Mesmo competitivo, etanol despenca nas vendas em abril

Sob efeito da pandemia do coronavírus, queda na comercial do tipo hidratado foi de 38,38% ante a 2019

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Ribeirão Preto

Apesar de estar competitivo em 88% dos municípios de São Paulo, incluindo a capital, o etanol fechou o mês de abril com queda nas vendas nas usinas do centro-sul do país, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), devido à pandemia do novo coronavírus.

Foram comercializados no mercado doméstico em abril 1,1 bilhão de litros de etanol hidratado –utilizado diretamente no abastecimento dos veículos nos postos–, o que representou redução de 38,38% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas alcançaram 1,78 bilhão de litros.

Até a primeira quinzena do mês, a queda era de 35,77% nas vendas (560,48 milhões de litros), o que significa que a segunda quinzena do mês foi marcada pelo aprofundamento da redução na comercialização do combustível.

Vendas de etanol hidratado, o utilizado pelos carros flex, despencaram em abril - Silva Junior-19.nov.10/Folhapress

Já o etanol anidro –misturado à gasolina antes da chegada aos postos– teve redução de 18,97% no mês passado, com 480,19 milhões de litros vendidos pelas usinas, ante os 592,62 milhões de litros do mesmo período do ano anterior.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na semana entre os dias 3 e 9 de maio em 88% das cidades paulistas era mais vantajoso para o consumidor abastecer com etanol em vez de gasolina, mas a vantagem na paridade não foi suficiente para que as vendas fossem maiores.

O combustível derivado da cana-de-açúcar é competitivo quando seu preço equivale a até 70% do valor do litro da gasolina.

Como as usinas exportaram 76,77 milhões de litros, o volume total de vendas alcançou 1,78 bilhão de litros em abril, ou 29% menos que o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidos 2,55 bilhões de litros.

Diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues disse que, apesar do preço competitivo em relação à gasolina, a demanda do etanol tem futuro incerto devido aos impactos da pandemia com o isolamento social e às oscilações nos preços da gasolina.

O cenário de queda já tem sido sentido pelas usinas desde a segunda quinzena de março, período que coincide com o início das medidas de isolamento social decretadas em virtude da pandemia do novo coronavírus.

No período, porém, a redução na venda do hidratado tinha sido de 20,81% em relação ao mesmo período de 2019.

Na segunda quinzena de abril cresceu nas usinas a porcentagem de cana destinada à produção de açúcar: enquanto em 2019 30,87% da cana moída teve como fim a sua fabricação, no mesmo período deste ano o índice chegou a 45,76%. Para Rodrigues, esse aumento é reflexo da perda de atratividade do etanol

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