Renault tem primeiro prejuízo em 10 anos

Em 2019, as perdas somaram € 141 milhões; faturamento teve queda de 3,3% no período

Por REDAÇÃO AB
  • 14/02/2020 - 20:06
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Pela primeira vez em 10 anos, o Grupo Renault registrou um prejuízo anual: em 2019, a companhia anotou perdas de € 141 milhões contra lucro de € 3,3 bi em 2018. A companhia apurou queda de 3,3% no faturamento de 2019, ao registrar € 55,5 bilhões, valor que espera repetir em 2020, conforme relatório de seu balanço financeiro divulgado na sexta-feira, 14.




    Em seu relatório, o grupo destaca que as menores vendas globais e a menor contribuição das empresas associadas levaram à queda do faturamento, além das perdas cambiais, principalmente por causa do peso argentino e libra turca. Com isso, o faturamento da divisão automotiva recuou 4,2% em 2019, para pouco mais de € 42 bilhões, excluindo a russa Avtovaz.

    No ano passado, as vendas de veículos em todo o mundo pela companhia fecharam em 3,8 milhões de unidades, uma queda de 3,4% sobre 2018. Esta retração do volume se explica pelo efeito negativo nos mercados da Argentina, Turquia e Argélia.

    Também se explica pelas vendas menores para os parceiros em 3,4%, como a Nissan e a Daimler, além da desaceleração da demanda por motores a diesel na Europa, pela forte queda de CKD na China e pelo encerramento das atividades no Irã.

    Em nota, a empresa reforça que parte dos resultados era esperada desde outubro, quando revisou suas previsões para o ano.

    "Apesar de um ano conturbado, o Grupo Renault conseguiu obter resultados de acordo com sua orientação revisada. A visibilidade para 2020 se mantém limitada pela volatilidade dos mercados, principalmente na Europa, devido à regulamentação CAFE e os possíveis impactos do coronavírus. Entretanto, o fortalecimento da equipe de direção, a renovação da aliança e o sucesso dos novos modelos fazem com que eu tenha total confiança na capacidade do grupo de ser bem-sucedido em sua recuperação”, declarou em nota Clotilde Delbos, CEO adjunta da Renault.

    Por outro lado, o grupo registrou alguns efeitos positivos, como a política de elevação de preços feita para compensar as desvalorizações já citadas e a alta dos custos na Europa.

    Em 2020, a companhia diz esperar por uma queda no mercado automotivo mundial, com retração de pelo menos 3% na Europa, mesma proporção de queda esperada para a Rússia. O Grupo Renault acrescenta que espera uma alta de 5% no mercado brasileiro.