Apesar da pandemia, VWCO sustenta investimentos no Brasil

Em Live #ABX20, Roberto Cortes, presidente e CEO da companhia, afirmou que aporte de R$ 1,5 bilhão está mantido

Por GIOVANNA RIATO, AB
  • 11/05/2020 - 20:00
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Direto do escritório que tem em casa, Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), participou de Live #ABX20 na segunda-feira, 11. O executivo aproveitou a entrevista para confirmar que vai concluir o plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão programado para o Brasil entre 2018 e 2021.

    “Nossa decisão estratégica de investimento é feita com base no longo prazo. Estamos ajustando algumas questões, mas de forma alguma vamos cancelar ou prorrogar algo substancial”, afirmou o executivo.

    E-DELIVERY PREVISTO PARA O COMEÇO DE 2021


    Segundo Cortes, os aportes em produtos, modernização e avanços tecnológicos seguem firmes. Ele diz que até mesmo a chegada do primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido localmente, o e-Delivery, deve ficar dentro do cronograma. “Vamos nos esforçar para manter o lançamento para o começo de 2021”, aponta, lembrando que já há intenção de compra para 1,6 mil unidades.

    O atual ciclo dá sequência a um investimento de R$ 1 bilhão concluído em 2017 curiosamente com a chegada da versão a combustão do Delivery. Apesar da convicção sobre os aportes em tecnologia, Cortes avalia que é importante rever alguns marcos regulatórios, como o Proconve P8, ou Euro 6, legislação de emissões de veículos pesados que começa a vigorar entre 2022 e 2023.

    O executivo avalia que as dificuldades do mercado brasileiro mal permitiram que a indústria abatesse os investimentos feitos para se adequar à Proconve P7, regulação anterior que entrou em vigor em 2012.

    “Com a crise que enfrentamos entre 2015 e 2017, nós nem passamos pela amortização do aporte anterior e já precisamos nos adequar ao Euro 6. Temos de manter as políticas de emissões, mas rever os prazos”, diz.

    RETOMADA DA PRODUÇÃO PARA ATENDER A DEMANDA


    Com a infecção de Covic-19 controlada na região de Resende (RJ), onde fica a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus, a companhia começou a retomar a produção no último dia 27 de abril ainda a um ritmo lento, a 30% da capacidade. Volume que Cortes espera aumentar gradativamente nos próximos meses.

    Depois de 32 dias de interrupção na produção com férias coletivas, a companhia fechou acordo de suspensão temporária de contrato de trabalho para colaboradores da produção e de redução da jornada e dos salários para as equipes administrativas (leia aqui).

    Cortes diz que era importante retomar a operação porque uma demanda, ainda que tímida, começou a surgir em alguns segmentos, como o agrícola, de mineração e de transporte de carga urbana.

    “Nosso ritmo está muito aquém na comparação com o de antes da pandemia, mas precisávamos voltar. Em 50 anos de mercado já vivi 18 crises e aprendi que se há uma certeza sobre estes momentos, é que eles passam”, diz o executivo.

    O executivo não arrisca fazer nenhuma projeção para os próximos meses por causa do cenário ainda incerto para a pandemia. Segundo ele, o horizonte para as exportações é tão desafiador quanto o do mercado interno. Cortes diz que a VWCO vende produtos feitos no Brasil em 30 mercados como México, Paraguai, Chile e África do Sul. “Estamos com dificuldades em praticamente todos eles”, conta.