Os empréstimos para as empresas aumentaram 58,4% entre 2 e 27 de março (10ª a 13ª semanas deste ano), em relação ao mesmo período do ano passado. Dados de crédito por semana foram divulgados nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central.
No período, as medidas de restrição para combate à propagação do novo coronavírus se intensificaram. O intervalo deixa de fora apenas os dois últimos dias úteis de março.
De acordo com o BC, além das medidas da autoridade monetária para injeção de liquidez no sistema financeiro, a alta pode ser explicada pelo movimento das grandes empresas que, no início da crise, tinham linhas pré-aprovadas e resgataram esses créditos para fazer caixa.
Liquidez é a quantidade de dinheiro disponível nas instituições. Parte dos recursos dos bancos ficam presos em exigências do BC, como depósitos compulsórios.
A corrida enxugou os recursos do sistema financeiro e prejudicou os pequenos empresários, já que o custo dos empréstimos aumentou.
No mesmo período, as famílias pegaram 14,7% a mais de empréstimo que em 2019. O BC publicou dados de concessão de crédito livre, exceto cartão de crédito, das 13 primeiras semanas do ano.
Os bancos emprestaram R$ 443,9 bilhões às empresas entre janeiro e o fim de março, ante R$ 352,4 bilhões no mesmo período de 2019. Já as famílias pegaram R$ 290,3 bilhões, contra R$ 267 bilhões no ano passado.
Nas semana 10 e 11, quando nenhuma medida do BC tinha sido implementada, os empréstimos foram de R$ 45,9 bilhões, nas mesmas semanas de 2019, para R$ 78,3 bilhões, alta de 70,5%.
Entre as semanas 12 e 13, o volume aumentou ainda mais e foram R$ 111,4 bilhões em crédito para pessoas jurídicas, mas a elevação em relação às mesmas semanas de 2019 foi menor, com 50,7%.
Para as famílias, nas semanas 10 e 11, foram R$ 52,3 bilhões de financiamentos, contra R$ 42,1 bilhões (24% a mais). Nas semanas 12 e 13, depois de implementadas as medidas de isolamento social, foram R$ 43,4 bilhões, contra R$ 41,3 bilhões, aumento de apenas 5%.
Em 16 de março, as medidas de restrição impostas pelo governo para conter a propagação do vírus foram intensificadas. Na ocasião, a autoridade monetária liberou R$ 135 bilhões dos depósitos compulsórios dos bancos, primeira medida de injeção de liquidez no sistema financeiro.
Para tentar conter os efeitos da pandemia na economia, a autoridade monetária adotou medidas para diminuir essas obrigações e aumentar o volume de recursos disponíveis.
Quanto mais dinheiro em caixa, maior a possibilidade de aumentarem a concessão de crédito.
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