite nas matérias sobre os números de mortos por Covid-19. As Cassandras profissionais (e acho que, num contexto diferente, sou uma delas) se satisfazem ao dizerem “eu lhe disse”. Há mais prazer em se ter razão quanto a um desastre futuro do que em se ter razão quanto à melhora geral da Humanidade. Possivelmente haverá uma ligeira decepção em alguns segmentos quando tudo voltar ao normal. Como ocuparemos nossas mentes então?
Theodore Dalrymple - é médico e escritor."
| Gazeta do Povo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Indicador da entidade, que reúne 37 nações, sinaliza forte retração em países como o Brasil
Abril também foi um mês de colapso sem precedentes nas perspectivas de crescimento de 9 entre 11 das principais economias do mundo, segundo o indicador CLI divulgado pela OCDE (organização que reúne 37 dos principais países do mundo) nesta terça (12).
Segundo a entidade, as medidas de quarentena, necessárias para conter a pandemia de coronavírus, continuaram a ter um impacto severo na produção, no consumo e na confiança de consumidores e investidores. O CLI é um indicador composto que projeta pontos de virada nos ciclos de negócios.
Na comparação com o índice de abril de 2019, a Rússia teve a maior queda, de 9,17%, seguida pelo Reino Unido, com 7,93%, e o Brasil, com 7,82%, uma tendência de queda muito superior à revelada pelo índice de março, que, para o Brasil, era de -1,26%.
A tendência é de redução severa na atividade também no Canadá, no Japão, na França, na Alemanha, na Itália e nos EUA, e o indicador aponta queda também para a Índia.
Na China, no entanto, onde as medidas de contenção já foram flexibilizadas, o setor industrial aponta para uma mudança positiva —a OCDE ressalva, porém, que as informações atualmente disponíveis para o mês de abril na China são parciais.
O CLI mostra movimentos de curto prazo em relação a seu potencial de longo prazo, ou seja, uma queda no indicador não é uma medida do grau de contração do PIB, mas uma indicação da força com que os países entraram nessa fase de contração.
Como medida de comparação, a organização diz que o sinal é mais forte agora do que era na época da crise financeira de 2008.
A organização ressalva que, desde o mês passado, é preciso ponderar a interpretação do CLI (e de indicadores futuros em geral), por dois motivos.
O primeiro é que ainda há incerteza sobre a duração das quarentenas, o que reduz muito a capacidade de o indicador prever movimentos futuros nos ciclos de negócios.
Além disso, o CLI não consegue antecipar o fim da desaceleração, também porque não está clara a severidade e a duração das restrições impostas.
O indicador começará a recuperar sua capacidade de prever quando empresas e consumidores começarem a se adaptar às novas realidades.
Segundo a OCDE, para melhorar a capacidade de previsão será fundamental que os governos comecem a formular e comunicar estratégias de longo prazo, além das medidas imediatas iniciais que eles tiveram que impor.
Nesta quarta, a OCDE divulgou também uma alta na taxa de desemprego dos países que a compõem, de 5,2%, em fevereiro, para 5,6%, em março.
“Os dados iniciais de abril sinalizam um aumento sem precedentes”, afirmou a organização.
O número de desempregados na área da OCDE, que agora inclui a Colômbia, aumentou em 2,1 milhões, para um total de 37 milhões em março. O aumento foi particularmente acentuado entre mulheres e jovens de 15 a 24 anos: subiu 1,0 ponto percentual, para 12,2%.
O desemprego feminino aumentou 0,5 ponto percentual (para 5,8%) em comparação com um aumento de 0,3 ponto percentual para homens (para 5,3%).
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Uma empresa de cosméticos procurou a Justiça e pediu que o valor do aluguel de uma loja no Centro de Curitiba não fosse cobrado integralmente. O espaço é utilizado para a venda de produtos de perfumaria e de higiene pessoal, mas, segundo a autora da ação, a pandemia causada pelo novo coronavírus afetou o negócio. Durante o fechamento do comércio não essencial, o faturamento da loja chegou a zero e segue baixo mesmo com a recente reabertura do estabelecimento.
Após uma tentativa de solucionar a questão extrajudicialmente, os proprietários do imóvel concordaram em reduzir apenas 10% do valor do aluguel bruto de março e abril de 2020. Sem acordo, a empresa processou os locadores.
