Scania amplia linha de caminhões off-road com versão G 540 10x4

Novo Scania 10x4 expande opções da marca para operações pesadas em mineração e construção

Por SUELI REIS, AB
  • 10/09/2020 - 16:38
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A Scania está ampliando sua linha de caminhões off-road XT Heavy Tipper com o lançamento da versão atualizada do modelo G 540 10x4, que se junta às demais versões da gama, os modelos 6x4 e 8x4, que estrearam junto com a nova geração de caminhões da marca em 2018.

    Equipado com o motor da nova geração de 540 cv de potência e tecnologia XPI de injeção de combustível em alta pressão, a nova versão do modelo 10x4 possui capacidade para transportar 55 toneladas de carga, 11 toneladas a mais do que a versão 8x4, uma das mais vendidas da Scania. Diferente da versão anterior, o terceiro eixo direcional agora está localizado à frente dos eixos de tração. O veículo também conta com o câmbio XRSO 935, exclusiva para a linha Heavy Tipper, com o sistema Lay Shaft Brake, com maior velocidade na troca de marcha.

    O veículo é indicado para trabalhos extremamente pesados, como operações em mineradoras e na área de construção pesada e infraestrutura. Além destes, a nova geração da linha XT Heavy Tipper atende outros setores da economia que utilizam os caminhões fora de estrada em suas operações, como o florestal e canavieiro.

    Segundo o diretor de vendas da Scania no Brasil, Silvio Munhoz, o caminhão G 540 10x4 marca a última etapa do desenvolvimento da linha XT Heavy Tipper de caminhões vocacionados.

    “É uma demanda que o próprio setor pediu, um caminhão com mais capacidade do que o 8x4”, afirma Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania.



    A companhia ingressou no segmento de mineração em 1999 com seu primeiro caminhão dedicado, um 8x4. Em 2007 a empresa foi pioneira na categoria ao lançar o primeiro 10x4 do Brasil, no entanto, ela deixou de existir em 2016, quando a empresa entregou o último modelo e agora, com a nova geração, volta a apostar no produto.

    O novo G 540 10X4, que vem sendo testado em operações reais por mineradoras há pouco mais de um ano, chega ao mercado só em abril de 2021, mas segundo o executivo, a empresa recebe pedidos para produzir a partir de agora. O preço parte de R$ 950 mil, valor que pode variar conforme a configuração.

    “Estamos com a carteira de pedidos aberta e já temos 30 intenções de compra”, diz Munhoz.

    MERCADO PROMISSOR


    O mercado de caminhões off-road dedicado ao setor de mineração é promissor, embora apresente demanda atual muito aquém do esperado pelo segmento. Segundo Munhoz, atualmente, o País tem capacidade para absorver 1,5 mil unidades por ano. A expectativa é de que esse volume aumente nos próximos anos, considerando os investimentos previstos no setor.

    Munhoz aponta que mesmo com a pandemia, a mineração não parou e em agosto, a Scania registrou seu melhor mês de vendas para o setor em 30 anos. Da mesma forma, o executivo aponta que o setor de grandes construções, que estava totalmente paralisado, está voltando a movimentar suas obras.

    “Para 2021, o volume [de vendas] deve ser de 200 unidades para este veículo”, afirma Munhoz. “Este segmento gira em torno de 1,2 mil a 1,5 mil unidades por ano e a Scania tem um market share significativo”, completa.



    Dados do Ibram, Instituto Brasileiro de Mineração, apontam que os ciclos de investimentos do setor ocorrem a cada cinco anos: a estimativa é de que as mineradoras apliquem algo equivalente a R$ 32 bilhões até 2025 no Brasil.

    O setor de infraestrutura e construção também mantém expectativas positivas para os próximos anos. Segundo a Sobratema, Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, o setor de máquinas e equipamentos para construção (o que inclui caminhões off-road) cresceu 62% no primeiro semestre deste ano, considerando produtos importados.

    A entidade estima que o setor deverá registrar curva crescente pelo menos até 2025, quando o volume deverá estar, segundo a previsão, na casa das 35,4 mil unidades. Alguns fatores podem potencializar este mercado, como os novos projetos de privatização, PPPs (parcerias público-privada) com foco em construção pesada e infraestrutura, marco legal do saneamento básico, crescimento estimado para o PIB, mineração em alta e a própria agricultura podem demandar mais investimentos, beneficiando o setor.

    Dados coletados pela Sobratema apontam uma carteira com aporte total de R$ 225,8 bilhões entre 2020 e 2022, considerando projetos de PPPs nas áreas de aviação, ferrovias, rodovias e portos.