Indústria de implementos pede ao BNDES solução para destravar crédito

Anfir expõe dificuldade de associados e de clientes para conseguir financiamento durante a pandemia

Por REDAÇÃO AB
  • 18/05/2020 - 18:09
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Em uma teleconferência realizada na última quinta-feira, 14, a diretoria da Anfir, associação que reúne as fabricantes de implementos rodoviários, pediu ao BNDES que estude uma solução para que o crédito seja destravado junto aos agentes financeiros que operam as linhas do banco. A entidade relatou dificuldade tanto de associados, impactados pela crise gerada pela pandemia, quanto de clientes da indústria para obter financiamento para compra de implementos rodoviários.


    Durante a reunião, o presidente da entidade, Norberto Fabris, descreveu o panorama do mercado desde a crise de 2015 e expôs a dificuldade enfrentada pelos clientes da indústria para obter financiamento para compra de implementos rodoviários. Os executivos apontaram que o sistema financeiro exige garantias em excesso. “Os bancos comerciais não querem emprestar por terem receio da inadimplência devido a grande queda do PIB que está ocorrendo“, afirma Fabris.

    “A crise provocada pela Covid-19 frustrou nossos planos porque atingiu todos os setores econômicos em cheio“, disse Fabris. “Os bancos comerciais não querem emprestar por terem receio da inadimplência devido à grande queda do PIB que está ocorrendo“, completou.

    Segundo a Anfir, o diretor de participações, mercado de capitais e crédito indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, informou que já estão avançadas as tratativas para a publicação por parte do governo federal de uma medida provisória regulando um fundo garantidor especial denominado FGI, com o objetivo de servir como garantia para as operações dos agentes financeiros parceiros do BNDES. O FGI vai englobar todas as operações de crédito feitas pelas operações indiretas do BNDES: isso representa cerca de R$ 100 bilhões.

    A diretoria da Anfir esclareceu ao BNDES que o setor não gostaria de ter algo nos moldes do PSI com juros subsidiados a 2,5% ao ano, solução, que segundo os executivos das fabricantes, gerou graves distorções posteriores na economia. “O Brasil aprendeu que o dinheiro barato daquela ocasião nos custou muito caro”, comentou Fabris.

    No mesmo dia, a entidade participou de outra videconferência com representantes da Apex-Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, na qual a Anfir declarou o interesse em continuar e ampliar o programa MoveBrazil, projeto para a promoção de exportações do setor de implementos rodoviários que vem sendo realizado anualmente desde 2018.

    O programa tem como meta promover as vendas brasileiras destes produtos em outros mercados a fim de fortalecer o Brasil como fabricante de bens de capital e fornecedor de tecnologia. A principal forma de atuação é por meio de ações de promoção comercial, como participação em feiras e rodada de negócios.