Volvo retoma liderança dos pesados, faturamento avança 13% em 2019

Volvo FH: caminhão mais vendido no Brasil em 2019

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 05/02/2020 - 19:15
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    A Volvo retomou em 2019 a liderança dos caminhões pesados no Brasil, com o recorde de 14,5 mil veículos emplacados, expressiva expansão de 58,7% sobre 2018 e 28% de domínio do segmento. O modelo extrapesado FH 540 6x4 foi o caminhão mais vendido do País (entre todas as categorias). Na categoria de semipesados a marca também foi bem, com 2,34 mil unidades comercializadas do VM, em alta de 55% em relação ao ano anterior, elevando sua participação no segmento para 10%. As vendas de chassis de ônibus foram ampliadas em 73%, o maior crescimento do mercado brasileiro, com 744 chassis entregues. Somando tudo, o faturamento anual avançou 13%, somando R$ 9,3 bilhões (incluindo serviços).



    “Foi o melhor ano de nossa história [de 40 anos no Brasil] em venda de caminhões pesados, fechamos a década como líderes do segmento. Conseguimos ajustar produtos e serviços às necessidades dos clientes e esperamos por mais um ano de crescimento”, afirma Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo Brasil.



    Com esses resultados, o Brasil, voltou a ser o segundo maior mercado mundial de caminhões da Volvo. Segundo Wilson Lirmann, presidente do grupo na América Latina, o desempenho positivo gerou caixa suficiente para bancar e aumentar os investimentos da empresa na região nos próximos anos, que vão somar R$ 1,25 bilhão até 2023.

    Com o aquecimento das vendas internas e externas, a fábrica brasileira da Volvo em Curitiba (PR) voltou a operar no ano passado em dois turnos completos – e algumas áreas trabalham em três. A produção ficou paralisada até 20 de janeiro, com a maioria dos funcionários em férias coletivas, para a realização de diversas melhorias na planta. Dos 6 mil empregados da empresa na América Latina, 5 mil estão no Brasil e 4 mil na unidade do Paraná.


    Linha de montagem da Volvo em Curitiba: aumento da produção em 2019

    BONS RESULTADOS NA AMÉRICA LATINA



    O mercado brasileiro consumiu 82% dos caminhões fabricados em Curitiba (PR) em 2019, enquanto 18% foram exportados principalmente para países da América Latina, 1.179 para a Argentina, 1.292 ao Peru e 1.182 ao Chile, mas também entraram na conta países da África e outras regiões.

    As exportações representaram 60% da produção brasileira de chassis de ônibus, incluindo 594 articulados e biarticulados enviados ao BRT de Bogotá, na Colômbia, e 120 unidades foram embarcadas para o sistema de transporte de Santiago, no Chile.


    Ônibus Volvo biarticulado para o BRT de Bogotá, na Colômbia: venda recorde em 2019

    O grupo sueco apurou desempenho positivo em toda a América Latina, com mais de 20 mil caminhões comercializados na região, número 39% acima do registrado em 2018, e os 1,86 mil chassis de ônibus entregues representaram alta de 77%.

    A marca aumentou sua participação nas vendas de veículos de carga em todos os mercados onde atua, até mesmo na Argentina, onde alcançou seu maior market share da história, apesar da expressiva queda de vendas no país vizinho.

    PROJEÇÕES POSITIVAS



    “O ano passado terminou com clientes, parceiros de negócios e acionistas felizes. Olhando para frente, temos muitos fatores positivos que deverão sustentar a continuação do crescimento no Brasil”, afirma Wilson Lirmann.



    O presidente do Grupo Volvo América Latina avalia que o agronegócio brasileiro vai continuar a alimentar as vendas de caminhões no País, mas também espera por recuperação mais acentuada nos segmentos de construção civil e indústria. “A inflação e os juros em níveis históricos de baixa favorecem o aumento do consumo das famílias e favorecem o crescimento”, afirma Lirmann.

    A Volvo trabalha com a projeção de crescimento de até 15% do mercado brasileiro de caminhões pesados. Para o segmento de ônibus acima de 16 toneladas, a expectativa é de expansão de 10% nas vendas de chassis urbanos e de 15% na de modelos rodoviários.

    Lirmann pondera que o cenário não está livre de riscos, com “pontos de atenção” como o alto déficit fiscal brasileiro, elevado índice de desemprego, baixa competitividade internacional do Brasil e incertezas externas com a persistente crise na Argentina, guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a ameaça de epidemia global do coronavírus.