MASP

DANÇA COMO PRÁTICA DE EDUCAÇÃO

7.3.2020
sábado
10h-18h

A primeira edição do MASP Professores de 2020, intitulada Dança como prática de educação, inicia a programação de formação de público do ciclo de Histórias da dança, eixo temático que será abordado ao longo deste ano pela programação do museu. Neste encontro, serão apresentadas diferentes perspectivas de ensino de dança e a potência desse debate para práticas de educação formal e não formal. Na parte da manhã, serão compartilhadas diferentes atuações de educadoras da dança em instâncias públicas e privadas, que lidam com uma ampla diversidade de corpos.  Já a conferência da tarde abordará temas relacionados ao ensino da capoeira como espaço de transmissão de saberes e valores afro-brasileiros. Espera-se que as discussões apontem horizontes possíveis para a abordagem de temas relacionados à transmissão de conhecimentos através da dança, do corpo, do movimento e da gestualidade.

Cronograma do encontro:
10h - 12h30: palestras matinais
12h30 - 14h: horário de almoço
14h - 15h45: conferência
15h45 - 16h15: café e confraternização
16h15 - 18h: horário de livre visitação das exposições.
*Todxs os participantes terão entrada gratuita para visitar as exposições do museu até o final do dia.

Público: professorxs, educadorxs e interessados em geral.
 
Atividade gratuita


Convidados

Palestras matinais: Gal Martins, Susana Yamauchi com mediação de Silvia Lopes
Conferência: Mestre Pinguim, com mediação de Allan da Rosa.


PROGRAMA

10h - 12h30 
Poéticas do Corpo Marginal - A Indignação como potência de criação 

A palestra propõe pensar o processo de diálogo entre o corpo negro e marginal  e os espaços simbólicos que ele ocupa no que diz respeito às suas potências, anseios e indignações. Trata-se de um reflexão a cerca dos processos de disputas de imaginários e descolonização do corpo e como essas intersecções afetam e potencializam processos de criação em dança, sejam eles coletivos ou individuais. Essa abordagem não se trata de uma ação segregadora e sim de uma “desobediência” que se fundamenta na resistência que preserva esses corpos vivos e os engajam no processo radical de transformação pessoal e social. 
 
Gal Martins é artista da dança, atriz, arte educadora,  gestora cultural e  cientista social.

Fluxos de Ensino e Aprendizagem em Dança
A partir das experiências de gestão e coordenação artístico-pedagógica em instituições públicas como Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo, Projeto Núcleo Luz e Fábricas de Cultura, este encontro em formato de palestra propõe criar campos de troca e reflexão acerca dos desafios de processos pedagógicos e fundamentação artística.

Por Susana Yamauchi bailarina, coreógrafa e professora. 

Mediação de Silvia Lopes pesquisadora de educação corporal.

14h - 15h45 
Capoeira e pedagoginga: uma conversa sobre educação no contexto das culturas afro-brasileiras.  

Nessa conferência em formato de conversa, Luiz Antônio Nascimento Cardoso, o Mestre Pinguim, discutirá a capoeira como um espaço não formal da educação em que saberes e manifestações da cultura afro-brasileira perduram nos corpos, na gestualidade e na música como uma forma de resistência. 
 
Por Mestre Pinguim, contramestre do Grupo Guerreiros de Senzala e diretor artístico do Núcleo de Artes Afro-Brasileiras da USP.

Mediação de Allan da Rosa, autor de Pedagoginga, historiador, mestre e doutorando na Faculdade de Educação da USP. 

Vídeos

Participantes

Gal Martins Artista da dança, atriz, arte educadora, gestora cultural e  cientista social. Fundadora e diretora artística da Cia Sansacroma, grupo paulistano de dança contemporânea preta de 18 anos de história que teve como ponto de partida de suas criações as poéticas do corpo negro. Em 2016, criou a Zona Agbara, grupo de dança formado por mulheres negras e gordas. Atualmente também atua como supervisora artístico-pedagógica do programa Fábricas de Cultura, e como curadora e assessora artística para o programa Dança Contemporânea do Sesc TV. 

Susana Yamauchi Coreógrafa, bailarina, professora e diretora. Atual coordenadora artístico-pedagógica do Programa Fábricas de Cultura, criadora do Projeto Núcleo Luz e ex-diretora da Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo. Profissional desde 1975, sua formação inclui a Escola Municipal de Bailados, Alvin Ailey, Merce Cunningham, e Jeniffer Muller pela Capes-Fullbright, Nova York. Atuou no Balé da Cidade de São Paulo, viajou para Europa e EUA com os espetáculos Muito Romântico e CUBO, além de pesquisar sua questão identitária nipo-brasileira com as obras A Flor da Pele, Foi contemplada com prêmios pela APCA, IminFest, PAC2007, Artista da Casa e Moliére entre outros. 

Silvia Lopes Dançarina e artista-docente com formação em danças brasileiras, dança contemporânea e cultura infantil. Atuou como educadora especialista em aula de movimento corporal e dança em diversas escolas na cidade de São Paulo como: Colégio Oswald de Andrade, Espaço Brincar, Jacarandá, Grão de Chão, Waldorf SP, Friburgo (Casinha pequenina), Morungaba, entre outras escolas. É formadora de professores nas áreas de cultura corporal infantil, dança, cultura lúdica infantil e contação de histórias em diferentes projetos e instituições. É integrante do grupo Balaio de pesquisa, ensino e assessoria em cultura corporal infantil; integrante do grupo de contação de histórias Histórias Inventadas e fundadora e criadora-intérprete  na  Cia Meu Corpo, Meu Brinquedo, voltada para a pesquisa em dança para crianças. É Sócia da produtora Carrapeta Produções, que em 2009 começou sua atuação no mercado cultural.

Mestre Pinguim Conhecido no meio artístico e da capoeira como Contramestre Pinguim, nasceu em Salvador, na Bahia, onde teve os primeiros contatos com diferentes manifestações culturais afro-brasileiras. Foi aluno de Mestre Pato e é formado por Mestre Gato Preto no Berimbau de Ouro da Bahia. É contramestre do Grupo Guerreiros de Senzala e diretor artístico do Núcleo de Artes Afro-Brasileiras na USP, onde conduz as aulas de capoeira, dança afro e percussão. Na década de 1990, já em São Paulo, integrou a Cia. de Dança Batá Kotô como bailarino e professor de dança afro.

Allan da Rosa Historiador, mestre e doutorando em Educação pela USP, pesquisa e escreve sobre imaginário de homens pretos na cidade de São Paulo, especialmente no eixo estética, ancestralidade e cotidiano. Autor de Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem, entre outras obras de ficção, teatro, ensaio, educação e culturas negras. Apresenta cursos, oficinas, palestras e recitais, realizados em diversas comunidades, universidades e bibliotecas pelo Brasil e também em Moçambique, México, EUA, Argentina, Colômbia, Cuba e Bolívia.