AB entrega o Prêmio Inovação e Transformação Digital no Setor Automotivo

Letícia Mendonça, da Basf, recebe o prêmio de Giovanna Riato, da AB, e de Eduardo Peixoto, do Cesar

Por GIOVANNA RIATO, AB
  • 20/08/2019 - 20:29
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
  • 5 minutos de leitura

    A indústria automotiva está distante da maturidade digital no Brasil, segundo apurou o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo, feito por Automotive Business em parceria com o Cesar, centro privado de inovação estabelecido em Recife (baixe o relatório completo aqui). Ainda assim, há organizações empenhadas em fazer movimentos importantes nessa área para colher frutos no futuro.



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    Automotive Business, com o apoio do Cesar, reconheceu seis destas empresas com o Prêmio AB | Inovação e Transformação Digital no Setor Automotivo, entregue na segunda-feira, 19, durante o ABPlan – Workshop Planejamento Automotivo 2020, em São Paulo.

    Para apurar os vencedores e suas boas práticas, convidamos os respondentes da pesquisa realizada para construir o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo a destacarem as ações mais relevantes que desenvolvem pela transformação digital. Após o levantamento, uma seleção feita por Automotive Business e pelo Cesar, destacando as companhias que realizaram os movimentos mais consistentes nessa área.

    Conheça os vencedores e suas iniciativas:

    BASF - REVOLUÇÃO NA CULTURA E NOS PROCESSOS


    Em fase madura da implementação de soluções de indústria 4.0 no Brasil, a Basf desenvolve localmente estratégia abrangente para a transformação digital, conforme conta Letícia Mendonça, diretora da unidade de Catalisadores da companhia para a América do Sul. Com isso, a executiva calcula que a Basf tenha alcançado mais proximidade dos clientes e capacidade de entregar novas respostas.

    Letícia diz que a abordagem é digitalizar tanto os processos quanto a abordagem da companhia e a cultura interna. Entre as iniciativas em curso, está a fábrica da companhia em Indaiatuba (SP) que recebeu investimento para se adaptar aos conceitos de indústria 4.0. Outra frente importante de trabalho, destaca, é o onono, Centro de Experiências Científicas e Digitais que a organização inaugurou em São Paulo. “Um ambiente inovador e colaborativo para a cocriação de soluções de maneira ágil para atender as demandas do mercado”, conta.

    BOSCH - DIGITALIZAÇÃO NO AFTERMARKET




    Na divisão de aftermarket da Bosch na América Latina a revolução aconteceu na maneira de entender de quais soluções o mercado precisa. A empresa apostou em metodologias de design baseadas no ser humano, como design thinking e user experience, para mapear problemas do segmento de reposição automotiva e criar novas respostas. Lucas Frugis, chefe da área digital de Automotive Aftermarket para a região, conta que a iniciativa já começa a render bons frutos.

    Segundo ele, a Bosch estruturou seis projetos voltados a atender as reais necessidades do segmento – a maior parte deles ainda está em desenvolvimento, mas uma solução já está em operação. É o eXtra, programa de pontos para que oficinas mecânicas ganhem prêmios ao comprar produtos Bosch. “Estamos desenhando o MVP (Minimum Viable Product) e vamos começar os testes de mais uma solução nos próximos meses”, conta, adiantando que tem mais novidade por vir.

    FCA - ARRISCAR PARA GERAR VALOR AO CLIENTE




    A FCA entendeu que, para acompanhar o acelerado ritmo da digitalização, não basta fazer planos. É preciso estar sempre em ação – e manter o foco em criar valor para o cliente. Quem fala a respeito é André Souza, CIO da companhia para a América Latina. “O processo de transformação digital em uma empresa com da nossa complexidade é de longo prazo e precisa considerar uma mudança cultural feita de forma gradual”. Segundo ele, a concorrência da organização não se resume mais no setor automotivo, passando também a incluir empresas de tecnologia.

    O executivo diz que o processo de transformação digital da FCA está estruturado em cinco frentes, que ele chama de Digital Manufacturing; Customer Engagement and Commercial; New Digital Business; Digital Backoffice (digitalização de processos internos); e Connected Services and Vehicles. Segundo ele, há um trabalho constante para engajar os colaboradores da companhia na condução deste processo. “Um das ações impulsiona a empresa a ser cada vez mais guiada pelo uso de dados”, conta. Souza aponta que a revolução só será bem-sucedida se estiver focada em melhorar a experiência do cliente.

    FORD - DE OLHO NA JORNADA DO CONSUMIDOR




    Facilitar a vida das pessoas com segurança e assertividade. É assim que a Ford resume a sua busca com a transformação digital. Enquanto encerra as atividades de sua fábrica em São Bernardo do Campo, reduzindo seus ativos físicos, a companhia aponta estar trabalhando para ampliar seu patrimônio digital ao melhorar processos e criar novas soluções para aprimorar a jornada do consumidor.

    A Ford informa que suas ações para a transformação digital se encaixam na estratégia global, mas com autonomia e iniciativas locais. Um dos exemplos, aponta a fabricante, é o FordPass, plataforma que foi desenhada para oferecer comodidades aos clientes, como o agendamento de serviços na rede de concessionárias. A empresa destaca também soluções como o uso de realidade aumentada para fazer o diagnóstico dos problemas do carro e prestar assistência técnica remota para o veículo, além do uso de robôs para automatizar processos internos.

    MERCEDES-BENZ - UM ECOSSISTEMA PARA A DIGITALIZAÇÃO




    Depois de anos seguindo a cartilha tradicional da indústria, de busca constante por eficiência na fábrica, a Mercedes-Benz dá passos no Brasil para avançar na transformação digital em outras frentes, trabalhando em uma revolução de cultura e de abordagem do mercado, como conta o Chief Information Officer (CIO) da companhia, Maurício Mazza. “Precisamos atuar como um ecossistema, ao lado de uma série de parceiros, para entregar o melhor ao cliente”, diz.

    Mazza conta que a Mercedes-Benz começa a colher agora os frutos do alto investimento que fez nos últimos anos para modernizar as fábricas e em ações internas. “Com operações eficientes, engajamento das pessoas e controle financeiro minucioso, construímos a fundação para aplicar agora uma série de conceitos, como machine learning, analytics e big data”, diz. Outra frente importante para a transformação digital da empresa, conta, é o que está além dos portões das fábricas. Neste caso a Mercedes-Benz comemora a frota de 10 mil caminhões conectados, equipados com o sistema FleetBoard, que já circulam no Brasil. Mazza cita também a TruckPad, startup em que a montadora detém o controle minoritário.

    SCANIA - APOSTA NA CONECTIVIDADE




    Na Scania, entre as ações de transformação digital, está o investimento na conectividade e na gestão cuidadosa dos dados para melhorar a entrega aos clientes. A companhia aponta que a estratégia é contribuir para elevar o nível de gestão de quem usa caminhões da marca, identificando oportunidades e reduzindo custos.

    Fábio Souza, diretor de serviços da fabricante no Brasil, conta que, em 2017, a companhia lançou os Serviços Conectados. Por meio da solução, os veículos transmitem informações para um módulo na fábrica, que gera relatórios ou permite o acompanhamento em tempo real do desempenho do veículo, dependendo do plano de assinatura. O executivo conta que a ferramenta oferece informações detalhadas da operação e, a partir delas, o cliente pode tomar providências para economizar combustível, diminuir emissões de poluentes e aumentar a rentabilidade e disponibilidade da frota.