Por G1


Linha de produção de fábrica de brinquedos — Foto: Raul Zito/G1

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu mais 1,5 ponto em junho, para 95,7 pontos, o menor nível desde outubro de 2018, empatado com o resultado de novembro de 2018, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (27).

Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo terceiro mês consecutivo, desta vez em 0,5 ponto.

“A percepção sobre a situação atual dos negócios na indústria piorou em junho após dois meses de sinais positivos. Já as expectativas continuaram em queda, sinalizando pouca confiança na possibilidade de uma recuperação expressiva do setor no curtíssimo prazo. Diante do quadro de desânimo, destaca-se como único resultado favorável no mês a alta do indicador de evolução da produção nos três meses seguintes", afirmou Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas públicas da FGV IBRE.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuou 0,3 ponto percentual (p.p.) entre maio e junho, retornando para 75,0%. Na métrica de médias móveis trimestrais, o NUCI continuou avançando, em 0,1 p.p., para 74,9%, em função do bom resultado do mês anterior.

A confiança da indústria em junho mostrou direção contrária da registrada pelo comércio, construção e consumidores, que mostraram leve recuperação segundo as sondagens da FGV.

A leitura geral dos analistas é de que a economia permanece estagnada, após o Produto Interno Bruto (PIB) ter registrado queda de 0,2% no 1º trimestre.

Componentes do índice

A confiança caiu em nove de 19 segmentos industriais pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 1,9 ponto, para 96,6 pontos, destaca o Valor Online.

O Índice de Expectativas (IE) cedeu em 1,1 ponto, para 94,8 pontos, o menor desde agosto de 2017 (94,1 pontos).

A evolução desfavorável do indicador que mede o nível de estoques das empresas foi o principal fator a contribuir para a queda do ISA no mês.

A parcela das empresas que reportam estoques excessivos aumentou de 9,2% para 9,6%, enquanto a das empresas que os consideram insuficientes caiu de 3,3% para 2,9% do total.

O indicador que mede o grau de satisfação com o nível atual de demanda recuou 2,4 pontos, influenciado pelo componente de demanda interna, que caiu 2,9 pontos.

Em relação às expectativas: pela quinta vez consecutiva, registra-se queda do indicador que mede o otimismo dos empresários com a evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes. O recuo de 3,3 pontos fez com que o indicador marcasse 95,1 pontos, o menor valor desde agosto de 2017.

A parcela das empresas que preveem melhora nos negócios caiu de 40% para 34,9%, enquanto a das que projetam piora subiu de 11,8% para 13,2%. No sentido contrário, o indicador de produção nos três meses seguintes avançou 1 ponto, atingindo 100 pontos.

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