O presidente da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, minimizou nesta sexta-feira (25) em Pequim o impacto da proposta do governo para redução de tarifas de importação do Mercosul e evitou entrar em conflito com o governo Bolsonaro.
“Não tem problema a economia ser mais aberta desde que a competitividade brasileira cresça”, disse, citando redução de impostos, mais crédito, juros baixos.
Questionado se é possível reduzir o custo Brasil em quatro anos, prazo previsto pelo governo para a abertura unilateral, Skaf frisou que ainda é apenas uma “proposta” e que ele espera que em quatro anos a competitividade brasileira avance significativamente.
Conforme documento em discussão entre os países do Mercosul encaminhado pelo Brasil, a indústria é a mais afetada pela abertura, com redução média do imposto de importação de 13,6% para 6,4%.
Em alguns setores, a queda é ainda mais drástica. Veículos de passeio passariam dos atuais 35% para 12%. Na cadeia do aço, a tarifa média cairia de 10,4% para 3,7%.
A medida tem provocado forte reação de setores da indústria, mas há divergências. Alguns segmentos defendem a redução de tarifas para baratear matérias-primas que utilizam como aço ou produtos químicos.
Skaf disse que não comentou sobre o assunto da revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele organizou na quinta-feira (24) um jantar de Bolsonaro com 19 presidentes de grandes empresas chinesas, incluindo o Alibaba.
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