Produção de motos se mantém, mas coronavírus impacta setores administrativos

Honda (foto), Yamaha e também Kawasaki mantiveram sua produção sem problemas até o momento. As três estão em Manaus

Por MÁRIO CURCIO, AB
  • 13/03/2020 - 18:20
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Um levantamento com as principais fabricantes de motos no País, Honda e Yamaha, mostra que a produção em Manaus (AM) ainda não foi afetada por falta de componentes importados. O parecer da Abraciclo (associação dos fabricantes) é o mesmo. O maior impacto atual está nas áreas administrativas das empresas.

    A proibição e o cancelamento de viagens de executivos foram confirmados pelas duas empresas. “A Honda está monitorando constantemente os alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem orientado seus colaboradores acerca das medidas de prevenção (...) Estão proibidas viagens para a Coreia do Sul, China (incluindo Hong Kong) e Itália. Para os demais países afetados, a orientação é para que as viagens sejam avaliadas rigorosamente e substituídas por videoconferências”, diz o comunicado da empresa, que comemorou a produção de 25 milhões de motos no Brasil.

    Sobre o coronavírus, a Yamaha informa: “Temos um plano de contingência e estamos seguindo as regras estabelecidas pelas autoridades de saúde do Brasil e de nossa matriz. Por ora não há notícias de funcionários infectados, mas já temos um protocolo para cuidados na higiene pessoal, evitar viagens ao exterior a países listados pela OMS. Caso haja suspeita, o primeiro passo é isolamento de 14 dias em home-office.” Na sexta-feira, 13 de março, a empresa estudava medidas possíveis (como home-office e revezamento de equipes) para a unidade de Guarulhos (SP, onde ficam os escritórios da empresa), já que a maioria dos casos confirmados de Covid19 está no Estado de São Paulo.

    As duas fábricas vêm monitorando seus estoques. A Yamaha informa que a pandemia “traz impacto nos custos, pois toda a operação logística apoiada no transporte marítimo sofreu grande redução e as remessas de insumos têm sido por via aérea”.

    A Honda garante que até o momento não há previsão de parada em suas linhas de produção, mas admite: “O cenário pode ser alterado caso a situação se prolongue.”

    Em suas respostas, a Yamaha afirma ainda que neste momento ainda não é possível prever o impacto em lançamentos programados para este ano nem nas vendas totais, até porque a operação ainda não foi afetada. Honda e Yamaha juntas respondem por 93,5% do mercado de motocicletas.

    No fim da tarde de sexta-feira, Automotive Business soube a partir da assessoria de imprensa da Kawasaki que as operações estariam normais tanto na fábrica de Manaus como no escritório da empresa em São Paulo (SP).

    A empresa, no entanto, monitora situações de risco e vem adotando procedimentos relacionados à higiene e saúde dos funcionários.

    A Abraciclo cancelou a entrevista que concederia a Automotive Business na sexta-feira após adiar o compromisso por duas vezes, mas emitiu uma pequena nota assegurando que “o segmento não foi afetado com o desabastecimento de insumos, matérias-primas, partes, peças ou componentes. Também não foram afetados os profissionais, a contratação de serviços (recursos humanos), o mercado doméstico e as exportações do segmento”.