A atividade econômica brasileira voltou a ficar no azul na metade do terceiro trimestre, ainda que a um ritmo bastante lento e mantendo-se praticamente estagnada, apontaram dados do Banco Central nesta segunda-feira (14), mantendo a apreensão em torno da recuperação errante do país.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) subiu 0,07% em agosto na comparação com o mês anterior, em dados ajustados sazonalmente informados pelo BC.
O resultado praticamente anula o ritmo com que a economia havia iniciado o terceiro trimestre, de recuo de 0,07% em julho, em dado revisado pelo BC de queda de 0,16% divulgado anteriormente.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,10% na comparação mensal.
Na comparação com agosto de 2018, o IBC-Br teve queda de 0,73% e, no acumulado em 12 meses, houve alta de 0,87%, segundo números observados.
O mês de agosto foi marcado por uma recuperação da indústria e o terceiro crescimento seguido nas vendas no varejo, embora os números ainda não sejam considerados um sinal de recuperação da atividade econômica.
A produção da indústria brasileira interrompeu três meses de perdas e registrou alta de 0,8%, no melhor resultado para o mês em cinco anos. O IBGE destacou, entretanto, que isso não representa uma reação do setor.
A fraqueza da atividade econômica tem avalizado o cenário de cortes de juros pelo BC, que vem indicando de forma explícita novo alívio monetário após reduzir a Selic para a nova mínima histórica de 5,50% ao ano.
A mais recente pesquisa Focus do BC, divulgada nesta segunda, mostra que os economistas estimam a Selic a 4,75% neste ano, com alta do PIB de 0,87%. Entretanto, o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, passou a ver a taxa básica de juros a 4,50% em 2019.
Comércio
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em agosto, o comércio fechou o oitavo mês do ano com avanço de 0,1% em relação ao mês de julho. Comparado com agosto de 2018, o crescimento foi de 1,3%,
Projeção feita por economistas ouvidos pela agência Bloomberg era de alta de 0,2% e 2%, respectivamente.
No acumulado em 12 meses, o setor apresentou crescimento de 1,4%.
O principal campo positivo do mês foi em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%). Esses dois grupos correspondem a mais de 60% do varejo.
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) também tiveram taxas positivas em agosto.
Combustíveis e lubrificantes (-3,3%); Tecidos, vestuário e calçados (-2,5%), Móveis e eletrodomésticos (-1,5%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,3%) foram os pontos negativos do oitavo mês de 2019.
Já nos últimos 12 meses o comércio registrou perda de ritmo nas vendas, ao cair de 1,6% em julho para 1,4% em agosto.
O varejo ampliado permaneceu estável, sem variação (0,0%) de julho a agosto de 2019 e registrou aumento de 1,4% na comparação com agosto de 2018, quinta taxa positiva consecutiva.
O varejo teve resultados positivos em 15 das 27 unidades da federação pesquisadas pelo IBGE: Piauí (11,9%); Amapá (4,3%); e Maranhão (3,9%) foram os destaques.
Rio Grande do Sul (-7,6%); Rio de Janeiro (-2,3%); e Roraima (-2,1%) ficaram com os maiores números negativos de agosto.
(Com Reuters)
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