Tensões comerciais são ameaças ao crescimento econômico global, diz G20

Maiores economias do mundo defendem cobrança de impostos das gigantes da internet

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Fukuoka (Japão) | Reuters e AFP

O crescimento econômico global previsto neste ano e em 2020 está ameaçado por tensões comerciais, principalmente entre China e Estados Unidos, afirma documento elaborado pela cúpula do G20, as 20 maiores economias do mundo. 

O parecer, ainda a ser finalizado, foi divulgado durante encontro dos ministros de Finanças dos 20 países, além dos presidentes dos respectivos Bancos Centrais, realizado em Fukuoka, no sudeste do Japão, neste sábado (8). 

“O crescimento mundial parece estabilizado e tem sido geralmente projetado para crescer moderadamente no fim deste ano e em 2020”, informou o esboço de comunicado do G20, que ainda pode ser modificado até sua divulgação final, no domingo (9).

“Contudo, permanece o risco de uma piora. Isso inclui, particularmente, o crescimento das tensões comerciais e geopolíticas”, acrescentou o esboço. O documento para ser considerado finalizado precisa da concordância de todos os líderes do G20. 

Representantes financeiros das 20 maiores economias do mundo se reúnem em Fukuoka, no Japão
Representantes financeiros das 20 maiores economias do mundo se reúnem em Fukuoka, no Japão - Eugene Hoshiko/AFP

Os ministros de Finanças e os presidentes dos Bancos Centrais discutiram também a necessidade de estabelecer um mecanismo de cobrança de impostos sobre serviços oferecidos pelas gigantes da internet, como Apple, Amazon, Facebook e Google. 

Para isso, o G20 financeiro encarregou a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de estabelecer um sistema global de impostos para as grandes empresas de internet, que costumam ser criticadas por suas práticas de "otimização fiscal". "Temos que nos apressar", defendeu o ministro francês de Finanças, Bruno LeMaire, em uma conferência sobre tributação internacional.

"A realidade é que a digitalização da economia e as grandes empresas digitais ganham lucros consideráveis, graças à valorização de seus dados, embora paguem seus impostos em países com taxas mais favoráveis", disse o ministro francês

Os cidadãos percebem o sistema atual "como uma grande injustiça", alegou o ministro britânico de Finanças, Philip Hammond. 

A ideia é cobrar os impostos das multinacionais de internet nos países onde as empresas registram sua receita, e não nos países onde estão seus escritórios.

O secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, comemorou os "avanços significativos", após a adoção por parte de 129 países, na semana passada, de "um roteiro que abre caminho até 2020".

Existem, porém, fortes divergências sobre os métodos de aplicação. Embora tenha admitido a urgência do tema, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, disse se tratar de "questões complicadas" e que não se deve "discriminar" o setor tecnológico.

Mnuchin manifestou sua divergência em relação à decisão de França e Reino Unido de sobretaxar as empresas de tecnologia de forma unilateral. Estas duas iniciativas "preocupam" os Estados Unidos, frisou o secretário, mas Paris e Londres "têm o mérito de tê-las proposto, no sentido de que geraram uma urgência", sendo um "estímulo" para abordar o problema.

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