Metalúrgicos recontratados pela Caoa ganharão até 30% menos

Da esq. para a dir.: Ivan Witt, diretor de RH da Caoa, se reuniu na segunda-feira, 2, com Adauto de Oliveira e Cláudio Machado, representes sindicais na Ford, com Wagner Santana, presidente, e Rafael Marques, ex-presidente do sindicato

Por MÁRIO CURCIO, AB
  • 03/09/2019 - 21:45
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    As novas vagas geradas pelo Grupo Caoa para produção de veículos em São Bernardo do Campo (SP) terão salários mais baixos que aqueles pagos pela Ford. Os valores serão correspondentes a 70% ou 80% daqueles pagos pela montadora americana. A informação partiu do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, durante entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes, no dia em que o Grupo Caoa confirmou a intenção de comprar as instalações da Ford no ABC.

    “Há novas bases menores para funções de produção direta, mas aceitáveis diante do que é pago no ABC”, afirma Santana.



    De acordo com o líder sindical, o Grupo Caoa vai recontratar 750 metalúrgicos da Ford, necessários para manter rodando a produção dos caminhões da montadora americana.

    De acordo com o presidente do sindicato, a Ford tinha 2,7 mil funcionários em 20 de fevereiro de 2019, dia em que comunicou a decisão de sair do segmento de caminhões. Nesse meio tempo, 1,5 mil trabalhadores foram demitidos.

    A fábrica do ABC também montava o Fiesta hatch, cuja produção se encerrou. Hoje a montadora de origem americana mantém 600 funcionários produzindo caminhões. Eles fazem parte de um total de 1,8 mil candidatos às 750 vagas a ser criadas pela Caoa. Dentro da Ford há também 600 trabalhadores em funções administrativas, que permanecerão trabalhando para a empresa.