General Motors vai reduzir salários entre 5% e 25% no País
Trabalhadores de São Caetano do Sul (foto) e do campo de provas aprovaram acordo que prevê redução salarial
A General Motors vai reduzir de 5% a 25% os salários no País em um programa de layoff que impacta a maior parte de seus trabalhadores horistas e mensalistas em todas as áreas e níveis. A redução dos ganhos vai variar de acordo com a faixa salarial.
A medida é temporária e faz parte de um pacote proposto pela montadora e aceito em assembleias digitais promovidas pelos sindicatos responsáveis pela fábrica de São Caetano do Sul (SP) e pelo campo de provas, em Indaiatuba (SP). A intenção de reduzir salários foi divulgada pela montadora na segunda-feira, 30.
Ainda pelo pacote, empregados até o nível de gerência terão uma hora de redução na jornada diária e 12,5% de abatimento no salário bruto. Para executivos de nível de diretoria e acima, o impacto será de 25% de redução no salário bruto.
Segundo a GM, as medidas terão duração inicial de dois meses, com possibilidade de extensão a cinco, podendo ser canceladas “com o retorno da demanda do mercado a uma situação de normalidade”. A General Motors tenta aprovar essas mesmas propostas nas demais unidades: Gravataí (RS), Joinville (SC), Mogi das Cruzes e São José dos Campos (ambas em SP).
Em resposta, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região propôs duas alternativas à GM para manter os trabalhadores em casa como prevenção à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Uma das propostas é a licença remunerada por dois meses, prorrogável por mais dois, e estabilidade no emprego por um ano para todos os trabalhadores do complexo industrial.
A outra é a adoção do layoff, mas com 100% do salário líquido por dois meses, prorrogável por mais dois, também com um ano de estabilidade para todos. A resposta será dada pela montadora ao sindicato na quinta-feira, 2. O resultado das negociações será submetido à votação eletrônica dos metalúrgicos em data a ser definida.
“A GM tem condições de assumir os custos desta situação e garantir a estabilidade de emprego. Os trabalhadores não têm como absorver redução de salário. O próprio layoff já representa economia para a GM. Não dá para penalizar os funcionários num momento sério como este”, afirma o vice-presidente do sindicato, Renato Almeida.