Em 1º Grau de Jurisdição, o pedido da empresa de cosméticos foi negado. Segundo o magistrado da 14ª Vara Cível de Curitiba, diante da ausência de uma solução consensual entre o locador e a locatária, “a interferência do Judiciário deve ser feita com cautela, para evitar um efeito cascata nas relações negociais, especialmente, considerando a excepcional situação de calamidade na saúde pública”. A autora da ação recorreu ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).
Na última terça (12), ao apreciar a questão, o magistrado relator do processo em 2ª instância acolheu parcialmente o pedido da empresa. Na decisão liminar da 18ª Câmara Cível do TJPR, o Juiz Substituto em 2º Grau suspendeu a exigibilidade de 50% do valor do aluguel referente aos meses de março, abril e maio de 2020. Ele observou que a paralisação dos negócios afetará locatário e locador e que a solidez do grupo empresarial envolvido no processo não garantiria, indefinidamente, o faturamento necessário para o custeio de despesas mensais, como o aluguel das lojas físicas.
“A (perspectiva de) redução do faturamento em determinado período não caracteriza, em tese, motivo de força maior ou caso fortuito a dispensar o empresário do pagamento do aluguel dos imóveis ocupados para o desempenho de suas atividades comerciais. Isto porque, nas obrigações de trato contínuo e que demandam prévia alocação de recursos para o custeio das despesas de curto prazo, resta atenuada a interferência das variações do mercado sobre o adimplemento da respectiva contraprestação. Com relação à pandemia da COVID-19, entretanto, não resta dúvida da imprevisibilidade do fato em sua magnitude, tampouco das consequências que já vem provocando”, fundamentou o magistrado.
A decisão tem caráter provisório – ao longo do feito, ambas as partes poderão apresentar e defender seus posicionamentos.
| Bem Paraná ( publicado em 13-05-2020) | | | | O mais otimista é o que parece um V; depois de forte pancada, a economia retorna em pouco tempo à trajetória anterior
As projeções macroeconômicas divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril mostraram uma economia global derrubada pela Covid-19. Noventa países deverão ter seus PIBs encolhidos este ano. Mesmo se antecipando um retorno a taxas positivas de crescimento no próximo ano, a renda per capita no final de 2021 ainda será menor que a de dezembro do ano passado. Trata-se de um desastre econômico comparável ao que aconteceu durante a Grande Depressão dos anos 30 no século passado.
Presume-se que a recuperação pós-crise deverá se iniciar na segunda metade do ano, pelo menos naqueles países onde o surto de coronavírus seja considerado como passado e as políticas de achatamento da curva pandêmica possam ser relaxadas. Os choques provocados pela Covid-19 têm sido profundos enquanto duram, mas invariavelmente serão temporários.
Quão rápida será tal recuperação, ou seja, qual será o formato da curva de evolução do PIB no tempo? De que dependerá esse formato?
Permitam-me mencionar quatro formatos estilizados possíveis para tal evolução do PIB. O mais otimista é aquele de um “V”. Depois de sofrer uma forte pancada durante a pandemia, a economia retorna em pouco tempo à trajetória anterior. A perda de PIB durante o período de restrições –por conta de choques de oferta e da demanda reprimida– é definitiva. Contudo, desde que não fiquem sequelas duradouras do período de surto do vírus e da crise sobre o sistema produtivo e as condições dos agentes econômicas, tudo volta ao normal anterior.
Algo menos otimista e mais provável que o anterior é o formato em “U”. Os efeitos da pandemia perduram, inclusive porque as normas de distanciamento social permanecem por algum tempo, mas por fim o PIB retoma sua trajetória anterior após um período em baixa. Mesmo que as condições sanitárias sejam declaradas normalizadas, consumidores e empresas hesitarão antes de voltar a seus padrões de consumo e planos de investimentos anteriores.
Há, não obstante, duas outras trajetórias mais pessimistas. Uma delas é a forma de um “W”. Esse será o caso se, após um relaxamento das políticas de distanciamento social, novos surtos de Covid-19 aparecerem e novas rodadas dessas políticas sejam implementadas. Essa possibilidade é mencionada por todos aqueles que argumentam contra algum levantamento precoce de restrições à mobilidade e à aglomeração de pessoas.
