São Paulo, 28 de março de 2024

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03/10/2020

Indústria de lubrificantes vive crise do óleo básico

(04/10/2020) – Apesar do aquecimento da economia, a indústria nacional atualmente passa pelo mesmo dilema: a falta e os altos custos dos insumos. Nas últimas semanas, o assunto tem sido pautado por diversos setores: siderurgia, plásticos, embalagens, têxtil, entre outros. No segmento de lubrificantes industriais não seria diferente.

Fabricantes e distribuidores de insumos para lubrificantes e fluidos de usinagem estão com dificuldades no acesso a produtos como os óleos básicos. No Brasil, este mercado está concentrado nas mãos da Petrobras por meio das refinarias Replan, Reduc e Lubnor. Sob a alegação de baixa rentabilidade, a empresa anunciou que em 2021 irá reduzir em 60% a produção de óleos básicos.

W. Jansen, gerente de vendas da fabricante de fluidos de usinagem Solutio Indústria Química, de Indaiatuba (SP), conta que no primeiro semestre os negócios da empresa foram afetados pela queda da demanda. No entanto, no momento uma das maiores dificuldades é a aquisição de matérias-primas, como óleos básicos e várias matérias-primas, como, por exemplo, óleos vegetais. “Houve um represamento muito grande e agora que estamos em retomada, todo mundo está querendo cumprir metas e prazos. Não temos muito pra onde fugir, está tudo nas mãos da Petrobras e isso abre espaço para produtos de fora. Toda a cadeia produtiva é afetada”, argumenta.

Além dos óleos básicos, Jansen menciona que também está faltando plástico: “Fabricamos os produtos e não temos como envasar e embalar. A falta de matéria-prima não afeta diretamente quem está fora da cadeia produtiva e, por isso, não tem a repercussão que merece. Sem dúvidas, as pequenas e médias empresas são as mais impactadas”, frisa o gerente de vendas da Solutio. Mesmo com todos esses obstáculos, a expectativa é de que a empresa feche o ano com crescimento de 25%, o mesmo verificado em 2019.

Em webinário realizado na semana passada pelo Sindilub – Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes, Carlos Ristum, do Simepetro – Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo, confirmou que a Petrobras deve reduzir em 60% a fabricação de óleos básicos. “Se isso acontecer, vamos ter um déficit de 14 mil m³ de óleo básico. Ninguém sabe porque a Petrobras está fazendo isso, ela está faltando com a responsabilidade dela, de abastecimento do mercado. Como pode dar prejuízo um produto que sofreu 50% de aumento nos preços nos últimos dois meses? A necessidade de recorrer ao mercado externo e ao rerrefino tem contribuído, mas isso não é bom”, argumentou Ristum.

O representante do Simepetro destacou que os pequenos e médios produtores de lubrificantes não têm como suprir a falta de óleo básico, pois cotações em pequenos volumes não são viáveis devido aos altos custos. “Acredito que até fevereiro do próximo ano isso tudo esteja concentrado nas mãos dos maiores, o que deixa pequenos e médios fora do mercado. O rerrefino também vai acabar com as grandes companhias”, apontou. Sobre a falta de embalagens, Ristum apresentou alguns motivos: paralisação das atividades dos catadores por conta da Covid-19, concentração de matéria-prima nas mãos da Braskem e demanda reprimida. Ele acredita que essa situação é transitória e deve ser normalizada em um ou dois meses.

Abrão Antonio Júnior, especialista em regulação na ANP – Agência Nacional do Petróleo afirmou que em relação à alta dos preços, a situação é momentânea: “O mercado de óleos básicos foi bastante afetado pela pandemia devido à elevação dos preços dos produtos importados. Essa alta pode ser explicada pela queda do volume do refino no exterior. É preciso esperar os próximos meses para uma análise mais concreta”, disse. Em agosto, muitas refinarias foram paralisadas nos Estados Unidos devido à passagem do furacão Laura.

Para Abrão, a situação é muito delicada porque existe uma demanda maior do que a oferta e a produção nacional é cada dia mais incerta. “A oferta de óleos básicos rerrefinados corresponde a uma parcela pequena e depende diretamente do consumo do óleo acabado e da coleta de oluc (óleo lubrificante usado ou contaminado)”, explicou. O especialista comentou que o Brasil será cada vez mais dependente de importações e que não há perspectivas de mudança desse cenário a curto prazo.

Sérgio Rebêlo, diretor da Factor Kline, consultoria de gestão e pesquisa estratégica de mercado, pontuou que o crescimento em V foi muito balizado pelo estímulo fiscal que o Governo Federal injetou na economia. “É difícil projetar o futuro porque esse estímulo não é para sempre”, ressaltou. A expectativa é de que em 2020 o mercado de lubrificantes sofra retração de 8 a 10% em relação ao ano anterior. “O crescimento nos próximos meses deve ser menos robusto”, concluiu.

Desenvolvimento de novos produtos – Em meio a este cenário, a Total Brasil apostou em novos produtos e lançou a Linha Folia de fluidos de usinagem. “A grande vantagem da gama inovadora Folia é que não usa matérias-primas que estão neste momento em falta no Brasil, o que nos dá uma oportunidade redobrada de aumentar as vendas e os nossos clientes não terão preocupações com falta dos produtos que tradicionalmente consumiam e que têm dificuldade em obter nos fornecedores habituais”, detalha Antonio Miranda, diretor de lubrificantes da Total.  O objetivo da companhia, com a nova linha, é oferecer alternativas mais sustentáveis para o setor industrial.

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