Por Carlos Brito, G1 Rio


Celso Mattos, presidente do Sindirepa, e Thiago Valejo Rodrigues, coordenador de Conteúdo Estratégico da Firjan — Foto: Carlos Brito/ G1

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro (Sindirepa) se manifestaram na manhã desta terça-feira (28) contra a proposta de alteração da unidade de medida do Gás Natural Veícular (GNV), que na bomba passaria de metros cúbicos para quilogramas.

A alteração é sugerida pelo Instituto de Instituto de Metrologia (Inmetro), que abriu uma consulta pública sobre o tema entre os dias 11 de dezembro do ano passado até o próximo dia 11 de fevereiro.

De acordo com o órgão, a medida diminuiria as fraudes nos postos de GNV, como a mistura de óleo ao gás. A Firjan discorda.

“Há muitos motivos para sermos contrários a essa alteração. As fraudes não diminuirão com essa medida - para isso, é preciso mais fiscalização. Além disso, o mercado inteiro, desde a cadeia de produção até a venda ao consumidor, opera com a utilização de metros cúbicos. A mudança para quilos também geraria uma mudança aparente de preço final para o consumidor que, no fim, poderá optar por alternativas menos vantajosas, como o etanol, combustível que permite uma quilometragem mais baixa por litro”, explicou o coordenador de Conteúdo Estratégico da Firjan, Thiago Valejo Rodrigues.

Segundo o levantamento feito pela federação, a alteração para quilos deixará o GNV aparentemente 35% mais caro para o consumidor. Além disso, haverá perda estimada em mais de R$ 1,3 bilhão com desestímulo ao uso e à instalação de novos kits do GNV, frustrando os planos de investimentos de distribuidoras e montadoras.

Também haverá redução potencial de empregos, seja por uso direto do insumo ou na indústria associada.

“Temos que considerar que haverá um prejuízo para os donos dos postos, que serão obrigados a adaptarem as bombas para quilos dentro de um período de até seis anos. Esse custo poderá ser repassado para o consumidor”, disse o presidente do Sindirepa, Celso Mattos.

Segundo ele, 1,3 milhão de veículos circulam com GNV no Estado do Rio de Janeiro. No Brasil, são 2,3 milhões de carros.

Sobre a situação, a Firjan e o Sindirepa fizeram propostas:

- Medidas para combater as fraudes, justificativa apontada pelo Inmetro como um dos motivos para a alteração da metodologia de preço;

- Caso seja necessária mudança, opção pelo Litro de Gasolina Equivalente (LGE) ou Litro de Etanol Equivalente (LEE), que traz o valor consumido em equivalência energética, ou seja, a quantidade de quilômetros com o equivalente em litros de gasolina ou de etanol.

A Firjan vai enviar o resultado do estudo ao Inmetro para que o cálculo dos possíveis prejuízos provocados pela alteração para quilo sejam levados em consideração na consulta pública.

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