Finalmente, há a possibilidade de que o estrago deixado pelo coronavírus seja permanente ou durável. Nesse caso, a recuperação toma a forma de um “L”. A economia volta a crescer, porém em patamares do PIB ao longo do tempo inferiores ao que seria o caso se Covid-19 não tivesse aparecido.
Planos prévios de investimento podem ser engavetados. Empresas previamente saudáveis podem ter falido por conta da deterioração abrupta e repentina em suas condições de operação durante a crise. Mudanças no padrão de consumo podem levar à eliminação definitiva de postos de trabalho sem que desempregados encontrem rapidamente emprego alhures.
Processos de produção podem ser alterados para formas menos eficientes para evitar riscos anteriormente não considerados relevantes. A condição patrimonial de famílias, empresas e governo poderá também sofrer deterioração significativa durante a epidemia.
Decerto a dívida pública subirá em todo o mundo, algo naturalmente esperado em decorrência do papel do Estado como seguradora de catástrofes em última instância em todos os países do mundo. Medidas emergenciais e temporárias, bancadas pelo setor público, têm sido em geral adotadas, objetivando minimizar as consequências desastrosas da parada súbita - temporária mas potencialmente letal - provocada pelo coronavírus.
Não por acaso, pelo mundo afora, governos têm anunciado políticas dramáticas de transferência de renda para trabalhadores informais, linhas de crédito especiais para segmentos de empresas – às vezes atreladas à preservação de empregos -, medidas de desoneração de encargos tributários e assim por diante.
A rigor, da qualidade – em termos de custo-eficácia – dessas políticas públicas dependerá a resposta à segunda questão que propusemos, ou seja, de que dependerá o formato da recuperação. Por um lado, há o ônus da dívida pública. Por outro, quanto maior for a suavização dos fluxos de renda das famílias – especialmente das mais vulneráveis e sem poupança acumulada – e menor for a falência de negócios saudáveis em condições normais, mais próximo o país estará do formato em “U” do que do “L”.
Há também a possibilidade de que a crise, em seu curso, suscite mudanças nos ambientes institucionais do país, com efeitos favoráveis ou desfavoráveis ao crescimento com inclusão social no longo prazo. Como em outras experiências de catástrofe na história, a exposição de necessidades flagrantes de reformas pode reforçar sua busca após a crise.
Exemplos óbvios disso, no caso brasileiro, são a necessidade de incorporar trabalhadores informais “invisíveis” ao arcabouço de proteção social no país, assim como a premência de integração das favelas. Por outro lado, há sempre o risco de que fragilidades institucionais subjacentes sejam acentuadas pela situação de crise.
No Brasil, ainda vivenciando a subida na curva pandêmica, está difícil avaliar se o pacote de medidas emergenciais e temporárias adotado nos aproximará do U ou do L. Até porque, dado o âmbito global da crise, dependeremos também de como se der a evolução no resto do mundo.
Por quê? - Especialistas traduzem o economês do seu dia a dia, mostrando que economia pode ser simples e divertida.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Decisão deverá ser oficializada na tarde desta quinta em uma reunião virtual
O chefe da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, anunciará sua saída nesta quinta-feira (14), mais de um ano antes do final de seu mandato, em uma decisão inesperada no momento em que o mecanismo da agência para resolver disputas está paralisado.
Segundo o porta-voz da organização, Keith Rockwell, o anúncio oficial será feito após uma reunião de Azevêdo com os chefes de delegação, às 11h (horário do Brasil) desta quinta.
O brasileiro de 62 anos assumiu o cargo de diretor-geral da OMC em 2013 e está em seu segundo mandato, que deveria ser concluído no final de agosto de 2021.
Ele convocou uma reunião virtual para informar membros nacionais nesta quinta-feira à tarde sobre sua decisão de sair antes, disseram as fontes.
A saída dele acontece em um momento importante para o órgão de 25 anos, que viu seu papel na resolução de disputas ser afetado depois que seu Conselho de Apelação foi paralisado em dezembro por uma decisão dos Estados Unidos de bloquear a indicação de juizes.
Os chefes das delegações dos 164 membros da OMC foram convocados para a reunião especial marcada para as 11h (horário de Brasília) para informá-los sobre "importantes questões administrativas da OMC".
