Na esteira do aumento dos gastos dos governos para fazer frente à pandemia do novo coronavírus, a dívida pública brasileira acelerou seu crescimento em março. Dados divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou março aos R$ 5,758 trilhões, o que representa 78,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

O porcentual divulgado pelo Banco Central é maior que os 76,7% de fevereiro. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

Com o aumento de despesas públicas em função da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de que a dívida bruta continue a subir nos próximos meses no Brasil. Este é um dos principais fatores de preocupação dos economistas do mercado financeiro.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

Dívida líquida

O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 53,6% para 51,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em março de 2020. A DLSP atingiu R$ 3,797 trilhões.

A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil, hoje na casa dos US$ 338,1 bilhões.