IHS Markit prevê crescimento modesto no Brasil e nova retração na Argentina

Consultoria projeta alta de 5,6% na venda de veículos leves no mercado brasileiro e queda de 25% no país vizinho

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 22/01/2020 - 21:00
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Com os números fechados do ano passado, a consultoria IHS Markit projeta para 2020 e 2021 desempenho bastante moderado do mercado brasileiro de veículos leves, enquanto para a Argentina a projeção é de mais uma forte retração este ano e retomada só no próximo – e mesmo assim em nível abaixo de 2019.

    Em seu Forecast mensal publicado regularmente por Automotive Business, a IHS Markit estima a venda de 2,82 milhões de automóveis e comerciais leves no Brasil em 2020, o que significa crescimento de 5,6% sobre 2019 – avanço abaixo do que os 7,6% do ano passado em comparação com o anterior, e menor do que projetam fabricantes (Anfavea) e distribuidores (Fenabrave), que apostam em 9%. Para 2021 a consultoria é ainda mais conservadora e prevê avanço tímido de 3,2%, para 2,9 milhões de unidades vendidas.

    O índice SAAR (Seasonally Adjusted Annual Rate) da IHS, que calcula o volume anualizado de vendas de veículos leves no Brasil com base no resultado dessazonalizado mensal, apontava em dezembro para mercado anual de 2,83 milhões de unidades, em linha com as projeções da consultoria.

    Com a fraqueza das exportações, causada pela dependência excessiva da compras do mercado argentino, a produção de veículos leves no Brasil deve continuar andando de lado, com ritmo tímido de expansão. Para 2020 a IHS Markit prevê que sejam produzidas 2,9 milhões de automóveis e utilitários, o que seria uma pequena alta de 3,6% sobre 2019; e para 2021 a expectativa é de novo crescimento de apenas 4,8%, para pouco mais de 3 milhões.

    ARGENTINA



    Para o caso da Argentina, que já acumula dois anos de crise intensa e profundo mergulho de seu mercado de veículos, a IHS projeta cenário ainda pior em 2020: calcula a venda de apenas 335,8 mil automóveis e utilitários leves, o que representará queda expressiva de 25% em relação a 2019. Para a consultoria, a recuperação só começa em 2021, e mesmo assim com apenas 380,8 mil unidades negociadas, número 13,4% maior do que o do ano anterior, mas ainda pior do que os 444,6 mil vendidos em 2019.

    Já para a produção de carros na Argentina, a consultoria calcula dois anos de altas seguidas importantes, de 11,5% em 2020 sobre 2019, para 368 mil unidades, e de 24,5% em 2021, para 458,3 mil. Contudo, ainda muito abaixo da capacidade produtiva do país, onde já foram fabricados mais de 800 mil veículos em um ano.

    INDICADORES MACROECONÔMICOS



    A IHS Markit também publica mensalmente suas projeções dos principais indicadores macroeconômicos para o Brasil. A previsão é de crescimento moderado do PIB, de 1,72% estee ano e 1,74% em 2021. A inflação deve chegar a 3,7% em 2020 e 3,6% no próximo ano, trazendo a taxa básica de juros (Selic) para 4,5% e 5,7%, respectivamente.



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