A OMC disse que fará um anúncio após a reunião, mas que não comentaria até lá.
A OMC, que tem o objetivo de determinar regras globais de comércio, não produziu nenhum grande acordo internacional desde que a abandonou a "Rodada de Doha" em 2015.
Seus membros estão negociando um acordo para reduzir subsídios à pesca buscando permitir uma retomada dos estoques de peixes, enquanto um grupo menor está discutindo um possível acordo sobre e-commerce. Entretanto, persistem importantes diferenças e os grupos estão longe de um consenso necessário para fechar ambos os acordos.
Alguns membros, destacadamente os EUA, Japão e União Europeia, pressionam por reformas mais fundamentais. Eles dizem que as regras comerciais globais precisam refletir novas realidades, como uma China mais forte, e lidar com problemas como subsídios estatais e transferências forçadas de tecnologia.
| Folha de S.Paulo | | | | Esforço para atrair consumidores, porém, pouco influenciou no faturamento geral do setor
Comportamento pouco usual antes da pandemia, pequenas e grandes varejistas agora oferecem frete grátis nas compras online, uma tentativa de enfrentar a acirrada concorrência pelos parcos clientes com renda e ainda dispostos a comprar produtos não essenciais na crise.
A taxa de entrega mais barata ou isenta cresceu mesmo em mercados estabelecidos, formados pela classe média que já comprava pela internet e naturalmente migrou para o ecommerce durante o isolamento social. O frete grátis era a norma do comércio online quando ele engatinhava, e lojistas tentavam estimular um novo hábito.
O esforço para atrair consumidores desde março, porém, pouco influenciou no faturamento geral do setor, que já vinha em escalada de crescimento e apresenta números altos durante a pandemia de coronavírus, de acordo com consultorias que monitoram o setor. E o varejo caiu em março, segundo dados do IBGE, apesar do aumento das vendas online.
Empresas como Casas Bahia, Dafiti, lojas de marketplace da B2W, e Magazine Luiza intensificaram o benefício a várias regiões do país desde o início da pandemia.
A ViaVarejo, dona de Casas Bahia, Extra.com e Pontofrio, ampliou a oferta de frete grátis nas regiões Sul e Sudeste, definidas pela alta demanda.
“Temos um grupo grande de clientes nessas regiões, cruzamos com os itens mais vendidos e antecipamos essa demanda; com isso, temos um prazo de entrega ao cliente final reduzido e um valor de frete mais baixo”, diz Fernando Gasparini, diretor de logística da companhia.
A regionalização dos estoques auxiliou em investimentos nas campanhas com fretes grátis sem comprometer os resultados da empresa durante a pandemia, de acordo com o diretor.
Além da procura natural por itens de limpeza, que antes eram adquiridos em grande parte nos supermercados, itens de alto valor agregado, como TVs, notebooks e produtos de ginástica também registraram aumento de demanda na varejista.
O Magazine Luiza zerou o frete a produtos de mercado e saúde em qualquer valor em todas as cidades durante o período de isolamento. Também subsidiou o frete aos vendedores de suas plataformas, movimento que já vinha implementando desde 2019, após a chegada da Amazon Prime, assinatura da Amazon que inclui frete, no Brasil.
“Para conseguirmos entregar sem ferir a operação com custo alto, foram vitais nossas lojas físicas. Avançamos ferozmente em nosso projeto de "ship from store" [loja usada como centro de distribuição para produtos comprados online] e conseguimos acelerar semanas de desenvolvimento em dias”, afirma Felipe Cohen, diretor de operações do ecommerce do Magalu.
Lojas de roupas como Khelf, TNG e Básico.com, que tinham no ponto físico parte essencial de renda, estão usando o benefício para driblar o impacto de estabelecimentos ou shoppings fechados.
“As marcas estão precisando se esforçar ao máximo para captar clientes para o online nesse período”, diz Fernando Abilio, sócio-diretor da Khelf, que tem cerca de 36 lojas em São Paulo, sendo apenas uma fora de shopping.
No caso da empresa, o frete é gratuito se o cliente utilizar o código do vendedor —outra tendência durante a quarentena, vendedores que buscam ativamente sua lista de clientes para lançar ofertas diretas.
