Por G1


dinheiro, dólar, dólares, cédulas, notas — Foto: pasja1000/Creative Commons

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (30), acompanhando o clima negativo nos mercados externos, à medida em que os receios sobre o impacto econômico da pandemia de coronavírus se intensificaram com várias nações prolongando os bloqueios e medidas de isolamento para reduzir a propagação da doença.

No cenário doméstico, divergências entre governos regionais e federal sobre a resposta à pandemia continuaram no radar dos investidores.

O dólar subiu 1,50%, a R$ 5,1802. Na máxima, chegou a R$ 5,1838. Veja mais cotações. É a segunda maior cotação de fechamento da história. O recorde nominal (sem considerar a inflação) da moeda norte-americana foi registrado em 18 de março (R$ 5,1955).

No acumulado do mês, a moeda já subiu 15,61%. Em 2020, a alta é de 29,19%.

Cenários local e global

Os investidores seguiram atentos aos efeitos da pandemia do coronavírus na economia. Por aqui, eles avaliaram a possibilidade de novos cortes de juros à frente num momento em que o governo estuda a possibilidade de incluir a ampliação de compra de títulos públicos pelo Banco Central (BC) em uma proposta de emenda constitucional (PEC).

No momento em que os agentes financeiros ainda tentam medir os impactos do novo coronavírus na economia global, a extensão do isolamento social nos Estados Unidos até o fim de abril, anunciada no domingo pelo presidente Donald Trump, pesou no sentimento e penalizou moedas de mercados emergentes.

Com a crise do novo coronavírus no ar, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings cortou a nota de crédito soberana do México na semana passada e alterou a perspectiva do rating da Colômbia de estável para negativa. No fim de semana, foi a vez da Moody’s rebaixar a nota da África do Sul e retirar o selo de grau de investimento do país.

Em relação ao Brasil, as agências de classificação de risco já indicaram que a perspectiva fiscal continua a ser monitorada, assim como a retomada da agenda de reformas estruturais. No fim de semana, em live promovida pela XP Investimentos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que as reformas serão retomadas quando a crise do novo coronavírus passar.

No Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda, a projeção para o PIB de 2020 sofreu um forte tombo, ao passar de alta de 1,48% para queda de 0,48%. Da mesma forma, o ponto médio das estimativas do mercado para a inflação medida pelo IPCA em 2020 passou de 3,04% para 2,94%. Assim, já está contemplada no cenário do mercado uma nova queda do juro básico. Segundo o Focus, a Selic deve encerrar o ano em 3,5%, e não mais em 3,75%. Para 2021, a mediana das estimativas já indica Selic em 5%, e não mais em 5,25%.

Variação do dólar em 2020 — Foto: Economia G1

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