Por Alexandro Martello, G1 — Brasília


O crédito bancário deve registrar um crescimento menor em 2020. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre.

No documento, o BC informa que a previsão passou de uma expansão de 8,1% do crédito bancário para 4,8%. Assim, a instituição passa a estimar uma desaceleração em 2020, com uma alta menor do que a registrada no ano passado – que foi de 6,5%.

A redução da projeção ocorre apesar das injeções de bilhões de reais no sistema financeiro anunciadas pela instituição nas últimas semanas para combater os efeitos da crise do coronavírus.

De acordo com o Banco Central, a previsão de alta no crédito para as pessoas físicas em 2020 passou de 12,2% para 7,8%, enquanto que no saldo a pessoas jurídicas aprevisão de crescimento recuou de 2,5% para 0,6% neste ano.

"De forma geral, a projeção de menor crescimento do saldo de crédito reflete cenário substancialmente mais desafiador para a atividade econômica diante da pandemia de coronavírus (COVID-19), haja vista a elevação de incertezas no ambiente econômico internacional e a expressiva queda nas expectativas de crescimento para o Brasil em 2020", informou o BC.

O Banco Central também observou que o ajuste nas projeções de 2020 concentrou-se majoritariamente nas operações de crédito financiadas com recursos livres (que desconsideram os empréstimos do BNDES, rurais e habitacionais). Segundo a instituição, estas operações são "mais sensíveis ao ciclo econômico e que tiveram crescimento expressivo nos últimos anos".

Bancos com mais recursos em caixa

A queda na previsão para o crédito das instituições financeiras foi registrada em um momento no qual o próprio BC tem inundado o sistema financeiro nacional com mais liquidez (recursos em caixa) para que os bancos possam combater os efeitos da pandemia do coronavírus.

No começo desta semana, a autoridade monetária informou que, se forem consideradas medidas já adotadas e outras ainda em estudo, a estimativa é que possa ser injetado R$ 1,216 trilhão em liquidez no mercado financeiro.

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