BorgWarner terá segundo cliente para turbo flex em 2020

No segundo semestre empresa fornecerá turbinas para motores 1.0 e 1.3 bicombustíveis. Também começa a fornecer motor de partida para start-stop

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 29/11/2019 - 19:00
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    A BorgWarner confirmou que a partir do segundo semestre de 2020 sua linha de produção de turbos para veículos leves flex em Itatiba (SP) vai ganhar um segundo cliente no Brasil. Atualmente a fábrica só fornece turbinas de motores Otto para uma montadora no País, a Volkswagen, que usa o componente nos motores EA 211 1.0 e 1.4 TSI produzidos em São Carlos (SP) e usados no Up!, Polo, Virtus, T-Cross e Golf.

    Vitor Maiellaro, diretor geral da operação, informou que fechou as negociações esta semana com o segundo cliente. Ele não revela qual fabricante usará o turbocompressor feito em Itatiba, mas adiantou que eles serão usados em motores flex 1.0 e 1.3 – é provável, portanto, que seja a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) que em maio deste ano anunciou investimento de R$ 500 milhões para produzir em Betim (MG) os motores turbinados GSE (de Global Small Engine) T3 e T4 flex, baseados nos propulsores 1.0 e 1.3 Firefly já produzidos na unidade. Caso seja este mesmo o novo cliente, a BorgWarner tem potencial para duplicar e triplicar a produção de turbos no País, já que a FCA fará do Brasil uma base exportadora desses motores e já contratou a compra de 400 mil unidades para fábricas do grupo na Europa até 2022.

    Até 2014 a BorgWarner só produzia aqui turbos para veículos comerciais a diesel, com volumes bem menores. Com os lançamentos nos últimos dois anos de versões turbinadas em boa parte da linha Volkswagen produzida no Brasil, a BorgWarner vem elevando consistentemente a produção de turbinas para veículos leves na fábrica de Itatiba. Esperava-se que esse movimento acontecesse alguns anos antes, mas com a crise econômica muitos projetos foram adiados – caso dos motores turbinados da FCA – e só agora começam a ser retomados.

    Principal concorrente da BorgWarner, a Garrett também começou a fornecer turbos para veículos leves otto no Brasil, para a fábrica de motores da GM em Joinville (SC), que este ano iniciou a produção de versão turbinada do motor tricilíndrico 1.0 do novo Onix e sua derivação sedã Onix Plus – e que em 2020 também terá também terá uma versão de 1,2 litro. Contudo, este turbocompressor ainda é importado e a Garrett espera iniciar a fabricação nacional no segundo semestre de 2020.

    O potencial é grande. Estimativas apontam que serão vendidos por ano no Brasil mais de 1 milhão de carros equipados com motores turbinados a partir da metade da década que está prestes a começar. No mundo todo esta já é uma tendência tecnológica importante usada para reduzir consumo de combustível e emissões. Em 2017 os turbos já estavam presentes em 43% dos veículos leves vendidos globalmente naquele ano e a expectativa é que este porcentual cresça para 59% em 2027.

    MOTOR DE PARTIDA START-STOP



    Outra novidade confirmada da BorgWarner no segundo semestre do ano que vem é a produção nacional, em Brusque (SC), de motores de partida para carros equipados com sistema start-stop, que desliga o motor do veículo nas paradas do trânsito para economizar combustível. Sem revelar nomes, Adson Silva, diretor geral da divisão PowerDrive Systems no Brasil, afirma que duas grandes montadoras no País vão usar o componente em carros 1.0 e 1.3 – ao que tudo indica, a FCA pode ser um desses clientes.

    Com potencial de economizar de 10% a 15% de combustível no ambiente do para-e-anda do trânsito das grandes cidades, o sistema start-stop é outra tendência global que está chegando ao Brasil, favorecido pela metas de eficiência energética adotadas pelo País. “Em 2017 42% dos veículos vendidos no mundo já tinham start-stop e a estimativa é que em 2027 esse porcentual salte para 65%”, destaca Adson Silva.