Veículos eletrificados já são realidade no Brasil; Caoa Chery lançará Arrizo elétrico

Executivos de BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia destacam caminho sem volta para o carro elétrico e a importância de redução de custos

Por LEANDRO ÁLVARES, PARA AB
  • 28/05/2019 - 16:50
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    O futuro da mobilidade e os veículos eletrificados já são realidade no Brasil. Esta afirmação foi senso comum nos painéis sobre veículos elétricos durante o Automotive Business Experience, ABX19, realizado segunda-feira, 27, no São Paulo Expo. Além de falar sobre tecnologia, executivos de BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia Electric destacaram os caminhos que suas marcas estão seguindo para a eletrificação da frota.

    “Vivemos a etapa de trazer a tecnologia para o País. O próximo passo é ver como vai se refletir na produção de elétricos e híbridos localmente para viabilizar a redução de custos”, disse Gleide Souza, diretora de assuntos governamentais da BMW.



    “O carro elétrico já foi visto em vários momentos da história automotiva, mas nunca como um produto de fabricação em larga escala. Estamos vivendo uma grande transição tecnológica, em que as metas de eficiência energética estão cada vez mais elevadas e a maneira de alcançá-las está na eletrificação”, afirmou o CEO da Caoa Chery, Márcio Alfonso. A fabricante, segundo ele, começa a testar em setembro uma frota de 100 carros elétricos no Brasil, já vislumbrando as vendas para o consumidor final.

    “Faremos testes de eficiência e em diversas condições para oferecer a melhor relação custo-benefício para os brasileiros. O sedã Arrizo 5 será o nosso primeiro carro elétrico à venda e devemos tê-lo nas lojas entre outubro e novembro”, destacou Alfonso.

    Outro modelo que começará a ser produzido nesse período é o Toyota Corolla híbrido. A nova geração do sedã médio vai ser fabricada em Indaiatuba (SP) a partir de outubro, com a expectativa de ser o primeiro híbrido da marca com grande volume de vendas. “Eletrificar não é só investir no carro puramente elétrico. Para a indústria brasileira, nossa visão é o híbrido bicombustível por considerarmos a melhor combinação de matriz energética [etanol e eletricidade]”, ressaltou o vice-presidente executivo da Toyota, Miguel Fonseca.

    O fabricante japonês, assim como a BMW, aponta o ano de 2025 como limite para uma considerável eletrificação de seus produtos. Até lá a Toyota promete ter 40% de seu volume de vendas eletrificado. Já a BMW fala em 25 produtos movidos a eletricidade no Brasil. Proposta de baixo custo é o que tem feito a Gaia chamar a atenção no mercado. A startup brasileira desenvolveu um triciclo elétrico com autonomia de 200 quilômetros capaz de rodar até nas estradas. “Ele vai custar até R$ 60 mil e sua recarga completa sairá por R$ 8. Inclusive pode servir como fonte de renda para o proprietário por meio de compartilhamento”, disse o CEO da Gaia Eletric, Ivan Gorski.

    Embora BMW, Caoa Chery, Toyota e Gaia tenham perfis de consumidores bem distintos, todas concordam que o caminho da eletrificação no Brasil passa pelo uso das matrizes energéticas de forma mais inteligente possível. “Popularizar a tecnologia vai ser o mais difícil por causa dos custos elevados. Mas trabalhamos para isso por meio de parcerias com empresas de mobilidade, startups e incentivos governamentais”, destacou Miguel Fonseca, da Toyota. “A tecnologia vai emplacar quando o consumidor sentir também os incentivos, tanto no preço como em benefícios como a redução no valor do IPVA, liberação do rodízio de veículos e permissão de trafegar com o veículo elétrico na faixa de ônibus”, completou Gleide.