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Mesmo com a sensação de dificuldade de desenvolvimento na carreira, 42% das mulheres preferem trabalhar em casa.

Profissionais da tecnologia

Para 40% das mulheres brasileiras na TI, home office atrasa desenvolvimento profissional

GazzConecta, com colaboração de Millena Prado
02/02/2021 20:49
Se dividir entre demandas de trabalho, prazos, organização da casa e cuidados com os filhos é a realidade de muitas mulheres que, desde o início da pandemia, passaram a cumprir suas jornadas de trabalho em home office. Para 40,4% das mulheres brasileiras no setor de tecnologia da informação (TI), trabalhar em casa dificulta e até atrasa o desenvolvimento profissional.
Este é o resultado da pesquisa “Mulheres em tecnologia: onde estamos? Compreendendo a evolução feminina no setor”, realizada pela empresa de cibersegurança Kaspersky. A pesquisa entrevistou 13 mil profissionais que trabalham com tecnologia em 19 países, incluindo o Brasil.
Para 48% das entrevistadas, o home office ajuda a promover a equidade de gênero no setor, mas equilibrar a casa e o trabalho é um desafio que ainda precisa ser superado. Além disso, 46% das brasileiras têm se desdobrado para combinar o trabalho e a vida da família.
Enquanto 67,6% das mulheres realizam a maior parte das tarefas domésticas, 47,6% dos homens brasileiros disseram se responsabilizar pela mesma atividade.
Os números são parecidos quando o assunto é a educação dos filhos. 78% das mulheres disseram que auxiliam em tarefas escolares, enquanto 56% dos homens faz o mesmo. 46% das entrevistadas no Brasil fizeram mais alterações na jornada de trabalho que seu parceiro para conciliar a rotina.

Dificuldades acentuadas, mas caminho livre para o sucesso

O home office, segundo as entrevistadas, atrasa o desenvolvimento profissional — mas ser mulher trabalhando com tecnologia, por si só, não é um fator determinante. Embora a desigualdade não seja uma exclusividade deste setor, 66,4% das entrevistadas não acreditam que o gênero importe no setor se elas forem boas profissionais.
Evgenia Naumova, vice-presidente global de vendas da Kaspersky, conta que a desigualdade no mercado não impede a mulher de ter uma carreira de sucesso. “Podemos afirmar que a igualdade pode ter impactos positivos na carreiras, mas não podemos dizer que a desigualdade que existe no mercado de tecnologia impeça uma mulher de ter uma carreira de sucesso”, relata.
Na visão da vice-presidente, embora a representatividade feminina esteja crescendo no mundo, está longe do ideal. “Não é apenas uma questão de encontrar a proporção perfeita de homens e mulheres. De acordo com outro estudo da Kaspersky, muitos CISOs (Chief Information Security Officer) dizem que não há candidatas suficientes para os processos de recrutamento. Portanto, para minimizar a lacuna no setor, devemos atrair mais mulheres que queiram criar e desenvolver suas carreiras conosco”, explica.
Naumova completa ainda que a flexibilidade é um ponto atrativo para mulheres e as empresas são responsáveis pelo fomento da diversidade. Mesmo com as diferenças de responsabilidades, 42,6% das mulheres preferem trabalhar em casa — e a autonomia está entre os principais benefícios apontados por elas.
“Eu defendo que as empresas de tecnologia tomem a iniciativa e garantam um ambiente mais flexível e equilibrado para as mulheres. Como sempre, a situação não vai mudar da noite para o dia, mas há indícios de que as mulheres se sentem mais empoderadas quando trabalham em casa, pois esse esquema lhes dá mais flexibilidade”, finaliza a vice-presidente.

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