Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Conheça as diferenças entre o leasing de carros no Brasil e nos EUA

Aluguel de longo prazo tem custos elevados em nosso país

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Anúncios de carros nos Estados Unidos chamam a atenção pelas parcelas baixas.

O brasileiro que se depara com essas propagandas sonha em comprar um sedã de luxo mediante uma entrada de aproximadamente 10% e mais parcelas próximas do que gastaria mensalmente para colocar um compacto 1.0 na garagem. No entanto, trata-se de uma modalidade de negócio diferente.

Além do financiamento como nós conhecemos, os americanos podem optar pelo leasing operacional. Trata-se do aluguel de longo prazo, em que o locatário paga um valor equivalente à depreciação do veículo ao longo do contrato. No fim desse período, há a opção de devolver o automóvel ou efetivamente comprá-lo.

Locadoras oferecem sistema semelhante no Brasil e o público-alvo são os motoristas de aplicativo. A diferença está nos valores.

Um motorista que roda 25 mil quilômetros por ano vai pagar aproximadamente R$ 1.500 por mês para alugar um carro compacto avaliado em R$ 50 mil. Esse valor considera um período de 24 meses e inclui os gastos com seguro, manutenção e IPVA.

Os custos aumentam ou diminuem de acordo com a quilometragem permitida em contrato.

Contudo, os preços dessa modalidade no Brasil sobem de forma desproporcional ao valor do veículo. Quem quiser alugar um utilitário de luxo que custa R$ 150 mil vai pagar por volta de R$ 6.000 ao mês no mesmo plano de dois anos. Ao todo, R$ 144 mil.

Os valores mostram que o consumidor brasileiro paga muito mais nessa modalidade de aluguel quando comparado ao americano.

Nos EUA, o leasing operacional de um utilitário Mercedes GLC avaliado pelo equivalente a R$ 170 mil vai custar por volta de R$ 1.600 por mês em um contrato de três anos. Há uma entrada de R$ 18 mil nesse plano, o que totaliza R$ 75,6 mil.

Essa disparidade faz o leasing operacional ser desinteressante para os consumidores de maior renda no Brasil, os mais ambicionados pelos bancos. O Itaú já fez alguns estudos para testar a viabilidade desse tipo de plano, mas resolveu esperar. 

Além das despesas —que incluem a alta margem de lucro das empresas no Brasil— e das restrições de quilometragem, o locatário não pode fazer qualquer tipo de alteração no veículo. São muitos custos para poucos benefícios.

Com a inflação sob controle e a taxa básica de juros em queda no país, há espaço para redução nos valores cobrados nas locações de longo prazo. Cabe ao mercado readequar suas margens, calcular riscos e estabelecer planos que sejam mais interessantes aos consumidores.

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