Novo Toyota Corolla brasileiro terá versão híbrida flex e pode ser cliente do IncentivAuto

O novo Corolla europeu: carro será parecido no Brasil e terá versão híbrida flex, bicombustível etanol-gasolina

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 16/04/2019 - 19:11
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A Toyota informou que vai anunciar nesta quarta-feira, 17, qual será o seu primeiro modelo híbrido flex a ser fabricado no País. Embora ainda não confirme oficialmente qual será o modelo, é o segredo mais descoberto da atualidade no setor automotivo nacional: será uma das versões do novo Corolla, que entra em produção sobre a plataforma TNGA (Toyota News Global Architecture) em Indaiatuba (SP) no meio do segundo semestre – o lançamento do carro no mercado brasileiro é aguardado para outubro.

    O anúncio foi marcado para o fim da manhã da quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador João Doria e do presidente da Toyota do Brasil Rafael Chang, entre outras autoridades e representantes da empresa. O local e os personagens do encontro sugerem que o novo carro poderá ser o segundo “cliente” beneficiado pelo IncetivAuto – programa criado no início de março pelo governo de São Paulo de incentivo à indústria automotiva, que prevê descontos no ICMS de 2,25% para investimento mínimo no Estado de R$ 1 bilhão e geração de pelo menos 400 empregos; o benefício sobre gradualmente até o abatimento máximo no imposto estadual de 25% para aportes superiores a R$ 10 bilhões, como anunciado pela GM no mês passado.

    Em setembro passado a Toyota anunciou investimento de R$ 1 bilhão para modernizar e trazer novos modelos para a fábrica de Indaiatuba (SP). Como o projeto ainda não chegou ao fim, em tese toda a nova linha Corolla poderia ser também beneficiada pelo IncentivAuto, conforme o próprio governador Doria confirmou quando foi anunciado o investimento da GM, ao dizer que o programa poderia ser aplicado a projetos em curso. Também é possível que a Toyota faça investimentos adicionais na planta paulista e dessa forma poderá aumentar também o tamanho do desconto do ICMS a receber.



    Caso seja confirmado, este seria o segundo incentivo importante negociado pela Toyota para o seu primeiro híbrido flex. A fabricante conseguiu o apoio da bancada da cana no Congresso Nacional e conseguiu incluir no Rota 2030 – programa federal de metas e incentivos ao setro automotivo nacional aprovado no fim de 2018 – o desconto de três pontos porcentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros com motorização híbrida bicombustível, que alia a propulsão elétrica ao motor a combustão que pode usar etanol ou gasolina em qualquer proporção.

    A Toyota começou a testar o sistema híbrido flex no início de 2018, transformando em bicombustível o motor a combustão de seu híbrido Prius, que rodou o País por alguns meses. A solução tecnológica foi validada em campo e a fabricante japonesa anunciou, ainda no ano passado, que iria produzir no Brasil o primeiro híbrido flex do mundo, mas sem ainda divulgar qual seria o carro. Como o Prius é fabricado sobre a plataforma TNGA e já era sabido que a Toyota preparava a produção em Indaiatuba da nova geração do Corolla sobre a TNGA, não tardou para se concluir que o sedã, um dos 10 carros mais vendidos do mercado brasileiro, iria incorporar uma versão híbrida, para aproveitar sua força de vendas aliada ao apelo tecnológico de um carro muito econômico com baixas emissões.

    Conforme medições já feitas com o Prius a gasolina, o consumo urbano chega a quase 24 km/l, porque o motor elétrico está constantemente ajudando na propulsão e em baixas velocidades, no anda-e-para do trânsito, só é usada a propulsão elétrica sem gasto de combustível e emissão zero. Segundo a Toyota, com motor flex a tecnologia híbrida será ainda mais eficiente e limpa, porque cerca de 90% do CO2 emitido na queima de etanol são reabsorvidos pelas próprias plantações de cana, em um ciclo quase neutro de emissões de gás de efeito estufa quando se considera a equação “do poço à roda”, ou da produção, distribuição e uso do biocombustível.