Volkswagen lança Golf GTE, seu primeiro híbrido no Brasil, por R$ 200 mil

Modelo pode rodar até 50 km só com tração elétrica e bateria é recarregada pelo motor ou na tomada

Por PEDRO KUTNEY, AB | De Porto Feliz (SP)
  • 04/11/2019 - 19:45
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A Volkswagen começa semana que vem a vender seu primeiro modelo elétrico-híbrido no Brasil, o Golf GTE, importado da Alemanha, que chega por R$ 200 mil a apenas três concessionárias no País, em São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Brasília (DF). O hatch médio é um híbrido plug-in, com capacidade para rodar até 50 km só com o motor elétrico, mais apropriado para trechos urbanos ou rodoviários curtos, e as baterias são recarregadas pelo motor a combustão TSI 1.4 (turbo) a gasolina ou também em uma tomada, comum ou de recarga rápida que começam a ser instaladas.

    O mais novo híbrido vendido no mercado brasileiro chega completo, em versão única e sem opcionais (incluindo o teto solar). Ele poderá ser encomendado a partir do próximo dia 11 em umas das três concessionárias credenciadas ou via internet, no site da marca. Foi importado ao Brasil um lote inicial de apenas 100 unidades, “para fazer um teste de mercado e avaliar se é viável trazer mais e se é necessário credenciar mais pontos de venda e assistência”, informa Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil. Apesar do elevado patamar de preço, Schmidt lembra que que o Golf é o mais barato dos modelos híbridos plug-in disponíveis no mercado brasileiro – mas é bem mais caro do que os R$ 125 mil pedidos pelo Toyota Corolla híbrido flex nacional, que não é plugável.

    O Golf GTE é o 14º dos 20 lançamentos programados pela Volkswagen no Brasil entre 2017 e 2020 e é o primeiro de seis modelos híbridos e elétricos que serão introduzidos pela fabricante na América Latina nos próximos quatro anos. A região é um grão de areia perto da ambição global de eletrificação da Volkswagen, que investe € 9 bilhões para lançar mais de 20 automóveis eletrificados até 2023 e produzir 1 milhão deles por ano a partir de 2025.

    “A região não pode ficar de fora dessa tecnologia nem das metas globais da companhia, por isso insisti em trazer modelos eletrificados também para o mercado brasileiro. Vamos começar com o híbrido plug-in, que no momento é a solução de mobilidade elétrica ideal para um país do tamanho do Brasil, ainda sem muitas estações de recarga”, explica Pablo Di Si, presidente da Volkswagen Brasil e América Latina.



    MERCADO INCIPIENTE EM ASCENÇÃO




    O Golf GTE híbrido plug-in: primeiro eletrificado da Volkswagen no Brasil

    Di Si reconhece que o potencial para elétricos e híbridos no Brasil ainda é incipiente, apesar da rápida ascensão. Este ano as vendas de carros eletrificados devem alcançar o recorde de 8 mil unidades, cerca do dobro de 2018, mas ainda assim representam menos de 0,3% do total de veículos vendidos. Para o executivo, as iniciativas de ampliar a rede de recarga devem ajudar a atrair mais interesse à mobilidade eletrificada, como a recente parceria estratégica do Grupo Volkswagen (inclui as marcas VW, Audi e Porsche) com a distribuidora de energia EDP , para a instalação de 30 novas estações de recarga rápida no País, onde será possível repor até 80% da carga das baterias em cerca de meia hora.

    “A expansão do mercado e dos postos não será de um dia para o outro, mas temos de começar e isso já está sendo feito pelo setor privado, antes mesmo da legislação”, afirma o Di Si. Ele destaca que enquanto a regulamentação desse novo negócio não for feita, os donos de modelos elétricos ou híbridos plug-in vão poder fazer a recarga nesses postos sem pagar nada, o que pode servir de estímulo inicial.

    Mesmo depois que a cobrança começar, o gasto de reabastecimento de um carro eletrificado é muito menor. Para rodar 50 km (autonomia diária suficiente para 7 a cada 10 pessoas) em modo 100% elétrico com o Golf GTE, o cálculo de custo é de apenas R$ 5,18 para uma carga completa do banco de baterias. Para alcançar 100 km em modo híbrido, o dispêndio sobe para também muito acessíveis R$ 17.

