Após ser denunciado pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo sob acusação de formação de quadrilha e uso de documento público falso, o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, se defende afirmando que foi vítima de fraude.
Por meio de um comunicado e de seu advogado, a direção da empresa diz que não há provas de que Gandini ou o diretor administrativo tinham conhecimento de uma tentativa de fraude.
Conforme a empresa, foram profissionais terceirizados na área tributária que usaram procurações para representar a Kia na Receita e "extrapolaram ilicitamente" os limites da contratação.
A Kia justifica também que já havia comunicado o problema à Secretaria da Receita Federal e à Procuradoria da Fazenda Nacional em 2012.
"Desde a instauração do inquérito, a empresa tem colaborado, razão pela qual manifesta o presidente significativa surpresa pela decisão do representante do Ministério Público Federal de incluir no polo passivo do processo criminal o presidente e o diretor administrativo, que não passam de vítimas de terceiros, com os quais jamais estabeleceram qualquer contato", afirma a nota da Kia.
Além de Gandini e o diretor administrativo, Edison Ruy, outras cinco pessoas foram denunciadas sob acusação de crimes de formação de quadrilha e uso de documento público falso.
De acordo com a procuradoria, o grupo emitiu três escrituras públicas falsas de imóveis que foram incorporados ao patrimônio da Kia em agosto de 2010.
Segundo o MPF, os imóveis inexistentes estariam localizados no Piauí e eram chamados de Fazenda Curral, Boa Esperança e Bezerra. Juntas, elas valeriam R$ 300 milhões, calcula o órgão.
A investigação apontou que nos anos 2010, 2011 e 2012 documentos falsos teriam sido usados na Receita Federal e na Procuradoria da Fazenda Nacional, em Vitória, para obter benefícios tributários ilícitos para a Kia.
Com Igor Utsumi e Paula Soprana
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