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Em 30 anos, o Paraná saiu da penúltima posição, responsável por apenas 0,5% da produção nacional, para ocupar o 2º lugar do país em produção de automóveis com 15% da fatia de veículos produzidos no ano

Em 2019 o Paraná fechou o ano como o segundo maior produtor de automóveis do Brasil, ultrapassando Minas Gerais pela primeira vez na história. A marca foi atingida com o total de 443 mil veículos produzidos no estado, representando assim uma fatia de 15% de toda produção nacional, superando os 10,7% de MG e ficando atrás apenas de São Paulo, o maior produtor com 40,10% dessa fatia.

Acordos fechados no Paraná foram essenciais para o crescimento

Os acordos fechados entre Sindicato, montadoras e Governo do Paraná garantiram um crescimento positivo, sem precarizar salários ou reduzir direitos dos trabalhadores

O desempenho positivo no Paraná, que o elevou ao patamar de segundo maior polo automotivo do Brasil, se deu principalmente pelos bons acordos fechados no estado, que estabeleceram uma relação tripartite positiva entre Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Montadoras e Governo do Paraná.

“Foram estes acordos negociados que possibilitaram o aumento da produtividade, ampliaram a capacidade das fábricas e, principalmente, garantiram a atração de novos modelos, como são os casos recentes do Kwid, na Renault, e o T-Cross, na Volkwagen, tornando nosso estado ainda mais competitivo. Isso tudo fez com que o Paraná alcançasse este bom resultado”, destacou Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Estes acordos fechados também garantiram um aumento significativo na qualidade da mão de obra dos metalúrgicos no Estado, o que também ampliou e melhorou a produtividade dos trabalhadores, garantindo não só o aumento no número de veículos produzidos, mas também um novo folego na economia do estado:

“Para se ter uma ideia da dimensão da contribuição que os acordos tiveram no desempenho positivo que o Paraná vem tendo no Brasil podemos olhar os acordos de PLR nas montadoras de veículos aqui da Grande Curitiba. Eles foram os maiores do Brasil e com eles foram injetados R$329 milhões na economia do Paraná. Ou seja, contribuímos não só na atração destes novos modelos de veículos e no aumento da produtividade, mas também no reaquecimento da economia do estado, colocando dinheiro novamente para circular entre a população em um momento decisivo para a retomada do crescimento”, destacou Butka.

“O mais importante: com estes resultados fica comprovado que é possível crescer sem precarizar direitos trabalhistas. É graças aos Acordos com os trabalhadores, empresários e Estado que conseguimos avançar não só em produção, mas em conquistas para todos. Sem dúvidas, se insistirmos nessa base, será possível crescer ainda mais nos próximos anos”, finalizou o presidente.

Série histórica

Desde os anos 1990 observa-se uma desconcentração da produção de autoveículos no país, na ocasião SP e mais três estados concentravam toda a produção do Brasil, sendo 74,80% apenas em território paulista. Em poucos anos a situação mudou e a produção se dividiu por 9 estados.

São Paulo passou a representar menos da metade dos veículos fabricados no país (46,60%) em 2017 e em 2019 reduziu ainda mais sua participação para 40,10%.

Já o Paraná dá um salto exponencial, passando de apenas 0,5% de participação em 1990 para 11,60% em 2017, 12,40% em 2018 e os atuais 15% em 2019.