Volkswagen terá outro ano acima da média, confia Di Si

Pablo Di Si ao lado do mais recente lançamento da Volkswagen, o Polo GTS: expectativa de ano melhor

Por PEDRO KUTNEY, AB | De Mogi Guaçu (SP)
  • 23/01/2020 - 19:32
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Durante a apresentação do Polo GTS – primeiro lançamento da Volkswagen este ano e 15º dos 20 prometidos no período 2017-2020 –, o presidente da empresa na América Latina, Pablo Di Si, projetou outro ano acima da média para a marca no Brasil. O executivo espera repetir o bom desempenho de 2019 com crescimento de vendas domésticas, exportação e produção maiores do que prevê a Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos instalados no País.

    Já foi assim em 2019, quando as vendas da Volkswagen no País somaram 411 mil unidades, em alta de 12%, enquanto o mercado nacional de veículos leves avançou 7,6%. A produção das três fábricas brasileiras de montagem final aumentaram 12%, para 487 mil carros, enquanto a média da indústria foi de meros 2,3%. E as exportações do setor, que acumularam queda de 30% no ano passado, no caso da VW caíram bem menos, 4,6%, e representaram 22% da produção, 107 mil unidades.

    “Foi um bom ano e com os lançamentos que vamos fazer este ano deveremos crescer novamente acima da média, possivelmente dois dígitos porcentuais, enquanto o mercado deve avançar em torno de 8%, conforme prevê a Anfavea”, pontua Pablo Di Si.



    O executivo cita entre os destaques do ano o lançamento da versão Sense do utilitário esportivo T-Cross para PCD (pessoas com deficiência) e o SUV compacto-cupê Nivus, que começa a ser produzido em São Bernardo do Campo (SP) em maio próximo. “Teremos pelo menos seis meses de venda do novo carro, que deverá atrair muitos clientes com seu design inédito na categoria e muitas inovações em conectividade”, afirma. E para o fim de 2020 ele lembra que está previsto o lançamento de mais um SUV, um médio-compacto pouco acima do T-Cross, conhecido como projeto Tarek e ainda sem nome definido, que será produzido na Argentina.

    “Com tudo que já fizemos desde 2017 registramos crescimento de 51% em nossas vendas no Brasil (de 272 mil para 411 mil veículos), mais que o dobro dos 22% que cresceu o mercado nesses dois anos”, destaca Di Si. Ele também sublinha que no mesmo período a marca obteve ganho de 2,9 pontos porcentuais de participação na vendas totais, terminando 2019 na segunda colocação do ranking nacional de parcas com share de 15,4%. O avanço foi ainda maior, 3,3 pontos para quase 14%, se for considerado só o varejo, em que o carro é faturado pelo concessionário ao consumidor.

    EXPORTAÇÃO E PRODUÇÃO MAIORES EM 2020



    Também está previsto novo alento para as exportações com a prospecção de novos mercados, que podem compensar parcialmente o tombo continuado das compras na Argentina, onde a VW é líder de vendas há 16 anos consecutivos e Di Si avalia que o “fundo do poço” foi alcançado no ano passado.

    Este ano a Volkswagen deve começar a exportar o T-Cross para a África – já no fim do ano passado ele recebeu a visita de uma dúzia de potenciais importadores de seis países da região. “Continuaremos a ser o maior exportador de carros do País. Em nossa história aqui já somamos 4 milhões de unidades exportadas para 147 países”, pontua.

    Somando desempenhos melhores de vendas domésticas e exportações, Di Si estima que a produção brasileira da Volkswagen também vai subir acima da projeção da Anfavea, de alta de 7,3% sobre o pronunciado tombo de 2019.

    DIGITALIZAÇÃO



    Outro fator que deverá favorecer os negócios este ano é a ampliação do processo de digitalização para toda a rede de distribuição da Volkswagen no País, que soma mais de 500 endereços. A iniciativa começou a ser testada em 2019 com três concessionários e será estendida a todos os distribuidores da marca até o fim de 2020, envolvendo a instalação de showroons digitais nas lojas, onde o cliente pode conhecer os carros com uso de realidade virtual aumentada, e a venda digital, em que o vendedor vai fechar o negócio na casa ou escritório do comprador munido de um tablet, para mostrar todas as características e configurações possíveis de cada modelo e fechar o negócio on-line.

    Segundo Di Si, “esse processo pode aumentar não só o volume de vendas, mas também a qualidade do atendimento, pois o vendedor fica melhor treinado, conhece mais os produtos e suas características, pode mostrar tudo isso ao cliente, até a composição de aços usados na estrutura da carroceria, além de propostas de pagamento e planos de financiamento, tudo integrado na plataforma”, explica.

    O executivo conta que o processo de transformação digital da Volkswagen no Brasil começou em 2017 com a unificação dos sistemas de TI, para integrar todas as áreas em uma só linguagem. “Mas esse é um processo que nunca acaba, a transformação é contínua”, diz.