    Segundo informa a Volkswagen, o GTE tem autonomia total de 939 km antes de precisar ser reabastecido com gasolina e energia elétrica. Em tomada comum o tempo de recarregamento das baterias do híbrido plug-in varia de 2 a 4 horas, dependendo da voltagem. O consumo médio do hatch medido na Europa é de 1,6 litro a cada 100 km rodados, cerca de 62,5 km/l – no Brasil essa marca é necessariamente mais baixa por causa da gasolina misturada com 28% de etanol.

    MELHOR DE DOIS MUNDOS COM PEGADA ESPORTIVA




    O powertrain híbrido plug-in do Golf GTE

    Com pegada esportiva e ótima eficiência energética, o Golf GTE alia o melhor dos dois mundos. A soma de potências do motor térmico TSI 1.4 (turbo) de 150 cavalos com o propulsor elétrico de 102 cavalos entrega potência combinada de 204 cavalos, com torque máximo de 350 Nm. O motorista escolhe como quer andar: em modo 100% elétrico a até 130 km/h ou com a força dos dois motores à máxima de 222 km/h. O powertrain elétrico híbrido aliado ao câmbio DSG automático de dupla embreagem e seis velocidades garante acelerações muito espertas, de 0 a 100 km/h em apenas 7,6 segundos.

    Com controles ao lado da alavanca de câmbio e na tela tátil central de 9,2 polegadas, o motorista pode escolher quatro modos de condução: “e-mode” para rodar só com tração 100% elétrica; modo híbrido para deixar o sistema escolher a propulsão mais eficiente (elétrica ou híbrida); “battery charge” para o motor térmico tracionar o carro e recarregar as baterias; e o modo GTE, quando os dois motores entram em ação para assegurar potência máxima – nesta função freios, direção, suspensão, transmissão e até o ruído interno são ajustados eletronicamente para uma tocada esportiva.

    O motor elétrico também funciona como gerador para recuperar energia cinética e recarregar as baterias nas reduções e frenagens. Com um toque para trás na alavanca do câmbio automático, é acionado um sistema para potencializar esse aproveitamento energético, aumentando a resistência das rodas quando se tira o pé do acelerador, como se fosse a redução de uma marcha, para gerar mais energia. Em uma descida de serra, por exemplo, nesse modo o carro pode chegar ao fim com carga de bateria maior do que quando começou a descer.


    O Golf GTE por dentro: acabamento caprichado e painel de instrumentos digital

    O Golf GTE tem pacote completo de sistemas de assistência ao motorista, incluindo frenagem automática de emergência, controle de estabilidade (ESC) e tração, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC), detector de fadiga e assistente de farol alto, que reduz a intensidade da luz automaticamente quando detecta outro veículo em direção contrária. Ar-condicionado e aquecedor são elétricos, também consomem energia das batarias. O painel de instrumento é totalmente digital e configurável.

    O GTE trazido ao Brasil agora ainda está na carroceria da sétima geração do Golf. A oitava geração apresentada recentemente começa a ser vendida na Europa em dezembro e também terá versões elétricas e híbridas, mas Volkswagen não informa quando devem chegar ao mercado brasileiro.

    BICICLETA E PATINETE ELÉTRICOS




    Volkswagen agora também vende bicicleta e patinete elétricos nas concessionárias

    Para marcar sua entrada na era da eletrificação agora também no Brasil, a Volkswagen começa a vender junto com o Golf GTE modelos de bicicleta e patinete elétricos.

    Com estilo “mountain bike”, a bicicleta elétrica tem motor de 350 W e atinge velocidade máxima de 25 km/h no modo elétrico, com autonomia de 30 km. Poderá ser comprada nas mesmas concessionárias que vendem o GTE pelo salgado preço de R$ 11,5 mil.

    O patinete vai custar R$ 3,4 mil. Também tem motor de 350 W, capacidade de peso de 100 kg, autonomia de 20 km e chega a 25 km/h.