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Cresce a oferta de empregos na indústria do Paraná

Aos poucos a indústria do Paraná retoma a criação de vagas de trabalho. É uma boa notícia para quem está em busca de um emprego formal, embora ainda longe do ritmo ideal. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, que avalia o mercado de trabalho. De abril a junho de 2019, a indústria paranaense manteve 903 mil pessoas empregadas. Alta de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

O setor da construção civil foi o que registrou a maior movimentação, com 436 mil pessoas empregadas no Paraná. Crescimento de 4,8% na comparação com igual período de 2018. Só para se ter uma ideia da força de trabalho no setor industrial, o agronegócio registrou queda de 5,3% e o comércio, de 2,9% no segundo trimestre deste ano ante o primeiro.

Para o economista da Fiep, Evânio Felippe, a recuperação do emprego na indústria passa pela maior confiança do empresário na economia. "A pesquisa de setembro já revelou que pelo terceiro mês seguido houve aumento no índice de confiança do empresário e isso pode se refletir numa oferta maior de vagas e no aumento de pessoas procurando emprego", avalia.

A pesquisa do IBGE mostra que, no Paraná, aumentou 2,3% o número de pessoas na força de trabalho, total de pessoas disponíveis no mercado, neste segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2018. Outra consequência é o aumento de pessoas desocupadas. "Quanto mais gente disposta a trabalhar, maior a taxa de desocupados porque o mercado não consegue absorver todos na mesma velocidade", explica.

"A taxa de desemprego no Paraná se manteve estável no primeiro semestre de 2019, 9%. Porém, no segundo trimestre a trajetória era de leve alta em razão do aumento de mão-de-obra disponível, pessoas dispostas a retornar ao mercado de trabalho. Como as contratações não ocorrem no mesmo ritmo para absorver toda esta demanda, a taxa de desemprego tende a crescer", justifica Felippe.

Movimentação do emprego no mês

O economista da Fiep também avaliou a evolução do emprego de acordo com a pesquisa mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fornecida PELA Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.

No Brasil, a indústria de transformação empregou 1,88 milhão de pessoas e demitiu 1,75 milhão. O saldo acumulado de janeiro a setembro de 2019 é de 126,2 mil novas vagas. O resultado é um pouco menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, que foi de 126,6 mil novas vagas criadas, com redução de 0,3%.

As atividades que mais contribuíram foram alimentos (34,5 mil), petróleo (14,5 mil), manutenção de máquinas e equipamentos (11,2 mil), confecção e artigos do vestuário (9 mil) e fabricação de produtos de metal (8,9 mil).

Paraná

No estado, os dados do Caged mostram que 180 mil pessoas foram contratadas na indústria de transformação, de janeiro a setembro deste ano, e 172,8 mil foram desligadas. O saldo ficou em 7,2 mil novas vagas. No Paraná, a queda foi bem mais acentuada quando comparada com o mesmo período de 2018, redução de 31% no número de vagas abertas.

O setor de alimentos, por exemplo, um dos principais do estado, não gerou nem 20% das vagas ofertadas em igual período do ano anterior. Foram 750 contra 4.158 em 2018. O da madeira, que ano passado havia criado 1.393 vagas, no mesmo período deste ano fechou 1.275.

As que mais criaram postos de trabalho até agora no estado foram confecções e artigos do vestuário (1.213), produtos de metal (1.027), e Borracha e materiais plásticos (910). "O saldo é positivo, mas o ritmo de contratações está bem mais lento do que o verificado no mesmo período de 2018", afirma o economista.

Construção civil

No Brasil, o saldo entre admitidos e demitidos no setor da construção civil até setembro ficou em 110,4 mil. Crescimento de 59,5% em relação ao ano passado, quando o resultado ficou em 69,2 mil novos postos de trabalho. No Paraná, o saldo de empregos de janeiro a setembro deste ano teve aumento expressivo em relação a 2018. São 9.702 admitidos agora contra 3.893 no ano passado.

"A redução na taxa de juros no Brasil pode beneficiar o setor da construção civil porque os custos para financiamento de imóveis ficam mais baixos. Considerando que boa parte das moradias no Brasil são adquiridas por meio de financiamentos bancários, isso pode contribuir para uma melhora na venda de imóveis. No Paraná, o crescimento da atividade de forma mais acentuada pode estar atrelado a uma melhora na atividade econômica, melhor do que a registrada em nível nacional", sugere Evânio Felippe.

No Paraná, somando indústria de transformação e construção foram admitidos contratados 261,5 mil trabalhadores, sendo 69% na indústria de transformação. Mas, quando se analisa o saldo, diferença entre admitidos e demitidos, o desempenho da construção civil é superior. Perto de 57% dos postos de trabalho criados no Paraná ficaram no segmento da construção. Em 2018, o resultado era inverso. Cerca de 71% das vagas criadas naquele ano estavam na indústria de transformação.

Setembro no Paraná

Em setembro, o emprego formal teve saldo positivo no Paraná. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram abertas 9.218 novas vagas com carteira assinada. Foram 97.884 contratações e 88.666 demissões no estado.Com a criação de 4.341 novos postos formais, o setor de Serviços foi o destaque do mês. Também tiveram saldo positivo a Indústria de Transformação, com 1.923, e o Comércio, com saldo de 1.723.

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