Ministro de Minas e Energia diz que não há medida emergencial para crise e nega aumento da Cide

Minutos depois de sua fala a jornalistas, presidente foi às redes sociais para também negar elevação da contribuição

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Miami

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que não há "nenhum medida emergencial" a ser adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) diante do derretimento do mercado financeiro no Brasil e no mundo nesta segunda-feira (9). Ele negou ainda que haja previsão de aumento da Cide, contribuição sobre o preço dos combustíveis recolhida pelo governo federal.

Na comitiva do presidente nos EUA, o ministro disse que conversou com Bolsonaro pela manhã e que instrumentos podem ser aplicados no futuro, porém, "não no caso particular do que está ocorrendo no dia de hoje."

"No momento não há nenhuma medida emergencial que será adotada pelo Executivo. Estamos monitorando, acompanhando e, no momento oportuno, serão adotadas medidas e os instrumentos que se fizerem necessários", disse o ministro após uma palestra a investidores em Miami.

O ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e Paulo Guedes (Economia) durante evento no Palácio do Planalto - Adriano Machado - 16.abr.2019/Reuters

Albuquerque afirmou que sua pasta conduz há mais de seis meses estudos sobre medidas que podem ser adotadas em caso de variação abrupta do preço do petróleo, por exemplo.

"Isso tudo é exercício que pode ser refletido, mas não tem nenhuma ação agora que vai ser tomada pelo governo."

Após o ministro falar com jornalistas, Bolsonaro, que evita a imprensa desde que chegou a Miami, no sábado, tuitou que "não existe a possibilidade de o governo aumentar a Cide para manter os preços dos combustíveis."

"A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferências. A tendência é que os preços caiam nas refinarias", escreveu o presidente.

Minutos antes, Albuquerque tinha ido na mesma linha ao falar com jornalistas: "Não tem nada de aumento da Cide. A Cide é um dos componentes desses instrumentos que podem ser utilizados, como PIS Cofins, CPMF, etc."

O ministro foi questionado sobre a gravidade do quadro econômico no Brasil e no mundo, nesta segunda. Se com o avanço dos impactos financeiros do coronavírus e a queda de braço entre Rússia e Arábia Saudita, que já vem sendo chamada de guerra no preço do petróleo, o governo não estaria preparando medidas diferentes daquelas estudas há seis meses.

Ele insistiu que não será feita uma "ação imediata" e que tudo passa por um "espectro mais amplo das reformas."

Mais cedo, Bolsonaro fez um discurso no mesmo evento com empresários no qual afirmou ser leal às políticas de Paulo Guedes (Economia) e que tem feito tudo para implementar as medidas propostas pelo ministro.

Albuquerque disse que, em conversa com o presidente pela manhã, sentiu o presidente tranquilo. "Ele diz que quem conduz essa questão é a equipe econômica."

"Nada mudou. O país está tranquilo", afirmou o ministro.

Guedes afirmou que a equipe econômica brasileira estava "absolutamente tranquila" e que iria transformar a crise em "geração de empregos."

Investidores nos EUA estão preocupados já há algumas semanas com o fato de Guedes não ter plano B diante dos efeitos do coronavírus na economia. O epicentro do vírus é na China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil e em guerra comercial com os americanos.

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