O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, disse que a proposta de reforma tributária que é defendida pelo grupo Brasil 200, de empresários apoiadores de Jair Bolsonaro, não é endossada pelo governo. Ele afirma que tem sido consultado por eles, mas que a sua própria proposta, a da PEC 474/2001, é diferente. Segundo o secretário, ambas envolvem o imposto único, mas a ideia defendida pelo Brasil 200 é mais “ousada” e enfrentará dificuldades de negociação política.
Valsa Cintra se descola da iniciativa do grupo, que tem nomes como Flávio Rocha, da Riachuelo. O movimento é liderado por Gabriel Kanner, sobrinho de Rocha.
Eclipse “Eles estão voltando à proposta original, que é o imposto único nacional. Isso tem algumas dificuldades que todo mundo conhece, que é a questão federativa. Essa é a principal crítica”, diz Cintra. A original, no caso, é uma ideia levantada pelo hoje secretário há 20 anos.
Esperança perdida Já a proposta atual do governo introduz o mesmo conceito de imposto único, mas só no âmbito federal, mantendo a autonomia de estados e municípios.
Chega de saudade O secretário é didático ao se distanciar da ideia dos empresários. “O Marcos Cintra há 20 anos adoraria ver isso. Hoje, é outro. É secretário da Receita, subordinado a um plano de governo. Eles me perguntam informações sobre como era o projeto. Eu até dou, mas eles viajam no tempo e me pegam lá.”
Prosa
“Volta e meia [os empresários do Brasil 200] me ligam, não como secretário, mas como acadêmico que discutiu isso no passado. Eu acompanho, mas não é uma proposta que o governo esteja endossando
Marcos Cintra, secretário da Receita Federal
Sorriu para mim A aprovação do acordo entre Petrobras e Cade para que a estatal venda ativos como sua participação no gasoduto Gasbol foi comemorada pelo secretário de Produtividade, Carlos da Costa. “Ganham os setores químico, de cerâmica, vidro, plástico, entre outros. É o início de um tsunami do bem, que abrirá vários mercados à concorrência saudável”, diz.
Outra vez O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a atacar o Fundo Amazônia no final de semana ao tuitar uma nota do jornal Valor Econômico de 2014.
Menino do Rio O texto dizia que o BNDES, em parceria com a FAO (braço da ONU para agricultura e alimentação), elaborava um projeto para ajudar países da bacia do rio Congo, na África, a monitorar desmatamento com recursos do fundo. “Sem comentários”, escreveu junto da nota.
Discussão Arthur Koblitz, da associação de funcionários do banco, entendeu ser uma indireta para questionar o papel do fundo, e tuitou de volta.
Este seu olhar “Sr. Ministro, essa notícia é falsa. Não há qualquer projeto apoiado pelo Fundo Amazônia na África. (...) Sua posição deveria obrigá-lo a esclarecer a opinião pública, não propagar desinformação”.
Conversa em conversa Em maio, Salles disse haver irregularidades no fundo, mas os principais doadores, Noruega e Alemanha, afirmam que não encontraram problemas.
Tintin por tintin Procurada, a assessoria de imprensa do banco não respondeu as perguntas sobre a existência do projeto. Enviou apenas o link para o site do fundo. A pasta de projetos internacionais direciona para um caso cujos beneficiários são Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O ministério do Meio Ambiente não se pronunciou sobre o tema.
Acontece que sou baiano A busca por músicas do cantor e compositor João Gilberto, morto aos 88 anos no último sábado (6), subiu 400% na plataforma Deezer até domingo (7). Paris é a cidade que mais ouve o músico.
com Igor Utsumi, Paula Soprana e Ivan Martínez-Vargas
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