Apesar da alta na procura geral pelo ecommerce, vendedores de itens considerados não essenciais, como roupas, lazer e eletrônicos, adotaram, além do subsídio de frete, descontos promocionais como alavancas de demanda para sobreviver à pandemia.
“Esse movimento foi visto principalmente nas primeiras semanas. Depois, o prazo de entrega se tornou um fator de importância, porque a procura aumentou muito e varejistas não estavam preparados ao desafio logístico desse incremento nos pedidos”, diz Roberto Butragueño, diretor de atendimento ao varejo e ecommerce da Ebit| Nielsen.
Nas últimas semanas de março, segundo ele, o prazo médio de entrega do comércio eletrônico era de 21 dias —o que não se aplica a marcas com programas já consolidados de prazo, como a Amazon. Hoje, o intervalo baixou para 16 dias. “Virou um fator de competição que pode fazer o cliente optar entre uma de duas lojas”, diz Butragueño.
Segundo a Nielsen, 41% dos pedidos despachados tinham frete grátis na primeira semana de abril, alta ante os 38% registrados no fim de janeiro.
“Existe aumento, mas como os produtos de alto giro e baixo ticket médio cresceram muito, o frete não importou tanto [na conta final do ecommerce]”, afirma o analista.
Dados da Compre&Confie, que monitora transações online de grande parte do mercado, mostram que a média de preço de frete caiu 6,2% na comparação entre fevereiro e março de 2020 e o mesmo período do ano passado.
“A tendência seria aumentar mais o frete grátis, mas muitas lojas entenderam que não faz sentido baixar porque os clientes chegam por necessidade, inclusive novos consumidores, quase obrigados a comprar online diante da impossibilidade de sair de casa”, diz André Dias, diretor-executivo do Compre&Confie.
Um forte impulso para a alta do faturamento do varejo eletrônico está nos consumidores de primeira viagem, que nunca haviam adquirido alimentação pela internet, por exemplo. Nas primeiras semanas de pandemia, 40% dos compradores do setor alimentício estavam fazendo uma compra online pela primeira vez.
O faturamento do ecommerce cresceu 35,8% na comparação entre março de 2020 e de 2019, segundo a Nielsen.
Na mesma comparação, o varejo brasileiro caiu 1,2%, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta (13). Na comparação com fevereiro, o comércio caiu 2,5% em março, marcando o pior desempenho desde março de 2003. Só houve crescimento nas vendas de supermercados e farmácias.
Na comparação entre o período pré-confinamento (do início de fevereiro a meados de março) e o pós (contabilizado até 27 de abril), a alta do ecommerce foi de 48,3%, atingindo R$ 8,4 bilhões em faturamento.
O número de pedidos foi mais importante que o ticket médio para tal aumento no online. Ainda segundo a Nielsen, as categorias de consumo de maior destaque durante a Covid-19 são eletrônicos, decoração, informática e bens de consumo de alto giro, que incluem alimentação e farmácia.
| Folha de S. Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Companhia também estuda implementar trabalho remoto de maneira permanente
A XP anunciou nesta quarta-feira (13) que manterá todos os seus 2.700 funcionários diretos em home office em até o final do ano.
A companhia, que já havia adotado o trabalho remoto para seus funcionários desde março, ante o avanço da pandemia do coronavírus, afirmou também que estuda implementar o home office de maneira permanente.
Segundo Guilherme Sant’Anna, sócio responsável pela área de gente e gestão da XP, o isolamento social aponta para uma mudança dos espaços físicos tradicionais. Ele diz que medidas adicionais serão adotadas conforme a conveniência e necessidade dos empregados, de forma a garantir a melhor adaptação ao novo modelo de trabalho.
Escritório físico da XP em São Paulo; companhia estuda implementar o trabalho remoto de maneira permanente
“Já somos uma empresa digital, sem a dependência de o cliente nos visitar em uma agência. A nossa cultura permitiu um ajuste rápido ao cenário atual e a experiência está nos trazendo uma série de aprendizados que podem se transformar em uma nova maneira de encarar a vida corporativa na XP”, afirmou Sant’Anna.
Para ele, a medida permitirá que os funcionários tenham melhor qualidade de vida e que trabalhem de onde preferirem – tanto no Brasil quanto no exterior.
