“Se os carros são conectados, as oficinas também precisam ser”

Delfim Calixto, da Bosch, aponta que o setor de reparação automotiva precisa investir em tecnologia para sobreviver

Por GIOVANNA RIATO, AB
  • 23/04/2019 - 17:56
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Os veículos conectados, automatizados e elétricos vão ganhar espaço nas ruas nos próximos anos e as oficinas automotivas precisam estar preparadas para acompanhar as novas necessidades de manutenção destes modelos. É este o principal recado da Bosch em sua participação na Automec, a principal feira de negócios para a reposição automotiva do Brasil. “Se os carros são conectados, as oficinas também precisam ser”, resume Delfim Calixto, presidente da divisão de aftermarket da organização.

    Ele diz que os centros de serviços espalhados pelo Brasil devem investir em tecnologias não apenas para ganhar eficiência e qualidade, mas para garantir o potencial de oferecer manutenção a veículos que têm outras funcionalidades e, assim, outras possibilidades de falhas.

    O executivo lembra que os automóveis estão ganhando complexidade e eletrônica embarcada e, conforme a automatização avançar, a tendência é de que os acidentes de tráfego diminuam, reduzindo também a demanda por estes tipos de conserto nas oficinas. Por outro lado, Calixto estima que os veículos passem a rodar mais com o aumento do uso compartilhado. “Com isso teremos mais procura por substituição de itens por desgaste”, diz.

    O cenário está menos distante do que parece, projeta o executivo. “Em 2025 já teremos presença relevante no mercado brasileiro destas novas tecnologias.” Para ele, as empresas que não apostarem neste novo caminho pagarão um preço alto.

    “A oficina pode morrer se não passar por este processo de mudança”, alerta Calixto.

    Segundo ele, a Bosch tem atuado para compartilhar informação sobre estas novas tecnologias com a meta de fomentar a transformação do mercado. Na Automec, a companhia simula uma jornada de manutenção do automóvel mais eficiente, propondo soluções para os vários processos do aftermarket. “Precisamos chegar a um modelo em que tudo converse na oficina, com ambiente completamente conectado. Assim facilitamos a detecção de falhas nos carros, a gestão de estoques e os pedidos de peças”, exemplifica.

    FOTOS DA AUTOMEC 2019