Cummins: Euro 6 trará mais clientes e compensará saída da Ford

Luis Pasquotto, presidente da Cummins no Brasil: reestruturação e outros negócios ajudam a compensar o fim do fornecimento de motores à Ford Caminhões

Por SUELI REIS, AB
  • 01/10/2019 - 19:38
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    O fim da produção de caminhões anunciado pela Ford em fevereiro deste ano pegou toda a indústria de surpresa e isso não foi diferente para a Cummins, que fornecia seus motores para a montadora, que por sua vez decidiu vender a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para o Grupo Caoa. O presidente da Cummins no Brasil, Luis Pasquotto, diz que é necessário esperar o desfecho do negócio, que deve ser anunciado em meados deste mês.

    “Foi um golpe que não prevíamos, foi muito na calada da noite. Imaginávamos que talvez isso acontecesse mais à frente, mas não em 2019”, comenta.

    Com isso, a empresa precisou se organizar internamente, uma vez que com o fim das vendas de motores à Ford, o volume de produção diminuiu entre 20% e 25% na fábrica da Cummins em Guarulhos, região metropolitana da capital paulista. Segundo o executivo, a reestruturação já compensou parte da perda. “A Volkswagen Caminhões absorveu parte dos volumes, reconstituindo uma maior participação [no fornecimento]”, disse.

    Pasquotto estima que a saída da Ford do mercado de caminhões deva significar uma variação negativa de 10% no faturamento da companhia no Brasil este ano.

    No entanto, com o advento do Euro 6, a empresa já prevê aumentar sua carteira de clientes: “Esse portfólio vai aumentar com a chegada do Euro 6 e não será apenas um, mas mais clientes. Ainda com o Euro 5, já esperamos ter novas aplicações”, revela sem mencionar os nomes das novas empresas parceiras.

    Outros negócios da companhia também vêm ajudando a conter as perdas causadas pelo fim das atividades pela Ford, caso das vendas de turbos que a fabricante fornece para montadoras como Scania e Volvo, além do negócio de filtros, que aumentou cerca de 20% justamente para atender clientes com caminhão Ford. A área de motores para geradores de energia também vem mantendo o crescimento: a participação da Cummins neste mercado saltou de 24% para 45% durante os anos da crise, quando os pedidos de motores para caminhões e ônibus estavam em baixa.