Desenvolvimento do Brasil passa pelo fortalecimento da indústria nacional, diz presidente da CNI

Na abertura do Encontro Nacional da Indústria 2020, Robson Braga de Andrade defendeu uma política industrial com visão de futuro, investimentos em inovação e transição para economia de baixo carbono

A pandemia do novo coronavírus trouxe inúmeros desafios para cidadãos e empresas. Mas, para a indústria brasileira, o momento é de transformar esses desafios em oportunidades. Depois de mostrar resiliência e capacidade de adaptação à nova realidade imposta pela Covid-19, o setor se mobiliza para debater uma agenda para fortalecimento da estrutura produtiva do país e o avanço na agenda de mudanças necessárias para que o país avance na quarta revolução industrial e na economia de baixa emissão de gases do efeito estufa.

“A indústria é capaz de recuperar a economia de um país. É disso que precisamos neste momento. É preciso ter um projeto de desenvolvimento da indústria brasileira, reindustrializar o Brasil, criar condições para o Brasil ter uma indústria competitiva, eficiente e inovadora”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, na abertura do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que reunirá, em dois dias de painéis e palestras virtuais, associações e executivos da indústria, especialistas e autoridades para discutir o papel do setor no desenvolvimento do país. 

Andrade lembrou que as adversidades trazidas pela pandemia exacerbaram os velhos obstáculos para se fazer negócios no Brasil, reforçando a necessidade de o país continuar avançando na agenda de reformas. A  modernização do sistema tributário é passo indispensável para se remover o principal fator do chamado Custo Brasil, que reduz a capacidade das empresas brasileiras de competir em igualdade de condições com a concorrência mundial, seja no mercado interno ou no comércio internacional.

“Em paralelo às reformas estruturantes, devemos acelerar a nossa adaptação às grandes tendências do século 21. As mudanças climáticas e a quarta revolução industrial já estão presentes no nosso dia a dia e trazem novos desafios para o Brasil”, disse.


“Necessitamos de uma política industrial que olhe para o futuro, baseada no aumento da produtividade e na transformação das estruturas produtivas. Os investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação são a chave para o país desenvolver modelos de produção e de negócios conectados com a indústria 4.0.”


Pandemia reforçou importância de fortalecer base produtiva

O presidente da CNI lembrou, ainda, que os impactos da Covid-19 sobre as cadeias produtivas globais, com efeitos sobre a disponibilidade de insumos farmacêuticos e respiradores, por exemplo, deixaram evidente a importância de os países fortalecerem suas estruturas produtivas.

Segundo Andrade, a indústria brasileira mostrou-se capaz de se adaptar a esses desafios, por meio de inovação e investimento em tecnologia, ao converter linhas de produção e conseguir suprir o mercado interno com álcool em gel e respiradores, por exemplo.

“Não podemos depender apenas de um fornecedor ou de um cliente. Não podemos produzir tudo, mas podemos produzir mais do que fazemos, com uma indústria forte e diversificada para assegurar o suprimento das cadeias de produção e gerar riquezas”, afirmou.

Para o gerente da Unidade de Competitividade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Cesar Rissetti, o Brasil enfrenta o desafio de ampliar a produtividade e a competitividade das empresas, num processo que passa por inclusão digital, internacionalização e inclusão das empresas de pequeno porte nas cadeias de valor.

“Estamos juntos com o propósito de tornarmos as nossas empresas, mais eficientes e inovadoras. Com uma indústria mais competitiva, teremos um país capaz de inaugurar um ciclo de verdadeiro desenvolvimento para o país”, afirmou.

Acompanhe os grandes temas em discussão no ENAI 

Em dois dias de evento, o ENAI debaterá os grandes temas associados ao desenvolvimento da indústria brasileira e da economia nacional. Representantes de setores industriais, especialistas, pesquisadores e empresários vão debater temas como reformas estruturantes – tributária e administrativa – a necessidade de formulação de uma política industrial em sintonia com as tendências do século 21, a indústria 4.0 e os processos de transformação digital a sustentabilidade e as novas formas de trabalho. Confira!

Relacionadas

Leia mais

Reformas são essenciais para o Brasil ampliar a participação no comércio exterior
Novo ensino médio permite construir escola do século 21
Taxação de carbono prejudica competitividade da indústria e do Brasil

Comentários