No mundo e no Brasil, 90% têm preconceitos sexistas, diz ONU

Agência pede que governos invistam em educação para promover mudança de comportamento

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Nova York | AFP

Em torno de 90% da população mundial, sem importar o sexo, tem preconceito contra as mulheres, revela um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado na quinta-feira (5). O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) analisou 75 países, que representam 80% da população global, e concluiu que nove a cada dez pessoas, inclusive mulheres, têm preconceito de gênero.

Esses preconceitos incluem que os homens são melhores políticos e líderes de negócios; que ir à universidade é mais importante para os homens; ou que deveriam ter um tratamento preferencial em mercados de trabalho competitivos.

Deputadas da bancada feminina marcam posição contra pontos da reforma da previdência que afetam as mulheres - Pedro Ladeira - 09.jul.2019/Folhapress

Os países no topo da lista são Paquistão, onde 99,81% têm ao menos um preconceito em relação às mulheres, Qatar Nigéria, ambos com 99,73%. Os países com população menos sexista são Andorra, com 27,01%, Suécia (30,01%) e Holanda (39,75%).

Em FrançaReino Unido e Estados Unidos, os índices de quem tem ao menos um preconceito sexista são de 56%, 54,6% e 57,31%, respectivamente. Na Espanha, o percentual é de 50,50%.

Na América Latina, a pior situação ocorre no Equador (93,34%), seguido por Colômbia (91,40%), Brasil (89,50%), Peru (87,96%) e México (87,70%). ArgentinaChile e Uruguai se situam entre 75,4% e 74,6%.

Os números revelam “novas pistas sobre as barreiras invisíveis que as mulheres enfrentam para obter a igualdade”, apesar de “décadas de progresso”, destaca o relatório.

“O trabalho tem sido eficaz para garantir o fim das brechas na saúde ou na educação, mas agora deve evoluir para abordar algo muito mais desafiante: um viés profundamente arraigado, tanto em homens como em mulheres, contra a igualdade genuína”, disse o administrador do Pnud, Achim Steiner.

 

A agência pede aos governos e instituições que trabalhem para mudar esses preconceitos e práticas discriminatórias através da educação.

 
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