A decisão foi baseada em estudos internos e pesquisas de satisfação com trabalhadores e clientes que mostraram melhora desde o início da quarentena. Os números, segundo a companhia, mostraram que o trabalho remoto é eficaz e eficiente na condução dos negócios.
A companhia também afirmou que continuará com presença nas principais cidades do país por meio dos agentes autônomos parceiros e com escritórios nos principais centros financeiros do mundo. Disse, ainda, que estuda transformar as estruturas físicas atuais em “escritórios-conceito”, com o objetivo de apoiar demandas específicas.
“A tendência é não termos mais espaço ocupado por estações de trabalho fixas na XP. Temos os próximos meses para definir o novo modelo de trabalho que, com certeza, será melhor para os nossos colaboradores”, disse Sant’Anna.
A companhia afirmou, em nota, que deve contratar cerca de 600 profissionais neste ano para atuar em diversas áreas, principalmente naquelas relacionadas à tecnologia.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Valor será utilizado para compra de 200 mil kits para testes PCR e pelo menos 1,2 milhão de máscaras triplas, como as usadas nos hospitais. Companhia fará novas doações como incentivo para a adesão dos consumidores ao débito em conta e fatura digital.
A Copel doará ao Estado R$ 5 milhões para a compra de testes e máscaras destinados ao combate do novo coronavírus. O investimento, aprovado pelo Conselho de Administração da empresa, foi confirmado na terça-feira (12), pelo presidente da companhia, Daniel Slaviero.
O anúncio foi feito em reunião promovida por empresários paranaenses e realizada por vídeo com o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, que destacou a importância da contribuição, assim como das doações que o Estado está recebendo de diversas organizações.
“Em valor individual, essa é a maior contribuição financeira que o Estado está recebendo de uma empresa, mas todas as doações são igualmente importantes para que possamos enfrentar a pandemia”, disse Ratinho Junior, ressaltando também a colaboração dos demais poderes do Estado no enfrentamento ao novo coronavírus.
Slaviero destacou que o valor doado pode ser ainda maior. Para isso, a Copel lançará, a partir de 21 de maio, a campanha Fatura Solidária, que estimula o engajamento dos clientes dos serviços de energia elétrica e internet fornecidos pela empresa.
A cada nova adoção da fatura digital, a Copel destinará R$ 2 ao projeto social. E cada nova adesão ao débito automático irá gerar a doação de R$ 3, sem nenhum custo para os consumidores. Isso vale também para os clientes da Copel Telecom.
TESTES E MÁSCARAS - Com os R$ 5 milhões de doação, a Copel vai repassar à saúde do Estado 200 mil kits para testes PCR e pelo menos 1,2 milhão de máscaras triplas, como as usadas nos hospitais. Estes materiais serão entregues a partir de junho. Os resultados da campanha Fatura Digital se somarão mês a mês à doação inicial.
Toda a destinação dos materiais doados será orientada pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde. A distribuição dos testes será operacionalizada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), enquanto a entrega das máscaras ficará a cargo da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar).
De acordo com o presidente da Copel, as ações estão alinhadas ao compromisso de responsabilidade social da empresa. “É uma parcela de contribuição que a Copel oferece à população e aos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao coronavírus”, explicou Slaviero.
A companhia está trabalhando em um regime de contingência para garantir a manutenção das operações de seus serviços, essenciais para a economia e a qualidade de vida dos paranaenses. Mais de 4 mil funcionários estão atuando em trabalho remoto.
COMO PARTICIPAR - Quem ainda recebe a conta de luz ou de internet da Copel em papel pode mudar para a fatura digital através do aplicativo gratuito e da agência virtual em www.copel.com.
A programação do débito automático pode ser feita diretamente no aplicativo da Copel, para correntistas dos principais bancos. No Banco do Brasil, é preciso informar o número do convênio: 13896. É importante confirmar com o banco se a adesão foi concretizada.
As operações realizadas a partir de 21 de maio contribuirão para a campanha de arrecadação de fundos para auxiliar no combate à pandemia da Covid-19.
| Agência Estadual de Notícias (publicado em 13-05-2020) | | | | O objetivo é estimular gestores sobre a necessidade de fazer diagnósticos a respeito do desempenho energético em prédios públicos, identificar oportunidades para melhorar a eficiência, e ainda reduzir custos.
