Presidente da GM defende foco na exportação

Carlos Zarlenga, presidente da GM para América do Sul, durante apresentação no Encontro da Indústria de Autopeças realizado pelo Sindipeças

Por SUELI REIS, AB
  • 22/04/2019 - 19:15
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    O presidente da GM para a América do Sul, Carlos Zarlenga, defendeu a exportação como um dos pontos fundamentais para elevar a competitividade da indústria automotiva nacional, fortemente impactada pelo custo Brasil, principal barreira apontada pelo executivo em sua apresentação que encerrou o Encontro da Indústria de Autopeças, seminário realizado pelo Sindipeças na segunda-feira, 22, no São Paulo Expo e que antecedeu a abertura da Automec, feira internacional de autopeças.

    Zarlenga citou perdas importantes da indústria a partir de velhos problemas causados pela infraestrutura logística deficiente e alta carga tributária imposta no País, além de citar taxas abusivas e alta volatilidade cambial. Zarlenga também criticou a inércia da indústria em focar esforços no Mercosul. Para o executivo, grande parte dos problemas estão do portão das empresas para fora, o que pode levar algumas empresas a um estado passivo, podendo levar os negócios à decadência.

    “Temos uma capacidade instalada para produzir 4,5 milhões de veículos e não conseguimos exportar para ninguém. E não podemos considerar a Argentina como exportação, porque somos mercados complementares”, disse Zarlenga. “Todos sabem os problemas que tivemos no início do ano; para nós acabou bem, mas para outros não acabou bem”, disse se referindo à possibilidade da montadora em repensar sua presença no País, que há anos deixou de ser rentável para a matriz.

    O executivo defendeu também algumas soluções para destravar mecanismos que podem ajudar as empresas da cadeia a se reprogramarem e estar aptas para competir no mercado global, como a redefinição da alíquota do Reintegra para 9%, a fim de compensar impostos e taxas acumuladas ao longo do processo de manufatura e da cadeia de suprimentos.

    “É preciso deixar de achar que está tudo bem. Não somos competitivos para trazer investimentos focados em exportação, mas exportar é necessário para competir. A abertura dos mercados vai acontecer e precisamos como País e indústria ganhar estes mercados. Para isso, é preciso planejar uma infraestrutura logística multimodal com eficiência portuária, além de redução de taxas internas. Estamos em um ponto de inflexão, os problemas não são novos, mas o tempo está acabando porque estamos diante de uma grande mudança tecnológica e queremos fazer parte dela porque a oportunidade é grande.”