Técnicos do Serviço Social Autônomo Paranacidade concluíram nesta quarta-feira (13), treinamento sobre Gestão de Energia e irão atuar como sensibilizadores junto a Prefeituras de todo o Estado.
O objetivo é estimular os gestores sobre a necessidade de realizar diagnósticos a respeito do desempenho energético em prédios públicos e, assim, identificar oportunidades para melhorar a eficiência, com a alteração de procedimentos e alteração de equipamentos e, ainda, reduzir custos.
O Paranacidade é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas.
O curso, via internet, capacitou 19 técnicos de 164 Prefeituras atendidas por todos os escritórios regionais do Paranacidade.
A entidade foi convidada a participar e a mobilizar os municípios para conhecerem os fatores que possibilitam a redução de gastos com energia.
De acordo com o analista de Desenvolvimento Municipal, do Escritório Regional do Paranacidade, em Guarapuava, João Antenor Borges de Carvalho, foram repassadas informações sobre os processos de análise e da elaboração de projetos de maior eficiência energética.
“O curso potencializou a nossa capacidade para sensibilizar sobre o tema e levar prefeitos e técnicos a pensarem na implantação de Projetos no âmbito da Administração Municipal”, disse.
O conteúdo apresentado incluiu casos de sucesso em execução pelas Prefeituras de Porto Alegre e do Rio de Janeiro; conceitos como a necessidade de medidas educacionais, além das trocas de equipamentos, para conseguir o comprometimento dos usuários dos Espaços Públicos sobre o uso consciente da energia.
A gestão de energia também pode ser defendida pelo ponto de vista da gestão financeira dos Municípios, uma vez que suas ações podem trazer economia e a consequente destinação de recursos para outras Políticas Públicas.
O repasse dos conteúdos está vinculado a quatro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 7 (energias renováveis), 4 (qualidade), 11 (cidades sustentáveis), 13 (ação contra mudança global do clima), 16 (entidades eficazes) e 17 (parcerias).
| Agencia Estadual de Notícias (publicado em 13-05-2020) | | | | Reajuste de 10% ocorre após questionamentos do presidente Bolsonaro
Uma semana após a primeira elevação no preço da gasolina desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Petrobras informou seus clientes nesta quarta (13) que aumentará novamente o valor de venda do combustível em suas refinarias. Desta vez, o reajuste será de 10%.
O movimento acompanha a escalada do dólar no Brasil e a elevação do preço da gasolina no mercado internacional. Na semana passada, o combustível era vendido nos postos dos Estados Unidos a um valor 3,4% superior ao registrado na semana anterior.
O reajuste vale a partir desta quinta (14), quando a gasolina passará a ser vendida nas refinarias da estatal, em média, a R$ 1,12 por litro. O repasse às bombas depende da política comercial de postos e distribuidoras.
Segundo a estatal, o valor cobrado nas refinarias equivale a 19% do preço final. O resto são margens de lucro e custos de revenda e distribuição, além dos impostos federais e estaduais.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro questionou o primeiro reajuste após o início da pandemia, que foi de 12%. "Pelo que eu sei, não subiu o petróleo lá fora. Não sei porque o petróleo brasileiro aumentou", afirmou, frisando que não tinha interesse em interferir na política de preços da estatal.
A declaração, porém, acendeu sinal de alerta entre investidores. Em relatório intitulado "Fantasmas do passado?", divulgado nesta quarta, analistas do banco UBS calculam que o preço da gasolina no Brasil estava, antes do reajuste anunciado nesta quinta, 14% abaixo das cotações americanas.
Para eles, a empresa precisava anunciar aumento para evitar perda de margens. "Embora tenha destacado que não intervirá na política de preços da companhia, acreditamos que qualquer comentário do governo sobre a Petrobras ampliar a percepção de risco dos investidores", escreveram.
Os dois aumentos ocorrem após uma sequência de quedas que acompanharam o colapso das cotações internacionais do petróleo, que refletiram as projeções de queda do consumo com as medidas de isolamento em todo o mundo. No ano, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras ainda acumula queda de 45%.
Nas bombas, a gasolina caiu 16% em 2020, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o litro do combustível era vendido, em média no país, a R$ 3,823, 2,7% a menos do que na semana anterior.
O preço do diesel será mantido nas refinarias, informou a Petrobras. Também não houve reajuste na semana passada. Segundo o UBS, o diesel vendido nas refinarias da estatal está 14% acima da cotação noirte-americana do produto.
| Folha de S.Paulo ( publicado em 13-05-2020) | | | | Empresa é especializada em design e desenvolvimentos de sistemas para este tipo de propulsão
A FPT Industrial, empresa do Grupo CNH Industrial, anuncia a compra de 100% da Potenza Technology, especializada em design e desenvolvimento de sistemas para motores híbridos e elétricos. A empresa não divulgou o valor do negócio.
Sediada em Coventry, no Reino Unido, a Potenza Technology possui know how em tecnologias de propulsão elétrica desde 1999, com especialização em engenharia de segurança, sistemas funcionais de gerenciamento para baterias de tração, bem como design e desenvolvimento de sistemas elétricos e híbridos.
“Devido aos benefícios de sustentabilidade da eletrificação, a indústria automobilística deve se concentrar nessa área para superar os desafios e torná-la viável para todas as aplicações em potencial. Trabalhamos para aprimorar nossas habilidades de engenharia e temos o prazer de receber a equipe da Potenza Technology, que contribuirá para expandir nossas soluções inovadoras em powertrain no que diz respeito à eletrificação”, afirma a CEO da FPT Industrial, Annalisa Stupenengo.
“Fazer parte da equipe da FPT Industrial é uma excelente oportunidade para nós, não apenas para que a empresa amplie as soluções com alcance global, mas também para que tenhamos uma visão mais ampla, com especialistas de diferentes áreas”, disse o CEO da Potenza Technology, Paul Faithfull.
| Automotive Business ( publicado em 13-05-2020) | | | | Volume mensal remete à metade dos anos 1970 e acumulado do ano tem retração de 18,7%
A produção brasileira de motos registrou em abril menos de 1,5 mil unidades, número mensal semelhante aos anotados na metade dos anos 1970. A comparação com março revela queda de 98,6%. No acumulado do ano foram produzidas 299,1 mil motocicletas, resultando em queda de 18,7% ante o primeiro quadrimestre do ano passado. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes do setor.
“A produção ficou praticamente estagnada em abril, já que 70% das fábricas paralisaram suas atividades como medida de prevenção e segurança diante da pandemia da Covid-19”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
O executivo admite que as projeções para o ano começam a ser revistas. O maior impacto na produção foi causado pela Honda, que detém 80% do mercado e não montou nenhuma unidade em abril. Na terça-feira, 12, a empresa postergou pela segunda vez o retorno à produção, programado agora para 25 de maio.
A maior produção divulgada em abril foi da Kawasaki, 846 motos, uma pequena queda de 9,2% em relação a março. O segundo maior volume no mês foi da Yamaha, 369 unidades, neste caso com retração de 98% na comparação com o mês anterior. Sua produção foi retomada em 30 de abril.
VENDAS NO ATACADO TAMBÉM DESABAM
Em todo o mês de abril, as montadoras entregaram às concessionárias apenas 5,2 mil motos, anotando queda de 94,4% ante março. No acumulado de 2020, com 282,6 mil unidades, a retração chega a 21,7%.
EXPORTAÇÃO MENSAL FICA ABAIXO DAS 500 UNIDADES
Em abril, o País embarcou apenas 426 motocicletas. O volume foi 85,4% menor que o anotado em março, quando o comércio externo já sofria os impactos do coronavírus. No quadrimestre, as exportações somaram 7,2 mil motos, resultando em queda de 49,3% na comparação interanual.
As vendas ao exterior também foram bastante afetadas pela pandemia. A projeção anual da Abraciclo (feita antes da chegada do coronavírus) era de 28 mil motos exportadas e queda de 27,5%. A retração tinha antes como motivo a crise argentina. Com o novo cenário, parceiros como Colômbia e Estados Unidos também foram afetados.
DETRANS FECHADOS IMPEDEM NOVOS REGISTROS
Em todo o mês de abril foram emplacadas apenas 28,5 mil motocicletas, o pior resultado mensal em 24 anos. O total representa uma queda de 62,5% na comparação com março. O acumulado do ano teve 275,2 mil motos. Na comparação com iguais meses de 2019 houve queda de 21,8%.
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